especial capa - Revista Mundo OK

Transcripción

especial capa - Revista Mundo OK
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sumário
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agenda e notas
economia
cultura
cidades
automóveis
encontro
esportes
okids
educação
multimídia
mulher
saúde
gastronomia
comunidade
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especial capa
dekassegui
perdido no japão
turismo
click
mundo oriental
anime friends
game
eventos
animê
mangá
cosplay
tokusatsu
curiosidades
Manutenção da cultura
Passado o Centenário da Imigração, fica a
dúvida: e agora, o que será da comunidade nipobrasileira? O que, de fato, trouxe de benefícios os
festejos? Quais os rumos da cultura japonesa no
Brasil? São muitas questões e poucas respostas
tangíveis. No final, o que ficou claro é o orgulho de
ser nikkei, de se manter (ou tentar) as heranças
dos primeiros imigrantes japoneses que aqui desembarcaram em 1908.
Fruto desse legado, potencializado no mês passado, é o Festival do Japão, que acontece agora
em julho. Muitos desacreditavam que um evento
pudesse ser realizado logo após os términos
da celebração dos 100 anos. Assim como nas
edições anteriores, a grandiosa festa promete
manter o estigma de “um dos maiores festivais
da cultura japonesa do mundo”. No Centro de Exposições Imigrantes, o público terá contato com a
essência dos aspectos da cultura japonesa, incluindo aí os pratos típicos de cada província. E, novamente, deixar o Japão em destaque perante a
população. Ganha o público, ganha a comunidade
e, sobretudo, ganha a cultura japonesa.
Paralelamente ao Festival do Japão, um outro
evento também promete “bombar” neste mês.
Maior evento relacionado ao mundo animê e
mangá, o Anime Friends 2008 traz um verdadeiro
mix de cultura – desta vez mais direcionada ao
pop. Atividades, concursos e todos os detalhes
você encontrará em um encarte especial nesta
edição. Enfim, a edição número 8 é um prato
cheio para quem quer curtir festivais tipicamente
nipo-brasileiros.
Boa leitura
Capa:
Festival do Japão
Arte: Mascotes do
Festival por Bento Mano
Kato. Mascote do Anime
Friends por Diogo Saito
Revista Mundo OK – Ano 1 – Número 8 • Diretores: Takashi Tikasawa e Marcelo Ikemori • Editores: Rodrigo Meikaru e David Denis Lobão • Chefe de Arte: César Gois • Diagramação: Danielli Guedes e Sandro Hojo • Redação: Cibele Hasegawa, Cintia Yamashiro, Daniel Verna, Daniela Giovanniello, David Denis Lobão, Eugenio Furbeta, Felipe Marcos,
Fernando Ávila de Lima, Layla Camillo, Leandro Cruz, Tom Marques, Túlipe Helena, Wilson Yuji Azuma • Correspondente no Japão: Fabio Seiti Tikazawa • Desenhista: Diogo Saito
• Assistente: Bianca Lucchesi • Revisão: Daniel Martini Madeira • Marketing: Leandro Cruz • Assistente de Marketing: Daniel Verna, Hideo Iwata, Nicolas Tavares • Gerente de
Comunicação: David Denis Lobão • Assessoria de Imprensa: Ida Telhada • Atendimento ao leitor: Michelle Hanate • Comercial: Clóvis Irie, Denis Kim, Fernando Ávila de Lima,
Hideki Tikasawa, Keico Ishigaki, Luciana Kusunoki, Luciana Mayumi, Marcelo Ikemori • Digital: Fabrizio Yamai
• Assistentes Digital: Felipe Marcos e Ulissis Massayuki • Administrativo: Suzana Sadatsune, Camila Yuka
Maeda • Planejamento: Karlos Kusunoki • Contato: [email protected] • A Revista Mundo OK
é uma publicação da Yamato Corporation. O Núcleo de Edição da ZN Editora se exime de quaisquer responsabilidades pelos anúncios veiculados, que são de responsabilidade única dos próprios anunciantes. Os artigos
assinados e as imagens publicadas são de responsabilidade civil e penal de seus autores com a prévia, devida
e expressa cessão de seus direitos autorais à Revista Mundo OK. Rua da Glória, 279 - 8° andar/ Conj. 84 • CEP
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cartas
Foi aberta oficialmente a seção de cartas!
Você também pode colaborar e participar
da Revista Mundo Ok, enviando suas
críticas ou sugestões para:
[email protected]
Contamos com você para tornar as
próximas edições ainda melhores e
com a sua cara!
Equipe da Revista Mundo Ok
Primeiras cartas à Mundo OK
“Venho pronunciar os meus sinceros elogios à Revista Mundo OK. Primeiro que a
distribuição é gratuita, seu segmento tem uma linguagem moderna, é atual, informativa e super contemporânea. Agrada e atinge todas as faixas etárias, enfim., é
uma revista para todas as pessoas de bom gosto e inteligentes.”
Viviane Grieco
“Olá turma da Revista Mundo Ok!
Meus parabéns. Agradeço por vocês terem me dado a revista com um kit de
mangás. E foi tudo de graça, que bom!!! Continuem assim, tá?
Beijos”
Andressa Mayume
“Parabenizo a Revista Mundo Ok com alto grau de corporatividade e com sistema
futurístico de distribuição gratuita, um ornograma e desenvolvimento de primeiro
mundo, top line, uma dinâmica de todas as tendências do novo mercado competitivo. Uma revista fidedigna.”
Flavio Norio
Opinião
Gente que faz - Homenagem
aos Voluntários
Começar a falar de “Gente que faz”,
no mês em que a capa é “Festival do
Japão” é um bom ajuste fino de foco. Neste ano todos os assuntos e eventos que se relacionam com japoneses são catalogados
de “Centenário”, porque em 18 de junho de 1908 chegaram aqui
os primeiros 781 imigrantes japoneses. Olhando os dados da imigração japonesa descobrimos que em 70 anos, o Japão mandou
250.000 emigrantes que chegaram aqui no Brasil.
A partir de 1988 o Brasil mandou mais de 250.000 emigrantes que
chegaram lá no Japão. Comparando estes números vemos que a conta
de crédito e débito de emigrantes em 100 anos está zerada. Este movimento criou uma população total estimada de descendentes e agregados
superior a 1.500.000 pessoas, sendo que mais de 300.000 devem estar
no Japão. Observando este resultado fica muito claro que não existiu
um projeto mais bem sucedido do que este em toda história das duas
nações.
O que devemos tomar consciência é que somos uma força 2.000 vezes
maior do que outrora e principalmente melhor integrada. Somos hoje um
povo que consegue atrair em três dias um público superior a 150.000
pessoas para apreciar muitas apresentações da cultura japonesa, que
tem caído no gosto popular.
Para fazer um evento desta magnitude é apoiado por um corpo superior a
4.000 voluntários, muitos dos quais vem de longe, até de outros Estados
sendo no mínimo 800 voluntários para o bom andamento do Festival,
cada barraca de Província calcula em 60 a 100 voluntários que totaliza
3.000 pessoas, para fazer e vender os produtos típicos da região, que é
uma ótima forma de uma geração passar para outra os conhecimentos
da culinária típica e as tradições de uma forma lúdica. Este evento poderia ser denominado “Festival de Voluntários” para homenagear “Gente
que faz”, pois sem esta Rede de pessoas não aconteceria.
Esse “agito todo” é uma forma espetacular de criar relacionamentos,
amizades “intra” e “inter” membros das Entidades e uma forma de todos
tomarem consciência de suas origens e gerando com isso a vontade de
conhecer as boas qualidades dos elementos da cultura e dos costumes
de seus antepassados, polindo o conhecimento e a sua auto estima e finalmente transmitindo para o povo brasileiro que tanto tem nos homenageado e
reconhecido pelo que a nós como Comunidade fizemos.
Akio Ogawa – economista e presidente do Instituto de Conhecimento e
Atividades entre Redes Organizacionais (Ícaro)
agenda e notas
ARMAS NUCLEARES
MANIFESTAÇÃO
FUGA DA CORÉIA
O presidente dos Estados Unidos, George W.
Bush, e o primeiro-ministro do Japão, Yasuo
Fukuda, discutiram com outros líderes mundiais os próximos passos das negociações sobre o status nuclear da Coréia do Norte. Eles
se reuniram durante a cúpula do G8 no Japão,
disse um membro da Casa Branca. Durante o
encontro, líderes dos Estados Unidos, Japão,
Rússia, China, Coréia do Norte e Coréia do Sul
terão de decidir “como realizar a verificação da
declaração” entregue pela Coréia do Norte sobre sua intenção de desmantelar seu programa
de armas nucleares.
Cerca de 250 pessoas fizeram uma manifestação
contra a cúpula do Grupo dos Oito (G8), os sete
países mais desenvolvidos e a Rússia, no centro
de Sapporo, capital de Hokkaido, em meio a um
forte esquema de segurança, disse à Agência Efe
uma testemunha do protesto. Os manifestantes,
muitos deles membros de sindicatos internacionais, estavam com cartazes com lemas contra
a pobreza e as desigualdades econômicas no
mundo, e pediram que os líderes do G8 cumpram
seus compromissos com a sociedade.
Um sul-coreano prisioneiro de guerra conseguiu um feito histórico: fugiu da Coréia do
Norte, onde estava detido há 55 anos, e espera em outro país para retornar a Coréia do
Sul, anunciou um sul-coreano que organizou a
fuga. O homem, de 78 anos, fugiu da Coréia do
Norte em 14 de junho e está em um consulado
sul-coreano, segundo Choi Sung-Yong.
Ele foi capturado por militares norte-coreanos
em 1953, depois de ter sido ferido a tiros.
Segundo dados oficiais, 485 sul-coreanos, em
especial pescadores, foram capturados durante a Guerra Fria, depois da Guerra da Coréia
(1950-53).
BENEFICENTE
BOM COMPORTAMENTO
AULAS DE JAPONÊS
O Instituto Paulo Kobayashi e a Sakura
realizaram cursos de culinária para entidades
ligadas à comunidade, em especial nas associações beneficentes. Nos dois dias de
aula, as alunas aprenderam receitas práticas
e saudáveis, usando os produtos da marca.
As aulas são ministradas por professores da
Sakura e são divididas em dois módulos, com
duração de duas horas cada. Para as associações interessadas, é necessário ter disponível
um local apropriado para o curso, com cozinha
equipada e capacidade para, no mínimo, 25
pessoas. Para participar, entre em contato com
o IPK (11- 3288-8989) para agendar as aulas.
A China fez um apelo a seus cidadãos para que estes
melhorem sua ética profissional e tenham bom comportamento em um esforço para criar um ambiente
social harmonioso em prol dos próximos Jogos Olímpicos de Pequim. Os governos locais, particularmente
os das cidades anfitriãs das provas olímpicas, como
Pequim, Shanghai, Tianjin, Qinhuangdao, Shenyang e
Qingdao, devem intensificar seus esforços para promover a educação e o voluntariado social, afirmaram
o Departamento da Propaganda e a Comissão de
Desenvolvimento de Civilização Espiritual do Comitê
Central do Partido Comunista da China (PCC).
Os interessados em aprender japonês podem
se preparar. As matrículas para os cursos da
Aliança Cultural Brasil-Japão estão abertas, e
as aulas começam no dia 2 de agosto.
No curso básico, o aluno passa por seis semestres. Cada semestre tem carga horária de
48 horas (36 aulas de 80 minutos). No conteúdo, há aulas de hiragana, katakana e cerca
de 400 kanji e 3 mil vocábulos, conversação,
leitura e redação de pequenos textos. Mais informações podem ser obtidas pelo site:
www.acbj.com.br.
economia
economia
AAnova
escrituração
meio do SPED
reforma
tributária no das
ano doempresas
centenáriopor
da imigração
A
E
estrutura do sistema tributário
IVA-F que terá também como objetivo compensar a falta de arrecadação dessa conm substituição
ao atual
sistema
de escrituração
e fiscal
empresas,
está sendo instituíbrasileiro é muito semelhante
tribuição.
No tocante
aos Estados,
o ICMS comocontábil
o instrumento
maisdas
importante
de
àquela dos países mais avançaseráescrituração
substituído por um
“novodenominado
ICMS” que visa “SPED”
eliminar de(Sistema
vez a “guerraPúblico de Escrituração
do um novoarrecadação,
sistema de
digital
dos e, ao contrário do que se propaga
O novoem
imposto
preponderantemente
ao Estado
de destino da merDigital), quefiscal”.
consiste
umapertencerá
modernização
tecnológica
de transmissão
dessas informações aos
pela mídia, a carga tributária existente
cadoria ou serviço.
órgãos competentes, por meio de arquivos digitais em formatos específicos.
não é mais expressiva que a observada
O sistema normativo terá a obrigação de definir a aplicação do mais novo “Princípio do
Esse sistema é composto
Contábil
Fiscal Digital” e “Nota Fisem outros países. Contudo, o modo sob
Destino” e o pela
Senado“Escrituração
Federal estará incumbido
de Digital”,
estabelecer“Escrituração
os limites das alíquotas
cal Eletrônica”, e tem
por
finalidade
a padronização,
e compartilhamento
das informações
o qual esse sistema está configurado é
em que
serão
enquadrados
os bens e serviçosracionalização
e uma alíquota padrão
aplicável a todas
bastante complexo para as empresas já
as hipóteses
não sujeitas
outra alíquota
especial.Estadual e Municipal.
pelas administrações
tributárias
emaâmbito
Federal,
estabelecidas.
Desse modo,
espera-se quede
o Brasil
consiga
definitivamente
concluir
uma reforma
O SPED visa eliminar
a escrituração
alguns
livros
contábeis,
inclusive
a apresentação de grande
Desse modo, o nosso sistema tributário passa por pequenas alterações ou inovatributária apoiada em pilares que atinjam um ponto de equilíbrio entre o crescimento
parte
das
informações
fiscais
prestadas,
anualmente,
por
meio
da
DIPJ
(Declaração
de Informações
ções todos os dias. De tempo em tempo, o Governo Federal busca soluções com
econômico brasileiro e a arrecadação dos tributos de forma justa que possibilite às emEconômico-Fiscais
da
Pessoa
Jurídica),
bem
como,
periodicamente,
através
das
diversas
outras denovas formas, às vezes extremamente arrojadas, de modo a adicionar, suprimir
presas, uma perfeita harmonização do novo sistema tributário com a realidade empreclarações.
ou até mesmo substituir tributos.
sarial atual.
Por esta razão, agora, a exposição de motivos da Proposta de Emenda
à ConstiResultadocertamente,
disto é que coincidentemente
no uma
ano das
comemorações
da imigração
Essa nova
modalidade,
proporcionará
redução
dos custos
operacionais com a substituição - PEC 233/08 enviada pelo ministro de Estado da Fazenda,tuição
Guigo Mantega,
japonesa, poderemos
a almejada estabilidade das normas tributárias e, conda atual escrituração
legal alcançar
e obrigatória.
ao presidente Luiz Inácio Lula traz como principais objetivos da reforma tributária
seqüentemente, um aumento da competitividade entre as empresas. Objetivos esses
Resultado disto étão
uma
maior eficiência dos controles operacionais das empresas, advindas da obtenção
“simplificar o sistema tributário nacional, avançar no processo de desoneração
esperados e que certamente agradarão aos investidores da comunidade japonesa,
das
informações
contábeis
e fiscais
de forma
maisque
precisa
e imediata
apuração de toda a carga
tributária e eliminar distorções que prejudicam o crescimento da economia
brasileira e a todos
das demais
comunidades
contribuem
sempre parapara
o engrantributária
ainda,decimento
propiciando
um chamada
ambiente
mais cristalino junto aos órgãos competentes, com vistas
brasileira e a competitividade de nossas empresas, principalmente
no quee,diz
desta nação
“BRASIL”.
respeito à chamada ‘guerra fiscal’ entre os Estados”.
a evitar a grande Julio
enxurrada
discussões
falta
de informações adequadas.
Batista éde
sócio
do Guerra,pela
Batista
Associados
Por tudo isso, a União busca uma consolidação de tributos com incidências
semelhantes, promovendo a unificação em um único imposto sobre operações
Rua Itapeva, 240 – cjs. 1701 a 1703
Cep 01332.000 – São Paulo/SP
com bens e prestação de serviços. Esta será a contrapartida aos atuais tributos
Telefone:55 11 3251.1188
indiretos incidentes (PIS e COFINS e a CIDE-Combustível). Como forma de
Fax: 55 11 3251.4956
desoneração da folha de pagamento dos trabalhadores, propõe-se, ainda, a
Website: www.guerrabatista.com.br
e.mail: [email protected]
extinção da Contribuição Social do Salário-Educação por meio da instituição do
cultura
Centenário de recordes
Semana Cultural prova potência de cultura japonesa
perante população
A
expectativa era grande. No total, milhares de horas foram gastas, bem como esforço e dedicação
de centenas de voluntários para que tudo saísse conforme o prometido. No fim das contas, alívio.
A Semana Cultural que comemorou o Centenário da Imigração no Complexo Anhembi provou
que a cultura japonesa anda mesmo em alta entre a população. De desfile no Sambódromo a show
da cantora Fernanda Takai, no auditório Ellis Regina, as atividades mostraram que cada vez mais os
aspectos do Japão estão mais arraigados entre os paulistanos – e paulistas.
No Grande Auditório do Palácio de Convenções
do Anhembi foi realizado ainda o Campeonato Estadual de Karaokê, popularizada no Japão e hoje,
já bastante difundida no Brasil.
A arte culinária também foi destaque da
programação da Semana Cultural: diariamente,
foram realizados workshops com renomados
chefs que fizeram, ao vivo, o que há de mais refinado da culinária japonesa, até pratos do trivial
da mesa japonesa.
Durante dez dias o complexo do Anhembi foi palco das comemorações, com a abertura, no dia 14,
da Semana Cultural, visitada no período por quase 200 mil pessoas que puderam apreciar e entender,
através de exposições, apresentações no palco e workshops, as mais tradicionais manifestações
artísticas, culturais e esportivas japonesas com apresentações de nível elevado, raras mesmo de serem
vistas no Japão.
A moderna arte Pop japonesa, conhecida no Brasil principalmente entre os jovens e crianças, com o
mangá e o animê também tiveram espaço durante a Semana Cultural. No período, foram realizados
workshops e projeção de filmes, e ainda, o Campeonato Brasileiro de Cosplay (arte de se vestir como
os personagens dos mangás).
“O nosso objetivo foi levar o
visitante a fazer uma imersão à
cultura japonesa. E conseguimos
êxito nessa empreitada”, diz
coordenador Jo Takahashi
A moda também foi privilegiada no evento, que
recebeu o estilista Kenzo, conhecido mundialmente, para um workshop bastante concorrido.
“O nosso objetivo foi levar o visitante a fazer uma
imersão à cultura japonesa”, resumiu o curador
da Semana Cultural, Jo Takahashi, também diretor da Fundação Japão.
cidades
4o Festival do Chocolate de Ribeirão Pires tem dia
dedicado ao Centenário da Imigração
Expectativa é de cerca de 600 mil visitantes, com atrações musicais e gastronômicas
O
evento começa a se tornar tradição na região do Grande ABC, em São
Paulo, e este é somente seu quarto ano consecutivo. Basta aliar um
dos elementos mais aguçados da culinária, variedade musical, charme
na estrutura de montagem e clima familiar. Isso a cerca de 40 quilômetros
da capital paulista: trata-se do Festival do Chocolate, que acontece de 18 de
julho a 9 de agosto em Ribeirão Pires (somente nos finais de semana).
Sempre de sexta a domingo, contará com muitas atrações artísticas. No dia
20 (domingo), especialmente, o dia será praticamente dedicado à comunidade japonesa, devido aos festejos do Centenário da Imigração. A começar
pelo Radio Taisô, shows de Mauricio Miya, The Oriental Magic Show, grupos
Okinawa Miyo, Minbu de dança e de Joe Hirata, entre outros. Os únicos
nesta data a subirem no palco não nikkeis, mas sim sertanejos, serão Bruno
e Marrone, para finalizar a noite. Outra convidada especial será a miss Centenário, Karina Nakahara, da cidade quase vizinha, Mogi das Cruzes.
Promovido pela prefeitura municipal (através dos Conselhos de Turismo e de
Desenvolvimento Econômico) e Aciarp (Associação Comercial, Industrial e
Agrícola da cidade), com o apoio de empresas, a festa é das mais esperadas
na região e tem a participação de comerciantes e empreendedores locais
para a ocupação dos 45 chalés (os quiosques, uma das marcas características), na vendas de doces e salgados. O visitante poderá encontrar espetos
de morango com chocolate, trufas, bolos, pastéis, salgados, sanduíches,
comida japonesa, opções das mais variadas, além de bebidas como o choconhaque (chocolate quente com conhaque).
Na primeira edição (2005), o evento atraiu mais de 130 mil pessoas e movimentou R$ 1 milhão; em 2006, o público aumentou para 325 mil e mais que
dobrou a parte financeira, e no ano passado, os organizadores contabilizaram
meio milhão de visitantes e R$ 4,5 milhões. Dessa forma, espera-se que,
a cada ano, a estância se torne mais conhecida turisticamente e forneça
também uma oportunidade comercial para os investidores locais que participam da festa. Para a prefeitura, é um evento gastronômico, cultural e de
desenvolvimento econômico.
E como diz o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo,
“a segurança e a qualidade da festa são as prioridades”. Gratuito e com atrações de alto nível, a segurança, hospitalidade e recepção são tratados com
atenção. A festa começa de dia, mas as noites que fervem com a seguinte
programação deste inverno: Teatro Mágico, Pato Fu, Bruno e Marrone, Rio
Negro e Solimões, Roupa Nova, Zé Ramalho, Exaltasamba, Frank Aguiar,
Inimigos do Hp, Faixa Nobre, Grupo Revelação e Chitãozinho e Xororó, além
de artistas da cidade.
Fora do Complexo Ayrton Senna, onde se concentra o evento, na manhã do
dia 20 haverá ainda a reinauguração do Jardim Oriental, no bairro Centro,
projeto levantado pelo vereador Antonio Muraki, também presidente da Associação Cultural Nipo-Brasileira de Ribeirão Pires. O endereço da festa é Av.
Brasil (ao lado da delegacia), e mais informações podem ser obtidas pelo
telefone 11/4828-5577 ou pelo site www.ribeiraopires.sp.gov.br.
10
automóveis
O
Mais US$ 200 milhões no Brasil
Goodyear anuncia investimento milionário
com promessa de produtos sofisticados
mercado nacional de veículos não
movimenta somente fabricantes e
montadoras. Empresas relacionadas
com o segmento também estão de olho
no potencial do Brasil. No mês passado,
a Goodyear Tire & Rubber Company anunciou investimentos na ordem de US$ 200
milhões em suas fábricas no Brasil, uma localizada na capital do Estado de São Paulo,
outra no município de Americana (SP). O investimento será feito entre este ano e 2013
para ampliar a produção das fábricas de
pneus com alto valor agregado (HVA, highvalue-added) para automóveis, picapes e
SUVs, sendo utilizado também para ampliar
a produção nessas instalações dos pneus
radiais para caminhões e ônibus, tanto para
o mercado interno quanto para exportação.
“A introdução de uma nova linha de
produção para pneus de alto desempenho
para automóveis, picapes e SUVs, aliada a
novas tecnologias, nos permitirá atender a
uma demanda em rápido crescimento por
pneus high performance e ultra high performance de aro 17 polegadas ou maior”, diz
Vicente Almeida, diretor geral de Consumer
da Goodyear Brasil.
“Considerando a demanda da recém-lançada Série 600, esperamos atingir um
crescimento ao longo dos próximos anos
de 35% na produção de pneus radiais para
caminhões e ônibus”, disse Giano Agostini,
diretor geral de Commercial da Goodyear
Brasil. “Isso será possível graças ao nosso
investimento nas mais novas e avançadas tecnologias em equipamentos de
produção”, completa Agostini.
De acordo com Benedito Faria, diretor de
Equipamento Original para América Latina, a expansão de pneus HVA para carros, picapes e SUVs, além de caminhões
e ônibus, atende às necessidades atuais e
futuras da indústria automotiva.
encontro
Além das linhas de montagem
Brasileiros mostram outros talentos no Japão
P
assar uma temporada no Japão não significa necessariamente sujar o uniforme
de graxa e contar os minutos para o fim de
intermináveis horas-extras. Embora a maioria dos
cerca de 300 mil brasileiros estejam empregados
nas linhas de montagem, há quem viaje à terra
dos samurais para mostrar outros talentos e, de
quebra, conhecer um país surpreendente.
Fiorella: experiência em Tóquio antes do sucesso em
Malhação
A moda é uma das áreas que costuma requisitar
profissionais ocidentais. Dezenas de brasileiras,
sobretudo em início de carreira, chegam a Tóquio
anualmente para participar de desfiles e estampar páginas de editoriais, revistas e catálogos.
A rotina não tem o mesmo glamour de Milão,
Nova Iorque e Paris, mas, por outro lado, a experiência serve como uma espécie de debute
para o mundo fashion. “É excelente para quem
está no inicio da carreira. Você aprende a fotografar, trabalha muito e conhece seus melhores
ângulos e poses”, explica Fiorella Mattheis,
que ficou durante dois meses e meio na capital
japonesa quando tinha 14 anos, em 2003.
A carioca de Petrópolis atravessou o mundo após
ficar entre as finalistas do concurso da agência
Elite, o mesmo que revelou a top Gisele Bündchen. Lá, diferente do que acontece com os
dekasseguis, ela dividiu com três colegas um
apartamento amplo próximo ao badalado bairro
Roppongi.
Além de conseguir bons cachês, a futura vilã
do seriado Malhação e apresentadora do canal
Sportv vivenciou um episódio que pareceu antever seu futuro. Ao entrar na loja, foi abordada
por uma senhora com trajes típicos, que apontou
em uma caneta com nomes de várias cidades
do mundo o nome Hong Kong. “Dois dias depois
recebi o telefonema da agência no Brasil dizendo
que havia um convite para trabalhar lá. Não tive
dúvidas e aceitei. Fui e foi um sucesso. Trabalhei
muito e fiz um bom pé de meia”, lembra Fiorella,
que retornou do tour oriental fascinada por novos
Texto: Wilson Azuma | Fotos: Divulgação
modelos de telefones móveis, câmeras digitais e
players de áudio.
Diferenças
Arte, automobilismo, entretenimento e futebol
são outros segmentos em que a mão-de-obra
“made in Brazil” é bastante valorizada. Adaptarse ao sistema de trabalho, no entanto, exige empenho e boa-vontade.
O povo japonês é conhecido por ser extremamente profissional, rigoroso e formal. Beijinhos
para cumprimentar um cliente ou colega de trabalho? Nada disso. “Senti um pouco de falta de
calor humano. Ao mesmo tempo em que são
centrados e determinados, os japoneses são frios
e formais ao extremo”, analisa o guitarrista Jony
Gonçalves, que já passou duas temporadas na
província Fukuoka, onde, ao lado da esposa, a
bailarina paraguaia Miriam Galeano, foi convidado para ministrar cursos e realizar apresentações
de flamenco nos anos de 2005 e 2006.
O guitarrista Jony e sua esposa, a bailarina Miriam
Galeano, levam o flamenco para Fukuoka
Para quem supera essas diferenças, porém, o
retorno não é apenas financeiro. “Sou um cara
meio largadão, mas acabei aprendendo muitas
coisas”, acrescenta. Em negociações para viajar
novamente no próximo ano, ele nem pensa em
recusar. “Vale a pena, pois aqui não há muito
campo para o flamenco”, conclui.
11
12
esportes
“Ensinar o outro a ser campeão”
Conheça peculiaridades do sumô, esporte mais
que tradicional no Japão
“
Um estilo de vida”. Essa pode ser uma das
definições para os lutadores de sumô. Atividade que não se limita na ação física, mas
também, nos conceitos de filosofia, rituais e simbologias que o esporte nacional do Japão carrega
em seu contexto.
Na prática, cada elemento utilizado na luta tem
sua importância. A arena (Dohyô), onde acontecem as batalhas, por exemplo, recebe uma
cobertura de caráter religioso a fim de proteger
os praticantes e oferecer sucesso. Para concentrar energia, uma tina de madeira com água (Tikaramizu) é colocada ao lado do ringue.
Outra peculiaridade que chama a atenção é o
sal (Shiô) usado antes de cada confronto. Um
ingrediente usado na cozinha serve para purificar a plataforma quadrada de disputas, além de
eliminar maus espíritos e proteger os atletas de
contusões.
“É o retrato do Japão”, define o estudante Willian
Higuchi, 25, lutador de sumô amador há 20 anos.
“Poderia ficar aqui horas explicando cada significado”,
completa. E não é à toa, já que a história do esporte
nacional da terra do sol nascente mistura em seu
contexto cultura japonesa e a religiosidade.
A luta chegou às escolas e até as empresas
japonesas na crença de fortalecer a mente e melhorar o autocontrole. Atualmente, o sumô é praticado em vários países de todo o mundo.
Em terras brasileiras, os praticantes já não são
mais unicamente descendentes. Contudo, Willian
mostra que as tradições são mantidas por meio
de uma encantadora filosofia. “Ensinar a ensinar o
outro. Todos os atletas devem ser aptos a treinar
o colega a ser campeão”, discorre o lutador, que é
um dos mais instruídos da Associação dos Esportistas Amantes de Sumô de São Paulo.
“É um incentivo para se esforçar”, afirma o estudante Wagner Higuchi, 23, irmão de Willian. Os
dois revelam que o gosto pela atividade surgiu
das vitórias. Ambos foram influenciados pelo pai,
imigrante japonês fanático pelo sumô. “Era uma
brincadeira e logo, já estávamos treinando”, lembra Wagner, que iniciou aos 5 anos.
Embora repleto de valores, o esporte enfrenta
muitos preconceitos por conta da vestimenta, denominada como mawashi e o porte físico dos esportistas. Pouco se sabe que existe uma grande
diferença entre o amador e profissional. Mais
ainda, que o amador é o mais praticado e tampouco,
necessita ser gordo. Para praticar, basta apenas, boa
vontade.
“É um esporte como qualquer outro e não para obesos. Há muitos que praticam para manter a saúde ou
mesmo para emagrecer”, explica Willian.
Termos e curiosidades sobre o sumô
Dohyô – Local feito de terra batida para a
realização das lutas, coberto, e feito para
proteger os lutadores
Sal – Utilizado para purificar o ringue, o sal
protege os lutadores e elimina os maus espíritos
Yokozuna - A mais alta posição que um lutador de sumô pode chegar. São considerados
como representantes de deuses.
O-icho - Estilo de penteado que só pode ser
utilizado pelos yokozunas.
Água - Colocada em um recipiente de madeira ao lado do ringue, a água serve como
ritual para concentrar as energias dos competidores.
Tyon maguê - Penteado dos lutadores
Gyoji – São os árbitros das competições de
sumô. Vestem trajes típicos dos monges xintoístas.
Alimentação – O Chanko-nabe é um dos
alimentos preferidos dos sumotoris. Espécie
de sopa à base de carne, peixe, verduras e
legumes, e consumido todos os dias
okids
13
Livro apresenta animais japoneses em ilustrações e poesia
D
elicado e sensível lançamento para o público infantil, Japonesinhos apresenta a fauna que habita o outro lado do mundo em
forma de ilustração e poesia. Salamandras gigantes e macacos
do Japão são apresentadas com breves perfis e textos do poeta e
publicitário Lalau. As imagens são da artista plástica Laurabeatriz.
A obra leva às crianças, além de informações e curiosidades, noções de
respeito aos animais e consciência ecológica. Segundo Lalau, a fauna
japonesa é bem diferente da nossa. “São animais que povoam as montanhas cobertas de neve, as ilhas, as florestas e encantam todos pela
beleza e exotismo”.
A publicação, da editora Peirópolis, leva o selo do Centenário da Imigração Japonesa. O lançamento ocorreu em 28 de junho, na Vila Jardins,
em São Paulo. Com 32 páginas, pode ser adquirida no site da editora
(www.editorapeiropolis.com.br). O preço é de R$ 26,00.
Speed Racer inspira lançamentos para público infantil
Lojas oferecem de walkie talkie a jogos de carta para aproveitar o sucesso do longa
A
proveitando o sucesso de Speed Racer, desde maio nos cinemas, empresas começam a
lançar no Brasil brinquedos inspirados na animação japonesa do final da década de 60.
Com nomes como Susan Sarandon e Christina Ricci no elenco, a versão em longa produzida nos EUA tem sido responsável por reativar a paixão de antigos fãs e conquistar uma
nova legião de admiradores.
A Candide oferece uma linha completa de artigos, que vão de carrinhos em miniatura e guiados por controle remoto até laptops infantis, mini games, rádio, relógio e walkie talkie. São 13
produtos no total.
A saga do jovem ousado, que tenta conquistar o título mundial de pilotos a bordo do futurístico
carro Mach 5, pode também ter objetivos educativos. A líder do mercado de baralhos Copag já
colocou a venda o jogo do mico alusivo à série, que visa estimular o raciocínio das crianças.
As cartas trazem fotos dos atores caracterizados. Enquanto tenta formar pares e não ficar com
o “mico” na mão, o praticante pode conferir fotos de Emile Hirsch, na pele de Speed Racer, e
outros personagens da trama.
14
educação
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Intercâmbio de conhecimento - Unesp assina
acordo com Universidade Hakuoh, do Japão
O
reitor da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Marcos Macari, e o vice-reitor
da Universidade Hakuoh, do Japão, Joji Kamioka, selaram um compromisso
para o futuro. No dia 19 de junho, eles assinaram um Acordo de Cooperação Internacional de Desenvolvimento Mútuo, com o intuito de internacionalizar os câmpus
das instituições. A reunião ocorreu na reitoria da Unesp, em São Paulo.
O acordo prevê o estabelecimento de programas de intercâmbios de alunos e professores, por um determinado período, em diferentes áreas do conhecimento. “A parceria com a Universidade de Hakuoh, da província de Tochigi, amplia as oportunidades
para nossos estudantes e para a própria Unesp, com as possibilidades de trocas
culturais e tecnológicas”, salientou Macari.
A aproximação entre as universidades foi promovida pelo secretário de Esporte,
Lazer e Turismo do Estado de São Paulo, Claury Santos Alves da Silva. Em viagem
ao Japão, o secretário conversou com os dirigentes de Hakuoh, que demonstraram
interesse em ter estudantes brasileiros. “Ao chegar no Brasil, procurei o reitor Macari
para apresentar o interesse da universidade japonesa em fazer o intercâmbio. De
imediato, ele aceitou”, disse Alves da Silva.
Para se tornar uma universidade internacional, Hakuoh precisa destinar 30% de
suas vagas para alunos estrangeiros. “Em nossos câmpus, temos estudantes de 45
países, como Paquistão, Estados Unidos. Do Brasil, são 10”, explicou o vice-reitor
Joji Kamioka.
A Universidade de Kakuoh tem um papel de destaque na formação e preparação de
atletas nos esportes olímpicos e no beisebol. “Com a parceria, esperamos desenvolver projetos conjuntos em Educação Física e áreas afins”, disse Macari.
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multimídia
Bastidor do Nô - Por trás dos palcos
do espetáculo que hipnotizou São Paulo
A
Texto e fotos: Wilson Azuma
presença de um dos mais importantes e
fechados grupos de Nô do Japão deu um
brilho especial à noite de sábado paulistana. No segundo dia de apresentações da turnê da
Escola Hosho, em 28 de junho, os 800 lugares
do auditório do parque Ibirapuera foram tomados por gente de todo o tipo. Todos, ansiosos
para conhecer o trabalho de uma das principais
referências da milenar representação, que mescla dança, canto, poesia e teatro.
Grupos de Nô já estiveram em cartaz no Brasil.
Foi, no entanto, a primeira vez que alguns dos
mais conceituados artistas do gênero interpretaram um conjunto completo de obras. Entre as estrelas estavam Hajime Sano, mestre da Honsho,
e Shonosuke Okura, descendente de uma família
há 15 gerações nos palcos.
Na entrada, o casal Léo Ogata e Luciana Goya
aguardava ansioso. “Só ouvi por alto a respeito
(de noh), mas acho que vou gostar. Li que é preciso prestar bastante atenção para entender”,
comentou o jovem. “Não faz parte do nosso cotidiano, mas gosto de arte japonesa e procuro
entender”, acrescentou a namorada.
A Mundo OK teve acesso à restrita área de camarins, onde só era permitida a entrada de integrantes da trupe e poucos profissionais de produção.
A reportagem foi recebida pelo próprio mestre
Sano. Honrado por participar das atividades do
centenário da imigração, demonstrou absoluta
calma, mesmo há poucos minutos do início da
peça. “É uma oportunidade de aproximar mais o
Nô do povo brasileiro”, comentou.
Nos bastidores, nenhuma semelhança com a
movimentação frenética característica dos préespetáculos. A presença nipônica era nítida na
entrada dos camarins, com os chinelos típicos
organizados nas portas. Os atores conversavam
em tom baixíssimo. Alguns permaneciam concentrados. Os mais novos auxiliavam na preparação dos personagens principais. A sensação era
de que todos estavam prontos há séculos para
encarar a platéia no outro lado do mundo. É difícil
de acreditar que até pouco tempo atrás a Hosho
não se apresentava fora de seu país.
Ampliar os horizontes, por sinal, tem sido um dos
dilemas do Nô no século 21. Considerada arte
de elite no Japão, encontra pouco apelo entre os
jovens, principalmente pela dificuldade de compreensão dos textos. Essa forma de expressão
existe há 650 anos e tem sofrido pouquíssimas
alterações ao longo dos séculos. “É uma arte
distante das pessoas, com textos e poesias
relativamente complicadas. Por isso, é preciso
compreender um pouco para apreciar melhor”,
receitou Toshihiko Yabu, integrante do coro e ator
há 44 anos.
Para a turnê brasileira o grupo trouxe uma montagem de cinco peças de diferentes estilos para
mostrar as várias nuances do Nô. A famosa lenda
Hagoromo, do pescador que rouba o manto de
plumas de uma divindade, foi um dos momentos
mais emocionantes. O público pôde dar boas risadas com as trapalhadas do monge exorcista
itinerante de Fukuro Yamabushi, história do gênero cômico Kyogen. Um projetor exibiu os textos
traduzidos. Dança, canto, poesia, teatro, máscara, divindades, sacerdotes. Quem esteve no
Ibirapuera viu o melhor dessa arte considerada
pela Unesco Patrimônio Cultural Intangível da
Humanidade.
Após ser aplaudida de pé, a Escola Hosho se despediu de São Paulo. Dali, a trupe partiu para apresentações em Belo Horizonte, Ipatinga, Salvador
e Brasília, levando momentos da mais pura magia
da tradição japonesa. Na saída do parque, um rapaz
imitava para amigos os passos característicos dos
personagens. Se tivesse presenciado a cena, mestre
Sano teria indícios de que o objetivo de aproximar
sua arte dos brasileiros deu resultado.
17
18
mulher
Beleza nas mãos
Cuidado com as unhas mostra personalidade de mulher
F
rancesinha, curta, comprida, redonda, quadrada,
não importa como elas estejam. As unhas também passam por mudanças que acompanham a
moda e deixam as mulheres bem preocupadas.
Acompanhando ou não os estilos, as unhas mal
tratadas são sinônimos de mãos feias, descuidadas e envelhecidas. “A unha é o apêndice mais
duro do nosso corpo, porém está susceptível às
alterações das mais variadas, que comprometem
diretamente sua estética”, afirma o dermatologista,
Cesar Cuono.
Os cuidados começam com o corte, que nos cantos nunca deve ser profundo para não encravar.
Não se deve remover totalmente as cutículas, pois
a película tem a função de proteger contra fungos
e bactérias. A remoção freqüente e excessiva pode
levar às infecções repetidas e alterar a estrutura.
Esmaltá-las constantemente provoca o ressecamento e, como conseqüência, unhas quebradiças.
“Para prevenir, deve-se dar um intervalo - pelo menos de uma semana a cada três - no uso do esmalte e neste período, aplicar cremes hidratantes ou
óleos”, comenta o médico.
O aparecimento de linhas transversais ou longitudinais está ligado aos traumatismos constantes do
dia a dia.
Unhas descoladas e esbranquiçadas revelam a presença de micose causada por fungos ou ainda
psoríase. “Para identificar, é necessário um exame clínico e laboratorial, porém sempre há um tratamento para cada caso”, conclui o Dr. Cuono.
Banho
Aplicação de produto evita fungos e
bactérias em ofurô
A
o mergulharem na água quente do ofurô as pessoas correm risco de entrar em contato com
microorganismos que provocam uma série de doenças. A aplicação de produtos específicos, no
entanto, permite higienizar o local, proporcionando um ambiente livre de fungos e bactérias.
Ofurôs, assim como as banheiras em geral, apresentam condições de temperatura e umidade favoráveis à proliferação de seres microscópicos. Eles se alojam principalmente em pequenas fissuras,
que podem ser abertas até mesmo pelo ato de esfregar com esponja de modo inadequado durante a
limpeza. Resíduos corporais, além de restos de xampu, sabonete e queratina, essa última encontrada
nas superfícies cutâneas, unhas e cabelos, servem de alimentos para os agentes.
O resultado da exposição pode ser desde micoses e infecções até a candidíase, que provoca corrimentos, coceiras, vermelhidão e ardência ao urinar nos órgãos genitais femininos, mas pode afetar homens
também. Mulheres em gestação ou em fase de menstruação são mais propensas a contrair esse tipo
de problema.
Para evitar riscos, a higienização correta do ofurô é fundamental. A limpeza freqüente é necessária,
mas nem sempre resulta na eliminação completa dos fungos e bactérias. O combate pode ser feito por
meio de produtos específicos, que já são encontrados no mercado. A empresa Microban, por exemplo,
investiu em uma tecnologia antimicrobiana que, além de eliminar as chances de contaminação, protege
contra a formação das famosas manchas amareladas no acrílico.
mulher
Soluções para pele estão à mesa nikkei
Medicina ortomolecular utiliza ativos de alimentos
japoneses para combater ausência de nutrientes
S
Texto: Redação | Fotos: Divulgação
hitake e wasabi servem apenas de alimento? Se a pergunta for feita a um adepto da
medicina ortomolecular, a resposta será:
não necessariamente. Combinadas e aplicadas
em procedimentos estéticos, essas e outras
iguarias da cozinha japonesa têm o poder de
combater males, que vão do envelhecimento,
perda de viço e estresse às celulites, marcas de
expressão, queda de cabelo e gorduras.
As pessoas têm contato diário com uma grande
variedade de toxinas, ainda mais em ambientes
urbanos e poluídos. A fumaça de fábricas e automóveis, um filtro antigo do ar-condicionado e
o contato com produtos químicos são exemplos
de fatores que contribuem para o ingresso de elementos indesejados ao corpo. O ser humano carrega mecanismos de eliminação eficientes, mas
não é capaz de expulsar todo o acúmulo. Mesmo
as orientais, famosas pela suavidade e beleza dos
traços, estão sujeitas aos desgastes provocados
por essa exposição.
A novidade é que o ramo estético da medicina
ortomolecular descobriu que combinações de
ativos presentes em produtos usualmente consumidos pelos japoneses são capazes de eliminar as toxinas acumuladas e prover o corpo de
substâncias carentes. São vitaminas, minerais,
aminoácidos e óleos encontrados em alimentos
como arroz, shitake, alcaçuz, wasabi e chá verde.
“Somos seres químicos. A beleza é o resultado de
um organismo perfeitamente nutrido do ponto de
vista de sua química, e isso depende de nutrientes específicos”, explica Patrícia Gualberto, diretora da Revital System, de São Paulo. Ela destaca
que a clínica utiliza diversas especiarias do outro
lado do mundo em seus procedimentos. “Temos
inclusive um tratamento inspirado na beleza e cultura orientais, baseado nas características típicas
da pele japonesa”, acrescenta a especialista, que
aplica o sistema estético conhecido como Revital. Pela técnica, o paciente recebe aplicações
de produtos naturais, massagens terapêuticas e,
paralelamente, são utilizadas ferramentas tecnológicas para controle, diagnóstico e personalização dos
tratamentos. O resultado são peles frescas, suaves,
claras e sem manchas.
A ausência de nutrientes entre os brasileiros é um
problema sério detectado por uma pesquisa conjunta da USP com a Unifesp. Realizado em 150
cidades de cinco regiões, o estudo apresentou
resultados assustadores, como a baixa ingestão
de vitaminas E em 99% das pessoas analisadas
- a incidência em relação ao cálcio e à vitamina
C chega a 90%. Saber que a aplicação de itens
presentes nas mesas nikkeis pode ajudar a suprir
essa defasagem é uma boa notícia.
Máscara de arroz combate da oleosidade à acne
O
arroz possui propriedades
nutritivas que auxiliam na
limpeza da pele, ajudando
a controlar a oleosidade, fechando
os poros e devolvendo o vigor
ao rosto. Rico em proteínas, vitaminas, ferro, zinco e cálcio, o
alimento mais consumido pelos
japoneses é aplicado por meio
de máscaras. É indicado também
para combater a acne e manchas
provocadas pela exposição ao sol.
A ex-integrante do grupo Rouge
passou pelo tratamento na clínica
Revital System.
Revital System
Av. dos Eucaliptos, 704 Moema, São Paulo
Tel (11) 3459-7166
www.revital.com.br
19
20
entrevista
Entrevista com a Miss Tanabata-Yukata
Texto: Laysa Camillo | Foto: Cosplayers.net
N
o ritmo das comemorações do centenário da
imigração, a Revista Mundo OK entrevista a
Miss Tanabata 2008, Layla Carvalho, que acompanhará as atividades da mais tradicional festa japonesa
no bairro da Liberdade, o Festival das Estrelas.
Revista Mundo OK: Fale um pouco
sobre você.
Layla Carvalho: Meu nome é Layla
Carvalho, acabo de completar 24 anos
e não sou descendente de japoneses.
Trabalho como professora de Geografia
e coordenadora de palco em eventos de
anime e mangá. Sou vegetariana e namoro
há quatro anos.
OK: E como foi a sua aproximação com a cultura japonesa?
Layla: Desde pequena, sempre ia ao bairro da Liberdade com minha
família. Via tudo com muita curiosidade, mas não me sentia incluída. Foi
apenas na universidade, quando conheci meu namorado, que é mestiço,
que comecei a me aproximar da cultura pop japonesa. A partir daí meu
interesse só aumentou.
OK: Como ficou sabendo do concurso Miss Tanabata?
Layla: Pela internet. Achei a proposta interessante e apesar de nunca ter
participado de nada do tipo, resolvi me inscrever. Diverti-me bastante e
fiquei muito surpresa e feliz com o resultado!
OK: O que representou, para você, uma ocidental ter ganhado
um concurso japonês tradicional?
Layla: Representou o quanto a comunidade está aberta aos brasileiros
que respeitam e admiram a cultura. Neste ano de tantas comemorações,
ficou bem claro o quanto os hábitos e costumes japoneses estão presentes na vida de todos. Acredito que o resultado do concurso mostrou bem
esse intercâmbio de conhecimento e respeito à diversidade.
OK: Seu cosplay no concurso era de Branca de Neve. Você é
cosplayer há muito tempo?
Layla: Não. Na verdade, eu prefiro trabalhar nos concursos de cosplay a
participar deles. Outras finalistas, como Loren ‘Lola’, Thais ‘Yuki’ e ‘Lucy’
Reimão, são cosplayers famosas e competentes, e eu adoro o trabalho
de todas. Gostei bastante da experiência de vestir um cosplay, mas não
sei quando irei repeti-la.
OK: O que espera do Festival das Estrelas? (a entrevista foi
realizada antes da realização do festival)
Layla: Espero uma festa lindíssima, cheia de cores, sons e significados.
Acredito que todos os visitantes ficarão encantados e cheios de sentimentos bons. E torço para que os desejos de todos tornem-se realidade!
OK: O que gostaria de dizer para encerrar esta entrevista?
Layla: Gostaria de agradecer toda a comunidade japonesa, que confiou
em mim para representar algo tão lindo e importante. Sinto-me honrada.
Você confere no site www.ohayo.com.br uma entrevista exclusiva com
Suzana Mayumi Sadatsune, a Miss Simpatia do Miss Tanabata-Yakata. E
na próxima edição da revista Mundo OK você poderá ler toda a cobertura
sobre o que ocorreu na edição deste ano do Tanabata, o Festival das
Estrelas da Liberdade.
21
22
saúde
Mercado de trabalho para profissionais técnicos tornase cada vez mais uma opção segura e econômica
J
ovens que concluíram o ensino médio buscam êxito em profissões de rápida inserção no mercado
de trabalho.Contudo, não são somente os jovens que optam pelos cursos técnicos, mas também
profissionais formados em diversas áreas que procuram alternativas que proporcionem uma garantia a mais no mercado de trabalho.
Constata-se que esta procura pelos cursos técnicos na área da saúde, mais específico em massoterapia
e acupuntura, tem aumentado a cada ano devido a vários fatores: são mais baratos que as faculdades,
menos tempo de duração, saturação de profissionais em algumas áreas, a baixa remuneração e falta
de identificação com a carreira escolhida.
A demanda existente no mercado por pessoas com formação técnica está em alta devido a carência de profissionais qualificados, que possam oferecer de forma prática e com amplo conhecimento na prestação destes
serviços a sociedade brasileira.
O cliente hoje, esclarecido e exigente que se preocupa mais com a sua qualidade de vida, tem procurado os
serviços de massagem e acupuntura pela eficiência e resultados satisfatórios que estas técnicas oferecem.
Esta conscientização se reflete no aumento de clínicas especializadas e empresas que estão colocando em
seus programas de qualidade de vida a prestação de serviços de massagem, acupuntura e spiral taping.
Para atender este aumento de demanda é necessário que o profissional tenha uma formação técnica,
ou seja, que tenha feito curso em escola devidamente reconhecida pela Secretaria da Educação que
exige uma carga horária mínima de 1.200 horas,
só assim o profissional poderá atuar com segurança ofertando um trabalho de alto nível e com
resultados satisfatórios.
Atualmente existem clínicas especializadas em
ofertar os serviços de massagem e acupuntura
em suas unidades e no setor corporativo, mas
que só contratam os profissionais técnicos, é
o caso do Grupo Oriental, formado pela EOMA
– Escola Oriental de Massagem e Acupuntura,
responsável pela formação técnica de profissionais confiáveis, comprometidos com o seu
trabalho e que ofereçam serviços de qualidade indiscutível, e Clínica Oriental que viabiliza trabalho
aos alunos da EOMA que se destacam e atendem
o perfil do grupo, seja em suas clínicas ou mesmo
em empresas dos mais diversos segmentos.
Diante da saturação de profissionais que
freqüentemente se formam nos mais variados
cursos técnicos e universitários, os massoterapeutas e acupunturistas estão levando vantagem. São especialistas técnicos que driblam
o desemprego e a concorrência encontrando
oferta de empregos nos mais variados pontos de
atendimentos, até mesmo em clínicas dentro de
shoppings completando o seu mix de serviços,
que já contam com alimentação, segurança, entretenimento, vestuário e também espaços de
bem estar.
Em pesquisa feita em instituições de ensino técnico
quanto ao perfil do aluno, percebe-se que muitos anseiam cursar o ensino superior, porém por problemas
financeiros e receio em não conseguirem entrar no
mercado de trabalho, optam pelo curso técnico, por
meio dele conseguem uma boa remuneração para
investir em curso de graduação ou complementares,
e até mesmo para continuar atuando na área de sua
formação técnica.
[
23
beleza
Linha Revecy-BR da Yakult Cosmetics traz o diferencial
da biotecnologia em tratamento da pele facial
C
om o diferencial da biotecnologia, a Yakult Cosmetics apresenta a linha Revecy-BR de tratamento facial para atender à mulher brasileira, com produtos de
eficácia comprovada que atuam nas necessidades fundamentais da pele, protegendo-a contra as agressões externas e influências da idade. É um tratamento diário
indispensável para a saúde da pele, apresentando-se como um resgate natural à sua
vitalidade. Possui na sua formulação o trio de hidratação:
[
1-Complexo S.E.â - Princípio ativo exclusivo obtido
através da Biotecnologia de fermentação do leite pelos
lactobacilos, equilibra a acidez da pele, deixando-a saudável e
hidratada.
2-Hialuronato de Sódio – Componente com alta capacidade de hidratação obtido através
da Biotecnologia de fermentação, tem ação sinérgica com o Complexo S.E.â mantendo a hidratação da pele por muito mais tempo.
3-Dual Moist Balance (DMB) – Resulta da associação de dois Alfa-Hidroxiácidos
(AHA´s) – ácido glicólico e ácido láctico, na proporção ideal para se obter maior eficácia das
propriedades do Complexo S.E.â. Ativa o metabolismo celular melhorando a textura e a maciez
da pele.
4- Extrato de Alcaçuz – Atua como agente calmante e suavizante, apresentando propriedades cicatrizantes e auxiliando na recuperação do equilíbrio da saúde da pele.
5- Vitamina E – Antioxidante que ativa a formação de colágeno e elastina, minimizando as
rugas.
A combinação desses ingredientes com outros
ativos naturais e específicos fazem a diferença
na aplicação de produtos a cada tipo de pele, a
linha é composta por onze produtos RevecyBr
dermatologicamente testados e que se destinam
à demaquilação, hieginização, tonificação e hidratação, até nos cuidados complementares de
nutrição e massagem da pele facial.
24
prevenção
Problemas de audição ocorrem em todas as idades e o melhor
caminho é a prevenção
Problemas auditivos são mais sérios do que se imagina, mas podem ser superados
com diagnóstico e com ajuda de tecnologia de ponta
M
uita gente imagina que os problemas de
audição são apenas “conseqüências da
idade”.Preocupam-se com a estética,
com o colesterol, com a visita ao cardiologista ou
ao dentista, mas não sabem que entre esse cuidados, tão importantes para ter uma vida saudável,
é fundamental incluir a realização de um simples
teste audiométrico, um exame rápido e barato,
que pode evitar problemas desagradáveis para a
pessoa em qualquer fase de sua vida.
Quem nos apresenta dicas importantes sobre os
cuidados com a audição é a equipe do Centro Auditivo Bradex, empresa com 44 anos de experiência em aparelhos auditivos e que já atendeu mais
de 12 mil clientes. Na fase adulta, as pessoas
estão expostas a muitos fatores que podem provocar a perda da audição como a ingestão de
substâncias OTOTÓXICAS ( alguns antibióticos,
café, diuréticos, alguns analgésicos, entre outras
), alimentação com excesso de sal e gorduras,
doenças como diabetes e hipertensão.
A tendência das pessoas é não prestar muita
atenção quando o problema começa. No início
basta aumentar o som da TV, fazer o chefe repetir
o que disse durante a reunião, até mesmo fingir
que entendeu, ou pedir para seu interlocutor falar
mais alto.
Já com as crianças, os cuidados com a audição
devem começar na gestação fazendo um bom
acompanhamento médico, e serem intensificados durante o aleitamento para que sejam evitadas otites.
Muitas crianças apresentam baixo rendimento
escolar e acabam ganhando uma série de dificul-
dades que poderiam ser evitadas com a verificação se há algum problema auditivo.
A falta de audição interfere nos relacionamentos da pessoa em todas as situações, cria problemas
de equilíbrio e de localização espacial e provoca até mesmo sérias brigas familiares. São conhecidos
também os quadros depressivos acompanhados de muita irritabilidade, lapsos de memória, insônia
... em decorrência da perda auditiva que pode se dar em diferentes graus . Além disso, quanto mais
precoce for a descoberta do problema, maiores serão as chances de se utilizar um aparelho quase
imperceptível.
“Atualmente está bem mais fácil compensar a perda auditiva através de aparelhos internos de alta
tecnologia, não apenas por causa da baixa nos preços destes equipamentos, mas também pela
possibilidade maior de se importar mais e melhores equipamentos, podemos dizer que houve uma
democratização dos aparelhos auditivos.”
Sendo assim, o melhor é marcar uma consulta , sem compromisso, com a equipe bem treinada da
BRADEX, e conhecer todas as novidades disponíveis nesta área.
25
novidades
Novas lanternas suzuranto trazem mais identidade à Liberdade
Até novembro os 432 postes e 1.206 globos das ruas do bairro estarão
totalmente renovados
D
entro de pouco tempo o bairro da Liberdade
estará de visual novo. Com maior poder de
iluminação proporcionada por lâmpadas de
vapor metálico que fazem parte das novas lanternas suzuranto, o local estará mais oriental do que
nunca. As primeiras luminárias orientais foram
instaladas em algumas ruas na década de 70. As
peças, antes de vidro, estão sendo substituídas
pelas de polietileno, mais resistente
A substituição dos equipamentos pela Secretaria
Municipal de Serviços, através do Departamento
de Iluminação Pública (Ilume), atende ao pedido
dos comerciantes e da Associação Cultural e Assistencial da Liberdade - ACAL. Todo o processo
burocrático para viabilizar as obras foi agilizado pelo
vereador Ushitaro Kamia (DEM), um dos grandes
incentivadores da cultura japonesa e da união dos
laços que ligam Japão e Brasil. ‘A Liberdade vai ficar cada vez mais bonita’, disse Kamia
ao destacar que além das lanternas, as fachadas
dos imóveis estão sendo restauradas através
da parceria público/privada, o que dará maior
característica ao bairro. Estão sendo aplicados na
operação cerca de R$ 1,2 milhão.
As mudanças ocorrem na Praça da Liberdade,
parte da rua Galvão Bueno (do tori - portal - até
a praça) e de três pontos da rua dos Estudantes.
Para o diretor da divisão de manutenção da
Ilume, Luís Carlos Nogueira, a realização das
reformas não poderia chegar em melhor hora.
‘O resgate da iluminação decorativa contribuiu
bastante para as comemorações do Centenário
da Imigração Japonesa’.
Segundo o vereador Kamia, a Liberdade tem
potencial para se tornar uma referência mundial como Chinatown ou Japantown, nos
Estados Unidos, uma vez que a comunidade
japonesa no Brasil é a maior do mundo. ‘A nova
reforma é responsável pelo reforço da identidade japonesa e, conseqüente, para a riqueza
e diversidade cultural de São Paulo. Não faz
sentido a ocidentalização ou substituição dos
suzurantos por equipamentos mais funcionais.
Afinal, nós brasileiros somos mestres - como
nenhum outro povo - em assimilar tradições e
costumes’, explicou.
26
gastronomia
Experimentando sabores milenares
Características da própria cozinha oriental permitem a harmonização de sabores,
texturas e cores também em épocas de temperaturas mais amenas
E
m se tratando da culinária japonesa, comida
leve nem sempre é sinônimo de calor e frescor. As diferentes combinações de iguarias
orientais, das clássicas às mais exóticas, são
igualmente aproveitadas em estações mais frias,
como outono e inverno, com pratos quentes.
É o que pode ser conferido no cardápio de restaurantes como o Noyoi, há nove anos na Vila Olímpia, que possui opções de peixes e carnes grelhadas típicas da cozinha oriental. As sugestões
ficam por conta do Filet Thai com legumes salteados (R$ 21,50); Lula Salteada com cogumelos
e vinho oriental (R$ 33); Risoto de arroz de jasmin
com curry e frango (R$ 15); Salmão grelhado com
shimeji sobre fatias de abacaxi (R$ 45); Salmão
grelhado com purê de batata com wasabi e molho de ostra – foto (R$ 28,50); Tiras de filet com
shimeji e cebola sobre gohan (R$ 31).
No restaurante Kanji, com unidades em Moema
e Jardins, além dos tradicionais Tempurá (de
legumes, R$ 20; camarão, R$ 35; ou misto, R$
29) e Yakissoba (carne, R$ 14; frango, R$ 23; frutos do mar, R$ 18; e legumes, R$ 21). Entre as
sugestões, Salmão recheado com shimeji (R$ 29)
ou com camarão (R$ 30); Filet de frango grelhado
com molho de agrião e risoto de pêra e nozes
(R$ 26); Linguado ao champagne recheado com
shimeji, maçãs caramelizadas e arroz com ervas
(R$ 30); Camarão com frutas grelhadas e gengibre (R$ 33). Todos os pratos incluem dois acompanhamentos à escolha (missoshiro, shiro gohan,
yakimeshi, risoto de shimeji, risoto de alho-poró,
tofu à milanesa e salada caesar, califórnia ou caprese).
Uma alternativa às clássicas iguarias orientais,
o nipo-peruano Shimo traz pratos diversificados,
como o Trio Peruano (três mini medalhões de
filé mignon com três salsas peruanas – emulsão
picante de rocoto, salsa de aji, panca e salsa
criolla - R$ 29); Pescado arquipeño (filé de peixe
branco com salsa criolla, arroz verde peruano e
chupe de camarones, R$ 33); Salmão shimo
Texto e Fotos: Divulgação
(salmão grelhado com aspargos e camarão flambado acompanha espaguete ao shimeji, R$ 31).
Com nova unidade em Moema, o Mori oferece opções das mais simples, como o Lombo ao curry (R$
21,60) e o Champon (sopa tradicional japonesa, preparada com macarrão lamen, legumes, frutos do
mar e kamaboko – massa de peixe prensada, R$ 25,90); passando pelo exótico, como o Teppan de lula
com nirá (broto de alho japonês – R$ 26,40), e chegando aos pratos vegetarianos, como o Teppan de
tofu (R$ 16,20) e o Yakissoba vegetariano (macarrão japonês frito, legumes, shitake, cubos de tofu e
gergelim, R$ 27,90).
Serviço
Mori
Noyoi
Shimo
Endereço: Rua Gomes de Carvalho, 1.165, Vila
Olímpia – São Paulo – SP.
Telefone: (11) 3044-2643
Endereço: Rua Gaivota, 1.488, Moema – SP.
Telefone: (11) 5532-0181
Endereço: Rua Jerônimo da Veiga, 74, Itaim Bibi
– São Paulo – SP.
Telefone: (11) 3167-2222
Kanji
Endereço: Alameda Lorena, 1.379, Jardins
– São Paulo – SP.
Telefone: (11) 3062-0585
Endereço: Rua Canário, 683,
Moema – São Paulo – SP.
Telefone: (11) 5055-1355
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comunidade
Emoção e homenagem aos primeiros imigrantes
No Sambódromo, 25 mil pessoas aplaudem de pé Naruhito
A
passagem do príncipe Naruhito por São
Paulo mostrou que os descendentes de
japoneses se engajaram nas comemorações do Centenário. A solenidade oficial realizada
no dia 21 de junho emocionou o público, que
aplaudiu de pé o herdeiro do trono japonês. No
total, 25 mil pessoas estiveram no Sambódromo
para conferir a passagem da comitiva imperial.
Mais de 19 mil pessoas colaboraram voluntariamente com o evento, compondo os bastidores,
as apresentações e a organização. Caravanas e
famílias vieram de vários cantos do estado para
prestigiar a festa, mas nem a distância e nem a
chuva impediram o público de presenciar um dos
momentos mais importantes das comemorações
do centenário.
O evento foi dividido em três partes, todas com
apresentações feitas por grupos de até 3000 pessoas compostos por entidades de todo o estado.
A primeira parte trouxe diversos shows de dança,
música, artes marciais e ginástica rítmica japonesa. Roupas coloridas e apresentações típicas surpreenderam o público pela dimensão dos grupos
que chegavam a ocupar toda a pista.
A segunda parte era o momento mais esperado
pelas 25 mil pessoas que lotavam o Sambódromo. O príncipe Naruhito desfilou em carro
fechado e foi recebido por uma platéia que, em
silêncio absoluto, respeitosamente acolheu o
representante da Família Imperial Japonesa.
Em seu discurso, Naruhito citou o início da
imigração japonesa ao Brasil e os dekasseguis
que vivem hoje no Japão. Comentou, ainda, a importância do centenário para o fortalecimento da
relação entre os dois países e finalizou o discurso
com um “muito obrigado” em ótimo português.
O príncipe assistiu ao desfile da banda da Marinha
Japonesa e da Polícia Militar de São Paulo, seguido pela Cavalaria. Houve, também, o acendimento da pira da Tocha da Amizade, apresentação
da dança do centenário e de um coral com mais
de 3000 vozes que entoou canções japonesas e
brasileiras.
O encerramento da segunda parte ficou por conta
da vibrante apresentação de taiko com mais de
1000 pessoas que fascinou e emocionou o público, inclusive o príncipe. Após uma breve despedida, Naruhito se retirou e seguiu para um jantar
oferecido pelo governador José Serra no Palácio
dos Bandeirantes.
A terceira parte foi um desfile carnavalesco
que contou um pouco da história da imigração
japonesa e a integração das culturas ao longo
desses 100 anos. A última parte da solenidade
oficial foi marcada por uma característica peculiar, vídeos e animações que complementavam o
espetáculo, como a versão virtual de Tikara que
animou o público
“Há cinco anos, nós tínhamos apenas um sonho.
Aos poucos esse sonho foi se tornando sonho de
milhares de pessoas e, graças à colaboração e
trabalho de todos, tornou-se realidade. Vimos no
rosto de cada um o orgulho que sentiam em participar dessa festa, dividindo um só sentimento.
O príncipe Naruhito desfilou em
carro fechado e foi recebido por
uma platéia que, em silêncio
absoluto, respeitosamente
acolheu o representante da Família
Imperial Japonesa.
O desfile contou com a participação de cerca de
600 pessoas, voluntários e integrantes da Escola
de Samba Unidos de Vila Maria, que entraram no
Sambódromo ao som de Joe Hirata, Karen Ito e
Edson Saito, juntamente com o puxador Fernando e a bateria da Escola. Um show de fogos de
artifício encerrou um dos principais eventos do
centenário da imigração japonesa no Brasil.
A chuva foi a lágrima dos velhos imigrantes de
alegria e agradecimento. Estou profundamente
emocionado”, disse Kokei Uehara, presidente da
Associação para Comemoração do Centenário da
Imigração Japonesa no Brasil.
comunidade
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marcam Centenário em São Paulo
Em jantar, governador José Serra entrega instrumentos para príncipe
Não foram só apresentações culturais que fizeram parte da programação do príncipe em São Paulo.
Nos encontros formais com lideranças e autoridades do Estado, Naruhito pôde pro provar pratos típicos
brasileiros, além de receber presentes e lembranças.
Um dos encontros que mais provocou surpresa foi o jantar com o governador José Serra, no dia 21 de
junho, na sede do Governo do Estado. Na ocasião, o governador presenteou o herdeiro do trono japonês
com uma viola fabricada no interior paulista. Para cuidar de cada detalhe do encontro, que é parte das
comemorações do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil, o cerimonial do Palácio dos Bandeirantes começou a trabalhar há seis meses.
“Foram 781 os imigrantes do Kasato Maru em 1908. Este número hoje chega a 1,5 milhão de pessoas”,
observou o governador José Serra referindo-se à comunidade japonesa no Brasil. “O trabalho, a inteligência e a persistência dos japoneses”, completou Serra, “acrescentaram à sociedade brasileira um
Protocolo rígido foi uma das
marcas
O cuidado para receber a autoridade japonesa foi
percebido em cada detalhe: a mesa, o cardápio,
os enfeites, o presente que será entregue e o
preparo e a vestimenta da equipe do cerimonial.
“A cultura japonesa já é muito diferente da nossa
e, nesse caso, trata-se do príncipe herdeiro, da
família imperial. A Casa Imperial tem um protocolo muito específico dentro da etiqueta japonesa.
Isso, para nós, é um universo muito diferente”,
destacou a chefe do cerimonial do Governo do
Estado, Claudia Mattarazzo.
inestimável patrimônio artístico, científico, econômico e esportivo”. O governador lembrou que o judô,
ensinado pelos japoneses, rendeu ao país 12 medalhas olímpicas, sendo duas de ouro.
O governador disse que o Brasil é o sétimo maior parceiro comercial do Japão no mundo e é também
o destino de quase 50% de seus investimentos na América Latina. “Um elo econômico importante
entre o Japão e São Paulo é o papel do Banco de Desenvolvimento e Cooperação Japonês. O banco
está desempenhando um importante papel em financiamento de obras, trens, sistemas de metrô e de
transporte ferroviário na região da Grande São Paulo”, destacou Serra.
Naruhito disse que “São Paulo é o memorável estado onde a relação amistosa entre o Japão e o Brasil
teve início” há 100 anos e que o Estado vem desempenhando um importante papel de ponte entre
os dois países até hoje. Ao comentar que esta era sua última noite na capital paulista, Naruhito citou
algumas das passagens memoráveis pela cidade, como a apresentação da Osesp (Orquestra Sinfônica
do Estado de São Paulo), o encontro com estudantes da Faculdade de Direito da USP, e a visita à escola
estadual Cidade de Hiroshima, onde conheceu o Projeto Viva Japão.
“Sem esquecer da gratidão pelos paulistas que acolheram calorosamente os imigrantes japoneses,
desejo sinceramente que as relações intrínsecas entre o Japão e o Brasil se ampliem cada vez mais no
futuro”, concluiu o príncipe.
Logo após o jantar, os cerca de 300 convidados foram presenteados com obras de Mozart e Villa Lobos executadas pelo Quarteto de Música Camargo Guarnieri com Elisa Fukuda. Surpreendendo os presentes, o príncipe quebrou o protocolo e tocou com uma viola do quarteto o primeiro movimento da
Serenata Noturna de Mozart.
A assessora do cerimonial Christine Starr lembrou
que o jantar foi planejado desde janeiro. “Não
pudemos fazer nada sem consultar a Casa Imperial”, disse. De acordo com o protocolo japonês, o
príncipe não toca nos presentes, tanto os que oferece quanto aqueles que recebe. O cerimonial do
Estado conseguiu, depois de muita negociação,
que o presente oferecido pelo governador fique
exposto. O príncipe recebeu uma viola construída
por jovens que participam de curso de luteria no
Conservatório de Tatuí.
Além disso, o cerimonial teve de enviar à Casa
Imperial currículos dos convidados que ficaram
na mesa do príncipe e croquis de todo o percurso
da visita. “Quando os responsáveis pelo preparo
da vinda do príncipe, por parte da Casa Imperial,
vinham ao Palácio, eles desenhavam tudo. Depois, pediam que mandássemos croquis”, contou
Starr.
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comunidade
Brinde aos nipo-paranaenses
Estado com segunda maior concentração de nikkeis, Paraná homenageia príncipe
A
paisagem colorida das Tanabatas (estrelas) e as Sakura (cerejeiras), ambos símbolos da cultura japonesa confeccionados
pelos organizadores do Imin 100, deram o tom da
solenidade no Parque Temático Yume, em Rolândia, local que recebeu a visita de Naruhito.
Naruhito participou no início da tarde do último
dia 22 do lançamento da pedra fundamental do
parque e inaugurou o monumento do Imin 100,
junto com o vice-presidente José de Alencar, o
governador Roberto Requião e o coordenador
executivo do Imin 100 Paraná, Luis Carlos Adati.
Após a cerimônia de inauguração, o herdeiro do
trono japonês plantou uma muda de cerejeira,
passou pelo museu de imigração e também participou da oferenda de flores no monumento dos
pioneiros, no local onde será construído o Parque
Yume, no prazo de dois anos, em uma área de
nove mil metros quadrados. Depois disso, Naruhito iniciou a cerimônia oficial dos 100 anos
da Imigração Japonesa no Brasil no Imin Center,
localizado ao lado do Parque.
Ao encerrar sua fala com um “muito obrigado”,
em português mesmo, o príncipe Naruhito
agradeceu em seu discurso a “calorosa” receptividade que encontrou no Paraná e a acolhida do
povo brasileiro – e paranaense – aos imigrantes
japoneses. “A recepção foi muito calorosa, não
só [por parte] dos imigrantes japoneses e seus
descendentes, como também dos brasileiros”,
salientou Naruhito, que também afirmou desejar
que a relação bilateral entre Brasil e Japão seja
cada vez mais intensificada.
O príncipe disse que se sentirá satisfeito se sua
visita ao país for útil ao estreitamento das relações entre os dois povos. “Se a minha visita contribuir para isso, ficarei muito feliz”, declarou. Na
avaliação dele, o Brasil de hoje está mais avançado em comparação com a vez anterior em que
ele esteve no país. “Comparando com a primeira
visita, há um quarto de século, diante dos olhos
vejo o Brasil de hoje alcançando cada vez mais o
progresso”.
Tradição e Modernidade
O Parque Temático Yume terá uma área de 9
mil metros quadrados. A proposta é contar a
história da imigração japonesa desde a chegada
dos primeiros imigrantes, no navio Kasato Maru,
até os dias atuais. O projeto, elaborado pelo escritório de arquitetura de Marilda Marchiori e
Zeca Repette, é grandioso e prevê a utilização de
muitos recursos tecnológicos. Para parte de sua
construção já foram empenhados R$ 10 milhões,
recursos provenientes do Governo Federal
“A recepção foi muito calorosa,
não só [por parte] dos imigrantes
japoneses e seus descendentes,
como também dos brasileiros”,
salientou Naruhito.
O parque contará com oito espaços. Em três deles
será contada a história da imigração até os dias
atuais de forma interativa, para fazer com que
o visitante se sinta parte dela. “Não será como
num museu onde há apenas a exposição de fotos, documentos, objetos”, explica a arquiteta. A
primeira estação, por exemplo, na qual é contada
a chegada do navio Kasato Maru, há um mar de
tsurus, ave símbolo do Japão, e a imagem da embarcação projetada em dimensões grandiosas.
Em terras paranaenses, príncipe saudou multidão de
75 mil pessoas em Rolândia; em Maringá, Naruhito
aprecia ipê plantado há 26 anos, durante passagem
pelo Estado
Além das estações, haverá também um espaço
dedicado a brinquedos tecnológicos, restaurantes com parte projetada sobre um lago, e uma
praça que mescla elementos da cultura japonesa
e brasileira. O conceito que fundamentou o projeto, segundo Marilda Marchiori, é o da miscigenação das culturas e da evolução que ela permitiu e
ambos os países.
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especial capa
Festival do Japão
Maior festa nikkei do mundo celebra o centenário
D
egustar iguarias de várias regiões do arquipélago mais famoso do planeta virou programa anual
de muitos brasileiros. Eles sabem que não é necessário atravessar oceanos, nem freqüentar
dezenas de restaurantes para apreciar pratos tão diferentes quanto o kaki no hazushi e o yakitori,
típicos das províncias de Nara e Fukushima, respectivamente. O Festival do Japão traz tudo isso e vai
além. Com atrações que vão dos shows de percussão, o taiko ao concorrido concurso de miss, o maior
evento organizado por nikkeis no mundo deve levar mais de 200 mil pessoas ao Centro de Exposições
Imigrantes, em São Paulo (SP), entre os dias 18 e 20 de julho.
Organizador da festa, o Kenren (Federação das Associações de de Províncias do Japão no Brasil),
não poupou esforços para transformar a 11ª edição na maior já realizada. A estimativa de gastos com
infra-estrutura e atrações atingiu o volume recorde de R$ 1,2 milhão, bancado principalmente pelas
empresas patrocinadoras.
Texto: Wilson Azuma | Fotos: Maurício Piffer
Ao contrário dos últimos anos, o Festival irá
ocupar a totalidade dos 40 mil m² do Centro de
Exposições. O aumento da utilização da área
permitirá uma melhor adequação dos sete espaços temáticos: cultura, gastronomia, centenário, shows e eventos, criança, melhor idade e
amizade.
Entre as atividades realizadas nesses locais,
haverá palestra sobre etiqueta japonesa à
mesa, workshop de papel washi, demonstração
de cerimônia do chá, exposições e shows de
música. Para quem quer ver beleza, o concurso
Miss Festival do Japão costuma revelar modelos
orientais para o mundo fashion. Outra novidade
será a participação do Sebrae, que promoverá
seminários sobre negócios durante os três dias.
O presidente do órgão dos micros e pequenos
empresários, Paulo Okamoto, estará presente.
No Espaço Criança, a dica é levar os filhos para
tirar fotos ao lado dos mascotes do centenário
Tikara e Keika, que ficarão no estande da Turma
da Mônica. O desenhista mais conhecido dos
brasileirinhos, Maurício de Souza, fará uma sessão de autógrafos.
Carro-chefe
A área de alimentação segue como o principal
chamariz da festa. A diversidade gastronômica
será apresentada em 52 barracas, cada qual sob
responsabilidade de uma associação de província (kenjinkai). “A intenção é mostrar e divulgar a
cultura de nossa região”, destaca Marcelo Ariga,
coordenador da associação de Gunma.
especial capa
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Político não tem vez
O Festival irá ocupar a totalidade
dos 40 mil m² do Centro de
Exposições. O aumento da utilização da área permitirá uma melhor
adequação dos sete espaços
temáticos: cultura, gastronomia,
centenário, shows e eventos,
criança, melhor idade e amizade.
Para quem não quer ousar, pratos mais comuns,
como yakissoba, gyoza e yakitori, poderão ser
encontrados facilmente. Cada barraca, no entanto, deve oferecer pelo menos uma iguaria da
província que representa. Na de Nara, o kaki no
hazushi, espécie de sushi que leva folha de caqui, é um dos mais procurados. “É uma receita
originária que incorporamos no nosso menu.
Sempre tem gente fotografando quando passa
por lá. Quem prepara é a senhora Yoshizawa, que
tem 90 anos”, explica Nazira Rodrigues Matsuda,
que organiza a barraca há sete anos.
Uma das preocupações é não transformar
o palco do Festival em palanque. Em ano
de eleições municipais, a organização quer
evitar o clima de campanha. Um alerta aos
políticos nikkeis. Segundo o coordenador
Keiji Kato, apenas o governador José Serra e
o prefeito Gilberto Kassab irão discursar durante a abertura. “Não haverá política. Quem
for candidato não pode subir”, garante.
Adequação às normas
Algumas modificações foram feitas para
adequar o Festival à legislação para grandes
eventos. A mais polêmica diz respeito ao
consumo de bebidas alcoólicas, que serão
servidas e consumidas em áreas específicas. Outra alteração diz respeito aos botijões
de gás, que não poderão ser utilizados individualmente em cada barraca. Uma empresa
parceira levará um caminhão e fará as instalações necessárias.
Diversidade de público
Ao contrário de muitas festas da comunidade, o Festival do Japão atrai não só os
nipo-descendentes. A estimativa é de que
mais da metade das 200 mil pessoas esperadas nos três dias de evento não tenha
qualquer parentesco com japoneses.
Quem faz a festa
O Kenren agrega associações que representam
no Brasil 46 das 47 províncias japonesas. São
elas as responsáveis pelo Festival, que mostra a
diversidade e o regionalismo nipônico. Essas entidades, presentes em regiões de grande concentração de nikkeis, têm estrutura e características
diferentes umas das outras. A poderosa Associação Okinawa Kenjin do Brasil, da Liberdade, é
um exemplo de grandiosidade. Tem site, diversos
produtos editoriais e até relações na política. A
maioria, porém, funciona em espaços pequenos, onde descendentes de famílias de diversas
regiões japonesas reúnem-se para o encontro
semanal de karaokê, partidas de shogi, aulas de
ikebana, festivais gastronômicos e exames para
bolsa de estudos na província natal dos antepassados.
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especial capa
Programação do auditório
O auditório do Centro de Exposições Imigrantes receberá palestras, workshops e apresentações no sábado
e domingo. Confira algumas das atrações:
Sábado (19 de julho)
Atividade
Horário
Responsável
Origami – ontem e hoje
11h30 – 12h
Mari Kanegae
Kirigami
13h30 – 14h
Naomi Uezu
Papel washi
14h30 – 15h
Cecília Suzuki
Chá – a bebida milenar
15h30 – 16h
Emy Tanaka
Saquê: o néctar dos
deuses
16h30 – 17h
Celso Ishii
A arte do sumiê
17h30 – 18h
Suely Shiba
Etiqueta japonesa à
mesa
18h30 – 19h
Lumi Toyoda
Domingo (20 de julho)
Atividade
Horário
Responsável
Kirigami
13h30 – 14h
Naomi Uezu
Papel washi
14h30 – 15h
Cecília Suzuki
Projeto Mottainai
15h30 – 16h
Cláudio Sampei
A arte do sumiê
17h30 – 18h
Suely Shiba
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especial capa
Keiji Kato
Construindo um Festival
O
comerciante nikkei Keiji Kato há três anos tem a responsabilidade
de coordenar as atividades do Festival do Japão, que cresce em
tamanho e repercussão a cada evento. No cargo de presidente da
comissão organizadora, lida diariamente com as mais distintas questões,
que podem ser o contato com patrocinadores, a participação em intermináveis reuniões ou a visita às diversas associações de província com as
quais estabelece relacionamento. Há poucos dias do início do maior evento
japonês no Ocidente, ele concedeu entrevista exclusiva à Mundo OK.
O Festival deste ano terá como tema o centenário da
imigração japonesa. O que muda em relação às edições
anteriores?
O grande atrativo continua a ser a culinária. Pelo fato da festa
comemorar o centenário, daremos ênfase também à área cultural
para que as pessoas não esqueçam da presença dos japoneses no
Brasil, que completa cem anos. No próximo ano começa outra fase,
e esperamos que a comunidade mantenha essa tradição.
Por que é importante mostrar o regionalismo japonês aos
brasileiros?
O Kenren tem essa responsabilidade de apresentar as diferenças
dentro do Japão, principalmente na área gastronômica. Nós congregamos associações de 46 das 47 províncias. É importante manter
essa relação com os kenjinkais. Só de Okinawa temos 43 shibu (filiais) na cidade de São Paulo.
O senhor acredita que o “boom japonês” provocado pelo ano
do centenário da imigração pode não ter seqüência nos próximos eventos?
Como foi o trabalho de organização deste ano?
O investimento para este ano foi recorde – R$ 1,2 milhão. As
empresas têm participado mais?
Começamos em dezembro, e lançamos no mês seguinte. É um trabalho que exige bastante sacrifício, mas é gratificante. Quero deixar
claro que temos bons parceiros e voluntários que ajudam. Dividindo
fica mais fácil. O pessoal veste a camisa para tudo dar certo.
O fluxo de não-nikkeis durante os dias do evento é grande.
Acredita que o Festival conquistou de vez seu espaço?
Sim, a receptividade é muito grande. Hoje, o público não-nikkei chega a 50%. A festa faz parte do calendário do estado e do município
de São Paulo. Tirando os festivais do Japão, é o maior do mundo. Os
próprios japoneses que participam não acreditam quando visitam.
Não sei, mas acredito que não. O Festival vai continuar para mostrar às
futuras gerações a importância da cultura japonesa.
Investimos muito para trazer o máximo de novidade. As empresas estão
vendo que vale a pena. Já temos alguns patrocinadores fixos, mas ampliamos, convidando vários interessados. Dezenove empresas participaram.
Estivemos também com os bazaristas, que são importantes, pois chamam
muitos visitantes.
Gostaria de deixar alguma mensagem para quem vai ao Festival?
Quero ressaltar que fazemos tudo com muito carinho. Vale a pena participar. Espero ver pessoas de todas as comunidades.
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especial capa
Aspectos culturais estão divididos em diversas áreas
N
o ano em que se comemora o Centenário
da Imigração, o Festival do Japão promete
ser o maior e melhor evento já realizado
até agora. Está dividido em áreas, como segue:
ÁREA CULTURAL
O objetivo do Festival do Japão é apresentar as
diversas faces da cultura japonesa para toda a
sociedade brasileira. Para esta edição, teremos,
entre outras atrações, a exposição de bonsai,
orquídeas, cerâmica e artesanato; demonstração
de Cerimônia do Chá; exibição de pipas japonesas
(takô); exposição de Gô e Shogi (jogos japoneses)
e caligrafia japonesa (shodô); atividades de poesia japonesa (haiku, haicai e tanka); workshops
de dobraduras de papel (origami e kirigami);
sumiê (pintura japonesa), oshibana (técnica de
flores prensadas) e shamisen (instrumento musical). Na praça cultural, serão apresentados diversos grupos de dança e músicas típicas; além das
tradicionais artes marciais, como kendô, karatê,
kenjutsu, dentre outros.
ÁREA DA GASTRONOMIA
A culinária típica de praticamente todas as províncias que formam o Japão estará presente durante
todo o Evento.
ÁREA TEMÁTICA
Seguindo o tema deste ano - Centenário da Imigração -, será montado nesta área um estande
para a exibição de quadros, peças de cerâmica,
e diversas outras demonstrações da arte tradicional japonesa. O objetivo desta área é divulgar as
ricas tradições culturais de cada canto do país.
ÁREA DE SHOW E EVENTOS
ÁREA DA AMIZADE
Vários grupos de danças e músicas folclóricas
japonesas se apresentam no Festival, trazendo
danças típicas como Yosakoi Soran, Waku Waku
Uta e Kasa Odori, dentre outras, além de instrumentos musicais típicos, como o taikô (tambor
japonês), o shamisen, o kotô e a flauta japonesa.
A moderna música japonesa também é apresentada por diversos cantores nipo-brasileiros. Nesta
mesma área é realizado o tradicional Miss Festival do Japão, trazendo graça, beleza e simpatia
ao Evento. No concurso, as candidatas desfilam
com o tradicional quimono de verão (yukata) e
com vestido de gala, representando entidades,
clubes ou associações das diversas províncias.
Espaço destinado à cooperação internacional,
com estandes dedicados aos órgãos públicos,
estaduais e federais, além de instituições governamentais japonesas e veículos de comunicação,
com o objetivo de fortalecer as relações de intercâmbio Brasil-Japão.
ÁREA DA CRIANÇA
Para a preservação da cultura japonesa, o Festival do Japão dedica todo ano uma área especial
às crianças, para que elas tenham contato com
jogos e histórias tradicionais do Japão.
ÁREA DA MELHOR IDADE (TERCEIRA
IDADE)
A “melhor idade” sempre tem atenção especial
no Festival. Nesta área, as pessoas entram em
contato com tradições japonesas como os jogos
de Gô e Shogi, entre outras atrações.
MISS FESTIVAL DO JAPÃO
Beleza, elegância e simpatia no palco principal
do Festival, o 6º Miss Festival do Japão é coordenado pelo ator e apresenador Kendi Yamai. As
candidatas desfilam com o tradicional quimono
de verão (yukata) e vestido social, representando
entidades, clubes ou associações de províncias.
vitrine
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centenário
Céu colorido nas comemorações do Centenário
Festival de Pipas de Hamamatsu reúne 8 mil pessoas
E
m “Ano de Intercâmbio Brasil Japão”, um
tradicional evento de uma região da terra
do sol nascente chega a capital paulista. O
Festival de Pipas de Hamamatsu encantou um
público estimado em 8 mil pessoas no Parque
Ecológico do Tietê, no dia 28 de junho.
Naquele sábado de clima agradável e ensolarado, crianças e adultos se divertiram enquanto
conheciam um costume milenar do arquipélago
nipônico. Pipas gigantes, que medem 9 metros
quadrados e pesam cerca de 40 kg, foram confeccionadas artesanalmente com papel de arroz
(washi) e varetas de bambu. Pinturas feitas à
mão finalizam a produção secular. Uma arte que
foi ao céu com a ajuda de 30 voluntários, entre
jovens e autoridades, que se esforçaram para
empiná-las.
Festival de pipas em Hamamatsu
O show entre as nuvens prendeu os olhares dos
visitantes e arrancava aplausos maravilhados.
Faltou apenas uma contribuição lá de cima para
as pipas voarem por mais tempo. Contudo, o
balanço geral foi positivo. “Foi muito bom. Embora com pouco vento para manter a pipa no céu,
senti que o público gostou muito”, afirmou o organizador do evento, Toyoharu Fujii, que estuda a
possibilidade de repetir a dose no ano que vem.
Anualmente, este festival acontece em Hamamatsu, durante o feriado “Golden Week”, entre
os dias 3 e 5 de maio. Segundo a lenda, a festa
surgiu há 440 anos, quando o senhor feudal do
castelo de Hikuma (atualmente conhecido como
Castelo de Hamamatsu) celebrou o nascimento
de seu primeiro filho empinando uma grande pipa
com o seu nome para reverenciar e pedir proteção e prosperidade aos céus.
Em São Paulo, o evento aconteceu pela primeira
vez com direito a apresentações de música,
dança e as vibrações dos tambores japoneses.
Uma realização com o apoio de japoneses da
cidade de Hamamatsu, que vieram ao país, trazidos pelo Comitê Executivo de Hamamatsu para a
Comemoração do Centenário da Imigração
Japonesa no Brasil.
“Os japoneses ficaram bastante satisfeitos e
com certeza levaram uma visão mais positiva
para casa”, ressaltou Etsuo Ishikawa, presidente
do Comitê Executivo para a Comemoração do
Centenário da Imigração Japonesa no Brasil de
Hamamatsu.
Doação
Sem fins lucrativos, a organização do Festival
de Pipas de Hamamatsu reliazou um simpático
gesto após o evento. Toda a verba arrecadada
foi doada às quatros entidades da comunidade
nipo-brasileira (Yasuragui Home, Ikoi-No-Sono,
Kodomo-No-Sono e Kibô-No-Iê), além de seis
aquecedores ao Centro de Recuperação de animais Silvestres do Parque Ecológico do Tietê.
Comissão foi criada no ano passado para homenagear imigração
O
s preparativos para o Festival de Pipas
começou há mais de um ano. Mais precisamente em maio, quando a Prefeitura
de Hamamatsu (Shizuoka) anunciou oficialmente
o Comitê Organizador para Eventos dos 100 Anos
da Imigração Brasil-Japão.
O Comitê de Hamamatsu foi formado por organizadores do festival da pipa (Hamamatsu Matsuri),
representantes de associações de brasileiros,
centros de turismo, além de comerciantes. O
grupo recebeu ainda o apoio do Ministério das
Relações Exteriores do Japão, Embaixada do
Brasil e associações de nikkeis.
Todos os projetos foram desenvolvidos no decorrer do ano
incluindo visitas ao Brasil.
Atualmente, Hamamatsu é
a cidade que abriga o maior
número de brasileiros no
Japão. Com o projeto, a Prefeitura teve como grande objetivo
divulgar a história da emigração japonesa ao Brasil e promover a integração.
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olimpíadas
Esperança nikkei em Pequim
Classificada para Olimpíadas, nadadora Tatiane Sakemi promete ‘esforço
máximo’ nas piscinas
N
as piscinas de Pequim, a natação brasileira promete surpresas para os torcedores.
União e garra são os lemas dos atletas que embarcam para a China, de olho em bons
resultados perante os melhores do mundo. Dentro da “turma” uma nikkei pode surpreender: Tatiane Sakemi, a nikkei prodígio que embarca rumo a sua primeira participação
em uma Olimpíada. Aos 22 anos, Tatiane já fez bonito em diversas competições: conquistou
a medalha de ouro nos 200 metros peito durante a etapa brasileira da Copa do Mundo, no
fim do ano passado, e, mais recentemente, bateu o recorde sul-americano no Grand Prix de
Natação, nos Estados Unidos.
Prestes a embarcar, a atleta já vislumbra um sonho, a de conseguir subir ao pódio em algum
estilo. Se depender da vontade, do carisma e da dedicação, ela tem tudo para alcançá-lo. “Dá
um frio na barriga”, diz ela.
Quais as suas expectativas em relação às Olimpíadas de Pequim?
Pessoalmente, é um sonho estar na China, não?
Vou encontrar os melhores do mundo na natação, então é aquela coisa de deslumbramento, de sentir o ambiente entre os tops das piscinas. Mas como nós já
estamos treinando desde maio, independente da confirmação ou não de ir para
Pequim, espero nadar bem e representar o Brasil da melhor forma possível. O grupo
está fechado e contamos com uma energia muito positiva.
O ritmo de treinamento tem sido mais puxado?
Desde maio a gente vem fazendo a programação olímpica e tem sido bem forte.
A parte física e de treino de água ganharam mais ênfase. São coisas novas que
nunca vivemos. Independente disso [Olimpíadas], temos de estar na melhor forma
sempre.
O torcedor brasileiro pode esperar alguma medalha dos
brasileiros ou essa é uma ambição que ainda está longe
de ser conquistada?
No revezamento a gente tem grande chance de briga pela final,
principalmente no feminino. Na prova individual ainda está um
pouco longe de semi-final, por exemplo. Mas nem por isso vamos
deixar de treinar; estamos com algumas coisas diferentes nos treinos para chegar lá e fazer algo diferente. É uma outra realidade
estar nos Jogos Olímpicos, nunca vivi isso mas estou otimista.
O apoio da família para um atleta, pelo menos para
grande parte deles, é fundamental. Para você, como
será ir para um lugar tão distante e ficar longe desse
apoio?
Essa força dos meus pais e namorados é muito importante para
mim, desde pequena. Em todas as competições eles sempre me
acompanharam. É uma segurança vê-los nas arquibancadas. Ainda
não sei como vai ficar na China, mas espero que eles embarquem
para lá. É uma confiança grande que me passam.
Entrevista com a atleta
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50
dekasseguis
Pensamento no futuro
Ciesp de São Bernardo e Sebrae
orientarão ex-dekasseguis
O
Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de São Bernardo e o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), de olho na
capacitação de trabalhadores brasileiros que retornaram do Japão, firmaram
uma parceria que viabilizará o Projeto Dekassegui Empreendedor na cidade. O objetivo é orientar e capacitar interessados em abrir uma micro ou pequena empresa
na região.
Com o convênio, São Bernardo será a primeira cidade do Grande ABC a oferecer
cursos e orientação gratuita para os dekasseguis que querem ir trabalhar no Japão
e também para os que acabam de voltar.
“Esta iniciativa é muito importante porque muitas pessoas que voltam do Japão
perdem todo o dinheiro que juntaram em investimentos errados”, apóia o diretor da
Acrepa (Associação Cultural e recreativa da Paulicéia), em São Bernardo, Mauro
Ikeda. Ele afirma que um dos principais problemas é a dificuldade para se enquadrar
no mercado de trabalho. “Eles ficam muito tempo fora e isso atrapalha. Aí o jeito é
abrir um negócio próprio”, diz.
Outras cidades
Apesar de sediado em São Bernardo, o diretor do Ciesp afirma que moradores de
outras cidades da região também podem fazer o curso gratuitamente. As inscrições
devem ser feitas pelos telefones 4125-7500 (Ciesp de São Bernardo) ou 4990-1911
(Agência Regional do Sebrae). Mais informações sobre o projeto podem ser encontradas no site : www.dekassegui.sebrae.com
vitrine
51
52
perdido no japão
Festival do Japão
Por Fabio Seiti Tikazawa*
Q
uando recebi pelo correio a sexta edição da
Revista Mundo OK e vi o anúncio do 11º
Festival do Japão, me lembrei da promessa que havia feito a mim mesmo, de retornar ao
Brasil para participar dessa festa que aguardo
ansiosamente todos os anos. Principalmente por
se tratar do ano do Centenário da Imigração, essa
edição promete ser ainda mais especial. Contudo,
meus planos tomaram caminhos diferentes e decidi estender um pouco minha estada por aqui.
Todos os anos, contava os dias para os últimos
finais de semana de julho, época em que tradicionalmente é realizado o festival. Desde as
primeiras edições, tive o prazer de participar, ora
como voluntário da organização, ora ajudando no
estande da província dos meus avós, deste que é
o maior evento étnico da América Latina. Vestir
um happi e fazer parte de uma comemoração tão
grandiosa, sempre foi algo que me fez sentir orgulho de ser nikkei.
Se fecho os olhos e começo a lembrar das
edições passadas do festival, logo me vem à
memória o som dos taikôs e do bon odori, que
certamente caracterizam toda festa japonesa,
junto às músicas tradicionais minyo e enka.
Também me recordo do aroma inigualável dos
yakitoris da barraca do Kagoshima e da lula assada na brasa, do estande do Hokkaido. Todavia,
como este ano comparecerei à festa apenas em
pensamento, gostaria de falar sobre a minha ida
a um evento em comemoração ao centenário da
imigração que ocorreu em Toyota, Aichi-Ken.
Quando me disseram que era uma festa em homenagem ao intercâmbio cultural Brasil-Japão,
logo pensei em encontrar várias pessoas vestindo happis e barraquinhas de tempurá e yakissoba, mas não vi nada disso. O que vi foi uma
versão espelhada do Festival do Japão, voltado à
comunidade brasileira daqui, com manifestações
culturais e artísticas do Brasil. Enquanto no Festival do Japão vemos apresentações de Kendô e
assistimos a shows de Shamisen, o que entreteve
o público de Toyota foi o batuque de uma escola
de samba e uma oficina de futebol comandada
por Ruy Ramos, um ídolo do futebol japonês.
Na praça de alimentação não foi diferente,
da mesma forma que no Brasil todos vão os
matsuris para saborear os pratos clássicos da
culinária japonesa, aqui o pessoal estava afim
de matar a saudade do bom churrasquinho com
farofa acompanhado de uma cervejinha.
Essa análise comparativa dos dois eventos, me
mostrou o quanto a cultura brasileira é forte aqui
no Japão e, pela quantidade de japoneses pre-
sentes na festa, isso só tende a crescer. Quem
sabe, daqui há algum tempo, não ouviremos falar
do maior evento étnico da Ásia, que ocorre anualmente no Japão, chamado Festival do Brasil?
Bem, tanto aí quanto aqui, tenho a certeza de que
Brasil e Japão formam um par perfeito. Bom Festival do Japão a todos!
Jya mata.
* Fabio Seiti Tikazawa é publicitário, aprendiz de
dekasegui e nippo-brasileiro com muito orgulho.
turismo
53
De olho nos japoneses
Novo ministro do Turismo quer
conquistar nipônicos
A presença do príncipe-herdeiro do Japão, Naruhito, em São Paulo, no
sábado dia 21 de junho, foi o ponto alto das comemorações do Centenário da Imigração Japonesa. Por conta disso, o ministro do Turismo,
Luiz Barretto, foi à solenidade para lembrar da importância da relação
Brasil-Japão em benefício do turismo. “Os japoneses foram os principais visitantes asiáticos no Brasil em 2007: mais de 63 mil. O MTur tem
ações de divulgação no
exterior com o objetivo
de atrair esse público,
que gasta, em média,
US$ 1,8 mil por viagem”, disse Barretto.
Entre as ações do
MTur/Embratur, está a
atuação do Escritório
Brasileiro de Turismo
(EBT) no Japão. O EBT divulga o Mercosul com o objetivo de atrair
turistas japoneses. No ano passado, o MTur investiu US$ 800 mil na
promoção do Brasil no Japão. “Nosso País tem capacidade de atrair
925 mil japoneses por ano. Por isso, temos que investir em ações de
divulgação”, disse o ministro. A representação do Brasil em eventos no
no Japão também é uma forma de atrair turistas. Tanto que o MTur marcou presença com um estande no Brazil Day, em Tóquio. O evento foi visitado por aproximadamente 15 mil pessoas.
O MTur também investe na preservação da cultura japonesa no Brasil. O prédio
do antigo Colégio Campos Salles, no bairro da Liberdade, em São Paulo, vai se
transformar no Museu da Arte Moderna Nipo-Brasileira Manabu Mabe com recursos de R$ 3,5 milhões do MTur.
Os destinos mais procurados pelos japoneses no Brasil, em 2006, foram: Foz
do Iguaçu, Manaus e São Paulo. Desde o dia 18, data oficial do centenário da
imigração japonesa, a Embratur entrega aos turistas do Japão, no Aeroporto de
Guarulhos, um certificado que lembra a data. A ação vai até julho.
54
festividades
Feira das Nações 2008 agita a Freguesia do Ó em dois finais
de semana
C
omo sempre acontece
nesta época do ano,
a Fundação Nossa
Senhora do Ó realiza a sua
tradicional Feira das Nações,
edição 2008. “O evento tem
como objetivo arrecadar fundos para a manutenção dos
projetos sociais da instituição
e será realizado em dois finais
de semana (dias 26 e 27 de
julho, e 2 e 3 de agosto), na rua Antonieta Leitão, 375, próxima ao Largo da
Matriz”, explica o Padre Noé Rodrigues, de 91 anos, dos quais 40 na direção
da instituição.
A Fundação conta atualmente com sete creches e dois projetos sociais voltados para adolescentes, e atende cerca de 1.500 crianças e jovens.
Padre Noé conta que as equipes de coordenadores da festa se reúnem desde
maio, e no início deste mês, tudo já estava pronto para a grande abertura. São
esperadas diariamente cerca de 6.000 pessoas nos quatro dias de festa, que
deverão totalizar um público de aproximadamente 25 mil pessoas.
A Feira que é realizada há 25 anos no bairro da Freguesia do Ó, e contará,
como nos anos anteriores, com muitas atrações artísticas e culturais, que
incluem música e danças; e, evidentemente, barracas de comidas típicas
de muitos países como a americana, a árabe, brasileira, espanhola, italiana,
japonesa e portuguesa. “Não faltará o famoso vinho quente, bebida que é
muito apreciada nesta época”, avisam os organizadores.
Comemorando o Centenário da Imigração Japonesa para o Brasil, o empresário Toshiaki Tamae, o Toshi, responsável pela barraca do Japão,
promete caprichar ainda mais nos pratos da culinária japonesa, incluindo o
yakissoba, a sua especialidade. Toshi trabalha como voluntário da Feira da
Amizade desde a sua criação, em 1983.
vitrine
55
56
click
igração Japonesa
ando o centenário da Im
ge
na
me
ho
me
Da
tre
Colégio No
- 14/06 - sábado
Evento Haru e Natsu, promovido pelo Grupo
Bandeirantes de Televisão e Banco Real
ovida pelo
Homenageados da sessão solene prom
vereador Ushitaro Kamia
Presidente da Associação do Centenário, Kokei Uehara e prefeito
de Hamamatsu, Yasumoto Suzuki
Esquerda para direita: Vereador Jooji Hato, Marcelo Ikemori e Dep.
Federal Walter Ihoshi
Tocha da Amizade: Wania Seixas, representando a prefeitura
de Santos, Akeo Yogui, Kokei Uehara e Jiro Maruhashi.
57
click
Festival de Taiko do Centenário
da Imigração Japonesa no Brasil.
Campeões da categoria livre:
Brasília Hikari Daiko
Organizadores do Festival de Taiko do Cente
nário da Imigração Japonesa no
Brasil.
Ilustres personalidades participam do evento Haru e Natsu
Revista Mundo OK marca presença na
semana cultura no Anhembi em
comemoração aos 100 anos de imigração
Vereador Jooji Hato, Dep. Fed. William Woo, Pres. do Arujá Golfe Club,
Muneki
Tikasawa, Ver. Ushitaro Kamia e Ver. Aurélio Nomura
Cerimonia do Fogo Sagrado em
Comemoração ao Centenário
58
mundo oriental
Da menina mimada a maturidade empreendedora
Conheça Clara Oh, uma das empresárias coreanas mais respeitadas em São Paulo
E
la finalizava uma reunião de negócios com um grupo de chinesas,
quando a reportagem da Mundo Ok chegou ao local de encontro. Uma
mulher de traços orientais, cabelos escuros e lisos. Usava uma maquiagem sutil e uma blusa preta, portandose elegantemente na mesa. Quem a via, jamais teria em mente que na juventude, não
teve um teto onde morar.
Clara Oh tinha apenas 21 anos quando chegou
ao Brasil. Uma jovem coreana, de classe média, que pisava em terras desconhecidas com
a finalidade de casar-se com um conterrâneo,
um ano mais velho. Um casal imaturo, que
aos vinte e poucos anos se viu morando nas
ruas.
Foram 15 dias angustiantes residindo nas
ruas de São Paulo. “Eu lembrava da comida
quentinha da minha mãe a qualquer hora do
dia”, conta Clara. “Nunca havia faltado nada.
Na Coréia, eu só estudava e não dava valor para o esforço de meus pais.
Só reclamava. Eu era uma menina mimada”, diz, já com lágrimas nos olhos
e a voz fraca.
A luz no fim do túnel surgiu com a ajuda de um pastor e uma máquina de
bordar, que funcionava 24 horas por dia. Os jovens aprendiam ali o que era
trabalhar e conviver com a comida escassa. Um serviço que dali cresceu.
A produção chegou à cerca de 30 mil calças jeans por mês e o emprego de
50 funcionários.
Naquele momento, Clara achava que tinha
“conquistado o mundo”. Mas foi desafiada.
Seu companheiro fora assassinado na comunidade carente que o casal gentilmente
fazia projetos sociais. Ela se encontrava mãe
de três crianças e agora, viúva. “A razão da
minha luta, por jamais ter desistido, foram
os meus filhos”, resume.
Hoje, aos 55 anos, aquela menina mimada
se mostra forte e cheia de conquistas. Investiu em um ramo diferente das indústrias
têxteis para atuar na área de consultoria
e implementação de novas tecnologias.
Voluntariamente trabalha com reciclagem
como forma de agradecimento ao país que
a acolheu e acumula o cargo de vice-presidente da Associação Brasileira
dos Coreanos.
“Vejo tudo o que passei como uma oportunidade. Deus me preparou para
ser quem sou agora. Sou grata por minha história, por aprender a não ser
mais aquela garota que só reclamava”, reflete.
JCI Brasil-China mostra sua força e divulga cultura chinesa
Tradições e Olimpíadas são algumas das oportunidades para
desenvolver visão capacitadora e de liderança
C
om o objetivo de desenvolver líderes empreendedores, a JCI (Junior Chamber International) – instituição com cerca de 6 mil afiliadas
em 115 países, sendo o Brasil o segundo maior das
Américas – reúne pessoas com espírito de força de
vontade e determinação. E uma das entidades que
está demonstrando muito entusiasmo por meio das
ações e eventos que promove é a JCI Brasil-China.
Constituída em 2004, por iniciativa de um grupo de
amigos liderado por Ricardo Chen e Ronny Chen (a
princípio chamado de JCI São Paulo), hoje reúne 25
pessoas. Mas apesar do nome, mesmo os jovens de
ascendência não-chinesa e que se identificam com
o princípio da também conhecida como Câmara
Jr. podem entrar na associação. Como diz o atual
presidente da entidade, Wynner Kenkok Ng: “Não
só os chineses, mas também taiuaneses, japoneses,
brasileiros são convidados a juntar-se a nós”.
Com esse intercâmbio, todos saem ganhando, e
através de atividades como projetos voluntariados,
promoção de palestras, eventos, e reuniões mensais,
a garantia de crescimento pessoal e demonstração
de preocupação social, além de contribuir também
com a arrecadação para a entidade. O evento de
maior força realizado pela JCI Brasil-China é a Festa
do Ano Novo Chinês. Em 2008, sua terceira edição
conseguiu atrair um público de 190 mil pessoas nos
dias 26 e 27 de janeiro, na Praça da Liberdade.
“Nosso sonho é conseguir um dia ser a maior festa
do Ano Novo Chinês fora da China”, projeta Ng.
Realizado em meados de janeiro e fevereiro, para
se aproximar da virada do ano naquele país, são
apresentados desde comidas típicas ao idioma mandarim, danças tradicionais, caligrafia e pintura.
É nesse tipo de projeto que se faz a rotatividade dos
cargos entre os membros (na organização, recepção,
divulgação), um meio adotado para que cada um se
desenvolva, passando por várias funções. E também
quando se finaliza e inicia uma gestão presidencial,
trocada a cada ano. Wynner comprova seu perfil
multifuncional. No dia-a-dia trabalha como assessor
parlamentar, mas é também empresário no setor de
móveis e consultor.
O próximo evento da JCI Brasil-China é a palestra de
Ricardo Bellino, autor
do livro “Três minutos
para o sucesso”. “Ele
é um brasileiro que
ensina técnicas como
persistência,persuasão
e objetivo para desenvolver os jovens por
suas iniciativas, e um grande empreendedor”, recomenda. O encontro será dia 24 de julho, às 19h30,
no auditório do Centro Cultural de Taipei (R. São
Joaquim, 460, Liberdade, São Paulo). A participação
custa R$ 25,00 (com parte da renda destinada ao
Projeto Abraço).
E ligado aos Jogos Olímpicos de Pequim, outro
projeto com que a JCI colabora é a Casa de Beijing, iniciativa da Prefeitura Municipal de São
Paulo, e que acontece no Memorial da América
Latina entre os dias 8 e 24 de agosto. Para saber como se associar a entidade ou obter mais
informações, os contatos são: [email protected] ou o telefone 11/8166-8899.
mundo oriental
59
Computex, uma das maiores feiras em tecnologia de
informação e comunicação
M
ais de 36 mil compradores estrangeiros e US$ 20 milhões em
oportunidades de negócio são o saldo da Computex Taipei 2008,
que aconteceu no início de junho na capital de Taiwan. A Exposição Internacional de Tecnologia de Informação, maior da Ásia e segunda maior do mundo no setor, representa uma plataforma de aquisição
em nível internacional. Compradores profissionais do mundo inteiro podem adquirir os mais modernos e variados tipos de produtos tecnológicos
de informática e comunicações, como aparelhos para armazenamento de
dados, notebooks, placas-mãe e sistemas de segurança para suporte
lógico.
O recorde do ano passado, de 33 mil compradores, foi batido e o evento é
até mesmo um atrativo turístico para o país, sendo um dos mais esperados no calendário. Promovido pelo Conselho para o Desenvolvimento do
Comércio Exterior de Taiwan (Taitra, na sigla em inglês) e Associação de
Computadores de Taipei, aconteceu no Salão de Exposições de Nankang
e no Centro de Comércio Mundial de Taipei entre os dias 3 e 7 de junho,
com discurso de abertura do presidente Ma Ying-jeou .
Os visitantes e empresários puderam conferir os mais recentes produtos de
tecnologia de informática e comunicação, de cerca de 1.500 fabricantes locais
e estrangeiros que atuam no ramo. De acordo com os organizadores, o número
dos estandes montados no evento chegou a quase 4.500, representando um
crescimento de 40% se comparado com o número registrado em 2007.
Com o objetivo de ajudar os fabricante taiuaneses a explorar mais oportunidades comerciais, o Taitra organizou uma série de atividades complementares
durantes os dias de exposição, convidando mais de 110 compradores internacionais vindos de 32 países, entre eles El Corte Inglés - Investrónica, com sede
na Espanha, Esprinet Spa da Itália, e Thomson Consumer Network Solutions
dos Estados Unidos, para tais consultas.
Além disso, muitos outros comerciantes procedentes de países emergentes, tais como Romênia, Turquia, Polônia, Argélia, Emirados Árabes Unidos,
Vietnã e Cazaquistão, foram convidados para estarem presentes nas consultas
comerciais.
Inovação - Para dar incentivo ao desenvolvimento de mais produtos com
grande potencial de exportação, o Ministério da Economia introduziu prêmios
de inovação durante a Computex. Na entrega dos vencedores, o vice-ministro
Shih Yen-shiang disse que tal reconhecimento deve impulsionar as empresas
de ICT no país a promover proativamente a tecnologia de produção e desenho
inovador. “Além disso, as companhias que buscam a excelência estão mais
dispostas a investir em processos de investigação e desenvolvimento dos
produtos”, disse.
Simultaneamente ao evento, foi inaugurada também a Exposição WiMAX
Taipei, primeira do gênero em Taiwan. A finalidade foi mostrar o avanço tecnológico nacional nas aplicações de WiMAX, em telecomunicações móveis
que permitem transmitir dados sem fio a longas distâncias. E 60 empresas,
nacionais e estrangeiras, estiveram presentes, trazendo seus novos e variados
aparelhos e sistemas.
Taiwan estuda desenvolver energia verde com latino-americanos
N
um fórum realizado no final de maio em
Taipei, o presidente do comitê brasileiro
da Associação Chinesa de Cooperação
Econômica Internacional (Cieca, sigla em inglês),
Chien Han-sun, apontou interesse na parceria em
desenvolvimento de energia verde entre Taiwan
e Brasil.
Desde 2000 o país asiático estuda formas de viabilizar acordos com as nações latino-americanas para
trabalhar com fontes renováveis de energia, como o
etanol, que reduz a emissão de gases que provocam
o efeito estufa. Chien disse que em 2006 foi feito um
acordo para que ambas as partes se comprometam
a colaborar com essa redução.
O Brasil foi citado como um exemplo, já que no
passado era dependente de importações energéticas e hoje exporta para muitos países. “Com
esforço consistente do governo brasileiro,
hoje o país é auto-sustentável em consumo
energético, e inclusive exporta energia”,
disse Chien.
O representante do Centro de Comércio
Brasileiro em Taipei, Sergio Caldas Mercador
Abi-sad disse que “estamos prontos para
os negócios”. “Agora temos uma indústria
verde altamente desenvolvida e estamos
buscando investimentos em todo o mundo”,
declarou. Como destacou também o congressista brasileiro Luciano Pizzatto, dizendo aos
empresários de Taiwan que seu país precisa de
financiamento para esses recursos e que a vantagem brasileira é oferecer terras a bons preços
e qualquer pessoa pode adquirir novos terrenos
para propósitos comerciais.
60
O evento das tribos de amigos: Anime Friends
Especial Anime Friends 2008 escrito por: David Denis Lobão | Com a colaboração de: Daniela Giovanniello e Túlipe Helena | Revisão: Tom Marques
Fotos: Arquivo Pessoal / Divulgação/ Reprodução / Cosplay Brasil
O
início de 2003 foi marcado pela realização de grandes eventos de
animação japonesa no Brasil. Nenhuma grande novidade era esperada, quando no início do mês de abril uma notícia abala o mercado
nos veículos especializados com a criação de um novo encontro, Anime
Friends.
“A idéia do Anime Friends surgiu em uma conversa de amigos dentro de uma
escola de desenho. Como eu já mexia com eventos e gostava de mangá,
tentei me aventurar fazendo um evento segmentado de mangá e anime. Inclusive o nome Anime Friends surgiu de uma conversa no Mc Donald´s da
Radial Leste. Reunimos as pessoas que realmente gostavam de anime, são
fortes no meio e tinham uma influência bacana dentro desse mundo mágico
do mangá e do anime e conseguimos fazer o primeiro Anime Friends. Criamos uma expectativa chamando artistas internacionais, onde todo mundo
sempre achou ser impossível”, detalha Takashi Tikasawa, presidente da
empresa Yamato Comunicações e Eventos, realizadora do Anime Friends.
Artistas japoneses pela primeira vez em um evento brasileiro era de fato o
grande trunfo do Anime Friends 2003. A primeira atração anunciada foi o
cantor Akira Kushida, intérprete dos temas dos seriados “Jiraiya”, “Jiban”
e “Sharivan”. Na seqüência vieram Hironobu Kageyama (temas de “Cavaleiros do Zodíaco”, “Dragon Ball Z” e “Changeman”), além do ator Hiroshi
Watari (“Sharivan” e “Spilvan”).
Sucesso absoluto, o evento reuniu um público de 22
mil pessoas, número esse que é atingido em apenas
um dia das edições realizadas hoje em dia. Cintia Naoko
Nishioka, ex-coordenadora geral do evento, detalha cada
um dos anos em que trabalhou com o Anime Friends. “Em
2003, a gente não pode falar muita coisa, porque a maioria
da organização foi feita pelo Takashi (Tikasawa), então os
coordenadores pegaram mais ou menos tudo pronto. Mas
eu acho que estruturalmente a Anime Friends 2003 não foi tão
bem organizado como os outros anos. Já o Anime Friends 2004
eu acho que a respeito da organização foi muito boa. Todos os coordenadores
trabalharam super bem. Mas, o que a gente pecou mesmo foi o local, que
não acabou ajudando e com isto acabou resultando muita recusa do público
insatisfeito. Não em relação à organização do evento, mas sim pelo local.
Agora Anime Friends 2005, foi uma das melhores, pelo fato da localização do
colégio, pela disposição dos espaços, pelo fato também da Anime Friends
já ser conhecida. Então a divulgação, acabou só aumentando o público que
a gente já estimava”.
O Anime Friends tem partes boas e ruins não apenas para o público, mas
para quem trabalha nos bastidores. “Eu acho que a parte mais legal de ser um
staff é o contato que eu tenho com as pessoas”, explica o promoter e staff nas
horas vagas Guilherme Stevan Mendes. Já o jornalista e ex-coordenador de
dublagem do Anime Friends, Danilo Saraiva lembra o lado chato: “A parte
ruim do evento é a falta de senso de alguns visitantes. As vezes reclamam
sem motivo algum, nunca estão satisfeitos com a organização, mesmo
quando tudo está perfeito. Alguns deles é claro, não a maioria. Generalizar
é burrice”.
Para manter a imagem do Anime Friends, foi criado todo um universo paralelo de planetas com uma mitologia própria de personagens e mascotes do
evento.
Além de originarem mangás brasileiros, camisetas, bottons, chaveiros
e outros produtos, eles ganham vida através de atores e modelos que
vestem as roupas e circulam pela convenção como Jorge William Pedroso:
“Eu acho que ser mascote do evento é uma coisa muito legal porque você recebe o reconhecimento das pessoas que
vem para os eventos. Olham pra sua roupa e logo distinguem,
tiram fotos e às vezes querem abraços, estas coisas”.
Não somente para quem trabalha diretamente na organização, o
evento tem também seu lado positivo para os lojistas, que montam estandes de
venda de produtos e conseguem um lucro maior do que em um dia normal de
vendas. “Pra mim é uma coisa completamente diferente, porque faz pouco tempo
que eu conheço. Eu não conhecia este universo que é uma feira de animes. Nem
uma loja, nada. E eu acho muito interessante as pessoas que freqüentam estas
feiras, eu acho um barato eles se vestirem com as roupas dos desenhos, pra mim
é tudo diferente”, explica Lilian Cristina Raquel da loja Soneca Anime Club.
A primeira edição do Anime Friends ocorreu em São Paulo entre os dias 3 e 6
de Julho de 2003, no Colégio Madre Cabrini no bairro da Vila Mariana em São
Paulo. Em 2004 mudou para o Espaço das Américas, na Barra Funda, de 8 a 11
de julho. De 2005 à 2007 foi realizado na Universidade Uni Sant´anna, na Zona
Norte de São Paulo, e esse ano muda de novo para um local muito mais extenso,
no Mart Center, Vila Guilherme, em oito dias. “Foi uma fórmula que deu certo,
foram muitas pessoas que ajudaram, eu não fiz o Anime Friends sozinho”, conclui
Takashi Tikasawa.
61
A diversão vai começar: O mundo dos Otakus (fãs de
animê e mangá)
P
ara começar a mais básica e mais polêmica das explicações. Otaku no Japão é nome pejorativo dado aos fãs
viciados em alguma coisa, como internet, seriados, bonecos e outros produtos, no resto do mundo são conhecidos como
‘nerds’. No Brasil, durante a febre de Cavaleiros do Zodíaco, em
alguns dos primeiros eventos e jornalistas falavam sobre o assunto usando esse termo para designar os fãs brasileiros de
anime e mangá.
Hoje a confusão é grande. Muitos fãs que freqüentam encontros como o Anime Friends não ligam de serem chamados de
otakus. Outros têm pavor da palavra e preferem apenas serem
chamados de fãs de animes e mangá.
Mas como polêmica pouca é bobagem, outro assunto que
sempre gera discussão é a palavra anime grafada com e sem
acento. Em português a palavra é grafada com acento circunflexo na letra “e”, mas em inglês (nomenclatura anteriormente
adotada como correta) é escrito sem a acentuação como dita
as regras da língua. Nomes de revistas (Anime>DO), eventos
(Anime Friends) e mesmo algumas publicações optaram por
usar o modo como ficou mais conhecido no país, mesmo não
sendo o correto em nosso idioma e assim a palavra também é escrita sem o acento.
Anime é o nome em japonês designado a qualquer animação, mas no ocidente foi atrelado à animação japonesa exclusivamente. O primeiro desenho japonês que chegou ao
Brasil foi “Astroboy”, criado em 1963, exibido aqui no Brasil no começo da década de
70. Mas o destaque só veio em 1994 com a chegada de “Os Cavaleiros do Zodíaco”
na TV Manchete, criando inúmeros produtos e virando uma verdadeira febre nacional.
O sucesso do anime fez com que chegassem ao Brasil outras animações do mesmo
gênero e produtos japoneses relacionados a eles, como fitas de vídeo, bonecos, máscaras, roupas, CDs e publicações.
A palavra japonesa “mangá” quer dizer “desenhos irresponsáveis” e foi usada pela primeira vez pelo cartunista e ilustrador Katsushita Hokusai, em 1814. Na década de 50, Osamu
Tezuka, considerado o “Walt Disney japonês”, estabeleceu o padrão visual e narrativo do
gênero: traços estilizados, ágeis e narrativa cinematográfica. Os olhos dos personagens
não são puxados, como dos orientais, e sim grandes, redondos e brilhantes. Grande fenô-
62
meno da cultura de massa nipônica, o mangá
está em toda parte, é um espelho moral que
representa e orienta o cotidiano japonês. Atualmente, as revistas de mangá possuem os mais
variados formatos e estilos. Jovens, adultos,
crianças, homens, mulheres, homossexuais,
existem quadrinhos para cada público alvo no
Japão.
O fã de anime e mangá que vai a um evento pode
ou não estar inserido dentro de outra tribo. Sendo
assim podemos considerar um otaku também
um cosplayer ou fanzineiro, assim como um
cosplayer e/ou um fanzineiro que não goste dos
quadrinhos e das animações japonesas.
Carlos Arruda, professor universitário e mestre
em semiótica (estudo dos signos da comunicação) tem sua visão sobre a interação do público
otaku: “O diálogo se dá entre eles porque eles
falam a mesma linguagem. Então num mesmo
ambiente você pode encontrar jovens, mais
velhos, homens, mulheres. São etnias diversas,
padrões sociais, níveis sociais diferentes, com
diferenças bruscas mas pode existir um denominador comum entre eles todos que é um padrão, um
gosto, uma linguagem. Mas na hora que acaba o encontro vai cada um pro seu canto e reestabelece entre outras pessoas uma determinada linguagem. No
trabalho é diferente, na família é diferente e quando
você está com o seu grupo, tem uma (linguagem)
própria pro grupo”.
A psicóloga Denise Romoro, que trabalha com orientação de jovens entre 18 e 25 anos alerta para
os perigos destes relacionamentos “Em termos,
eu acredito que é positivo no desenvolvimento.
Agora o que empobrece é o viver da fantasia
apenas, eu acho que é um tipo de relacionamento
onde tudo fica muito controlado, muito previsível,
e a vida real não é assim. As mudanças estão
ocorrendo muito rápido, as pessoas estão tendo
chances consideráveis de se frustrarem, de se
sentir insatisfeito. Eu ouço a queixa da solidão, do
medo e às vezes as pessoas estão em multidões
mas não tem com quem trocar, não tem interação, não tem complementaridade”.
Márcia Correia também é psicóloga e freqüentadora dos eventos e tenta explicar o fenômeno
otaku na vida de um adolescente. “A gente pode
comparar o “otakismo” a um gosto musical, por
exemplo, onde as pessoas podem trocar o gosto
musical e podem ter bandas que elas gostam, até
ficarem velhas. Eu acredito que na maioria dos
adolescentes seja mesmo uma passagem porque
é uma fase que o adolescente gosta de trocar, diversidade, então eu acho que essa coisa de fazer
cosplay ou de se interessar por tribos diferentes,
mudar o visual, isso é muito característico do
adolescente, então pode ser uma passagem sim
pra fase adulta mas pode ser pra outras seja um
hobbie que vai ser seguido aí por muitos anos”.
O “otaku comum”, se assim podemos nomear, é
aquele que visita os estandes, compra produtos,
assiste os shows e apresentações no palco, vê
os fanzines expostos, encontra-se com os amigos ou passeia com a família pelo evento, enfim
aproveita cada atração. É a tribo mais numerosa
e fácil de achar em uma convenção como o
Anime Friends.
63
O mundo dos jornalistas e desenhistas amadores: Fanzine Expo
A
lguns jovens desajeitados empurram as pessoas à sua volta
para conseguir chegar às mesas dos desenhistas e expositores, que também fazem parte do grupo de atrações de feiras
e eventos de anime e mangá. O que desperta tanto interesse nesse
público diferenciado, os otakus, são os fanzines.
Fanzines são publicações independentes, produzidas de fã para fã,
não importando se o autor é amador
ou profissional. Justamente por ter um
caráter independente, a qualidade destas
publicações varia bastante indo desde fanzines rodados em xerox até aqueles rodados
em gráfica, mas todas estas publicações têm
um ponto em comum, não são
distribuídas em bancas”, explica Fabrizio Yamai, diretor
da escola de mangá AreaE
em São Paulo.
O termo fanzine é usado
desde a década de 70. A palavra é resultado do neologismo
dos termos em inglês fanatic e magazine, o significado em português é ‘revista do fã’. Por tratar-se de uma publicação amadora, com
uma tiragem pequena e impressa artesanalmente, os fanzines não
possuem regras para sua edição e dependem da disponibilidade e
do orçamento de cada editor. A falta de peridiocidade faz com que
não seja criada uma diretriz editorial.
Os fanzines são para os seus produtores uma
atividade paralela e podem ser divididos em quatro
grupos: ficção científica, música, gêneros diversos
e quadrinhos. As histórias em formato mangá são
maioria dentro do Fanzine Expo, maior feira de fanzines do país, com mais de 200 participantes por ano
e que possui sua maior edição
com 120 fanzineiros dentro do
Anime Friends, destacando-se
o gênero yaoi (histórias com
garotos homossexuais) entre
as meninas, e o hentai (erótico) entre os meninos.
“Desde pequena eu sempre
assistia os famosos animes.
Via que eram diferentes dos
convencionais, mas de alguma forma o anime me chamou
muita atenção. Há uns cinco anos trabalho nesta
área e a mais de dois sou profissional. Então acho
que estou provando a muitos que desistiram pelo
caminho, o poder destes olhos grandes”, desabafa
a desenhista Luciana Rodrigues, uma fanzineira que
deu certo na profissão e lançou sua primeira história
profissional pela editora ZN.
64
O público que compra os fanzines e prestigia o
trabalho, no entanto, às vezes pode ser cruel com
o novo desenhista. “Legal a gente ver que nosso
trabalho está sendo visto. Apesar das pessoas
virem falar com a gente mesmo com crítica ou
com um elogio é bom. O elogio ajuda a gente a ir
cada vez mais e a crítica pode ajudar por um lado
e prejudicar pelo outro. Mas acredito que a crítica
ajuda a gente a evoluir mais do que um elogio”,
explica Tainá Camilo, hoje também desenhista
profissional.
Os desenhistas profissionais, geralmente são
ex-fanzineiros, que começaram a mostrar seus
trabalhos em eventos de anime. De lá saíram as
roteiristas Petra Leão e Fran Briggs (Mercenários,
Editora Trama), além dos desenhistas Bárbara
Linhares e Walmir Archanjo (Sugoi, ZN Editora).
Muitos desenhistas ainda encontraram espaço
no mundo dos desenhos animados, que cresce
a dia no país.
As aventuras do “mangá brasileiro” (quadrinho nacional baseado no traço oriental) “Holy Avenger” virou
desenho animado e é dono do título de primeiro anime nacional em série televisiva e longa metragem.
Os responsáveis são os profissionais do Studio Escola de Cinema e Animação de São Paulo. Na equipe
está o editor de imagens Hugo Casserta, que trabalhou no longa “Cinegibi” (de Maurício de Souza) e é
fã dos bons e velhos fanzineiros, sempre prestigiando o trabalho deles nas convenções paulistas. Hugo
também trabalhou no Anime Friends.
65
Vampiros, demônios e donzelas: RPG Festival - A Tribo dos RPGistas
“
Ana começou a erguer a cabeça levemente,
revelando os olhos vermelhos como brasas
e as presas saltavam da boca”, com estas
palavras o autor Rick Nobre descreve uma vampiresa no livro “Irmãs de Sangue”. Os seres da
noite, são presenças constantes dos melhores e
piores contos de RPG (Role Play Games), os jogos de aventura.
Na tribo dos RPGistas, o mundo da realidade fantástica
ganha vida e forma. Não basta apenas conhecer os
níveis (de força, velocidade, inteligência, entre outros) e as
classes (superior, nobre etc) você precisa entrar neste
universo, agir e vestir-se como um dos personagens.
O jogo é ‘real’ e depende do fã quebrar a barreira da
realidade e cair de cabeça na ficção.
Não é difícil para os brasileiros entrarem de cabeça
neste mundo em meio a um evento de 42 mil pessoas. A televisão nacional já é acostumada a retratar
a realidade mística e a multiculturalidade do nosso
país há anos. Das novelas de Aguinaldo Silva com
“Chuva de Ouro” ou “Deusas do Mar” até produções
estrangeiras como os tão falados desenhos japoneses.
Esta tribo de aventureiros fantásticos tem suas divisões e nem sempre um fã de RPG gosta de tudo
que é proposto a ele.
Quando um grupo de fãs reúnem-se em uma
mesa, eles podem jogar RPG com apenas lápis e
papel iniciando uma partida simples de ‘RPG de
mesa’, onde o mais comum é “Vampiro”, um jogo
com as populares e já citadas criaturas noturnas
que podem beber sangue ou sugar energia de
suas vítimas. Ou podem estar com inúmeras cartas na mão para uma rodada de ‘Card Game’. No
Card (estampa ilustrada) podem conter um horripilante gárgula da série “Magic” ou um meigo
“Pikachu” do anime “Pokémon”. Os tipos e quantidades são incalculáveis. Qual é melhor? Vai da
preferência de cada um: “Eu gosto de jogar jogo
de cartas. Porque é mais divertido, dá pra bolar
algumas estratégias interessantes com as cartas
que já vêm prontas”, explica o representante co-
mercial Rafael Yugi Matsuura.
Mas se o RPGista está em um campo correndo,
pulando ou brigando de ‘mentirinha’ com alguém,
pode estar no meio de um ‘Live’, onde seria o ato
de literalmente viver o RPG, interagindo com os
demais jogadores, conversando e tentando desvendar algum enigma para vencer no jogo. Nesta
modalidade, se assim podemos chamar, temos
os mais variados tipos em um evento do porte
do Anime Friends, como a ‘Arena Medieval’ com
os fãs lutando com espadas de espuma que não
machucam ou uma ‘Batalha Campal’ completa
organizada por um grupo especializado.
Mas nem todos esperam o evento para jogar, é
o caso da estudante Marina Satie, que no evento
prefere passear com os amigos. “Quem apresentou-me ao RPG foi minha irmãzinha, ela jogava
de mesa, só que eu nem gostei muito. Depois
que descobri que dava pra jogar em bate-papo,
achava super legal, porque não tem muita regra,
mais ‘sussa’. E eu não fico encarando a pessoa
com aquela cara de ‘então o que você faz?’”.
Seja pela internet, em um evento de animes ou em
qualquer local, o objetivo no entanto permanece o
mesmo, subir mais níveis e ganhar mais habilidades.
66
Liga o videogame menino!
Press Start: O mundo dos gamers
P
assaram-se mais de 30 anos desde 1972 quando surgiu o primeiro
console (aparelho de videogame) doméstico da história. Clássicos
como “Pac-man”, já pertenciam ao cemitério dos games, quando
“Sonic” (Mega-Drive), “Alex Kidd” (Master System), “Super Mario” (Nintendinho) e “Donkey Kong” (Super Nes) dominavam o mercado nos anos
90 e surgiam os primeiros eventos de games no país com campeonato
de jogos esportivos (“California Games”, por exemplo) e de luta, no qual
“Mortal Kombat” e “Street Fighter” brigavam pela preferência do fã.
Não importava sua classe social, tinha sempre um game ao seu gosto e ao
seu bolso, fazendo dos videogames, uma mania nacional. Mas chegamos
ao final dos anos 90, a moda do anime Pokémon chegou para transformar
o Game Boy no console mais vendido da história, fazendo uma forte ponte
até então inédita, do mundo dos jogos eletrônicos com o mundo dos heróis
orientais.
Com este novo conceito
o Anime Friends criou a
atração Press Start, que
com suas máquinas de
fliperamas e campeonatos
dos consoles mais atuais,
levaram inúmeros gamemaníacos (ou gamers) a se
enfrentar em campeonatos de futebol, corrida e
jogos de luta como “Super Smash Bros” da Nintendo.
Hoje em dia o Anime Friends continua sendo o
maior ponto de encontro deste público, que antes
treina em locadoras e lojas especializadas (lan
houses). Na hora do ‘pau’, vai do gosto de cada
um sobre que jogo por no console e jogar. “Eu
prefiro jogar XBOX360 que é um console mais
avançado. Os gráficos dele são bem melhores e
gosto de jogos como “Need For Speed” porque
tem um tipo de adrenalina. Melhor de jogar, mais
divertido”, explica o estudante Vinícius Merida.
Assim como Merida o número de jogadores dos
campeonatos de corrida de carros aumentam a
cada dia, os gamers se concentram no jogo como
se fosse um racha de verdade ou uma corrida de
formula um. “O campeonato de “Need for Speed”
é uma modalidade de sucesso dentro do evento
(Anime Friends). E está tendo uma grande procura devido aos carros tunados, que estão cada
vez mais populares no Brasil. A gente deve re-
67
conhecer que é um mercado que está
crescendo cada vez mais na parte de games e
até mesmo na parte motora de automóveis”,
explica Marco Antonio de Oliveira dono da
loja “Soneca Anime Club”, organizadora dos
campeonatos.
Os games e campeonatos não tem sexo e
nem idade, todos podem jogar juntos. Este
é o caso do webmaster Karlos Kusunoki, 26,
que sempre joga com os irmãos mais novos,
com os amigos e até com a esposa. “Gosto
de jogar bastante qualquer jogo de videogame. Esporte, luta, corrida. Jogo faz tempo
já desde pequeno. Eu gosto de jogar bastante
contra uma pessoa, mas se só da pra jogar
sozinho não tem problema também”.
No entanto a nova moda são os jogos online,
que permitem interação dos jogadores pela
internet. Dentre estes games destacam-se o
coreano “Ragnarok”, sucesso no Brasil desde
2004, ajudando a lotar as lan houses, lugar de
encontro diário para alguns gamers.
E para quem acha que videogame não se
aprende na escola, já existe universidade de
games no Brasil. Entre elas está a pioneira
Anhembi Morumbi, que oferece o curso de
Designer de Games em seu campus Morumbi
em São Paulo para o gamemaníaco que quer
sair da frente da tela, para os bastidores.
68
Aqui Xuxa não tem vez: YCC e Circuito
Cosplay - O Mundo dos Cosplayers
Q
uando ela diz: “Vai xuxu” a platéia vai ao
delírio. A estrela no palco não é nenhuma
apresentadora milionária, pelo contrário,
aqui as grandes não tem vez. Kira (apresentadora
do “Band Kids”) e Sabrina Sato (do “Pânico”) já
tentaram, mas o reinado do concurso de Cosplay
pertence à Mariama Monteiro ou “Plu”, como é
mais conhecida. Quando ela entra em cena todos
sabem que o show vai começar e com ele virão
uma série de bordões. As conseqüências após o
evento são várias comunidades no Orkut como “A
Plu baixou o nível” e “Eu adoro a Plu”.
O concurso de cosplay é o ponto alto e a atração
mais cara da maioria dos eventos de anime. Seriam todos, se não fosse pelo Anime Friends, onde
o show com os artistas internacionais ocupa a
vaga de maior programa do dia para os fãs que
freqüentam a convenção.
O Cosplay (costume play) é a palavra designada
para as pessoas que se fantasiam como seu
personagem preferido e passam a interagir com
outras como se fosse o próprio ser e não ela
mesma. Um cosplay também costuma se apresentar em um concurso num palco como um ator,
interpretando uma cena do seu objeto de fascínio,
que pode ser uma série, um filme, um desenho,
um livro, ou qualquer outra mídia.
O Cosplay nasceu nos Estados Unidos nos
anos 70 com os fãs de “Jornadas nas Estrelas”
visitando fantasiados a suas convenções. Em
pouco tempo a moda chegou ao Japão e os fãs
nipônicos de animes e mangás, aderiram à moda
indo aos eventos vestidos como “Sailor Moon”,
“Nacional Kid” ou em casos extremos como um
“Cavaleiro do Zodíaco”.
A moda chegou ao Brasil nos anos 90 e logo
se expandiu para todos os eventos de anime e
mangá produzidos por aqui. O encontro de fãs
que não tivessem um bom número de pessoas
fantasias era sinal que tinha algo errado. E este
fascínio atinge todas as idades com bebês de seis
meses vestidos de “Zezé” de “Os Incriveis” e “Super
Mario” pelos pais, até senhoras e senhores de mais
de 50 anos vestidos de “Yuna” de “Final Fantasy”
ou “Piccolo” de “Dragon Ball Z”.
O maior número de cosplayers (nome dado aos
fãs que fazem cosplay) é concentrado no Anime
Friends. No total participam do concurso mais de
800 pessoas e ainda faltam vagas, pelo evento
são quase dez mil fantasiados. Tanto sucesso é
atribuído ainda aos bons prêmios como o valor de
R$3.500,00 para o vencedor do concurso Yamato
Cosplay Cup (YCC) ou uma moto 0Km para o
vencedor do Circuito Cosplay.
Uma dúvida sempre presente é qual o critério
de avaliação adotado e neste aspecto depende
do concurso. “Eu avalio a roupa, interpretação,
como é que o pessoal está se comportando no
palco. Se a roupa está fiel ao personagem e se
a apresentação também está fiel”, exemplifica
uma das juízas mais experientes do evento Laís
Sorgiacomo, culinarista.
Existem três tipos diferentes de concursos. No
“Desfile” a única coisa que importa é o cosplay
em si e é dada uma nota pela fidelidade da roupa
69
com o personagem. No “Livre” é avaliado a criatividade do cosplay no modo de fazer a apresentação e a fantasia. Já no tradicional (no qual Laís
é juíza), o que vale é a fidelidade total, tanto do
cosplay quando da apresentação.
Mas nem todos fazem cosplay para se apresentar, muitos estão do lado de fora dos concursos,
usando a roupa apenas para se divertir, seja individualmente ou em grupos. Este é o caso da
designer Paula Porn, que ainda lembra de sua
primeira roupa, “Sailor Vênus” em 2001. “Eu
fiquei feliz que todo mundo reconheceu o cosplay
e não foi tão ruim assim. Mas não fiz (grupo) e
nem tenho vontade”.
Diferentemente de Paula está a programadora
Ana Paula Pereira, que não perde a chance de reunir
os amigos em nome de um desenho ou game que
todos sejam fãs. “Eu amo fazer um grupo de cosplay.
A gente se reúne com os amigos. O vínculo fica
maior entre a gente. A gente se diverte, a gente gosta, a gente ama”. Ana compara ainda o amor pelo
cosplay ao amor que uma passista sente por uma escola de samba. Ambas se preocupam por um ano
com a apresentação, desde a escolha da roupa, até o resultado final. Então que comecem os desfiles e
que vençam os melhores.
70
Salas Temáticas: O Senhor da Vassoura - Episódio 9
S
empre que um novo filme de Harry Potter chega
aos cinemas, a SET, principal revista de cinema do
país dedica quatro capas diferentes ao filme na
mesma edição. Não apenas ela, mas várias revistas
de cultura pop e entretenimento abrem espaço para
o bruxinho. Com tanto sucesso ele invadiu novas
áreas como alguns de figurinha, brinquedos, CDs e
eventos de anime.
O que um bruxo inglês, uma produção filmada na
Nova Zelândia e sagas espaciais tem a ver com a
cultura japonesa? Todos estão juntos no Anime
Friends. No animekê qualquer tipo de música pode
ser cantada, no concurso de cosplay vale se fantasiar
de qualquer personagem de qualquer mídia e o mais
importante as salas de exibição e de fóruns abrem
espaço para produções temáticas como “Harry Potter” (Tribo dos Potters), “O Senhor dos Anéis” (Hobbits), “Guerra nas Estrelas” (Jedis) e “Jornada nas
Estrelas” (Trekkers).
Assim os fãs de cartoons (desenhos animados
americanos), comics (quadrinhos americanos) e
até de boas e velhas produções latinas encontram
seu espaço. Muitos têm convenções próprias, mas
nenhuma tão grande, com tanto público e tantas opções
como dentro do Anime Friends.
Na sala do clube “Cospobre”, por exemplo, é possível
assistir episódios do nacional “Castelo Rá-Tim-Bum”
e dos mexicanos “Chaves” e “Chapolin”, o maior
herói da América Latina. Os fãs vibram cada vez que
as portas do castelo abrem ou Kiko leva um tombo. E
não estamos falando de crianças. A sala está lotada
de adultos com no mínimo vinte anos de idade.
Na sala dos Potters, aulas de magias, encontros de
bruxas Wicca e leitura de mãos estão entre as atrações. Mas porque gostar tanto assim de um
livro ou filme? Um bom fã tem sempre a resposta na
ponta da língua: “As pessoas gostam de Harry Potter
porque é uma fuga da realidade, ponto. Quem não gostaria de ter uma varinha pra resolver os problemas. Aqui
no mundo real não tem este tipo de coisa. Você tem
que batalhar e lutar pra conseguir as coisas, lá não, é
tudo através da mágica”, explica a jornalista Maria
Luíza Medrado.
Na sala dos Trekkers e dos Jedis, a coisa é mais séria
ainda. Senhores e senhoras, advogados e engenheiras, de mais de 40 anos interagem vestidos como
os personagens em jogos de perguntas e respostas (quiz) e em brincadeiras variadas. “As pessoas
gostam de interagir porque é uma maneira de você
estar mais próximo do personagem, é uma maneira
de você ter novas perspectivas sobre livros, filmes,
você vai ouvindo opiniões diferentes e também agregando novos conhecimentos sobre aquele assunto”,
conclui Maria Luíza.
Entre as figuras exóticas destacam ainda os viciados
em Senhor dos Anéis, disputando espaço com outros
pequenos grupos de fãs de várias outras obras da ficção
científica moderna como “Matrix”, “Arquivo X” e “Os
Simpsons”. O slogan do Anime Friends de “o evento de
amigos” e não “o evento de anime”, nunca esteve tão
forte e presente. Não importa qual seja sua tribo, você encontra seu espaço na Anime Friends, a maior convenção
multicultural do Brasil.
71
72
Não chamem-nos de Pumpeiros: A tribo dos Pumpers
N
o mundo do Anime Friends a tribo que sofre mais preconceito e
também a mais isolada é a tribo dos pumpers. Quem não simpatiza
com os dançarinos até arrumou o apelido pejorativo de pumpeiros.
Aparentemente deslocados no meio do evento, eles não estão tão distantes
assim da realidade do anime e mangá, mas levaram os seus campeonatos
das ruas para dentro do evento.
A maioria dos dançarinos campeões são negros, da classe média baixa,
moradores da periferia, entre 20 e 30 anos. “Na sua maioria são pessoas
vindas do (movimento) hip hop que dançam break. Eles dançam em cima da
Pump e assim chamam bastante gente e isto acaba fazendo um grupo social
que dança Pump fique unido e eles fazem amizade cada vez mais”. Explica a
modelo e atriz Marilia Mazzeo.
Mas o pump tem fãs de outras etnias, é o caso do representante comercial
Gustavo Chagas, descendente japonês: “Quando conheci a Pump, um amigo
me levou pra conhecer. A gente foi pra passar o tempo, acabei gostando e
danço até hoje. Isto faz uns dois, três anos já”. Os japoneses assimilaram
à máquina o seu cotidiano, é comum ver grandes grupos aglomerados na
máquina para dançar.
Todos que começam a dançar serão bem recebidos, ganharão seu espaço e
não há brigas ou divergências. Marilia tem uma aparência bem diferente da
usual dos freqüentadores, branca, loira e de olhos azuis, foi bem recebida pelos pumpers. “Comecei a dançar pump há mais ou menos uns quatro anos.
Geralmente o pessoal se reúne para fazer alguns campeonatos ou treinar
mesmo”. A jovem, no entanto, acrescenta que não é uma pumper e sim uma
steper, nome dado a pessoa que dança em vários tipos de máquina. Ainda
existem no Brasil “Samba” e “DDR”. Diz ainda que não é ‘Coreô’, nome de
quem faz coreografias elaboradas em cima de uma das máquinas, como o
break na Pump.
A máquina de dança Pump é coreana, possui cinco setas e o tempo entre
cada uma vale dois segundos. Das máquinas disponíveis no mercado nacional é a que faz mais sucesso pois é mais relacionada a anime e mangá
com clipes ao fundo dos cantores japoneses ou desenhos animados. São
encontradas nas cidades de São Paulo e Curitiba. Na capital paulista ela é
encontrada em fliperamas e ‘lan houses’, a maior concentração de pumpers
está em lojas como “Lord´s” (Centro e Tatuapé) e “Unit Zero” (Vila Mariana).
As músicas são divididas em duas categorias: as oficiais, vêm de fábrica no
CD da máquina, e as demais que podem ser compradas a parte. As músicas de maior sucesso são as de J-Rock (rock japonês), J-Pop (música pop
japonesa) e o Hip Hop, ritmo que faz muito sucesso no Japão.
Fora de São Paulo, no entanto, principalmente nas cidades do Rio de Janeiro
e Florianópolis, o sucesso das máquinas de dança está em “DDR”, da empresa japonesa Konami. Nela também encontramos dançarinos de Break,
mas estão presentes apenas quatro setas (cima, baixo, esquerda e direita),
com tempo parecido com a pump. Existem variados estilos da dança no
título, inclusive um onde os movimentos são combinados entre pernas e
braços, com ajuda de lasers. Os vídeos de fundo ganharam popularidade,
pois apresentam desenhos com os próprios personagens do universo criado
pela DDR.
E por fim temos “Samba”, não é popular e detestada pelos pumpers. É uma
máquina mais comum na América Latina e encontrada mais facilmente em
shoppings das cidades grandes. Com um tempo mais rápido que as suas
concorrentes, possui um nível de dificuldade menor em relação às outras.
As imagens da tela também são criticadas por usarem montagens de jogos
de videogame enquanto é possível dançar até mesmo pagode. Que o game,
ou melhor, a dança, comece!
73
A cara da voz: A tribo dos Fandubbers
N
os 50 a primeira produção dublada no Brasil, o programa “Ford na TV” foi ao ar, desde
então muita coisa mudou. Nos estúdios, os
dubladores passaram a fazer seus trabalhos sozinhos
e não em grupos como anteriormente, além dos salários terem uma melhora significativa após greves e
manifestações. Mas a mudança mais marcante foi
a presença de jornalistas e fãs nos estúdios. Sim, os
dubladores agora eram ‘estrelas’.
Quando o seriado mexicano “Chaves” estreou na
televisão brasileira em 1984, os fãs queriam saber
de quem eram aquelas vozes que davam vida ao seriado, mas poucos estúdios abriam espaço para os
fãs. Como é retratado no livro “Versão Brasileira”, do
dublador Nelson Machado (a voz do Kiko), em 1994
tudo mudaria quando o então diretor de dublagem
Gilberto Baroli, permitira que um jornalista da revista
Herói (atual Editora Futuro) entrasse nos estúdios
da “Gota Mágica” em São Paulo e fazer reportagem
com os dubladores do desenho japonês “Os Cavaleiros do Zodíaco”.
Depois deste momento o estúdio receberia inúmeros
fãs (que acompanharam a dublagem de perto, dando
sugestões e críticas), com notícia inclusive na televisão, os dubladores de Seiya, Shiriu, Saori, entre
outros dando entrevistas ao Jornal da Manchete. Os
atores sempre restritos aos bastidores ganharam os
holofotes e de lá nunca mais saíram.
Seus nomes e rostos passaram a ser reconhecidos
em eventos, onde compareciam em peso para dar
palestras, conversar com seu público fiel e serem homenageados. O primeiro prêmio surgiria em 1997 no
evento Mangácon, onde homenagearia um dublador
por ano com um troféu, durando cinco edições, seu
primeiro vencedor foi o próprio Baroli. A premiação
seria repetida, em um nova fórmula, a partir de 2004
no evento Anime Dreams.
No entanto, antes do prêmio voltar, os dubladores
ganhariam seu próprio prêmio, o “Prêmio Yamato”,
conhecido como “Oscar da Dublagem” brasileiro. A
partir de uma idéia do dublador José Parisi Jr, o empresário e dono do Anime Friends, Takashi Tikasawa,
resolve que a primeira edição de seu evento não teria
uma simples homenagem aos dubladores ou uma
palestra e sim uma noite completa de premiações.
Nascia assim um prêmio como nunca tinha se visto
nos 50 anos da história da dublagem brasileira.
Os fãs de dublagem compareceram em massa para
assistir a premiação, que até hoje se mantém com
muito sucesso e cobertura não apenas da mídia especializada, mas da mídia em geral. Nomes conhecidos como Marisol Ribeiro (atriz da novela América) já
concorreram ao troféu e estiveram presentes nesta
noite de gala. Assim como Larissa Tassi, cantora das
aberturas de “Os Cavaleiros do Zodíaco” e “Guerreiras Mágicas de Rayearth” em um show inédito.
E a premiação chegou na hora certa. Os fãs estavam
organizados e criavam clubes para dublar seus programas favoritos que ainda não tinha uma versão
no país. E novamente a série escolhida foi “Os Cavaleiros do Zodíaco”, com seus episódios inéditos da
quarta fase: “Hades”. Os fandubbers, como eram
conhecidos, já haviam dublado sete episódios da série quando viram a dublagem chegar ao seu auge nos
eventos de anime. O Oscar da Dublagem levou ao
Anime Friends mais de 60 dubladores entre estúdios
do Rio de Janeiro e São Paulo.
A festa da voz estava completa, os fãs amadores
que tentavam dublar em um estúdio improvisado
estavam cara a cara com seus maiores ídolos. E para
o público restava alegria de ouvir ao vivo Hermes
Baroli, o dublador do Seiya verdadeiro (protagonista
de “Os Cavaleiros do Zodíaco”), gritar ao vivo “Me dê
sua força Pegasus”.
74
game
Os games censurados no Brasil
C
om o lançamento do polêmico “GTA IV”
no Brasil falaremos de outros jogos com
temática violenta que foram banidos do território nacional.
Desde sua primeira versão, “GTA” traz cenas de
violência gratuita como atropelamento de idosos,
brigas de gangues, roubo de carros entre outras.
Nos EUA, logo que foi lançado, as discussões sobre o quão nocivo esse tipo de jogo é para as crianças e adolescentes começaram a se inflamar.
A quarta versão do game foi lançada este ano e
uma das novidades é que o jogador pode continuar roubando os carros, porém, quebrando os
vidros e fazendo ligação direta. Entretanto, apesar
disso tudo, não há restrição à venda do jogo nos
EUA, assim como outros jogos que possuem a
mesma temática. O que acontece por lá é que os
fabricantes são obrigados a providenciar um alerta na embalagem do produto sobre o conteúdo
inadequado para as crianças.
Aqui, no Brasil, a situação é outra. A classificação
etária nos games existe também, assim como
em programas de televisão, mas, parece não ser
suficiente para nossas autoridades. Só este ano,
por causa das mais diferentes razões, a Justiça
tirou de circulação três jogos: “Counter Strike”,
“Everquest” e “Bully”.
As alegações para as proibições
No início do ano, o Procon anunciou que o recolhimento das lojas do estado de Goiás os jogos “Counter Strike” e “Everquest”. Ambos os jogos chegaram
ao mercado em 1999 e foram retirados de circulação
sob a alegação de serem impróprios para o consumo, como informado em comunicado no site do
Procon: “foram considerados impróprios para o consumo, na medida em que são nocivos à saúde dos
consumidores”.
A decisão foi do juíz federal Carlos Alberto Simões de
Tomaz, do Estado de Minas Gerais e válida em todo
o território nacional. De acordo com o juíz, “Counter
Strike” estimula a violência e “Everquest” “traz iminentes estímulos à subversão da ordem social”.
“Counter Strike” chegou às lojas em 1999 como
um mod para o jogo “Harf-life”, após o sucesso,
a detentora do jogo Valve Software, comprou os
direitos do mod. É considerado o jogo de tiro mais
popular do mundo, onde é mostrado o clássico
conflito entre mocinhos e bandidos (no caso, terroristas).
Durante o jogo, duas equipes se enfrentam em partidas via web e as missões dos times vão desde armar bombas (ou desarmar) até a total aniquilação
dos adversários, com ajuda de mapas e equipamentos diversos. É mais um jogo de estratégia do que de
tiro propriamente dito.
O comunicado do Procon afirma ainda que o RPG
“Everquest”eva o jogador ao total desvirtuamento e
Texto: Daniela Giovaniello
conflitos psicológicos ‘pesados’; pois as tarefas que
este recebe, podem ser boas ou más”. O game é
um RPG on-line (MMORPG) lançado em 1999 e
desenvolvido pela Sony Online Entertainment, sendo
considerado uma das referências desse gênero de
jogo, mostra os conflitos de magos e guerreiros com
monstros em uma outra dimensão.
“Bully” foi desenvolvido pela “Rockstar”, a mesma
de “GTA”, o jogo foi proibido por aqui em liminar do
Ministério Público do Rio Grande do Sul sob alegação de: “Ambientado em escola de nível médio,
Bully retrata, fundamentalmente, situações ditadas
pela violência, provocação, corrupção, humilhação
e professores inescrupulosos, nocivo à formação de
crianças e adolescentes e ao público em geral”.
Em “Bully” o jogador será o estudante rebelde Jimmy Hopkins de 15 anos que passará por brigas e
confusões no colégio, além de freqüentar as aulas.
Afinal é ou não é censura?
Essas proibições podem ser chamadas de censura. Assim como discos, filmes e livros, os jogos
de videogame são produtos culturais, assim sendo, se os primeiros não foram banidos, o mesmo
valeria para os games. É a chamada liberdade de
expressão que nos EUA funciona e é o que impede que games como esses e como o “GTA IV”
não sejam proibidos, confiscados ou banidos.
No fim das contas, já vivemos a censura disfarçada pela faixa etária nos programas de televisão
e cabe aos pais dessas crianças e adolescentes deixá-las assistirem ou não a eles. Por que o
mesmo não pode acontecer com os games?
vitrine
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76
eventos
Cosplaycon conquista seu espaço em São Paulo
R
ealizado nos dias sete e oito de junho, o
evento Cosplaycon trouxe um grande público em sua primeira edição como convenção solo de animê e mangá.
O evento, com uma temática voltada à arte de
fazer cosplays, não decepcionou mostrando um
grande time de cosplayers, que se esforçaram
para mostrar apresentações criativas e inovadoras.
O evento já teve três edições anteriores junto
ao famoso Anime Fantasy. Nesta versão solo, o
evento mostrou que veio para ficar e entrar para o
calendário oficial dos fãs de animê e mangá antes
do Anime Friends, servindo como um aquecimento para o evento.
Realizado na Associação Miyagi Kenjinkai do
Brasil, no bairro da Liberdade em São Paulo, os
cosplayers se sentiram incentivados pelas disputas de vagas para o YCC, YBC e ainda para
somar pontos no Circuito Cosplay Livre fazendo
com que o público tivesse dois dias de puro entretenimento.
O evento também contava com a área de jogos, o
Press Start, e vários estandes, vendendo muitos
produtos, além da área de alimentação.
Texto: Felipe Marcos | Fotos: Rodrigo Hideo e Liz Micheleto
Resultados dos concursos culturais
Categorias de Cosplay
Livre Individual: Marcos ‘Bardo’ Teixeira
Livre Grupo: Sweet, Diogo, Allan, Henrique
E Skay
Desfile: Thais ‘Yuki’ Jussim
Tradicional Individual Feminino: Ana Paula
Ribeiro
Tradicional Individual Masculino: Marcos
‘Bardo’ Teixeira
Tradicional Grupo: Juliana ‘Ju Tsukino’ E Loren ‘Lola’
Dança Dos Cosplayers: Luciana E Henrique
Animekê
Categoria Única: Silas ‘Aniki’
animê
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“Death Note” é o novo alvo da indústria hollywoodiana
Texto: Túlipe Helena
O
mangá “Death Note” (“Caderno da Morte”) é mais um título
japonês que inspirou diversas
adaptações em outras mídias, e
como os concorrentes, ele também
chamou a atenção da indústria
cinematográfica de Hollywood.
“Death Note” conta a história de Yagami Raito, um aluno exemplar que
acaba encontrando um caderno que
causa a morte à pessoa que tiver o
nome escrito nele.
Tudo começou com a série de mangá
“Death Note” escrita pelo mangaká
Tsugumi Ohba e ilustrada por Takeshi
Obata. A publicação foi feita inicialmente pela revista Weekly Shonen
Jump, de janeiro de 2004 a maio de
2006. Foram ao todo 108 capítulos
em 12 volumes. O mangá é uma mistura dos gêneros: ficção e policial.
Como curiosidade o mangá e o animê
de “Death Note” possuem diferenças
em seus finais. Somente o animê possui uma história após o fim.
Com relação aos licenciamentos, o mangá inspirou um jogo de videogame baseado no
animê, “Death Note: Kira Game” foi lançado para o console Nintendo DS, em fevereiro do
ano passado. A responsável pelo desenvolvimento e distribuição do jogo foi a empresa
Konami.
No Japão foi produzido o terceiro filme que se chama “L”. O
foco desta produção é a história de L no animê. Trata-se de um
“spin-off ”, uma história alternativa dedicada ao personagem.
O ‘remake’ americano de “Death Note”
Após o lançamento dos três filmes “Death Note”, “Death Note:
The Last Name” e “L Changes the World”, está prevista a
produção de uma versão americana do animê.
No início deste mês, começaram a circular informações pela
internet de que a produtora Vertigo Entertainment estaria desenvolvendo um novo filme inspirado no mangá.
A produtora responsável pelo desenvolvimento e produção
de vários títulos asiáticos, também é responsável por outras
adaptações, dentre eles: “Ju-on” (“The Grudge” ou “ O Grito”),
“Dark Water” (“Água Negra”), “Gin gwai” (“The Eye”) e “Shutter” (“Imagens do Além”).
As adaptações do mangá
O animê inspirado no mangá foi dirigido por Tetsuro Araki, no estúdio Madhouse. A exibição original aconteceu de outubro de 2006 a junho de 2007, nas emissoras Nippon TV,
Cartoon Network, GMA Network e Animax. Ao todo foram exibidos 37 episódios.
Uma light novel, intitulada “Death Note Another Note Los Angeles BB Renzoku Satsujin
Jiken”, também foi feita. A produção foi de Ishin Nishio com ilustrações de Takeshi Obata.
A produtora Shueisha lançou a obra em agosto de 2006.
A série “Death Note” foi adaptada em dois longa-metragens live-action pela Warner Bros
japonesa, “Death Note” e “Death Note: The Last Name”. O tema dos filmes é a primeira
saga do mangá. O primeiro filme foi lançado em junho e o segundo em novembro de
2006.
A empresa teria contratado Vlas e Charles Parlapanides, roteiristas de diversos programas da TV americana, para escrever
o roteiro. A expectativa é que o filme seja feito no melhor estilo
americano de fazer grandes adaptações.
78
mangá
Naruto: Uma história ainda sem fim. Por enquanto!
V
ocê já deve ter ouvido falar em “Naruto”,
certo? Se ainda não, sabia que a história
começou como um mangá e depois virou
animê? Sim! A história é basicamente a mesma:
Naruto é um aprendiz de ninja que precisa ser
aprovado em várias tarefas complicadas para se
tornar o melhor na vila onde vive, mas ninguém
lhe quer bem por lá, porque o garoto é a reencarnação de uma raposa de nove caudas, um
monstro antigo que devastou a vila anos atrás.
O mangá foi criado por Masashi Kishimoto e virou uma série na revista semanal Shonen Jump
desde 1999. A adaptação para a TV veio no ano
de 2002 e foi produzida pelo Studio Pierrot e os
capítulos foram ao ar pela Tv Tokyo.
Texto: Daniela Giovanniello
O autor do sucesso
Os bastidores do mangá
Na época de colégio, o autor gostava da série
“Doraemon“ (série de animê, criada por Fujiko F.
Fujio que aqui foi transmitida pela TV Manchete.),
assim como todos os seus amigos que tiravam
referências para desenhar personagens desse
animê.
Kishimoto sempre foi perfeccionista, indicando
os erros das outras pessoas e mostrando como
desenhar corretamente. “Agora que eu estou
lembrando isso, vejo como eu era uma criança
irritante”, declarou Masashi.
tora japonesa Shueisha para trazer o mangá para
o Brasil. O mangá foi lançado no Brasil em maio
do ano passado (2007) pela Panini. Sai mensalmente, tem cerca de 200 páginas e formato de
13,7x 20 cm.
No Japão, o mangá já rendeu 37 volumes e ainda
está sendo publicado, sem previsão de encerramento.
Algumas curiosidades do mangá são: o box talk,
um espaço no fim de alguns capítulos onde o autor “conversa” com o leitor e sempre faz algum
comentário um tanto pertinente, o traço limpo
de Masashi que foca muito mais as expressões
dos personagens do que os cenários e os closes
das batalhas sobre o fundo branco, sem falar nas
onomatopéias (figura de linguagem que imita um
som com um fonema ou palavra, por exemplo:
ruídos, gritos, sons da natureza, barulho de máquinas, o timbre da voz e etc) que foram traduzidas para o português para desespero de alguns
fãs. Essas traduções foram exigências da própria
editora japonesa para lançar o mangá por aqui.
Masashi Kishimoto nasceu em 08/11/1974, nas
proximidades de Okayama, é o mais velho e tem
um irmão gêmeo. Desde pequeno ele desenhava
e tinha o sonho de se tornar um Mangaká, além
de ser um apaixonado por Ramen.
O primeiro mangá de Masashi foi “Karakuri”
publicado em 1996 pela editora Shueisha, porém,
o sucesso veio anos depois em 1999 com “Naruto”, publicado pela editora Shonen Jump.
Masashi Kishimoto entrou no mundo dos mangakas e se tornou um dos maiores da história
com poucos anos de experiência e seu mangá
em pouquíssimo tempo se tornou um dos mais
populares da atualidade.
No começo a história do mangá é praticamente a
mesma do animê, com a diferença de estar mais
adiantada. Muitos críticos consideram “Naruto”
um sucesso tão grande quanto “Cavaleiros do
Zodíaco” e “Dragon Ball”.
O fato de “Naruto” ser esse sucesso todo foi o
que mais complicou as negociações com a edi-
79
cosplay
Circuito Cosplay Livre – O espaço da criatividade
L
ançado em junho último, no evento temático Cosplaycon, o Circuito Cosplay Livre
promete agitar o mundo do cosplay. Criada
em 2004 pela então coordenadora Daniela “Deedo”,
a categoria Livre é baseada na criatividade, onde o
cosplayer deve elaborar uma apresentação única
e original. Não há obrigatoriedade quanto ao tema,
mas a maioria dos competidores prefere encenações
cômicas e musicais.
O Circuito Livre objetiva valorizar a categoria, que nos
últimos anos ganhou novos admiradores e apresentou disputas cada vez mais acirradas. Sendo uma
competição de longo prazo (engloba eventos e apresentações ao longo do ano) com finalização prevista
para março de 2009 no Anime Party, suas regras são
as mesmas utilizadas para o já conhecido Circuito
Cosplay Tradicional, que encerra no Anime Friends
2008 sua quarta edição.
Próximos eventos participantes do Circuito
Lorem “Lola”, primeira colocada no Circuito
Cosplay Livre
6º Anime Friends
Data: 11, 12, 13, 16, 17, 18, 19 e 20 de julho de
2008
(obs.: pontuação para o circuito somente nos
seguintes dias: 11, 13, 17, 18, 19 e 20.)
Pontuação dobrada: quinta-feira (17)
Texto: Layla Camillo | Foto: Liz Micheleto
6º Anime Dreams
Data prevista: janeiro de 2009
Pontuação dobrada: nenhum dia
3º Anime Party
Data prevista: março de 2009
Pontuação dobrada: nos dois dias do evento
Pontuação após o primeiro evento
1º lugar - Loren “Lola” - 25 pontos
2º lugar - Marcos Vinícius “Bardo Marcos”
- 18 pontos
3º lugar - Andressa “Lilithy” Miyazaki - 10
pontos
4º lugar - Clailson “Kakarotto” e Michael
“Night heaven” - 7 pontos
5º lugar - Erikson “Tio Kiba” - 7 pontos (desempate)
6º lugar - Felipe “Gambit” - 6 pontos
7º lugar - Diego “Mubarack” - 4 pontos
8º lugar - Paulo “Doidorotto” - 3 pontos
9º lugar - Leonardo “Kakashi” - 2 pontos
10º lugar - Mauricio “Psy”, Thamara
“Thammy Lei”, Bianca “Lee Shao Mei”,
Tamires “Amy”, Israel Costa - 1 ponto
tokusatsu
Você sabe o que é Kyodai?
N
80
Texto: Eugenio Furbeta – do portal www.tokusatsu.com.br | Fotos: Reprodução
o fim dos anos 50, “Godzilla” fazia um enorme sucesso e conquistava platéias em cinemas do mundo inteiro. Quase na mesma época, surgiam heróis clássicos como “Gekko
Kamen” e “National Kid”. A série da família Ultra chegou às telinhas pouco depois com
o nome de “Ultra Q”. Mas só em 1966 o Japão conheceria a verdadeira febre Ultra, com “Ultraman”, o herói que é a fusão de um alienígena com um ser humano, que com o poder da cápsula
Beta se transforma em um guerreiro gigante.
A idéia de colocar um herói gigante lutando com um monstro de proporções também avantajadas foi certeira e a partir daí foram criadas novas séries Ultra, como “Ultra Seven” e “Ultraman
Jack”. Outros heróis foram lançados também para aproveitar o sucesso de “Ultraman”. Dessa
maneira, surgiu a classe “Kyodai Heroes” (heróis gigantes).
“Spectreman” é uma série de TV japonesa, produzida pela P-Productions (a mesma produtora do
“Lion Man”) e exibida em seu país originalmente na TV Fuji entre 2 de janeiro de 1971 a 25 de
março de 1972, totalizando 63 episódios. Foi um grande sucesso na época, dando mais impulso
ao gênero ‘tokusatsu’, que compreende todos os tipos de filmes e seriados com efeitos especiais
japoneses. A série foi exibida no Brasil inicialmente pela Rede Record no final da década de 70 e
depois, durante a década de 80, pelo SBT.
Depois foi a vez de surgir “Vingadores do Espaço”, série produzida em 1966 no Japão, exibida
no Brasil entre 1973 e 1974. Ganhou uma nova dublagem e reexibida em 1980. Retratava a
existência de um mago (Matusem) que criou três robôs (Goldar, Silvar e Gam), que voam como
foguetes, e seu criador em sua meta de evitar que o malvado Rodak conquiste a Terra.
Quando é necessário viajar da ilha vulcânica em que vivem para lutar contra os monstros de Rodak, Goldar, Silvar e Gam são capazes de se transformar em foguetes e voar. Ao final do seriado
eles vencem a batalha contra Rodak e voltam para seu planeta natal na esperança de poder se
reencontrar no futuro. Esses são alguns dos exemplos de heróis gigantes que passaram pelo
Brasil e fizeram grande sucesso na década de 70 e inicio da década de 80.
Apesar de todos esses nomes, variações e detalhes, as séries são muito semelhantes, mesmo quando se trata de subgêneros diferentes. O motivo é que todos estão fundamentadas no
cinema japonês nas décadas de 50 e 60 onde monstros
gigantes eram o máximo da ficção-científica e o mundo
invadido por eles dependia de um exército especial ou
de alguém dotado de super-poderes para se salvar. Mesmo assim o número de tokusatsu produzidos é incrivelmente grande e agrada o público há várias décadas. E
até o Brasil acolheu tal sucesso.
vitrine
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curiosidades
Vai encarar?
Kung Fu Panda traz conceitos orientais com humor americano
A
época de férias é um bom motivo para
levar a criançada ao cinema. Se as férias
mal começaram e você já não vê a hora
dos pequenos voltarem para a escola para
acabar com a bagunça, um bom “remédio” é
assistir a animação Kung Fu Panda, produzido
pela Dreamworks e com verdadeiras estrelas de
Hollywood emprestando suas vozes aos personagens. Descontraído, o longa é garantia certa
de risos e, pelo menos, uma hora e meia de “descanso” para os pais.
Os conceitos por trás de Kung Fu Panda é hilário.
Quando associamos artes marciais a animais,
sempre pensamos em bichos conhecidos pela
mobilidade. A base do humor do filme é exatamente o fato de que seu protagonista é uma criatura que transmite
a idéia de peso e
lerdeza, cuja celebridade se deve a dois
fatos que não têm
qualquer
relação
com lutas: parecer
um bicho de pelúcia e só conseguir
sobreviver graças à
proteção humana.
O talento aparente
de Po, o panda do
título, é para a cozinha, mas ele quer porque
quer se tornar um mestre do kung fu. Seus “colegas” no templo onde se ensinam artes marciais parecem muito mais adequados ao trabalho
– todos se enquadram naquela definição acima:
um macaco, uma tigresa, um louva-a-deus, uma
serpente e uma ave. Claro que o filme já nos dá a
dica de que Po não é único, e parecer adequado
a ela: o mestre do templo é uma
tartaruga. De qualquer maneira,
a aparência de inadequação
de Po e a hostilidade de seus
colegas garantirão alguns dos
melhores momentos do filme.
Se a idéia é manter a criançada
quieta (pelo menos por um
tempo) ou mesmo dar boas
risadas, Kung Fu Panda é imperdível. Tanto história quanto
pelos golpes aplicados pelos
animais. Para muitos, a animação “dá pau” em muitos filmes
de artes marciais com atores
reais.
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