textos selecionados do concurso histórico

Transcripción

textos selecionados do concurso histórico
Leonardo Kazuo dos Santos Serikawa (Organizador)
TEXTOS SELECIONADOS DO CONCURSO HISTÓRICOLITERÁRIO CAMINHOS DO MERCOSUL 2015
A Floresta Amazônica: patrimônio da humanidade
Brasília
2016
Ministério da Educação
Esta publicação foi realizada pela Assessoria Internacional do Ministério da Educação do Brasil
Organizador da Publicação
Leonardo Kazuo dos Santos Serikawa
Organizadores do Concurso
Leonardo Kazuo dos Santos Serikawa
Sandra Rejane Sérgio
Colaboração
Aline Damasceno Ferreira Schleicher
Leandro Gomes Cardoso
Gabriel Felipe da Fonseca Dizner
Manoela Vilela Araújo
Karolina Turnes Rocha
Arte da capa e contracapa
Assessoria de Comunicação Social do MEC
Fotografias
Leonardo Kazuo dos Santos Serikawa
O conteúdo desta publicação pode ser acessado também pela página:
http://edu.mercosur.int/
Serikawa, Leonardo Kazuo dos Santos
Textos selecionados do Concurso Histórico-Literário Caminhos do
MERCOSUL 2015 - Floresta Amazônica: patrimônio da
humanidade [e-book] / Leonardo Kazuo dos Santos Serikawa
(Organizador) – Brasília: MEC, 2016.
220 p.
Número ISBN: 978-85-92565-00-8
1. Literatura 2. Educação e meio ambiente 3. Concurso 4.
MERCOSUL
Os textos aqui publicados são de exclusiva responsabilidade de seus autores.
Lista de Autoridades
DILMA ROUSSEFF
Presidenta da República
ALOIZIO MERCADANTE OLIVA
Ministro de Estado da Educação
Sumário
Agradecimentos ........................................................................................................................................................ 7
Sobre a Publicação .................................................................................................................................................... 8
Sobre o Concurso Caminhos do MERCOSUL 2015 .................................................................................................... 9
Ganhadores de 2015 ............................................................................................................................................... 10
Prefácio .................................................................................................................................................................... 12
Introdução ............................................................................................................................................................... 14
Contos...................................................................................................................................................................... 15
Cuentos Cortos .................................................................................................................................................... 15
Deseo mi aguapé ............................................................................................................................................. 15
Itatí quiere a sus amigos .................................................................................................................................. 16
¡No apuñalemos a nuestro Pulmón! ............................................................................................................... 18
A mí alrededor ................................................................................................................................................. 19
Corazón agradecido ............................................................................................................................................. 22
Agua para la vida ................................................................................................................................................. 34
El oro del Amazonas ............................................................................................................................................ 41
Naiá...................................................................................................................................................................... 46
A lenda da Arara Azul .......................................................................................................................................... 52
Índio da Amazônia ............................................................................................................................................... 58
Um ciclo de amor................................................................................................................................................. 61
Lembranças de um guerreiro .............................................................................................................................. 64
El Amazonas y el transcurso de sucesos de Orellana. ......................................................................................... 66
Forjando el destino de Ana ................................................................................................................................. 72
Victoria Amazónica .............................................................................................................................................. 79
Amazonia ............................................................................................................................................................. 83
La guerrera mágica .............................................................................................................................................. 90
Poesias ..................................................................................................................................................................... 99
Unidos.................................................................................................................................................................. 99
Antologia Poética .............................................................................................................................................. 105
Ensaios ................................................................................................................................................................... 110
La educación, la mejor aliada ............................................................................................................................ 110
Yvy Maraey y el éxodo del pueblo guaraní ....................................................................................................... 118
El devenir histórico de las comunidades indígenas de la amazonia brasilera: entre lo exótico y el respeto a la
conservación e identidad de los pueblos nativos.............................................................................................. 130
Amazonia: Agua que da vida al mundo ............................................................................................................. 135
Indígenas, biodiversidad y atropellos en la selva amazónica ............................................................................ 140
La densa y frondosa selva de la educación ....................................................................................................... 145
Viaje con letras por la ancestral amazonia ........................................................................................................ 149
Todo comienza sabiendo educar....................................................................................................................... 152
La Educación como proceso de la preservación de la selva Amazónica. .......................................................... 155
Hasta lograr un mar de sangre corriendo por recuerdos .................................................................................. 160
Ensayo: Floresta Amazónica .............................................................................................................................. 164
Una mirada a la selva Amazónica Boliviana y aportes para su preservación sostenible .................................. 170
Monografias .......................................................................................................................................................... 177
La educación ambiental latinoamericana se ve fuertemente afectada por los diversos grupos sociales que
integran la sociedad a partir de la década del 70. ............................................................................................ 177
Revelaciones De La Opresión Autóctona .......................................................................................................... 187
O extrativismo sustentável na luta pela conservação da floresta..................................................................... 196
El extractivismo como motor del desarrollo ..................................................................................................... 203
La educación como proceso de preservación de la Floresta Amazónica. ......................................................... 209
Viagem de Premiação ............................................................................................................................................ 212
Agradecimentos
Agradecimentos aos Ministérios de Educação de Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Paraguai,
Peru e Uruguai, que ajudaram na divulgação e seleção dos estudantes ganhadores da Edição do Caminhos do
MERCOSUL 2015.
Aos participantes que enviaram seus textos e a todas as escolas e professores latino-americanos que
incentivaram seus estudantes a se inserirem no Concurso, sem os quais esse projeto não faria sentido.
Aos inúmeros parceiros que de alguma maneira contribuíram, do início ao fim, para o sucesso de mais
esse trabalho.
Agradecimentos especiais à Secretaria de Estado de Educação do Amazonas e sua equipe pelo apoio na
concretização da viagem de premiação e também à Universidade Estadual do Amazonas (UEA), pelo suporte na
cobertura audiovisual do evento entre Tabatinga e Manaus.
Sobre a Publicação
Esta publicação tem como objetivo divulgar a excelência dos trabalhos selecionados no Concurso
Caminhos do MERCOSUL 2015. Foram selecionados os melhores textos ganhadores, resultando em uma
publicação com 32 trabalhos, entre contos, poesias, ensaios e monografias.
São trabalhos riquíssimos produzidos por jovens escritores que, por meio disso, valorizam outro precioso
tesouro existente na América do Sul: nossos cidadãos. Graças à sua criatividade e curiosidade, superando barreiras
e preconceitos, eles nos revelam uma Amazônia diferente, vista e descrita a partir do interior de seus intelectos,
os quais em sua grande maioria nunca se encontraram pessoalmente com a maior floresta tropical do mundo.
A maneira como relatam fatos históricos, inventam contos e poesias totalmente originais e descrevem
conhecimentos e informações científicas das mais diferentes fontes nos faz pensar na existência de uma
intimidade longa e antiga entre nossos jovens literatos e pesquisadores e o tema proposto. O que é um engano,
dado que a maioria deles mal conhece os limites além de suas cidades e países.
Contudo, apesar da pouca experiência, esses jovens pesquisaram, leram e escreveram, resultando neste
material fascinante, que pode ser apreciado por leitores de português e espanhol, podendo ser usado, inclusive,
como material didático de inspiração por professores em suas salas de aula.
Sobre o Concurso Caminhos do MERCOSUL 2015
O Concurso Caminhos do MERCOSUL é um concurso histórico-literário organizado pelo Setor Educacional
do MERCOSUL (SEM). Desde 2013, o concurso ocorre anualmente sob a tutela dos países membros e associados,
que divulgam e selecionam os trabalhos enviados por seus respectivos estudantes.
Os objetivos desse certame são estimular e fortalecer a identidade regional de jovens do MERCOSUL por
meio de uma experiência formadora, por meio da qual os participantes, além de buscar o conhecimento, podem
vivencia e apreciar o valor da integração e da diversidade cultural por meio da viagem de premiação.
O concurso tem como público-alvo estudantes adolescentes do Ensino Médio, os quais devem ter entre
16 e 17 anos de idade, além do bom desempenho escolar e da capacidade de convivência com jovens de diferentes
culturas e origens.
Para ser selecionado, os jovens devem estar atentos às convocatórias anuais, lançadas por meio dos sites
dos Ministérios e do SEM (www.edu.mercosur.int). Todas as informações sobre a seleção (critérios, prazos e como
devem proceder) estão disponíveis nesses meios de comunicação.
Em 2015, ocorreu da 12ª Edição sob tema “Floresta Amazônica como patrimônio da humanidade”. Foram
selecionados aproximadamente 50 estudantes de oito países que tiveram a oportunidade de se conhecer e ter
um encontro especial na selva Amazônica entre os dias 18 e 25 de outubro de 2015.
A próxima edição ocorrerá será organizada pelo Ministério de Educação e Cultura do Paraguai. O tema e
o edital devem sair no início de 2016.
Ganhadores de 2015
Foto: Isaac Júnior (Ascom/FVO)
Argentina
Francisco Javier Baez Torres
Ivanna Huilén Flâmig
Luciana Sol Fernandez
María de las Mercedes Pichel
Nicle Giovanna Passamani
Sebastián Manikis
Bolívia
Eldy Erica Calvo Orellana
Marcela Yukary Ramirez Cossio
Marcelo Amilcar Ortiz Espinoza
Maythe Veronica M. Villagomez
Nataly Elizabeth Elias Berrios
Raquel Marcela Ticona Villca
Brasil
Fernanda de Souza Valente
Gabriel Simonassi Dubberstain
Heloisa Dias
Letícia Ramos
Pedro Rabelo de Araújo Neto
Tatiane Pereira da Silva
Robson Oliveira Pereira
Colômbia
Andrés Felipe Escorcia Morales
Edilver Andres T. Coronado
Laura Virginia Piñeres Santos
Maria José Mouthon Chamorro
Nataly Marcela Dias Gómez
Yelena Tete Osorio
Equador
Carolina Liseth Mena Jácome
Paraguai
Alicia Isabel López Cáceres
Daysi Carolina Rojas Veja
Enrique Eulogio Cano Ramos
Evert Emanuel Núñez Belotto
Juan Ariel Ortíz González
Nancy Evarista Peralta Aguilera
Peru
Alexis Alberto Castillo Ponce
Brillytt Fioella C. Guadalupe
Noelia Fátima Majerhua Núñez
Natali Naomi H. Charccahuana
Marcela G. V. Choquehuanca
Yamile Sindel Aguilar Lengua
Uruguai
Ana Laura Vázquez Portela
Manuela Constanza C. Casal
María Soledad P. Rodríguez
Prefácio
Desde que foi criado em 1991, o MERCOSUL tem estimulado o fomento e a formulação de programas e
projetos de regionais de integração. Entre os meios para isso, encontra-se o Setor Educacional (SEM), que há mais
25 anos vem desenvolvendo inúmeras ações positivas, cujo foco principal permanece sendo seus cidadãos, em
especial os estudantes sul-americanos.
A importância dada à manutenção do elemento humano como centro dessas políticas regionais pode ser
comprovada nos Planos quinquenais aprovados pelos Ministros de Educação do MERCOSUL. Nesses instrumentos
estratégicos, foram previstas iniciativas que atendem desde a educação básica até pós-graduação, e que, para se
concretizarem, necessitam contar com o envolvimento direto ou indireto da comunidade acadêmica, o que faz
disso um requisito básico para a aprovação de qualquer iniciativa no Bloco.
É com base nessa perspectiva que, desde 2003, a Reunião de Ministros de Educação (RME) apoia a
realização anual do Concurso Histórico-Literário Caminhos do MERCOSUL, considerado uma das ações de maior
sucesso regional por viabilizar a participação direta de estudantes do ensino médio.
Além de estimular a curiosidade pela história da América do Sul e a produção criativa pelos nossos jovens,
o Caminhos do MERCOSUL oferece como prêmio uma oportunidade única para que os estudantes possam
conhecer de perto nossas riquezas naturais, culturais, linguísticas e históricas, que consideramos ser os insumos
primários da nossa identidade sul-americana.
Foi com base nessa ideia que o Ministério da Educação do Brasil teve a honra de organizar, em parceria
com a Secretaria de Educação do Amazonas, a edição 2015 do Concurso Caminhos do MERCOSUL, cujo tema foi
Floresta Amazônica: patrimônio da humanidade. Desde o lançamento do edital, pudemos sentir que a escolha
desse tema foi acertada. Em razão do momento da questão da preservação do meio ambiente para as gerações
futuras, o tema mostrou-se bastante ousado ao trazer para o debate a visão daqueles que são silenciados e que
certamente conviverão com os efeitos perversos das ações da sociedade contemporânea.
A decisão de levar a discussão para o interior das escolas garantiu ao concurso uma recepção positiva
tanto por parte das mídias como pelos estudantes e professores, que nos retornaram com elogios e um número
acima do esperado de inscrições.
Além disso, tida como umas das edições de maior sucesso, a edição Caminhos do MERCOSUL de 2015
contou com a participação de jovens de oito nacionalidades diferentes (Argentina, Brasil, Bolívia, Colômbia,
Equador, Paraguai, Peru e Uruguai) que puderam explorar quatro diferentes subtemas:
•
•
•
•
A educação como processo de preservação da Floresta Amazônica;
O ciclo da água na Amazônia;
História dos povos tradicionais da Amazônia;
O extrativismo como alavanca do desenvolvimento amazônico.
Por meio de uma seleção criteriosa realizada pelos Ministérios de Educação do MERCOSUL, foram eleitos
aproximadamente 40 trabalhos. Esses textos foram organizados e compilados, dando origem à presente
publicação intitulada “Textos Selecionados do Concurso Histórico-Literário Caminhos do MERCOSUL 2015 Floresta Amazônica: patrimônio da humanidade”, que tem como objetivo valorizar o esforço realizado pelos
estudantes ganhadores do certame, bem como servir de inspiração para os futuros candidatos das próximas
edições.
Com intuito de dar maior visibilidade e acesso à publicação e, igualmente, evitar a impressão de
exemplares, o que feriria o próprio temário do Concurso, o Ministério da Educação do Brasil decidiu lançar a
publicação unicamente em versão eletrônica, sendo, assim, considerado o primeiro e-book da história do
Concurso Caminhos do MERCOSUL. Essa iniciativa marca um momento novo para o projeto ao mesmo tempo em
que o lança para o futuro, fortalecendo as políticas regionais de inclusão digital.
Por fim, é preciso destacar que um dos papeis dessa obra é — além de jogar luz ao brilhantismo e talento
criativo de nossos jovens — trazer à tona a responsabilidade e a necessidade dos países do Cone Sul de valorizar
a riqueza e a produção intelectual de nossos cidadãos mercosulinos. É preciso que criemos oportunidades como
essa para que o mérito e a importância da nossa região sejam reconhecidos para além de nossas fronteiras.
Somente assim, ocuparemos um espaço equivalente à nossa grandeza.
LEONARDO KAZUO DOS SANTOS SERIKAWA
Organizador da Publicação
Caminhos do MERCOSUL 2015
Introdução
Amazônia – Mãe da Humanidade
A Amazônia é um mundo verde onde a vida explode em cada pedacinho da região. Um lugar gigantesco
onde plantas, animais e o homem convivem em perfeita sintonia. Ela abriga em seu seio aproximadamente 10
milhões de espécies de vida.
Nesse sentido, é o maior campo de experiências de biodiversidade da Terra. Por isso, proteger a Amazônia
é preservar a fonte da vida do nosso planeta. Caboclos, índios e ribeirinhos são os verdadeiros guardiões da
floresta e ensinam, todos os dias, que é possível conciliar conservação e desenvolvimento e que o futuro pode ser
construído com sustentabilidade.
Sendo um dos lugares mais estratégicos do planeta Terra neste século XXI, a Amazônia possui vasto
território desconhecido, principalmente da perspectiva sociocultural. Ela é o “Tesouro da Terra” que vem
executando a exuberante sinfonia de convivência e harmonia entre a natureza e o homem desde o mais remoto
passado.
Portanto, a realização do intercâmbio entre estudantes vendedores do concurso histórico-literário
“Caminhos do Mercosul”, em outubro de 2015, cujo tema foi “Floresta Amazônica – Patrimônio da Humanidade”,
promovido pelo Ministério da Educação, para cidades do Amazonas e da Colômbia, foi de uma riqueza sem
precedentes.
Nesse contexto, acredito que o fomento do entendimento entre os povos dos países do Mercosul
fortalece o alicerce que assegurará a paz, por meio da identidade cultural. E o intercâmbio realizado entre os
estudantes de seus países membros impulsiona a compreensão mútua e a união entre os povos.
Esse “grande oceano verde” é um importante campo de experiências da convivência harmoniosa do
homem e o meio ambiente. Sem o êxito no desenvolvimento sustentável na Amazônia, não será possível esperar
qualquer outro resultado positivo na preservação do meio ambiente pela humanidade.
Os sinais de fortes conflitos e disputas se intensificam neste século XXI. A grande resposta para vencermos
todos esses conflitos e crises de vários tipos que estamos enfrentando está na Educação.
O grande celeiro da vida chamado Amazônia é um espelho natural que faz o homem refletir como ser
humano. Diante da grandiosa Amazônia e de sua cultura, os homens do mundo moderno devem agir com
humildade.
A Amazônia é o tesouro maior do mundo, é onde resplandece a luz da vida, onde ecoa a contínua canção
da vida. Quando a Amazônia adoece, o planeta agoniza; quando a Amazônia chora, a Terra se desespera; e quando
a Amazônia bater suas asas, a humanidade poderá voar altivamente.
ROSSIELI SOARES DA SILVA
Secretário de Estado de Educação do Amazonas
Caminhos do MERCOSUL 2015
Contos
Cuentos Cortos
Ivanna Huilén Flâmig
Argentina
Deseo mi aguapé
Estoy sentada sobre una gran roca, descansando en la húmeda tierra alrededor de inmensos árboles de
varias formas y tamaños. Este es el lugar en el que siempre he vivido y en el que toda mi vida pensé en disfrutar
con mis hermanos y hermanas. A pesar de nuestras actividades vivíamos jugando entre nosotros. Con ellas, me
he pasado mucho tiempo recolectando plantas que curen a los que estén enfermos en nuestro grupo o plantando
con ayuda de nuestra madre y las mujeres de la tribu para poder comer; con ellos, he destrozado tambaquíes para
comer o incluso he ayudado con la creación de herramientas hechas con los dientes de las temidas pirañas. Pero,
ahora que recuerdo, cuando éramos niños buscábamos todos los veranos una flor que nos encantaba, era
maravillosa. En las noches las veíamos nacer con su espléndido color de luna sobre sus enormes hojas redondas
en ese gran y tranquilo río, cerca de donde vivía.
Pienso que no tendré mi flor. El lugar en donde vivo es tan grande que puedo ver desde poincianas hasta
bromelias, pero ninguna como la que yo busco. Ni siquiera mis pequeños amigos colibríes o los cariamarillos la
han encontrado, ¿Dónde estará esa bella flor? Anhelo su delicada y dulce fragancia que emanaba aquellos días,
cuando con mis hermanos nos refrescábamos en las aguas para recolectarlas y llevárselas a nuestros padres, que
luego las dejaban en el suelo en donde nuestros ancestros fueron enterrados.
Quisiera averiguar por qué solo la he visto en mi niñez, qué es lo que pasó con esa flor que yo veía todos
los veranos con tanta frecuencia, y ahora, años después me gustaría tener a mi lado. Tendré que averiguarlo.
Así me propongo una búsqueda, que me llevará a las orillas del Río Amazonas en donde solía jugar de más
chica para encontrar las flores más grandes de agua que he visto en mi vida. Recordaba el camino, a pesar de
habernos trasladado algunas veces de nuestras viviendas por razones que de niña no entendía. Solo caminaría
hasta encontrar un lugar en donde los tucanes abundaban con frecuencia y se posaban en los árboles, y luego
continuaría para encontrarme con un cedro que la tribu utilizaba como punto de referencia para llegar al río y a
esa planta que tanto añoraba. Decidí que mañana comenzaría mi recorrido, así esta noche solo me recostaría
junto con mis hermanos para darles compañía.
Al día siguiente, el amanecer despertó a mi familia por los ligeros rayos de luz que los árboles dejaban
pasar, entonces me levanté con ellos para emprender temprano con mi búsqueda. En este pulmón tan grande
como es el amazonas las cosas cambiaron tanto en tan pocos años que me resultó difícil ubicarme al principio,
porque la selva no se encontraba igual a lo que acostumbraba, pero luego de estar un largo tiempo caminando
escuché los sonidos de los pájaros coloridos que recordaba haber visto en abundancia hace unos años atrás. Me
detuve para apreciar estas increíbles aves por un momento, hasta que la preocupación por la flor volvió a mi
cabeza y decidí continuar con mi búsqueda y dirigirme en dirección al cedro. Pero nunca conseguí encontrarlo, ya
que lo único que vi fue un lugar sin árboles grandes ni animales, ¿Es posible que los árboles desaparezcan sin
razón alguna? ¿Qué ocurrió con todas las caobas que recordaba de pequeña? ¿El enorme cedro tampoco estaba?
¿Dónde viven ahora mis amigos guacamayos? Mi tribu no sería capaz de cortar estos árboles tan grandes ni de
dejarlos sin lugar donde vivir, mucho menos si nos protegen del calor y de las frecuentes lluvias, como la que se
Caminhos do MERCOSUL 2015
está por aparecer en cualquier momento. No entiendo quién pudo haber sido el responsable, es que otro grupo
es imposible que lo haya hecho, porque no recordamos haber visto a otro grupo que no fuese el de nosotros, hace
tanto tiempo que le pidieron a mi familia que se marche de nuestro hogar y que no vemos a otra tribu cerca
nuestro… ¿Serán las mismas personas la explicación de la huida de estas aves y el traslado de mi tribu?
Trato de cruzar este lugar tan vacío y triste para continuar como sea esa búsqueda que me motivó a salir
de la comunidad en el que hace mucho tiempo convivo, de encontrar esa maravillosa flor que quiero ver para
sentirme agradecida con esa ofrenda como mis ancestros lo hicieron alguna vez. El ambiente es algo que nunca
había visto en la vida, había mucha madera cortada por todos lados y me imposibilitaba transitar ese lugar. Me
provocó inseguridad caminar toda esta zona, pero valió la pena porque escuché el tranquilizante sonido de una
corriente de agua, ¿Será ese gigante río en el que jugaba de pequeña? Traté de avanzar lo más rápido posible
hasta encontrarme con los árboles gigantes otra vez. El cedro tampoco estaba de este lado, por lo que supuse que
junto a las caobas también lo habrían talado y confié en mis sentidos, en mi instinto. Podía ver que las coloridas
aves volaban de un árbol a otro, pero todo ese espectáculo duró poco porque a medida que avanzaba, la cantidad
de aves disminuía. Caminando un tramo más comprendí por qué esas aves no volaban por ese lugar: no solo
habían talado más árboles en esa zona, sino que a lo lejos pude ver un muro tres veces más grande que las caobas
que se había tomado casi toda el agua del río que yo recordaba de mi niñez. Al igual que esas aves, me sentí
asustada de esa pared hecha con un material que desde luego, no eran cañas; pero me sentí más que triste al
mirar el río que esto habría transformado y no encontrar siquiera las hojas redondas de la planta que contenía
esa hermosa flor. No podía creer que alguien fuese capaz de destrozar un río, una planta tan linda o hasta árboles
tan grandes. Me siento decepcionada y frustrada, ¿Este fue el motivo por el cual nos fuimos hace tanto tiempo
de este lugar? ¿Por esto nos han echado? ¿Dónde conseguiré una flor para mí?
La lluvia se hace presente en el camino de regreso, pero no me interesa, solo quiero llegar a mi tribu para
tratar de descansar sobre la tierra donde están ahora mis ancestros. El camino se vuelve cada vez más oscuro,
pero a la vez más corto a medida que avanzo. Llegando al final del camino de regreso, puedo ver cómo cada uno
de los más grandes de mi tribu termina de hacer su labor y se van cada uno a descansar para a la mañana siguiente
continuar con sus vidas. Yo, en cambio, paso por en medio de todos ellos para ir a la tierra de mis ancestros.
Vuelvo rendida a mi roca para mirar mi alrededor. Pienso todo por lo que he pasado hoy y me pregunto
si algún día comprenderé a las personas que talaron esos árboles, y construyeron ese enorme muro gris. A lo lejos
pude ver a mis hermanos junto a los niños más pequeños escaparse sin que los más grandes se despertaran como
yo lo hacía de niña buscando esa flor, pero fue en vano. La lluvia que cae me traspasa, provocándome nostalgia
en aquellos días que podía sentirla, pero más me entristece saber que no tendré mi flor de aguapé encima de mi
cuerpo ya frío y cubierto.
Itatí quiere a sus amigos
Itatí era un toco tucán del amazonas. Es destacada por su gran tamaño y su sorprendente pico naranja;
tiene un plumaje de color negro casi en su totalidad, excepto por el blanco en la cabeza; alrededor del ojo posee
un aro de color azul y otro naranja alrededor de este último. Sin duda, una especie que deja asombrado ante tanta
belleza a aquel que considere observarla. Todos los días convivía en la misma selva con muchos otros tucanes de
diferentes tipos, como el de cuello blanco y pico rojo o el de pico acanalado, y hasta loros y guacamayos de
distintos colores; pero viven de a grupos pequeños. Era habitual encontrarlos en las copas de los ucuubas
pasándose de un árbol a otro, revoloteando por ahí con sus emplumadas alas color petróleo o de colores tales
como el verde o el azul de las demás aves. El ambiente lluvioso de temperatura tropical del lugar es algo a lo que
todos están acostumbrados en la selva desde varias generaciones anteriores, por lo que no les interesa mojarse
por un momento con la lluvia casi diaria, y toman esta situación con bastante normalidad continuando con su
rutina diaria de buscar frutas para alimentarse y hasta bañándose en charcos que se forman en los troncos huecos.
Caminhos do MERCOSUL 2015
En un día como todos los demás, húmedo y cálido, Itatí se reúne en la tarde con su grupo de cinco tucanes:
Inti, Babú, Curupí, Itaú y Anahí. Ellos se hicieron amigos al reunirse como un grupo de supervivencia y se reparten
las tareas en el momento de buscar alimento. Anahí y Babú buscarían insectos, mientras que Curupí Inti e Itaú
recorrerían la selva para encontrar fruta. Ellos tres volaban de un árbol a otro sin separarse demasiado, hasta que
escucharon un graznido proveniente del pico de Anahí. Rápidamente volaron hacia el lugar del preocupante ruido
y se encontraron a los dos buscadores de insectos espantados por aquello que estaban viendo. Era una persona
vestida de forma extraña, diferente a lo que acostumbraban a ver. Llevaba consigo una carpa para refugiarse
durante la noche, cuyo clásico instrumento de supervivencia era distinguido por estas aves como una tela de color
similar a una cueva. También estaba estacionado un camión al costado de su campamento, que consistía en una
fogata rodeada por una la carpa, la cual estaba acompañada por una motosierra al lado, apoyada en el suelo. Los
tucanes estaban impactados con tal escena, no sabían lo que ocurría, pero ya que el hambre se hacía presente,
estas aves decidieron continuar con su búsqueda y observar al extraño humano después.
Al día siguiente, Itatí se despierta y se reúne nuevamente con sus amigos, pero esta vez encontró solo a
cuatro del grupo.
— ¿En dónde se encuentra Anahí? — Pregunta extrañada.
— No sabemos nada de ella, la vimos anoche por última vez. — Responde Babú con preocupación.
— ¿Qué le habrá ocurrido? No es común que se separe de nosotros.-piensa en voz alta Inti- Tendremos
que preguntar a los demás grupos para saber si ellos la han visto.
Y así fue que los tucanes recorrieron hasta el anochecer parte de la inmensa selva amazónica para saber
del paradero de su amiga, pero cada vez que preguntaban, se enteraban de que una nueva ave había desaparecido,
¿Es posible que desaparezca, en tan solo un día, un ave de cada grupo sin que alguien sepa algo de lo ocurrido?
Loros como la paraba de frente roja, el Jacinto o el gran guacamayo verde pasaban por la misma situación.
Los tucanes estaban exhaustos por el día tan devastador, pero antes de descansar Itatí tuvo un
presentimiento de que algo extraño pasaba, y fue en ese entonces que el hombre de vestimenta rara se le pasó
por la cabeza y le pidió a los demás que la acompañaran.
Al llegar, vio a ese hombre amarrando un tronco de ucuuba en su camión y a la motosierra llena de aserrín,
un árbol había sido talado. Al parecer, este hombre no era originario de este lugar y solo vino a talar un árbol de
este lugar, no había ningún rastro de distintas especies de aves en la zona. Esta persona se metió en su carpa para
poder dormir, por lo que indicó que era momento para terminar de espiar al señor y volver para descansar.
El otro día había llegado e Itatí estaría dispuesta a buscar a Anahí hasta encontrarla, es que no solo era un
miembro del grupo, era su amiga como todo aquel que conformara este conjunto al convivir tanto tiempo juntos.
Pero al volar hacia sus compañeros, notaba que algo estaba ocurriendo, por lo que les preguntó qué era lo que
pasaba y contestaron que Anahí no era la única perdida del grupo, sino que Inti también estaba desaparecida. La
frustración y tristeza inundaron su cabeza, pero la indignación también estaba presente, por lo que no pudo más
que reaccionar preguntando a los demás tipos de aves si sus compañeros habían desaparecido: todos las otras
especies también se habían perdido, ¿Qué era lo que ocurría en esta selva? ¿Cada día faltaría un ser nuevo?
Itatí recorre Amazonas con la mirada mientras vuela rápidamente por todos lados buscando a sus dos
amigas, pero lo único que encontraba eran ucuubas y caobas, todo de color verde, ningún pico anaranjado. No se
rinde fácilmente, por lo que continúa con su búsqueda. No puede evitar pensar en el hombre que vio por primera
vez con su grupo hace dos días y se dirige en dirección hacia él. Allí se encontraba, amarrando otro tronco al
camión, por lo tanto un árbol menos en la selva. Ella no cree coincidencia que se repitan ambas acciones, no se
sabe qué es exactamente lo que ocurre pero Itatí entendía que por cada vez que el hombre talaba una árbol, un
ave de cada especie desaparecía. Sabía qué era lo que tenía que hacer para salvar a los demás, le resultaba
evidente que tenía que ahuyentar a ese hombre extraño de su vida y de su hábitat.
Fue entonces como este tucán se reunió con los tres tucanes restantes para poner en marcha su plan.
Cada uno de ellos debía llamar a distintos grupos de aves que habían padecido la desaparición de un compañero
para que esta persona se vaya de una vez por todas. Una vez todos reunidos, Babú les pidió a las aves que utilizaran
Caminhos do MERCOSUL 2015
una de sus armas que poseen naturalmente, sus picos, para molestarlo en cada momento del día hasta que no
soporte seguir talando árboles.
De esta manera, los distintos loros tucanes y guacamayos se centraron en romper y picotear de todo con
ese pico, incluso la cara de ese señor para que se fuera lo más rápido posible. El hombre al cabo de las pocas horas
abandonó el lugar, permitiéndole la victoria al grupo de animales.
Por desgracia, Itatí nunca más volvió a ver a los tucanes, pero sí se dio cuenta de algo: el hombre taló
árboles y fue el mismo culpable de la desaparición de sus amigos. Ellos nunca aparecerían porque la tala de dos
árboles cambió su vida por completo.
¡No apuñalemos a nuestro Pulmón!
Amanezco en mi cama y enciendo el televisor para informarme de la temperatura que sentiré para ir a la
escuela. Preparo el café de todas las mañanas para combatir el frío y me siento en la sala de estar para escuchar
el informativo.
Sinceramente, pienso que los seres humanos somos nuestra propia destrucción. Tenemos, a diferencia de
los demás seres vivos, la capacidad de pensar, pero depende de cómo la utilicemos define nuestro progreso o
retroceso a escala social y a nivel mundial.
Hoy, veinte de septiembre del año dos mil treinta, declaran mundialmente una noticia que me resultó
muy impactante y preocupante, todos los medios de comunicación informaron que los países que conforman el
amazonas retirarían el extenso terreno selvático respectivo a cada gobierno, con el fin de obtener más espacio
libre en donde extender la población.
Sentada en mi sofá pienso qué es lo que ocurrirá con nuestro planeta, ¿en serio piensan talar todos los
árboles del amazonas para “favorecer” a nuestra especie? ¿No se dan cuenta que no beneficia a nadie, al contrario,
lo perjudica? Me siento indignada por aquella atrocidad, gente como esta destruye al mundo, ¿Acaso quieren que
el planeta Tierra se extinga? ¿Por qué quieren solucionar el problema del aumento de la población de una manera
más agresiva para miles de especies? Existen soluciones más llevaderas para todo ser que habite esta tierra, sin
tener que tener que pasar por la responsabilidad de la desaparición de una gran biodiversidad. Es irracional,
descomunal, estúpido. Seré tan solo una adolescente de diecisiete años, pero muchas personas hasta más jóvenes
que yo sabrían que no es la manera correcta de afrontar situaciones como esta.
Algo tengo que hacer, no me puedo quedar callada, ni menos de brazos cruzados. Es inevitable sentirme
enojada con esta gente, no se puede comprender este tipo de decisión, no vale la pena extinguir a la flora
talándola y, por lo tanto, la fauna quitándole sus hogares. Además, ¡Con el tiempo nos perjudicamos nosotros
mismos! ¿Qué ocurrirá cuando el dióxido de carbono sea tan abundante que no podamos evitar las más altas
temperaturas? ¿Y cuándo las inundaciones no se puedan tratar? Definitivamente, quiero salvar a esas especies en
peligro.
Al llegar a la escuela, me encuentro con mis amigas y les hablo de lo que me había enterado esa misma
mañana. Ellas también se preocuparon por la alarmante noticia, por lo que propusimos en el curso armar una
marcha a nivel nacional, con ayuda de otros colegios, para que la opinión de nuestro país sea escuchado y tratar
de que le llegue a los países involucrados nuestra desaprobación de la idea. Como nuestros compañeros estaban
de acuerdo con la marcha, comenzamos una movilización en contra de la destrucción de Amazonas.
Primero, antes de salir del colegio, pedí hablar con un directivo de la situación para que me apoyara en
esta idea y luego me ayudara a difundirla. Cada uno de los chicos informaría a todos sus conocidos de diferentes
zonas o algunos sectores del país de la noticia, en caso de que no se haya enterado, y de la idea que nosotros
creamos por tratar de revertir algo que luego perjudicaría a todo el mundo. La gente fue muy buena, y se
comprometió a difundirlo por redes sociales y a conocidos. Yo fui la fundadora de una página de internet que con
ayuda de todos los que nos apoyaban con la idea tuvo inmediatamente varios seguidores de distintos lados del
Caminhos do MERCOSUL 2015
país. La comunidad se iba uniendo por una razón en cuestión de veinticuatro horas, pero a pesar de la eficacia,
los gobiernos actuarían en cualquier momento para deforestar por completo Amazonas, así que teníamos que
actuar rápido.
Fue así como contacté a una emisora de radio muy conocida en mi país para comentarles lo que
estábamos preparando. La producción, conmovida, dijo que nos daría el espacio para difundir una marcha a nivel
nacional para salvar al planeta, por lo que avisé públicamente en mi página de lo logrado hasta el momento. La
marcha sería en dos días, donde en múltiples lugares del Estado se protestaría en contra de la tala del “Pulmón
del Mundo”.
El día ansiado habría llegado y desde múltiples lugares la sociedad salía a protestar a la calle.
— ¡No podemos dejar que destruyan el mundo apuñalando nuestro Pulmón, nuestra base biológica para
sobrevivir! — Gritaba desde mi megáfono enfrente de la casa de gobierno para que se tomara medida y conciencia
de esta terrible situación — ¡Es incomprendida la decisión de matar a miles de plantas que lo que hacen es
protegernos de la inestabilidad del clima, las inundaciones, de nuestra extinción como raza humana! — continúo,
mientras observo cómo los canales de televisión se hacen presentes para reportar lo ocurrido. Uno de ellos es
internacional.
Protestamos, mientras hacía tomar conciencia de la erosión del suelo, la polución del agua y del aire, la
extinción de plantas y animales, incluso de la pérdida de tribus amazónicas que implicaría la tala completa del
Amazonas con mi megáfono en el microcentro de la capital de Buenos Aires.
Resultó ser una protesta a nivel internacional, ya que al parecer las redes sociales llegaron a lugares más
lejanos de lo esperado y los medios de comunicación ayudaron a difundir esta protesta, pero tal movilización logró
que los países que habían tomado esa decisión reprimieran a los protestantes y adelantaran las fechas
programadas para terminar con el Amazonas y con el pasar de los años, con la raza humana…
Todo se vuelve oscuro y yo no logro comprender, hasta que de a poco me reincorporo y comienzo a sentir
unas delicadas manos sacudirme levemente. Abro mis ojos hasta percibir a mi hermana pequeña tratando de
despertarme. Era la mañana de un viernes y todavía estaba envuelta en sábanas, llegaría tarde, muy tarde. Pero
yo me encontraba aliviada al saber de qué todo lo ocurrido había sido un sueño, o mejor dicho, una terrible
pesadilla. Solo espero que algún día no lleguemos a un punto tan extremista de tener que padecer situaciones
como estas…
A mí alrededor
Toda mi vida la he transitado en el mismo lugar, es que soy un árbol, un lapacho de 10 metros de altura,
bajo a comparación de toda mi familia. Pero eso no quiere decir que estoy aburrida todo el tiempo, por el contrario,
me la paso observando este maravilloso lugar caluroso y húmedo, en donde veo pasar gran diversidad de pájaros,
como los trepadores de Zimmer o las aves negras grandes conocidas como Castelnau Antshrike, o muchos
animales, como por ejemplo el ave tunki o el oso perezoso, el animal más lento que vi en toda mi vida; cabe
destacar la presencia de la impresionable tarántula negra por su tamaño y a la anaconda verde, que han matado
más de una vez animales delante de mí.
El lugar es colorido, ya que de por sí mis tubulares flores son abundantes, de color rosado, y con ayuda de
mi extensa familia a lo lejos o desde arriba se podría apreciar un gran manchón de color rosa o fucsia. Otras plantas
también colaboran a un ambiente multicolor, como las rojas heliconias, las hermosísimas orquídeas de múltiples
colores, y hasta las mariposas que pasean de todo tipo y formas.
Todos los días se observan distintos seres o hechos, nunca es aburrido este lugar. Además con mi familia
me siento muy acompañada por lo numerosa que es, sin ellos no sería nada; y por la agradable cultura de los
nativos Bora, que me divierten con sus danzas y pinturas y máscaras que cubren sus rostros en algunas ocasiones.
Caminhos do MERCOSUL 2015
Sé que ellos no serían capaz de hacerme algún tipo de daño, son tan inofensivos como un ave encima de mí, ya
que ni siquiera viven aquí y vienen cuando hacen esa clase de rituales tan entretenidos.
En una mañana como cualquiera, permanezco observando fijamente hacia adelante, disfrutando de un
panorama en donde casi todas las aves cantan y los distintos insectos hacen su trabajo o simplemente se posan
sobre las hojas de mis hermanos y hermanas. Algunos animales todavía duermen, ya que es muy temprano; otros
se encuentran despiertos hace rato pero en un estado muy quieto, tranquilo.
De repente, mi concentración por la maravilla que apreciaba enfrente mío es interrumpida, y mi vista
también. Puedo ver cómo a lo lejos se acercan vehículos grandes que paran cerca de mi comunidad, lo cual es
raro, ya que siempre los veo pasar de largo. Todos los vehículos paran y estacionan en la misma zona, son cinco
para ser exacta. Luego baja una persona de cada uno y comienzan a sacar una especie de tela de color que la
extienden en el suelo, y entre todos recorren cada una de las telas para darles forma, algo similar a una cueva. El
tiempo fue pasando con rapidez, y fue anocheciendo poco a poco. Estas personas, que por cierto son parecidas a
los Bora, recolectan ramas que a mis familiares ya no les sirve y se les han caído, para hacer fuego, y calentarse su
comida.
Al día siguiente, me desperté antes que estas personas y los observé con detenimiento. Cada uno estaba
dentro de su cueva de color durmiendo, y hasta roncando en algunas ocasiones. El sol ya había aparecido hace
mucho tiempo cuando uno de ellos se levantó, así que comenzó a prepararse algo para comer mientras los demás
se despertaban, parecían tan tranquilos…
Una vez que todos estaban levantados y sentados tomando algo caliente, charlaban entre ellos un idioma
que nunca había escuchado en mi vida y que, lógicamente, no lograba comprender. Ellos reían y hasta gritaban
algunas veces, pero era contagiosa la diversión que transmitían. A mitad del día, después de que comieran,
sacaron máquinas que nunca había visto, eran muy extrañas y algo grandes a comparación de las navajas o palos
que usaban los nativos. Luego tiraron de una cadena y la máquina comenzó a hacer un estruendoso ruido, tan
molesto que las aves volaron lo más lejos que pudieron. Las cinco personas se acercaban hacia mi familia, cada
uno con una máquina de esas… ¡No! ¡¿Qué están haciendo?! ¡Están matando a mi familia! ¿Por qué harían tal
atrocidad? Nosotros no les hicimos daño, no es por defensa propia, ¿Será por beneficio? ¿Qué le podremos
aportar nosotros en su favor? Los Bora a veces nos cortaban y sacaban nuestra corteza, pero solo lo hacían cuando
uno de ellos se sentía enfermo, no tenían la necesidad de talarnos por completo.
De un instante al otro, el agradable clima se volvió un infierno, una historia de terror como la que contaban
los nativos en algunos de su rituales, ¡O peor! La Muerte misma se presentaba con su herramienta corta-árboles
para arrancarme a mi familia de su tierra y llevarla a quién sabe dónde en esos vehículos. Me quedo corta al decir
que me siento asustada, espantada o aterrada. Esta gente avanza y derriba todo a su paso. Poco a poco se acercan
a donde estoy y tengo la tremenda impotencia de no poder hacer nada en contra de ellos para acabar de una vez
por todas con esta situación. ¡No quiero morir! ¿No entienden que todos tenemos derecho a vivir?
Las personas continúan destrozando todo a su paso y me siento frustrada, amenazada. El ruido no me
deja pensar y la imagen de toda mi familia muriendo a mi alrededor me destruye casi por completo, todavía me
queda la esperanza de que la gente nos compadezca, entienda que el mayor deseo que tenemos es vivir y que no
le hagan daño a nuestra especie, ¿Será que se creen superiores a todos nosotros por poder moverse? Nosotros
no tenemos la capacidad de movernos pero sí de sentir todo lo que nos están haciendo.
Está llegando el momento, mi hora de partir. El ruido cada vez se hace más intenso y no puedo escuchar
a ningún animal a mí alrededor. El hombre corpulento de barba negra se acerca hacia mí y ya no puedo evitar
darme por vencida. En estos últimos segundos de vida no puedo evitar pensar qué ocurría si ellos estarían
plantados en la tierra.
Caminhos do MERCOSUL 2015
Bibliografía

Artículos
HB. Tala de árboles en selva amazonas consecuencias destrucción selva. Disponible en: <
http://historiaybiografias.com/amazonas1/>.
SURVIVAL. Indígenas de Brasil. http://www.survival.es/indigenas/brasil
VACAZIONES VIAJE. Aves exóticas que esconde el Amazonas. 20 de julio de 2012. Disponible en:
<http://www.vacazionaviajes.com/blog/aves-exoticas-esconde-amazonas/>.

Sites, periódicos:
Atakan Amazon. http://www.atakanamazon.com
Ehow. http://www.ehowenespanol.com/
Unique South America. Disponible en: <http://www.unique-southamerica-travel-experience.com/>.
Visita Peru. http://www.visita-peru.com/
Caminhos do MERCOSUL 2015
Corazón agradecido
Nicole Giovanna Passamani
Argentina
La esperada noticia
Aún estoy un poco desconcertada, mi cabeza vacila a cada momento incrédula, y no ceso de repetirme
bajito y con total orgullo: “valió la pena ese esfuerzo, Martina”. Tantas cosas tuve que hacer para que mi padre
accediera a llevarme a su investigación en Brasil. Le llené la casa de papelitos que argumentaban porqué yo podría
serle útil en su viaje. Esto me ha costado horas y horas de insistir, e incontables caras de “puchero” (entre otras
cosas que no vienen al caso). Lo que si viene al caso, es mi necesidad de narrarles lo que me pasó, mi increíble
experiencia en Brasil y todo lo que le debo a esa bendita selva amazónica. Cómo, gracias a ese lugar, pude
descubrir el amor, nuevos amigos, costumbres, comidas, danzas, pasiones y tantos sentimientos.
Tenía 17 años y estaba en vacaciones de verano, llegaba de mi clase de fotografía avanzada y mi papá me
dio la noticia que hizo descansar por fin mis ganas de seguir insistiendo, lo pensó y decidió que le iba a hacer falta
un buen ojo fotográfico para su reportaje. Hasta la vecina se habrá percatado de que estaba emocionada, porque
gritaba como una loca, mis gritos eran alaridos de total y pura emoción, de ésos que uno tiene después de tanto
esperar algo muy ansiado.
Estábamos listos, tenía el suficiente equipaje para once días, el boleto y mi cámara. Mamá se despidió de
mí con un largo abrazo y con infinitos: “cuídate Martina”, “estoy orgullosa de vos”, “no olvides el protector ni el
repelente” sus lágrimas de completo amor materno me persiguieron por todo el viaje.
La increíble Selva Amazónica
El proyecto de la revista en la que trabaja mi padre, era informar sobre la Selva Amazónica, en el cual
trabajaban numerosos periodistas, reporteros y fotógrafos. Por ejemplo, a nuestro equipo le había tocado
investigar: “La historia de los pueblos tradicionales del Amazonas”, y nos dividíamos por pueblos o tribus. A mi
padre, Pedro Olazábat, a mí, a Rodrigo Abedul y a su hijo Ian nos tocó indagar el área que ocupaban los Wajapi.
Como no sabía mucho sobre esta tribu y las horas del viaje eran pesadas y agobiantes, a causa de mi
inquietud por llegar, le pedí a papá que me introduzca un poco, pero solo me dijo que era una tribu muy
interesante. Al notar mi desconformidad con su pobre comunicado me sonrió y me dijo que iba a ser mejor que
la conozca yo misma y me deje sorprender. Esto sólo hizo que las horas aumenten mi euforia.
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Llegamos a Brasil donde nos encontramos con equipos de otras provincias argentinas. Todos tenían cara
de amigables y trabajadores, y, lo eran. A simple vista se notaba la disposición y el entusiasmo que tenían. Me
sentía cómoda allí, incluso hablé con otros fotógrafos expertos que me dieron útiles consejos y me auguraron
éxitos.
Para llegar al pueblo asignado, decidimos ir por agua navegando por el Rió Amapari para luego
encontrarnos con un vehículo que nos iba a conducir por una carretera (carretera perimetral norte BR 210).
Subiendo al barco, subieron mis expectativas, estaba realmente entusiasmada por adentrarme en la selva
amazónica. En el viaje pude conocer a los que iban a ser mis compañeros de trabajo (papá ya los conocía), a Ian
que tenía dieciocho años, fotógrafo igual que yo; su rostro era de facciones agradables y sus ojos azules poseían
una mirada contemplativa, su cabello era de un marrón claro, casi rubio, iba vestido sencillo y pulcro, sin duda
Caminhos do MERCOSUL 2015
este había heredado aquellos rasgos de su padre, Rodrigo, ambos eran corteses y amigables. Desde que los conocí
supe que el trabajo junto a ellos iba a ser completamente agradable.
A medida que recorríamos el Río Amapari temí estar presa de algún tipo de alucinación que podía ser a
causa del calor o porque en realidad todo era verdaderamente magnífico, el paisaje surreal, con una mezcla de
total misterio, allí el suelo era completamente verde, con arbustos y flores de colores que lograban darle un tinte
sobresaliente al verde exuberante del lugar. Había árboles de todos los tamaños, incluyendo arbustos que se
enredaban en la base de los árboles más altos y deslumbrantes. El aire era limpio y puro, sin humos ni raros olores
que uno se encuentra en la ciudad. ¡Que hermoso y tranquilo era!
Desperté, y me descubrí dormida a causa de ver un árbol de hojas enormes, esto hizo que me enfureciera
por no poder haber visto más en el viaje.
Me despabilaba mientras desembarcábamos y amarrábamos el barco en un pequeño muelle en la región
del Amapari, que era el área donde habitaban los Wajapi, en el estado de Amapa. Allí nos esperaba Nando, que
nos iba a hospedar en su cabaña en la selva en los días de trabajo y nos iba a conducir en su jeep por la carretera
Perimetral Norte. Aseguro conocerla a la perfección y ser un viejo amante y aficionado de la selva.
De camino Nando presumió sus saberes sobre la historia de la carretera: nos redondeo que fue construida
en el año 1973, planeada en el régimen militar para la explotación de los vastos recursos naturales y de desarrollo
de la región amazónica. La carretera dio inicio a invasores para las áreas indígenas ya que penetraba alrededor de
30 Km. el área indígena, que abrió las tierras de los wajapi a invasores: cazadores, mineros y empresas de
explotación. Los wajapi sintiéndose asaltados decidieron expulsarlos por su propia cuenta: iniciaron actividades
de control territorial y de diversificación de la extracción en el área tradicionalmente ocupada.
En 1994, se inició la demarcación del área indígena wajapi (543.000 hectáreas) previamente interdictadas
por el presidente de la FUNAI. Fue un gran esfuerzo lograr que se le asignaran a esta cultura esa cantidad de tierra.
— Los vendré a recoger pronto, solo dejen que la magia de la selva los sorprenda.- Nos dio una cálida
sonrisa y así se despidió.
Nando fue una de las mejores personas que conocí, y su cabaña fue una de las mejores estadías. Llamo
mi atención desde un principio por el afecto que tenía hacia la selva amazónica, cada vez que nos contaba una
anécdota de allí, sus ojos de alguna forma se iluminaban y era inevitable que su boca no gesticulara una sonrisa.
Luego, entendí porque Nando me inspiró tanto desde un principio, me conmocionó su manera de sentir
afecto por esas tierras, inolvidable se me hizo ese viejo aventurero, porque luego logré cautivarme de la misma
forma en la que él.
El comienzo de un comienzo
En la entrada de la aldea nos recibió el director del Consejo de las Aldeas Wajapi. Era un hombre alto, de
cabellos negros y tez morena. Sus ojos transmitían amistad y firmeza, al igual que su sonrisa. Llevaba el torso
desnudo y una especie de pollera que le llegaba hasta las rodillas, era suelta y de color rojo. Tenía un collar muy
interesante de madera, que más adelante supe que fue un regalo de su hija. Se dirigía a nosotros en portugués y
esto no fue dificultad, pero entre los habitantes se comunicaban en su lengua, la Tupi-Guaraní, imposible intentar
adivinar lo que mencionaban. Estos para tratar de explicárselas a turistas o personas que no la hablaran tenían
que dar explicaciones muy detallas. Esta me pareció extravagante y original. Se presentó diciendo que su nombre
era Bryon y nos anunció que nuestra llegada allí era satisfactoria, que era grato y honorable que a nuestro país le
interesara informar sobre su querida tierra.
Papá y Rodrigo comenzaron por hacerle una entrevista, sobre el Concejo de las Aldeas, la carretera, los
mineros y sobre todo lo que Bryon les quisiera contar al respecto. Donde lo más destacable fue el hecho de que
cambiaban periódicamente la ubicación de sus aldeas para permitir la recuperación ambiental de las zonas
ocupadas. Las casas eran temporales y eran reconstruidas luego gracias a cisiones políticas y reuniones entre
miembros de grupos diferentes.
Caminhos do MERCOSUL 2015
— Esto llevo casi dos horas, entonces había tomado la iniciativa de conocer a mi compañero de fotografías
y, al parecer no fui la única con esta intención:
— Bonito lugar - dijimos al mismo tiempo seguido de una risa desairada.
— ¿Hace cuánto tiempo eres fotógrafa?- me dijo, y fue así como empezó nuestra propia entrevista privada.
Me contó sobre su primer viaje de trabajo a Chile, a qué edad y por qué decidió ser fotógrafo. Me confeso que el
trabajo en la selva le traía buenos presagios en todo sentido. Le confesé que mis presagios también eran buenos.
Con Ian hablamos el tiempo que la otra entrevista se llevaba a cabo, reí y pase un momento agradable
antes de que papa, Rodrigo y Bryron nos buscaran para empezar nuestro trabajo y dar un recorrido por la zona.
El primer almuerzo, la primera enseñanza y la primera foto
Teníamos que caminar solo un poco más para llegar a la aldea, en cada una de mis venas corría excitación
por ver cómo eran las casas, las comidas, los bailes, escuchar las canciones (que luego del viaje no podía dejar de
cantar), quería con cada paso que daba, conocer a esas personas que para mí eran un misterio. Pensé que mi
cabeza iba a explotar.
Ya casi llegando pudimos ver la primera casa, y luego a las demás que también estaban ubicadas en donde
limita el río y sus plantaciones. Era una aldea muy pequeña, solo había nueve casas donde habitaban, máximo,
siete personas más las construcciones de las cocinas, que eran cuatro.
La primer casa que vimos era de la familia de Jomara, que era el hermano de Bryon. Era como todas las
demás, de palafitos, construidas sobre estacas, algunas se encontraban sobre la orilla del río. La mayoría, llegaba
a la altura de dos metros, cerradas con maderas recubiertas de paja; sus techos eran a dos aguas, como un
triángulo hechos de hojas de una palmera amazónica llamada ubim y de paja negra, aunque algunas eran
sustituidas con los simples y sencillos tapiris que estaban hechos de madera y cubiertos de paja (al igual que las
paredes); era complicado hacerlos, llevaba paciencia y mucha precisión. Me gustaron sus hogares, en cierta forma
fue como me había imaginado por ver una película de una tribu brasilera, nunca imaginé sentirme tan libre entre
ellas. Allí nada era ostentoso como en la ciudad, los habitantes no pretendían tener las casas más lindas de su
región, ellos solo vivían y disfrutaban de su hogar, la selva. Byron conocía la ciudad, y agradecí que haya objetado
el porqué de su incomodidad y falta de aceptación hacia la ciudad:
— Supongo que tuve la suerte de conocer los lujos de una ciudad. Y ahora estoy seguro que el lujo a veces
no es bueno, porque se pierde la sencillez de la sencillez y esta pasa a ser material. Y nuestros ideales pasan a ser
pretenciosos, cuando esto sucede queremos tener la casa más grande y lujosa de la cuadra, el auto más lindo, la
chica o el chico más bonito, los vestidos y trajes más estupendos; la plata nos maneja si no la tenemos y si la
tenemos y es ahí, cuando nos olvidamos de la sencillez del mundo y las personas que nos rodean. No pretendo
que al decir esto, todas las personas se trasladen y empiecen su vida en la selva, no, ustedes están acostumbrados
ahí como nosotros a este lugar. Solo pretendo que sepan valorar más al cielo y todo lo que está debajo y encima
de él.
Esa fue sin duda, la primera enseñanza que me lleve de la selva, Byron tenía 58 años y era sabio y atento,
y lo supe aún más cuando esa mañana nos invitó a almorzar en su hogar.
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Mientras su mujer e hija cocinaban en una de las construcciones destinadas a la cocina (estas se dividían
entre tres o dos familias) yo sacaba fotos con Ian. Por entonces tenía veintidós fotos de la casa de Byron de
diferentes planos y luces y una de Ian riendo espontáneamente, la foto fue tomada por un impulso, que vio algo
sumamente especial en su sonrisa, y en la expresión de su rostro, por supuesto, él no se percató de que yo hice
esto. Sentí que esa, iba a ser la foto más especial del viaje y, sin duda lo fue.
Caminhos do MERCOSUL 2015
Entramos al hogar por una escalera esculpida en un tronco grande de árbol y llegaron su mujer Zeffa, sus
dos hijas: Yarah, que tenía ocho años, e Irasema de dieciséis años. El cabello les tapaba los pechos, sus cuellos
iban adornados con collares de madera o de paja negra, llevaban puesta una pollera roja con cortes a los lados y
las sonrisas tiernas e iluminadas; ellas fueron las tres mujeres más bonitas que vi en toda la aldea, también son
las mujeres que más extrañé. Maicon, el hijo mayor de dieciocho años, llegó en el momento exacto a almorzar,
ya qué estaba trabajando en las plantaciones. Era muy similar a Bryon, solo que su mirada era más profunda y su
cabello le llegaba a los hombros, tenía la misma sonrisa de su madre y hermanas. Toda la familia tenía dibujado
líneas, figuras geométricas o dibujos de animales en su cuerpo y su rostro.
Almorzábamos alrededor de una extensa mesa de madera, y nos sentábamos en troncos altos que
cumplían el papel de silla, que tenían esculpidos un respaldo y apoyabrazos; eran construidas por un joven
talentoso de la tribu. Zeffa encandilo la mesa sirviendo pescado, patata, legumbres, mandioca y mucho cariño
para nueve personas. A la hora de comer, se acostumbraba a poner un recipiente con sal y pimienta para que
cada uno lo hiciera a su gusto.
La comida era gustosa y aceptada por el hambre que teníamos. Zeffa nos sonreía con cada murmuro de
placer que producíamos al comer.
Hablamos sobre muchas cosas, yo escuchaba y aprendía pero, lo que atrapo mi atención fue el tipo de
costumbre que se tenía al momento de elegir esposa, por ejemplo si alguno se enamoraba de la hija del hermano
de su madre o de la hija de la hermana de su padre podían contraer matrimonio, ya que estas no eran consideradas
parientes; pero no podían casarse con la hija del hermano de su padre porque era considerada una prima. Era una
costumbre totalmente diferente a la nuestra. Le explicamos que para nosotros los hijos e hijas de los hermanos
de nuestros padres siempre eran considerados primos y que no podíamos casarnos con ellos porque no era bien
juzgado en la sociedad.
Con nosotros, sólo se podían comunicar, Bryon, Maicon, Irasema y Yarah porque Zeffa no sabían hablar
en portugués, aunque entendía bastante al escucharlo, por lo tanto su respuesta solo eran un gesto con su cabeza;
más adelante descubrí que las mujeres y los niños, generalmente no hablaban portugués, pero si tenían
conocimiento en gran parte de las conversaciones. En cambio, los hombres eran los que estaban afianzados con
este idioma.
Encontrando la amistad y el inexcusable amor
Acompañamos a Maicon y Bryon a su trabajo donde la actividad esencial en su cotidianidad era la
agricultura, todos trabajaban en las plantaciones, en las cuales se producían el 50% de los alimentos que eran
consumidos por los habitantes.
Los trabajos se dividían por sectores, por ejemplo: los más fuertes y resistentes, trabajaban en un sistema
llamado pusiro, que consistía en quemar y limpiar. Aquellos que tenían más experiencia en las tierras, cosechaban,
controlaban que la producción crezca como debía hacerlo y abastecían con agua y abono diariamente; se
encargaban de una gran variedad de verduras y frutas como: el maíz, las bananas, papas, cañas de azúcar, piñas,
melones, maní y frijoles. Les daban un sumo cuidado y atención. Otros trabajaban en la plantación más importante,
que era la yuca (para nosotros la mandioca). De ella se extraían otros subproductos, que eran trabajados por las
mujeres en la cocina, como la harina, tapioca, condimentos, salsas e incluso una bebida llamada caixiri. Un grupo
trabajaba en las cañas, las que ya estaban listas se las llevaban para convertirlas en flechas de caza.
En cada plantación había mucha variedad de especies y de productos abundantes, que eran plantados sin
un orden aparente. La distribución de lo obtenido en las tierras era repartida entre las cocinas, para que las
mujeres tengan ingredientes para sus comidas.
Todos allí sabían lo que hacían y lo que le correspondía hacer a cada uno, eran expertos y sus manos
laboriosas, sus espaldas fuertes, sus cuerpos resistentes y animosos. Acompañaban el trabajo con cantos que
jamás había escuchado, unían sus voces y se creaba un ambiente alegre, así trabajaban con una energía entusiasta
Caminhos do MERCOSUL 2015
y contagiosa. Maicon al ver que los escuchábamos y contemplábamos con una sonrisa, nos enseñó algunas de sus
canciones y nosotros pudimos unirnos a ellos con el mismo vigor.
Papá obtuvo una reseña muy detallada sobre la agricultura de la tribu, Ian y yo las mejores fotos y
canciones que quedaron almacenadas en mi memoria. El día en las plantaciones fue fructuoso y divertido.
En esa misma tarde sucedieron muchas cosas buenas que fueron incapaces de alejarse de mi memoria.
Empezando por Irasema, nos hicimos buenas amigas. Esta, se acercó a mí refutando que mi cuerpo necesitaba
aún más vida:
— Te hace falta color- me examino y afirmo –sí, eso, necesitas pintura. Puedo ayudarte.
— ¿A qué te refieres?- la mire un poco extrañada por su convicción de pintarme la cara igual que ella y su
familia.
Ella sonrío y en un abrir y cerrar de ojos tenía encima a su mamá y a su hermana, realizando en mi cara y
brazos las mismas figuras que ellas. Dos líneas a ambos lado de mi cara que eran atravesadas por otras pequeñas
líneas formando una especie de fila de rectángulos. Mis brazos estaban envueltos por trazos anchos y
serpenteantes, que daban inicio en mis hombres y finalizaban en las muñecas. No lo voy a negar jamás, los dibujos
que realizaban eran realmente bellos, era arte en su máxima expresión.
— En verdad te sienta bien, hace que tu pelo rubio y tus ojos miel sean más intensos. ¿Ves? Todo se
soluciona con la pintura y además si vas a pasar unos días aquí necesitas vivir igual que nosotros. Que quiere decir,
expresarse con la pintura.
Todos, o al menos la mayoría tenía dibujado el rostro y el cuerpo. Eran capaces de pintar el mundo en
ellos.
Irasema entusiasta de informar algo nuevo para mí, me hablo de la manera en que se expresaban
gráficamente a través de una técnica llamada Kosiwa, que se trataba de dibujos realizados en sus cuerpos con
tintes vegetales que se extraen de una planta. Esta es muy compleja, es por eso que los wajapis consideran que
para dominar la técnica del arte de los dibujos y preparar los tintes no puede alcanzarse antes de los cuarenta
años ya que llevaba un largo proceso de aprendizaje y comprensión (es tanta la riqueza de estas expresiones
graficas que la UNESCO reconoció esta técnica como patrimonio inmaterial de la humanidad). En el suelo hizo
unos pobres e imperfectos dibujos tradicionales a modo de demostración, manipuló con una ramita el suelo
trazando un jaguar, una mariposa, una anaconda y un pez (les saque una foto, a ella con sus dibujos y fue publicada
en la revista). Dijo que su pobre técnica le daba un poco de pena y luego lo recompenso:
— El tiempo los va a perfeccionar, es un arte que apenas empiezo a dominar. Cuando sea mayor quiero
dibujar igual que mamá, ella es muy buena; mira lo bonita que te dejo.-Mi respuesta y la de ella solo fueron risas.
La mayoría de mis mañanas y mis tardes hasta entrada la noche, antes de tener que partir a casa de Nando
las pasaba con Irasema y su hermana (a veces se unían Maicon e Ian). Logre llegar a tener en solo once días mucho
cariño y apego por ellas, fueron una compañía sobresaliente al momento de conocer cosas nuevas o expresar
como me sentía al ver algo nuevo.
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Un día de trabajo agotador. El esperado descanso se presentó cuando volvíamos a la cabaña de Nando a
pasar la noche. Recuerdo que con Ian nos tumbamos en el suelo del jardín de la cabaña, mientras que los demás
solo querían dormir, nosotros decidimos aprovechar la calidez de esa noche, que era especial. Podíamos ver los
árboles más grandes que eran iluminados con la luna, protagonista de la noche. Se escuchaba murmullos y sonidos
de animales a los que no veía y rugidos de depredadores nocturnos que los cazaban; la selva nunca estaba en
silencio y si lo estaba se debía sospechar. La escena y el paisaje era una novedad para mí, la única luz que se
reflejaba por todas partes era la de la luna, a diferencia de la ciudad que opacaba el cielo con las infinitas luces de
las calles, ese día, lo único infinito eran las estrellas, la flora, la fauna y también lo era Ian y ese momento con él.
Acostado ambos en el suelo lo mire de soslayo y descubrí el cielo en sus plateados ojos azules. Ya lo
sospechaba hace unos días, sabía que algo me pasaba con ese chico, pero, de alguna forma trataba de ignorar ese
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sentimiento. A penumbras nos miramos los dos y solo con la selva, el río, la luna y las innumerables estrellas
escuchando me dijo todo lo que yo producía en su corazón.
— Me siento extasiado con las estrellas. Siento que la noche me impulsa y me da coraje para decirte lo
mucho que me desespera tu presencia.
No sabía si lo que dijo era bueno. Me senté para mirarlo desde arriba exigiendo un mejor argumento.
Estaba tumbado mirándome con sus ojos estrellados y con la expresión relajada.
— No lo entiendo ¿Que hice yo para desesperarte?
— Cuando te vi por primera vez, brillabas, tu cara resplandecía, sos especial Martina — su respuesta fue
inmediata, parecía ensayada; continuaba relajado, mirando el cielo, mientras yo estaba intentado calmar mis
nervios — primero estaba confundido por lo que sentía, nunca imagine enamorarme aquí y en tan poco tiempo.
Pero ahora cuando te veo lo único que quiero hacer es pasar el tiempo con vos y estar cerca de ti.
Me tomo unos minutos reaccionar, es lo que generalmente sucede cuando uno no se espera semejante
confesión.
— ¿Enamorado? Ian, no exageres.
— No exagero cuando digo que jamás me sentí así por alguien. Mi corazón, antes, no quería salir de mi
pecho.
Lo que me desconcertó fue el hecho de saber que Ian se sentía igual que yo. Desde ese momento todo
cambio entre nosotros y los días se hicieron más agradables en su compañía. Siempre voy a cuidar ese momento
en mi memoria, porque gracias a esa noche infinita empecé a amar.
Armonioso y delicioso trabajo
Me dormí pensando en la conversación que tuve con Ian y me levante de la misma manera, solo que más
consciente y menos exaltada. La idea de trabajar junto a él todo el día era la perfecta excusa para que estemos
cerca. Aliste mi cámara y fuimos a conocer las cocinas de las mujeres wajapi.
Estas eran construcciones iguales a las casas, solo que más pequeñas y sin recubrimiento de madera, se
afirmaban sobre estacas y seis troncos altos que servían de apoyo para el tapiri. En cada cocina había elementos
para que las mujeres de las familias cocinaran. También instrumentos que se utilizaban para el procesamiento de
la harina de mandioca (que era un proceso bastante complejo) y variedades de comidas y bebidas.
Byron nos asignó la cocina destinada a su familia y a la de su hermano Jomara y su primo Wanderley. Las
mujeres allí eran muy alegres y amigables. Mientras cocinaban, reían y cantaban.
Papá y Rodrigo solo entrevistaban sobre la gastronomía a Iara, (mujer de Jomara), muy inteligente, la que
mejor hablaba portugués y una excelente cocinera. La mujer indicada para la entrevista, era sociable y libre a dar
a conocer todos sus conocimientos.
Para cocinar utilizaban frutas, verduras, patatas, legumbres, pescado y animales que los hombres
previamente cazaban con ese fin. La mandioca era el ingrediente más usado, porque estaba presente en la
mayoría de las comidas, también se usaba para hacer bebidas, como la llamada tacaca, que era zumo de mandioca
mezclado con caldo de pescado o de carne, ajo, pimienta y sal. A decir verdad, este último no fue mi refresco
favorito.
La elaboración de la harina de mandioca ocupaba una importante presencia en las cocinas y en el pueblo,
el procedimiento comenzaba depositando grandes cantidades de mandioca en enormes recipientes de madera,
dejando reposar los tubérculos en agua por dos días; luego los deshidrataban bajo el sol para poder despellejarlos
con cuchillos y molerlos en una madera con unas especies de puntillas filosas, luego la despulpaban
introduciéndolas en cestos especiales de paja en forma de conos alargados donde se exprimían y se separaban
los granos, del jugo del granulado. Finalmente en una hornilla se cocía a leña, durante un día, todo el granulado
obtenido. Por lo general, las mujeres eran ayudadas por los hombres para realizar este proceso que llevaba dos
semanas.
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La pulpa de la mandioca que se obtenía luego de este gran trabajo era utilizada para fermentarla y obtener
una famosa bebida llamada caixiri. Tradicional en celebraciones y fiestas de carácter profano.
La cocina me regalo exuberantes fotos y bocadillos fugaces, en ese lugar abundaba el cariño que se tenían
entre las mujeres, y ni hablar de los exquisitos platos que surgían de allí.
Nos costó elegir una foto de la cocina para publicar en la revista. Al final nos decidimos por una en la cual
todas sonreían espontáneamente. Nos gustó, porque expresaba lo que se sentía estar entre ellas cocinando.
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Esa tarde con Irasema fuimos a pasear por la selva, acompañadas por Maicon e Ian. Observamos solemnes
árboles y extraños animales; excelente oportunidad para tomar fotografías y desenvolverme con eso, que era lo
mejor que sabía hacer.
Mientras caminábamos sentía la humedad de la tierra fértil e irrigada, a un costado observamos una
pequeña cascada que brillaba con el sol y regalaba un pacífico sonido al impactar con las piedras y el agua de
abajo, incluso se podía divisar un pequeño arco iris; abundaba pasto en la tierra, arbustos y flores. Los árboles
eran exóticos, de troncos gruesos y lustrosos. También árboles de troncos finos donde se podía percibir en su
follaje, frutos y aves de colores intensos; vislumbramos monos ardillas, característicos de la zona: unos tiernos
primates de pelaje amarillento, orejas blancas y hocico negro. Un par de madres tenían a sus hijitos sentados
entre sus piernas, revolviendo el pelo en busca de algún insecto o bicho que este tenga en su cuerpo. La escena
me pareció exultante y afectiva.
Divisamos más de tres especies de monos e infinidad de aves. Loros de fascinantes plumas azules y
amarillas, que rascaban con su pico debajo de sus alas. Una bandada de pájaros de pecho violeta y amarillo, la
parte frontal de su cabeza era roja y lo demás verde, jamás antes visto por mí, era realmente impresionante y
sorprendente. Tuve la suerte de ver a tucanes siendo libres en su hábitat y no encerrados en jaulas de zoológicos,
fotografié su plumaje negro y sus largos picos, anaranjados y también negros y estas sólo eran algunas de las
hechizantes aves con las que me deslumbre. La paleta de colores estaba distribuida y volcada en las plumas de
ellas.
Camaleones, ranas y víboras de intensos colores, hacían que nuestra vista sea pasmada de hermosura, al
principio mi instinto afirmo su miedo ante estos reptiles, pero Maicon nos aseguró que solo si las provocamos o
si las pisamos estas tienden a defenderse y atacar.
Felinos silenciosos, como el gato montés, de pelaje brillante y gris parecía posar inconscientemente para
mis fotografías, incluso muy lejos pude captar la imagen de un jaguar bebiendo de una pequeña cascada, tomamos
el camino contrario a este. Cuando nos sentamos a descansar, me sentía extasiada y mis ojos inundados de magia.
Todo era nuevo e inimaginable y sin duda los mejores coordinadores fueron Irasema y Maicon. Ellos estaban
satisfechos con el recorrido y aportaban lo que sabían sobre cada animal y planta que veíamos. Además nos
interpretaban anécdotas, con las cuales nos reíamos. El tiempo fue encantador y apacible hasta que escuchamos
el grito de ayuda de Ian, que había ido en busca de una fotografía más cercana de un pájaro. Me desespere al
escuchar los gritos y sollozos y al llegar, nos encontramos con la mordida de una víbora en su pierna derecha.
Maicon con una aparente experiencia le pidió que detallara como era: color, tamaño y detalles. Al describirlos
saco a relucir el conocimiento que poseía sobre animales selváticos y resulto ser que la víbora era apenas
venenosa. Maicon cargo en sus hombros a Ian y lo llevo hacia una parte de las plantaciones, donde nos esperaba
una planta medicinal que arremetió a la hinchazón y ardor de la pierna.
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Estaba sentada con Ian haciéndole incontables preguntas sobre cómo se sentía, estaba bien y solo había
sido un susto. Al ver Irasema y Maicon nuestra sorpresa por la reacción inmediata que tuvieron frente al problema,
nos dijeron que allí todos eran preparados y educados para saber detectar animales y bichos venenosos o dañinos.
Caminhos do MERCOSUL 2015
Les enseñaban cual medicina era la indicada para cada tipo de situación, sabían prepararla, encontrar el medio de
extracción y como colocarla; de manera directa o indirecta.
Allí también se enseñaba el lugar donde se encontraban estos animales, y que hacer en caso de estar
frente a alguno de estos peligros. La principal regla: no alterarse sin antes usar la razón.
Los jóvenes aprendían innumerables técnicas para protegerse y escapar de trampas de la naturaleza,
como caer en algún pozo, verse sometidos por lodos movedizos o plantas venenosas. Sabían realizar sus propias
armas que eran eficaces a la hora de defenderse o cazar.
Gracias a esta preparación que tenían por años, los jóvenes y niños eran valientes y osados y estaban listos
a enfrentarse a problemas que la selva le interponía.
Además de aprender y estudiar métodos de defensa y sobrevivencia, los jóvenes, conocían sobre su
cultura, sobre sus antepasados, la historia de su tribu y aprendían una hora al día portugués
Dejarse sorprender
Yarah, tenía ocho años, era inteligente y curiosa. Me sorprendían las capacidades de esa niña, su mente
siempre estaba abierta a nuevas experiencias. Y con sólo ochos años ya sabía hablar portugués, porque su papá
Bryon, jefe del consejo, quería que toda su familia supiera departirla. Inocente y astuta a la vez y siempre lucida.
Era interesante hablar con ella. Un día la charla fue sobre lo que está más allá del cielo:
— ¿Cómo es su Dios Martina? — pregunto con brillos en sus ojos oscuros de grandes y curvilíneas
pestañas.
— Nuestro Dios, es todo amor.-Dije y me miro frunciendo sus cejas.
— Lanejar nos quiere, pero siempre está enfadado y amenaza con destruirnos. Papá dice que el hombre
no cuida lo que Él creo, que lo destruye y no lo respeta. Esto hace que se moleste y lo hiera. A veces me da miedo
cuando hay tormentas o el río se vuelve agitado.
— La selva es todo lo que tenemos no quisiera que me la quiten; por eso le dedicamos celebraciones o
momentos, especialmente para agradarle y aplacar su ira. En la fiesta de la miel, mi amiga y yo vamos a ser
protagonistas del baile de agradecimiento, espero te guste-Entonces me hizo una pequeña demostración de la
danza que la tenía tan exaltada. El rostro de la niña albergaba emoción y felicidad, que esparcía por donde fuera.
Hacía que mi corazón se inundara de ternura.
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Esos días se desarrollaban reuniones entre las comunidades, organizando preparativos, cantos y bailes
para la fiesta de la miel, que se realizaba de vez en cuando entre las áreas wajapi. Esa vez había tocado que, la
aldea en la que nos encontrábamos sea la organizadora.
En estos días previos, Bryon y sus primos, que eran los organizadores, se encargaban de pescar y cazar.
Los varones mayores de trece años preparaban la melodía de las letras con flautas de diferentes tipos, los
niños junto a las mujeres ensayaban cantos y bailes. En los horarios fuera de esas reuniones, todos se encontraban
enfervorizados, el aire era complacido con las voces que entonaban esas canciones tan particulares, que se
mezclaban con los sonidos melódicos de la selva, como el agua que corría y pájaros silbadores. Todas estas
acciones contribuían a que el día de trabajo concluyera agradablemente.
Me pareció extraño observar dos niñas que bailaban y eran felicitadas, ambas tenían su cabello rapado.
Irasema, me explicó que el caballo de esa manera representaba que ya eran mujeres y esto exigía un cambio de
apariencia, una renovación. El rapado también significaba que habían tenido su segunda menstruación; en la
primera debían cumplir reglas como: no comer cualquier comida, no conversar con cualquier persona, no andar
bajo el sol ni la lluvia, no pisar la tierra, no dormir mucho y no bañarse en el rio. Si estas reglas no eran cumplidas,
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era de esperar que sucedieran cosas graves, como morir o enfermarse para siempre. Era por eso que todas las
familias y niñas cumplían al pie estas limitaciones.
También, cuando la chica tiene su primera menstruación se implementaba un rito de iniciación doloroso,
para poder dar el paso a la madurez. El papá de la joven debía buscar unas hormigas negras, de un tamaño un
poco grande para una hormiga. La madre debía darle de beber caixiri toda la mañana como anestesiante para las
mordeduras que le iban a causar las hormigas; que eran depositadas en el brazo de la joven por un hombre
capacitado. Que al ir suministrando hormigas en su extremidad le conversaba para distraerla del dolor.
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El día de la celebración el cielo estaba atestado de nubes que se mezclaban con el abundante follaje de
los árboles, estos, resplandecían con las tonalidades amarillas y anaranjadas de las flores que iban prendidas de
las lianas, que se usaban como especies de guirnaldas. Los diferentes tipos de flores representaban el color de la
miel, y las flores, el medio por donde las abejas extraían el polen. El clima era caluroso pero agradable, rayos de
luz se escurrían por las ramas de los árboles y pájaros que pasaban por ellos resplandecían con sus plumas de
colores cautivantes.
Había menos de doscientos asistentes, todos tenían su tradicional pollera roja, bandas o listones de
colores que se cruzaban sobre su torso en forma de “x” sin dejar de destacar los dibujos sobre su cuerpo y los
llamativos collares (que Ian y yo también teníamos por obligación de Irasema y Maicon). En el momento de elegir
su ropaje y accesorios todos estaban de acuerdo en lo mismo.
Para dar inicio a la fiesta niños y jóvenes ocuparon sus lugares, con sus flautas y voces cautivantes para
comenzar entonando una armoniosa canción. Los primeros niños cantaron la primera estrofa liberando y
expresando en sus voces la pasión y la euforia que la celebración les producía, fueron acompañados por una flauta
de cuatro orificios, y luego se incorporaron los demás jóvenes y las demás flautas, produciendo aplausos y piel de
gallina en los que estábamos presentes.
Cantos ordenados ocuparon el mayor tiempo en la celebración y en todo momento se repartía una
abundante cantidad de caixiri (a cambio de que los participantes bailaran), que era preparada previamente por
las mujeres de los organizadores en la cocina. Gozaban en todo momento; el aire estaba extasiado de alegría y
abundaban las sonrisas en los rostros de los presentes. Congele con mi cámara momentos representativos de
aquella fiesta, en donde se reflejaba el afecto que los Wajapis tenían hacia sus tierras.
En un momento de la celebración se ofreció a Ianejar un baile y una canción, que consistía en un ritmo
movido y eufórico similar a la capoeira; saltos, vueltas voladas y piernas moviéndose por los aires, agradeciendo
y pidiendo perdón. Este canto fue acompañado por todos los presentes y danzado por jóvenes y niños, incluyendo
a la entusiasmada Yarah que tanto se había esforzado por destacar.
Ya casi terminando el día, caminábamos con Irasema y Yarah, confesaron que iban a sentir mi ausencia;
las tres estuvimos de acuerdo en que los días allí se hacían divertidos e innovadores si estábamos juntas. Entonces
me obsequiaron un collar de madera y piedras de colores, igual que el suyo, para que en el momento de
distanciarnos y extrañarnos podamos saber que estábamos juntas (simbólicamente).
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A pesar de haber pasado un grato día de trabajo, en la celebración, habíamos terminado más exhaustos
de lo normal. Bailamos y cantamos, nos sentíamos adecuados para ser partícipes, es más, allí se esmeraron por
ayudarnos a aprender y lograr pasos de las danzas: fue una fiesta que no tuvo descanso. A diferencia de papá y
Rodrigo, Ian y yo nos sentamos a contemplar las estrellas con un refresco que Nando nos ofreció. Charlábamos y
hacíamos bromas. Siempre esperaba las noches porque sabía que iba a tener un tiempo a solas con él. Pero esa
noche, era rara, porque era la última, y nos sentíamos así, no sabíamos que iba a suceder al otro día. Entonces
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decidimos hablar de nuestro futuro al mediodía y tomarnos la noche para observar el paisaje nocturno, desde el
jardín que nos permitió manifestar nuestros sentimientos; donde todo lo realmente bueno había comenzado allí.
Partir y conmoverse
Recuerdo que el último día fue un poco desalentador, sin quitar el hecho de que extrañaba mi casa, a mi
mamá y a mi perra. Prepare el bolso como lo había hecho antes de llegar a Brasil y llene tres frascos de tierra
amazónica. Dos de ellos iban destinados a mi abuela y a mi madre, el último quedaba como recuerdo en mi
habitación.
Cuando arrastraba el bolso y mis ganas por el suelo, papá nos dio la primera noticia más importante del
día: antes de irnos, daríamos un paseo por un brazo del Río Amapari. La segunda noticia más importante fue que;
ante de irnos, daríamos un paseo por un brazo del Río Amapari pero, ¡Con la familia de Bryon!; esto me alegró
porque podía tener unas horas más con mi amiga y familia y hacer esperar a la temida despedida.
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Nada se podía comparar a lo que sentía al recorrer el río, era como navegar sobre una serpiente gigante
de color plata fundido, que formaba espejismos del cielo y los árboles a sus lados, observamos peces que agitaban
sus colas por encima de las aguas, formando ondas, para que luego vuelvan a perderse en las profundidades del
río. Para nuestra suerte pudimos asombrarnos y contemplar tres delfines rosados que nos ofrecieron compañía,
dejándonos estupefactos y completamente deslumbrados. Al irse presumieron unos saltos y se perdieron en el
horizonte. Monos, aves y también serpientes se presentaron en nuestros caminos haciendo que cada avance que
el pequeño barco de paseo hiciera nos produzca grandes sorpresas.
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Lo que verdaderamente se dificulto para mí, allí en la selva, fue la despedida con Irasema y Yarah: al acabar
el recorrido, nos abrazamos y juramos volver a vernos. No sentí que esa haya sido una despedida, sino más bien
un “nos vemos pronto, o no tan pronto”.
Promesa
Todas las promesas que hice, las he cumplido. Al llegar al aeropuerto de Argentina prometimos con Ian,
mantenernos en contacto siempre y vernos cuando pudiéramos, a veces la situación se complicaba y, un día
decidimos dejar que el tiempo pase para ver si podíamos desapegar lo que sentíamos, porque nos dimos cuenta
que era imposible y complicado extrañar y necesitar tanto. Pero, no conforme con esto, el destino hizo que
casualmente ambos recibiéramos una beca en una universidad para fotógrafos y periodistas. El director de la
universidad dijo que el trabajo periodístico que se realizó en la selva amazónica era exquisito y profesional y supo,
al ver las fotografías, que realmente teníamos un buen ojo para emprender este oficio. Una vez más, fuimos unidos
indirectamente por la selva.
Aunque no haya sido pronto, volví a ver a Irasema y a Yarah, les siento el mismo cariño que desde hace
nueve años atrás. Las localice para que asistieran, ellas y su familia a mi boda. Así pude descubrir que,
increíblemente, se encontraban en una ciudad de Brasil trabajando en una empresa de turismo. La idea de verlas
fuera de la selva fue curiosa pero tenía sentido; al encontrarlas, una emoción lleno nuestros pechos y dijeron que
tomaron la decisión de abandonar la selva porque, la muerte de su padre y su madre hacia que la tristeza las
persiguiera. La noticia me dolió, por ellas y porque los sentía apegados a mí; tal vez por el hecho de que, gracias
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a sus padres, su forma de vida y enseñanzas la selva haya despertado una gran pasión en mi interior dejándome
realmente hechizada por todo lo nuevo que experimenté allí, vinculado a esto el hecho de haber encontrado ahí
el amor de mi vida.
Hoy, escribiendo la última página del libro de anécdotas tal vez más corto, me siento más que feliz e
infinita. 1) porque oficialmente en tres horas voy a estar casada. 2) Irasema, Yarah y Maicon se encuentran en
Argentina con sus hijos para participar de mi boda y 3) porque finalmente hoy tome la decisión de dar a conocer
a mi familia la niña que crece dentro de mí.
No me gusta deber pero nunca voy a saber cómo pagarle al Amazonas brasilero y a la tribu wajapi todo lo
que transformaron mi vida, lo menos que puedo hacer es escribir sobre sus ilimitadas e incontables maravillas y
sobre gente tan encantadora que uno puede encontrar allí. Gracias a la selva tengo trabajo como fotógrafa, en
una revista y programa de televisión famoso y, muchas ofertas de trabajo. Gracias a ella, mi corazón está unido al
de alguien más y gracias a ella tengo un collar de madera con piedras de colores y el mejor y más importante
souvenir que hay en mi casa: un frasco con tierra amazónica, lleno de recuerdos.
Caminhos do MERCOSUL 2015
Bibliografía

Videos:
IEPE.
Jane
Reko
Mokasia:
Organização
social
wajãpi.
2008.
Disponííble
<http://www.institutoiepe.org.br/media/folders/Folder_organizacao_social_wajapi-baixa_resolucao.pdf>.
en:
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indígenas
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de
del
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wajapi.
2008.
Disponíble
Disponible
en:
Caminhos do MERCOSUL 2015
Agua para la vida
Eldy Erica Calvo Orellana
Bolivia
Allí me encontraba otra vez. Rodeada de millones y millones de compañeros, pero no lo veía a él. Quería
que esta vez sí nos fuéramos juntos, sí, tal y como cuando éramos más chiquitos, como cuando no sabíamos nada
del mundo y nos aferrábamos a lo que mamá nos enseñó. Mamá, no la he vuelto a ver desde que me fui de su
lado para emprender mis viajes, realmente nunca quise haberme separado de ella…, y ahora que estoy lejos me
pregunto ¿quién la estará cuidando? ¿Quién le dará las buenas noches? ¿Quién se cobijará en la protección de
sus brazos?... y lo que más me preocupa es ¿se acordará de mí? Ahora que no estoy bajo su protección, ahora que
he vivido tanto y he visto tantas cosas. Cosas que ella nunca jamás verá, “es tu destino” me decía cuando tenía
miedo de salir al mundo, “todo saldrá bien, yo estaré bien” para no preocuparme. ¡Cuánto hubiera querido volver
a aquel lugar donde nací!, era un lugar tan acogedor y cálido, pero no lo vi de nuevo, y si lo vi no lo reconocí…
— ¡Patiiiiiiiiiiiiiiii!
Alguien gritó mi nombre, creo. Pero no veo a nadie realmente. Sonaba como a la voz de Kantu, tal vez
estoy tan ansiosa de verlo que se me va la cabeza.
— ¡Patiii!
Es él, sí es él. Es Kantu, lo extrañaba tanto, sólo tengo que moverme un poco más y podré alcanzarlo.
— Dame la mano Kantu. Rápido.
— No llego Pati estamos demasiado lejos, por favor apártense.
— Ya casi Kantu…- Sí, solo un poquito más y ya estaremos juntos de nuevo.
— Ya te tengo Pati.
Estoy tan contenta realmente, al fin, después de tanto tiempo puedo otra vez estar junto a mi hermano.
— Pati, pensé que no volvería a verte nunca, pensé que no iba a volver a ver a nadie más de la familia, he
estado tan solo todo este tiempo…
— Cálmate Kantu ahora estaremos juntos. ¿Cómo has estado todo este tiempo?
— Realmente he visto tantas cosas, ¡cosas que ni te imaginarias!, he conocido el mundo, he visto animales
tan interesantes…
Hace calor, de repente hace demasiado calor. Kantu está flotando, ¡oh no Kantu está flotando!
— ¡Agárrate fuerte de mi mano Patita¡ Todo saldrá bien…
Ahora, la que flota soy yo, no lo voy a soltar.
Ahora toca elegir. Desde arriba todo se ve tan claro, es como si viera a mamá otra vez…
— ¿Ves aquello Pati? Del otro lado.
— ¿Aquello no es el océano?
— Sí, ¿pero sabes que océano es?
— El Océano Pacífico por supuesto.
— Yo estuve allí, la primera vez, volé tan alto y la corriente era tan fuerte que me llevó desde el océano
Atlántico hasta el Pacífico. Fueron días muy cálidos y no pude bajar a la tierra hasta que ya habíamos llegado al
otro lado, y tuve que bajar en el Océano Pacífico. Que por cierto no sé por qué se llama Pacífico si allá la corriente
no para de movernos, estamos de un lado a otro todo el tiempo. Tuve que quedarme allí bastante tiempo. Pero
¿sabes? Un día la corriente paró, fue justo el día en el que dejaron de caer compañeros del cielo. Todos me decían
lo mismo que querían ir a algún lugar a volverse a encontrar con alguien, y bueno esa era mi historia también. Me
contaron entonces un grupo de hermanos que querían volver a un lugar extremadamente cálido, un lugar donde
no hay muchas plantas ni hay muchos animales, un lugar lleno de arena y rocas; no podían bajar en aquel lugar
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porque la corriente no los dejó, y cuando pudieron hacerlo apenas duraron unos días hasta que el calor de nuevo
los obligó a retirarse.
— Entonces ¿por qué se empeñaron en quedarse en ese lugar?
— Buscaban a su mamá…
— Los entiendo…
— Bueno… era el desierto, ese lugar así se llama. El mundo es tan grande que uno ya no sabe qué se va a
encontrar. Hoy estamos aquí y mañana quién sabe. Aquel día tan despejado me fui de aquel lugar, volé muy alto
y emprendí el camino. Hermana yo sé dónde está mamá, en el lugar más verde que puedes ver desde aquí arriba
y que pudieras ver desde todo el mundo. Yo estuve allí…
— ¡¿Tú viste a mamá?¡
— La vi, Patita, ella estaba ahí tan hermosa y radiante como siempre. Pero no pude parar a saludarla, la
corriente me llevó. Vi también muchas plantas como ella, patujús de los vivos colores rojo amarillo y verde. ¿Te
acuerdas? Cómo mamá nos contaba la historia del lugar que tomó sus colores para hacer una bandera que los
represente y cómo esas personas se quedaron a vivir en la zona.
— ¡Bolivia!
— Exactamente.
Como no me iba a acordar de eso que nos contaba mamá, aún puedo recordarlo, ella nos decía “Esta tierra
donde han nacido tiene nombre, se llama Bolivia, si alguna vez quieren volver aquí solo pregunten el nombre,
todos saben dónde están y cuál es el nombre de su tierra”. ¡Eso es!
— ¡Kantu ya sé cómo vamos a volver a ver a mamá!
— Llegando a Bolivia ¿verdad?
— ¿Cómo lo supiste?
— Así fue como la vi aquella vez, pero tuve suerte de caer directamente en el río Grande, todo fue tan
rápido. Luego pude relajarme y disfrutar de los paisajes que vi, eran tan hermosos y verdes, se podía sentir una
frescura que en ningún otro lugar en todos mis viajes, vi a muchos compañeros flotando y moviéndose entre las
hojas, creando una humedad que las plantas disfrutaban y yo también lo hacía. Y de alguna manera entre tanta
agua se sentía una calidez muy agradable, hermana, ése debe ser el mejor lugar para vivir en el mundo. Pude ver,
entre nosotros nadando, a un animal que no tenía plumas ni pelo, era como un pez pero sin escamas…
— ¿Acaso no era un delfín?
— Sí, Patita, pero no era un delfín normal, su color era tan hermoso que no podía parar de mirarlo, sus
movimientos se unían a la perfección con los nuestros. Él no se dejaba llevar por la corriente, la dominaba, era
como si de un baile se tratase, él podía hacer el movimiento que quisiera y de cualquier manera se vería hermoso,
pues él es hermoso. Le pregunté su nombre, se llama bufeo.
— Ojalá yo pudiera ver algún animal como ese, pero aun así yo también he visto cosas Kantu, he visto
plantas, yo he volado entre todas esas hojas. Iba flotando y dejándome llevar por las corrientes y vi un grupo de
personas que cubrían una herida hecha por una serpiente con unas hojas de plantas medicinales. ¿Nunca te
preguntaste Kantu? ¿Qué pasaría si no existieran esas plantas para curar a las personas? Las personas pasarían a
formar parte de la tierra misma…
— Tienes razón, algún día nosotros también lo seremos…
— Lo importante ahora es buscar a mamá, Kantu, tenemos que tomar rápido una corriente e ir hacia ese
lugar tan verde.
Este recorrido no será fácil, pero tenemos que luchar por lo que queremos en la vida. Solo no debemos
separarnos y todo estará bien.
Ya pasaron algunos días y creo que estamos en el lugar correcto. Miro directamente debajo de mí y veo
ríos y ciudades.
— Aquí es.
— ¿Estás seguro Kantu?
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— Más que seguro, además no tenemos otra opción ya hace frío y todos están cayendo, es inevitable.
Tranquila Patita, todo irá bien.
Caemos. Ésta es la peor parte del viaje, al menos para mí. Kantu no para de gritar “yujuuuu”, él si se está
divirtiendo. Pero yo siento como si me fuera a doler mucho cuando llegue al suelo, como si fuera a volar en mil
pedazos por la fuerza con la que caemos. Siempre me pasa, ese sufrimiento de los momentos antes de que algo
malo pase, como cuando sabes que no deberías haber ido por un camino porque ves a las personas a lo lejos
lavando algo muy sucio. Sí, no debería haber ido por ese camino aquella vez, ya lo presentí antes de entrar al lado
izquierdo por ese cruce. Había personas lavando unas piedras muy sucias, todo ese jabón y toda esa suciedad
realmente nos dejó a todos de un color verdoso, gris y oscuro. Oí a esas personas decir cosas como “estas piedras
si nos van a dejar mucho dinero”, realmente ese dinero mueve todo, no les importó lo más mínimo dejarnos sucios
con tal de conseguirlo. Por suerte más tarde pasé por un edificio gigantesco, que me dejó como nueva, nunca
jamás antes me había sentido tan limpia y fresca, nos movieron muchísimo de un lado para otro sin embargo
mereció la pena. Al salir de aquel lugar leí un cartel enorme que ponía “PLANTA PROCESADORA DE AGUA
POTABLE”. Nunca me imaginé que hubiera un lugar como ése en el mundo, tal vez si hubiera un equilibrio entre
las personas que ensucian el agua y las personas que la limpian todo estarían bien. Mamá me dijo que el agua
cada vez era más escasa y en realidad no sé por qué, pues mamá tuvo tantos hijos que ella también debería
pertenecer al equilibrio que permite que todo esté bien, bueno, ella y todas las plantas de nuestra tierra: EL
AMAZONAS; pues todas ellas producen agua limpia. A veces pienso que todo esto es un equilibrio; todo, las
plantas, el agua, incluso los animales y los humanos; movernos todo el tiempo: nacer de nuestras madres, las
plantas, y luego seguir el camino por el que nos llevan los ríos, para llegar a los grandes océanos y luego que el
calor nos abrume y volar, esa es la mejor parte, todo se ve tan fácil desde arriba, es como si pudiéramos elegir
nuestro camino e imaginarnos las cosas que nos pudieran pasar, pero luego toca caer y la realidad es que es al
azar puede tocarte un buen camino o puede que no pero de una u otra manera se vuelve a llegar al océano y otra
vez el mismo ciclo.
— Waaaaaaa - ¡PLOFFFF¡
— Jajajaja, no duele nada Patita que exagerada.
— Es el miedo, el que hace que sienta este dolor al caer, bueno pero ya estoy bien.
— En realidad no hemos caído sobre tierra, mira, estamos en un río. Mira estos árboles, no estamos en la
selva.
— No estamos en el Amazonas.
— Ese nombre siempre me resultó bonito, Ama-zonas, es decir suena a un lugar donde hay amor por la
tierra y las personas que viven en él deben cuidar muy bien ese lugar.
— La verdad a mí también me sonaba a eso, es como si fuera un lugar tan lleno de vida y de amor por el
resto, no sé. Deberíamos preguntar dónde estamos ¿no crees?
— Tienes razón, disculpe señor sabe usted ¿en qué río estamos?
— Se llama Rocha, lo leí en un cartel ayer ¿acaso quieren ir a algún lugar?
— Sí, verá queremos llegar al río Amazonas.
— ¡Ese es el río más caudaloso del mundo! Déjenme adivinar, quieren ir a ver a su madre.
— Exactamente señor, yo y mi hermana quisiéramos verla de nuevo.
— Eso es en realidad lo que quieren todos, por eso es el río más caudaloso del mundo, hay tantas plantas
madres y tantos hijos que quieren volver a verlas. Incluso hubo un tiempo en yo también quise volver a ver a mi
mamita, pero pues no todo en esta vida se puede… ¿verdad?
— Así es la realidad, ¡pero no debe perder la esperanza!, tal vez si sigue buscando pueda volver con ella.
— No, por mucho que busque no podría volver a verla. Cuando regresé al lugar donde nací ya nada era lo
mismo, y creo que nunca volverá a serlo. Todas las plantas y árboles que habían ya no estaban, lo único que
quedaba era una tierra que parecía casi arena, sin agua y sin nada. No había nadie en el sector y en el lugar donde
mi madre vivía solo quedaba tristeza y su recuerdo.
— Por qué… ¿Cómo puede pasar eso? Incluso cuando a mamá le sacaban ramas, luego le volvían a crecer…
Caminhos do MERCOSUL 2015
— Deforestación, así le llaman. Hable con algunas plantas que todavía quedaban por ahí y me dijeron que
desde hacía ya mucho tiempo las personas estuvieron llevándose las plantas de ahí, sobre todo los árboles. Y de
hecho un árbol fue el que me contó a detalle toda la historia. Resulta que las personas desde hace muchísimo
tiempo llevan recolectando todo lo que quieren de nuestra tierra, me dijo cómo vio en un principio la recolección
de los frutos de las plantas. Arrancar ramas para hacer su vida más cómoda, hasta entonces estaba bien, pero
luego se enloquecieron y empezaron a sacar todos los árboles y todas las plantas, y cuando se empezaron a acabar
se dieron cuenta de que tenían que reponerlas. Me dijo el árbol anciano que en aquel entonces él pensó que eso
estaba bien pues seguía el equilibrio, pero en el presente se da cuenta de que no todo estaba bien, de que en ese
proceso la tierra se cansó, se desgastó y no fue capaz de albergar a más plantas. En realidad no fue un equilibrio
porque se olvidaron de cuidar las condiciones en las que pretendían volver a criar árboles y plantas, una y otra
vez. Ahora su único deseo es que no pase eso con él, porque si va a dejar su vida es para ceder su lugar a un nuevo
ser.
— Todo esto… en verdad no lo puedo creer, estoy preocupado ahora, por mamá.
Yo también estoy preocupadísima, no quisiera que mamá tuviera el fin que tuvieron esas plantas. Es decir
lo que dijo el árbol anciano… el equilibrio…
— Tengo un mal presentimiento Kantu…
— Ya vamos a llegar a la ciudad, mira se puede ver a lo lejos, cuando lleguemos sabremos más claramente
hacia dónde ir, no te preocupes Patita.
Aun así mi mal presentimiento se hacía cada vez más grande a medida que nos acercábamos a la ciudad.
Espero que no tenga nada que ver con lo que nos contó aquel señor, y no tenga que ver con mamá.
— Hay un cartel, pone “Cochabamba”, que nombre más largo para un lugar.
— Veo personas a lo lejos, creo que están lavando algo.
— Ay no, espero que no estén usando jabón, siempre me hace estorn… Achissss!
— Creo que si es jabón, jajaja, es gente lavando ropa, tranquila Pati, cuando pasemos este lugar todo se
calmará.
— Eso espero…
Fue un camino tranquilo, es una bonita ciudad. No sentí ni mucho calor, ni mucho frío.
Aquello, son tubos. Empieza a oler muy mal, ewww, no puede ser, esos son ¿deshechos? Oh no, cómo
pueden tirar todo eso al río, voy a tener que taparme la nariz todo el recorrido. Pero waawwww justo en esta
parte despegan unas máquinas gigantes hacia el cielo y vuelan, ¡vuelan como nosotros!, pero me da la sensación
de que ellos si eligen a dónde ir. Una vez pase muy cerca de una de esas maquinotas y vi a personas dentro de
ella. Las personas también se mueven y van a otros lugares, cómo me gustaría ser una persona para poder ir
directamente donde mamá. La verdad es que cada viaje es un enigma, no sabemos qué nos va a tocar y con quien
vamos a toparnos, y si los volveremos a ver… Realmente: los caminos de la vida son misteriosos…
— Patita, ya pasó un poco el mal olor, y ahora que me doy cuenta, hay algo muy importante que se nos
olvidó preguntar, me distraje con la historia de aquel señor. Bueno, disculpe, ¿sabe usted en que tierra estamos?
— Bolivia, joven.
— Entonces, si estamos yendo por el camino correcto Patita. Ya estamos en nuestra casa.
— Estoy tan contenta Kantu.
— ¿Ustedes son de por aquí?
— Sí, señora, bolivianos de corazón.
— ¡Qué casualidad! Yo también soy de esta tierra.
— ¿Y se dirige hacia algún lado señora?
— En realidad no, sólo quería ver que tal está mi tierra y recordar nostálgicamente cuando yo era joven y
nada importaba en la vida. Saben, las cosas han cambiado mucho desde aquel entonces, sólo miren cómo está la
ciudad, linda ¿verdad?, pero no limpia. Hace tiempo el río llevaba una gran cantidad de agua, todos querían pasar
por aquí y ver la belleza del valle. Pero pues ahora ya no, pasar por esos lugares llenos de basura y contaminación,
sólo algunos se atreven. Incluso estoy empezando a creer que el río desaparecerá con el tiempo. Espero que las
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mismas personas que están contaminándolo se hagan responsables de limpiar las aguas, o si no sufrirán las
consecuencias…
— Pero ¿qué pudiera pasar si no hay agua?
— Verás, tu todavía eres joven para meditar sobre eso, pero yo que he vivido tanto ya sé lo que les espera.
¿Alguna vez te hablaron sobre los desiertos? En esos lugares escasea el agua, a la vez que escasea la vida. El agua
y la vida están ligados de una manera profunda, jovencitos, básicamente sin agua no hay vida, todo parte de eso.
Cuentan algunas creencias de las personas que los primeros seres vivos nacieron en el agua. Y todo a partir de ahí
tiene agua o está relacionado con ella. Y lo que pasaría si no hubiera agua en Cochabamba sería que se volvería
un lugar árido, sin plantas ni producción, con un aire contaminado, porque tal vez no lo sabían pero son las plantas
las que convierten el aire sucio en aire limpio, y eso es lo que respiran las personas. No sería una linda ciudad si
tuviera tanta contaminación.
— No sabíamos eso, es interesante pensarlo y algo triste. Espero que esta ciudad no deje de ser lo que
era por la contaminación.
Entre charla y charla, Kantu y yo no nos dimos cuenta de que ya estábamos en el río amazonas, y me puse
a pensar en lo que dijo la señora. Ahora tiene más sentido que mamá sea parte de un equilibrio, las personas
ensucian el aire, y mamá lo limpia a la vez que se nutre… Pero y que hay de esas plantas que fueron sacadas de su
lugar y nunca más volvieron a crecer… ya nadie limpiará el aire que ellas limpiaban, ni habrá lugar para los animales
que vivían junto a ellas.
— Saben, este es el río Amazonas riega a la mayor selva del mundo, somos afortunados de haber nacido
en estas tierras tan ricas. En ningún otro lugar del mundo hay tantas plantas y árboles juntos, ¿y saben cómo lo
llaman? Pulmón de la Madre Tierra, produce tanto oxígeno que todas personas del mundo pueden vivir, y también
los animales. Es tan sorprendente, pues las plantas producen oxígeno y las personas producen un gas llamado
dióxido de carbono, y ambas necesitan lo que las otras producen para vivir. Yo creo que todo derecho conlleva
una obligación y en este caso la obligación de ambas partes es cuidar de la otra. Las plantas desde siempre han
cuidado a las personas, dándoles cobijo, comida, todo lo necesario para su subsistencia. Las personas por su parte
casi no han cumplido, cuidan a las plantas pero no cuidan sus condiciones, no cuidan la cantidad de tóxicos que
tiran a las aguas que alimentan a las plantas, ni cuidan la cantidad de dióxido de carbono que producen con todos
sus aparatos tecnológicos. Realmente es una pena, pero todo lo que hacen, como les dije, tendrá sus
consecuencias, que podrán ser demasiado drásticas, pues sin agua no hay vida…
Todo lo que dijo esa señora suena en mi cabeza una y otra vez como si de una canción se tratase, y estoy
empezando a pensar en qué pasará cuando yo pase a formar parte de la tierra también, valdrá la pena si no me
van a cuidar…
— Mira Pati, esos colores…
— Rojo, amarillo y verde, ¡son patujús!
— ¡Si lo son!
— Tal vez mamá esté cerca, mira bien Kantu.
— Agárrate bien de mi mano Pati, ahora más que nunca no te sueltes.
Mirar y mirar, fijarnos si alguna de esas plantas es nuestra madre. Pero no, no la vimos, no estaba ahí. Una
especie de tristeza se apoderó de nosotros, como una preocupación por no encontrar nunca a mamá. ¿Y si no la
volvemos a ver?
Definitivamente lo último que se pierde es la esperanza.
— No te preocupes Patita. La vamos a encontrar…
— Bueno es que mamá nos enseñó tantas cosas, la extraño mucho.
— Yo también, pero podemos seguir buscándola, si no es en esta vuelta será en la siguiente y sino en la
otra. Todavía falta para que nos volvamos parte de la tierra.
Kantu tiene razón. Podemos buscarla todo el tiempo, cada vuelta si es necesario, si no luchamos no somos
merecedores de lo que queremos. Mamá también decía eso, es tan sabia, ella sabe sobre la vida.
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Veo algo rosado, se mueve entre el agua como si de un juego se tratase, qué delicadeza, que elegancia.
No puedo dejar de mirarlo… Acaso será… ¿Un bufeo?
— ¡Mira hermana un bufeo!
— Tenías razón es demasiado hermoso.
— Tengo una idea… ¡oye tú! ¡cosita rosada!
— ¿Acaso me hablas a mí, pequeño amiguito?
— Sí, a ti mismo, verás estamos buscando algo con mi hermana.
— Dime de que se trata.
— Un lugar lleno de patujús, muy hermoso y cálido.
— Tal vez sé dónde está, y precisamente estoy siguiendo ese camino, si quieren llegar rápido pueden
agarrarse a mi lomo.
— Muchísimas gracias, bueno, estamos a buscando a nuestra madre. Mi hermana y yo quisiéramos verla
aunque sea una vez más para saber cómo está, así estaríamos más tranquilos.
— Entiendo de qué hablan, el mundo está cambiando, antes había aguas más limpias, pero ahora ya no
se puede vivir. El otro día mi vecino quedó atorado con una bolsa plástica, casi se ahoga, tuvimos que ayudarlo
entre todos. Y no es la primera vez que pasa, ni la más grave…
— Ya nos contaron también, es una tragedia, porque es algo que nos afecta a todos, animales, plantas y
a las personas les afectará de igual manera.
— Kantu ya los veo, los patujús están allí. !MAMÁ!
— ¡Sí! ¡Es mamá!
— No puedo creerlo Kantu, ¡estoy tan feliz!
— Agárrate Pati, vamos a volar…
— Ya despegamos…
— ¡Gracias señor bufeo!
Mamá nos vio y estaba tan contenta como nosotros, y estaba bien, ella estaba tan radiante como la
primera vez que la vi. Estaba tan hermosa como todas aquellas noches que me contaba historias de la selva. Sus
flores estaban bellas, con los colores más intensos de toda la selva.
— ¡Hijos! Los había extrañado tanto, no tienen idea lo preocupada que siempre estoy por ustedes.
— Nosotros también mamá, las cosas están cambiando y teníamos miedo de que algo te hubiera ocurrido.
Solo queríamos verte una vez más.
— Mamá, Kantu y yo estuvimos buscándote durante tanto tiempo…
— Ya estamos juntos mis pequeños, pero cuéntenme como han estado todo este tiempo, dónde han ido
y qué han visto.
Kantu y yo nos posamos suavemente sobre una de sus hojas y le contamos a detalle todas aquellas cosas
hermosas que habíamos visto, y también las cosas no tan hermosas, le contamos todas las conversaciones que
habíamos tenido y que habíamos escuchado. Mamá escuchaba pacientemente y nos miraba con toda la ternura
que una madre puede dar a un hijo. Hablamos toda la noche y todo el día, y no queríamos irnos de su lado nunca.
Le contamos sobre los lugares a los que habíamos ido, y las experiencias que habíamos pasado, le describimos a
detalle los paisajes que habíamos visto desde lo alto de las nubes, y le platiqué sobre mi miedo a las caídas. Era
tan acogedor.
Kantu y yo nos dormimos y sin darnos cuenta caímos al suelo, y nos adentramos en la tierra. Mamá nos
miró y no se preocupó pues ella ya sabía lo que venía después de eso. Pero lo que mamá no sabía era que
justamente Kantu y yo llegamos a para a un semilla que había quedado en la tierra. Y nos adentramos en la semilla,
y no nos dimos cuenta de nada. Permanecimos dormidos por un largo tiempo.
Entonces al lado de mamá nació una pequeña plantita, de patujú. Que no dijo nada, pues estaba dormida,
pero cuando despertó y la vió, la reconoció desde el primer momento.
— Mamá…
— ¿Acaso eres tú Kantu? ¿O eres Patita?
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— Soy los dos, mamá.
Ceder la vida para que el lugar lo ocupe una nueva. A esto se refería el árbol anciano. El destino de la vida,
de esto hablaba la señora. El grupo de hermanos que se empeñaba en buscar a su madre y su origen, por lograr
vivir esto. El delfín que ayudó a su vecino a vivir, también forma parte de esto.
Los caminos de la vida son misteriosos… pero todo forma parte de un equilibrio.
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El oro del Amazonas
Maythe Veronica Medivil Villagomez
Bolivia
Todo empieza en una ciudad del Perú, con Fabián un pequeño niño de tan solo nueve años al que le
fascinaba la historia y los descubrimientos que se realizaban alrededor del mundo. Para él era todo fantástico lo
que nuestros ancestros hicieron y como se comportaban a lo largo de su vida como por ejemplo sus iconografías,
costumbres, idiomas, etc., Pero en especial le agradaba la gran selva amazónica por todas las cosas maravillosas
que él había leído y escuchado en ella, el sabia casi todo sobre la selva amazónica, le encantaban las leyendas que
existían como la del ¨bufeo colorado¨ (se trataba de un delfín rosado que salía del fondo del rio y se transformaba
en un apuesto hombre que iba en busca de una compañera a la cual enamoraba con su espectacular baile y cuando
la joven se convertía en la enamorada del bufeo él la llenaba de regalos hasta que ella sintiese un gran impulso de
estar siempre cerca del, hasta que llegue el día en que ella desaparecerá y se sumergirá en el fondo del rio para
lograr vivir por siempre con su amado bufeo).
O también la leyenda del ¨ayaymama¨ (cuenta la historia sobre los habitantes de una aldea que se
enferman, y cuando una madre se da cuenta que tiene los síntomas lleva a sus hijos a lo más alto del monte y los
deja en un buen lugar donde podían alimentarse bien, los niños se quedan ahí pero cuando llega la noche se dan
cuenta que les hace falta su mama y van en busca de ella pero se pierden en el monte y ambos desean poder ser
aves para poder volar y buscar a su madre, el guardián del monte cumple su deseo y cuando ellos ya llegan a su
aldea volando se dan cuenta que todos están muertos y se dan cuenta lo que su madre había sacrificado por ellos
y se alejan cantando ayaymama),
Así como tantas otras historias que existían sobre animales o fantasmas a Fabián le gustaba mucho más
la leyenda del paititi o el dorado, pero lo que Fabián en verdad quería saber era cuál de todas las leyendas que
existían sobre EL DORADO o PAITITI era la real y quería descubrirlo por sí mismo, pero él se encontraba bastante
lejos del amazonas como para ir, así que desde niño decidió estudiar antropología para un día poder cumplir su
sueño, pero sus padres se lo prohibieron porque ellos querían que Fabián fuese médico, pero a Fabián no le
gustaba esa profesión y de esa manera él empezó a reunir todo el dinero que pudo en los próximos 7 años para
un día poder ir al amazonas por su propia cuenta.
Pasaron bastantes años y Fabián ya tenía 16 años y creyó que el dinero que reunió ya era suficiente para
poder ir a la selva amazónica, pero él no quería ir solo así que investigo y se enteró que un grupo de personas iban
a ir al amazonas en una expedición pero estas personas partían en unos pocos días, así que Fabián se preparó muy
bien para su viaje, compro todo lo que pudo para sobrevivir en el amazonas, después de tanto esperar llego el día
de la partida, Fabián se alisto pero antes de salir de su casa dejo una nota en la mesa de su sala que decía “ volveré
pronto no se preocupen por mí, solo fui en busca de mi gran sueño les prometo que regresare”, luego salió
corriendo de su casa porque ya era bastante tarde, pero por suerte pudo alcanzarlos y se escondió en un gran
baúl, porque sabía que si lo veían no lo dejarían ir con ellos, mientras se encontraba en el barril escuchaba como
dos hombres discutían sobre lo peligroso qué era ese lugar, los dos hombres que discutían eran Pedro de Ursúa y
Lope de Aguirre ambos eran los jefes de la expedición,
Fabián ya se encontraba un poco aburrido porque ya había pasado bastante tiempo desde que partieron
así que empezó a imaginar cómo podría ser la selva amazónica, pero a la vez no le importaba mucho el aspecto
de la selva el savia que fuese como fuese seria hermosa, después de varios días la embarcación se detuvo y Fabián
escucho como todos bajaban el savia que ya habían llegado a San Francisco de Orellana o El Coca, y cuando parecía
que ya no había nadie él salió del baúl pero en un costado se encontraba durmiendo un hombre, Fabián salió muy
despacio pero por accidente hizo caer unos cajones con comida, todo salió rodando y el hombre se despertó, miro
con gran asombro al joven y le pregunto qué hacía ahí, Fabián le dijo su nombre y le explico el sueño que tenía y
le conto todo lo que sabía del amazonas, el señor se sorprendió al enterarse como ese joven sabia tanto del
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amazonas, después que Fabián acabo de contar su historia el señor se presentó y al parecer era Pedro de Ursúa
uno de los jefes, Fabián estaba con miedo de que el señor lo mandara de regreso pero el señor Pedro no lo hizo
porque sabía que para Fabián ese viaje era muy importante y lo dejo quedarse pero con una condición que no
interfiriera con la búsqueda, Fabián acepto y Pedro presento a Fabián frente a toda la tripulación, todos lo
recibieron con gran entusiasmo, pero casi de inmediato todos empezaron a prepararse para la búsqueda y dejaron
solo a Fabián, tenían que pasar el enorme río Napo.
Mientras se encontraba solo el comenzó a admirar la gran hermosura de la selva y los animales que se
encontraban a su alrededor, todo era mucho más hermoso que lo que había visto en libros, pero Fabián no sabía
aún que ruta tomarían así que le pregunto a un señor que se encontraba cerca y él le dijo que recorrerían todo el
amazonas en busca de su gran tesoro, Fabián sabía que eso les tomaría mucho tiempo pero no le intereso aun así
decidió quedarse, comió un poco y todos empezaron a hacer su recorrido y a adentrarse en la selva cuando ya se
encontraban bastante adentro se encontraron con varias tarántulas, todos se asustaron y empezaron a correr
pero Fabián había leído que si te quedas quieto las tarántulas solo se suben a tus zapatos y te aprietan los pies y
luego se alejan, así que les dijo a todos que tenían que quedarse bastante quietos, todos lo obedecieron: cuando
todas las tarántulas se fueron le agradecieron a Fabián lo que había hecho por ellos ya que las tarántulas podían
matarlos con su mortal veneno, Fabián se encontraba muy feliz por haber sido útil, todos siguieron caminando y
hablando del gran tesoro que buscaban pero Fabián no sabía de qué tesoro hablaban todos así que decidió
preguntar y le respondieron que buscaban el paititi la ciudad de oro, Fabián los miro con asombro y les dijo que
el también buscaba paititi pero los señores no le tomaron gran importancia y siguieron con su búsqueda, ya habían
caminado bastante y estaba anocheciendo así que todos armaron sus carpas para poder pasar la noche porque si
continuaban algo malo podía pasarles ya que la selva es muy peligrosa de noche, Fabián armo su carpa comió un
poco y se durmió, al día siguiente todos despertaron muy temprano así que alistaron sus cosas y siguieron
caminando, Fabián no sabía dónde se dirigían pero prefirió no preguntar y así fueron pasando los días y se
encontraron con una aldea Brasilera llamada Awá, todos los aldeanos los recibieron de muy buena manera y les
ofrecieron hospedaje, les dieron una cabaña donde podían quedarse a dormir, cuando amaneció los aldeanos les
enseñaron cosas esenciales para sobrevivir en la selva como por ejemplo a cazar, hacer flechas, saber a qué
animales atacar y como protegerse de los animales muy grandes, pero a Fabián no le fue muy bien que digamos
de esa manera le pidió a Gran Padre Awá que le enseñase porque él era quien hacia las mejores flechas, el Gran
Padre Awá aceptó gustoso en enseñarles todo lo que tenía que saber sobre una flecha y como armarla para
utilizarla más de una vez.
Así fue pasando los días hasta que llegó el momento de la despedida y los peruanos se fueron a dormir
temprano ya que tenían que partir muy temprano por la mañana, menos Fabián que se quedó hablando con niños
de la aldea, a la maña siguiente Fabián despertó y vio que estaba solo se dio cuenta que lo dejaron así que
inmediatamente recogió sus cosas y salió corriendo de la aldea los más rápido que pudo, pero cuando ya se
encontraba cansado de correr se dio cuenta que no podría alcanzarlos por más rápido que corriera de esa manera
decidió volver a la aldea. Cuando ya se encontraba ahí le pidió a Pecarí Awá que le enseñase a cazar y el con mucho
gusto le enseño, luego fue donde la más anciana de los awá para saber si ella conocía la leyenda del Paititi, ella le
respondió que sí pero que no podía decirle cuál de todas era verdad porque él tenía que descubrirlo por su propia
cuenta y que le quedaban muchos misterios por resolver.
Fabián no sabía a qué se refería la anciana y prefirió partir rápidamente en busca de su sueño, cuando ya
estaba bastante lejos de la aldea Fabián decide descansar por un momento y se sienta en una pequeña roca la
cual empieza a moverse, Fabián muy asustado se para y grita ¡OH POR DIOS!, al parecer en lo que se sentó no era
una roca sino una tortuga, la tortuga le dijo “no te asustes no te voy hacer daño solo soy una pequeña tortuga”,
Fabián se queda atontado y le pregunta a la tortuga “¿tu cómo puedes hablar si eres un animal?” la tortuga le
responde “sé que no lo podrás creer pero todos los animales del Amazonas hablamos porque somos mágicos pero
solo lo hacemos con las personas indicadas y creemos que tú eres una de ellas” Fabián se tranquilizó con las
palabras que le dijo la tortuga y le pregunto “¿porque creen que yo soy una de las personas indicadas?” la tortuga
le dice muy sabiamente “porque todos los que vienen solo quieren quitarnos lo que nos pertenece en cambio tu
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eres diferente tu viniste solo para saber más de nosotros y cumplir tu sueño! Fabián se quedó sorprendido y le
dio las gracias por confianza que le tenían, pero ya era hora de seguir caminando pero antes de irse le pidió ayuda
a la tortuga y el muy amablemente le dio un pequeño mapa y la punta de una flecha para la buena suerte, pero
también le dijo que como habían animales que lo iban a ayudar habían otros que no y que iban a hacer todo para
que el no cumpla su gran sueño,
Fabián le agradeció y siguió su camino hasta que empezó a anochecer y decidió armar su carpa en dos
ramas entrelazadas por que parecía que iba a llover cuando se encontraba dentro de su carpa oía como el agua
caía en las hojas y el hermoso sonido que así pero a la vez le estaba haciendo bastante frio porque solo se
encontraba con una polera hasta que de pronto se acordó de la manta que traía en su mochila, se envolvió bien
con la manta y durmió muy tranquilo hasta que en la mañana siguiente hasta que el canto de unos pequeños
pajaritos lo despertaron, cuando estaba saliendo de su carpa se dio cuenta que estaba rodeado de gusanos, se
asustó bastante porque eran demasiados así que se paró y recogió todas sus cosas y salió corriendo de ahí ya
habían pasado bastantes horas y Fabián se encontraba con mucha sed pero se dio cuenta que en su cantimplora
solo le quedaban unas gotas y se las tomo, horas después ya no podía caminar más se encontraba bastante
mareado y en uno de sus tropezones choco con un gran arbusto de donde salieron dos ninfas las que eran muy
buenas y lo llevaron hasta la orilla del rio, Fabián no podía creerlo pensaba que era su imaginación ya que se
encontraba muy mareado, las ninfas llenaron su cantimplora de agua y le dieron de beber ya que el agua del rio
era bastante potable y cuando terminaron de darle agua las dos se fueron, cuando Fabián se repuso busco a las
dos ninfas pero no las pudo encontrar y pensó que solo lo había imaginado, así que decidió seguir su camino y
mientras caminaba y caminaba escuchaba unas vocecitas que lo seguían desde hace unos cuantos días estas voces
se reían y hablaban de rato en rato él sabía que lo estaban siguiendo y sabía que no era su imaginación, pero lo
que no sabía era quien lo seguía eran las don ninfas juguetonas, en uno de esos momentos Fabián descubrió a las
ninfas pero él no se sorprendió porque ya las había visto, las que se asustaron bastante fueron las ninfas que se
ocultaron detrás de una roca muy grande, Fabián les dijo que no tenían por qué asustarse porque él no les haría
daño y de ese modo las dos asomaron sus cabezas y salieron de detrás de la roca y apenas salieron abrazaron a
Fabián, el muy sorprendido les pregunta por qué lo abrazan ellas le dijeron porque era muy simpático y que
también por ese motivo lo estaban siguiendo, Fabián se sonrojo y les agradeció por el cumplido, las dos ninfas se
ofrecieron para acompañarlo en su recorrido, Fabián acepto y los tres fueron caminando y caminando por varios
días, pero ya no estaban tan seguros en que parte del amazonas se encontraban cuando de pronto llegaron a un
valle gigantesco lleno de pasto y de pronto aparecieron unos indígenas al otro lado del valle ellos se iban
acercando más y más, cuando ya se encontraban frente a frente Fabián no entendía lo que decían porque al
parecer no hablaban español, luego de bastante esfuerzo por tratar de entenderlos comprendió que le estaban
ofreciendo hospedaje , Fabián sabia de que tribu se trataba ellos eran el grupo étnico llamado yanomamo o
yanomami que solo habitan en Venezuela y Brasil, de ese modo Fabián se dio cuenta de que aún se encontraban
en Brasil por qué no sería posible que estén en Venezuela ya que para eso tendría que haber caminado mucho
más, Fabián y las ninfas solo se quedaron un día en ese lugar porque tenían que seguir con su recorrido, hasta que
en cierto momento de la caminata Fabián siente que están caminando en círculos y que el mapa que la tortuga le
dio no serbia y de rabia arrojo el mapa hacia el aire y por arte de magia el mapa se hizo cenizas, luego de eso
Fabián se encontraba bastante triste por lo que había hecho, las ninfas se asustaron al ver lo que había sucedido
y ellas presentían que algo malo iba a pasar, cuando llego la noche Fabián y las ninfas ya se encontraban dentro
de la carpa hablando de lo que harían al día siguiente y sobre que ruta tomarían cuando de pronto a lo lejos se
empiezan a escuchar unos silbidos, los tres se asustaron pero luego pensaron que podía ser uno de los
expedicioncitas con los que vino Fabián, los tres se tranquilizaron y durmieron, pero luego por las siguientes 4
noches siguieron escuchando los silbidos pero cada vez se encontraban más y más cerca de ellos y de pronto
Fabián se acordó de la leyenda que había leído sobre el Tunchi Maligno “que era un espíritu al que le gustaba
aterrorizar a la gente y que jamás había que burlarse del porque él no descansaría hasta ver muerto al que se
burló de él”, Fabián sabía que se trataba del Tunchi y se encontraba muy aterrorizado, las ninfas le explicaron que
debían irse por que el Tunchi iba tras de ellas y que si las encontraba las iba a matar, Fabián se encontraba bastante
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triste y les dijo que el solo no podría cumplir su sueño, las ninfas le dijeron que el no necesita de nadie más solo
necesita creer en sí mismo y así podrá cumplir ese sueño que tanto anhelaba, pero al igual que la tortuga le
recomendaron que tenga bastante cuidado ya que muchos de su misma especie intentarían hacerle daño, luego
de todas esas palabras los amigos se despidieron y Fabián se quedó bastante triste ya que nuevamente se
encontraba solo y sin nadie con quien hablar.
En la mañana muy temprano Fabián alisto sus cosas y comenzó nuevamente a caminar, después de haber
estado tantos días en la selva aún no se había acostumbrado a la calor y justamente ese día hacia mucha más calor
y se empezó a acordar lo que había leído sobre el calor y que en los días más calurosos la temperatura alcanzaba
los 34°C el sentía que era uno de esos días ya que se estaba deshidratando bastante rápido pero por suerte las
ninfas le habían dejado una buena cantidad de agua, luego de caminar y caminar vio a lo lejos a los expedicioncitas
pero decidió no acercarse por que vio que todos discutían entre ellos así que decidió tomar otro camino que para
su mala suerte estaba lleno de serpientes él se asustó pero con mucha calma se alejó porque sabía que si corría
sería peor.
Mientras él seguía caminando los expedicioncitas discutían por quien se quedaría con el oro cuando lo
encontraran después de la gran pelea los bandos se separaron cada quien siguió su propio camino y el que
encontrara primero el oro podía quedarse con todo, y así siguieron transcurriendo los días, Fabián sabía que ya
había pasado un mes desde que dejo su casa y cada día se preguntaba de cómo estaría su familia y si su hermano
ya había nacido, el los extrañaba mucho cada día pero a la vez sentía que cada día estaba más cerca de su sueño
cuando un día en una de sus caminatas se encontró a Lope de Aguirre quien estaba matando a Pedro de Ursúa,
Fabián alarmado empieza acorrer con gran velocidad pero los ayudantes de Aguirre lo capturan y lo amarran en
un palo largo del que cuelgan como si fuera un mono, Aguirre lo obliga a que les diga porque camino ir para poder
encontrar el Paititi, pero él les da direcciones falsas hasta que Aguirre se da cuenta y golpea con gran fuerza a
Fabián, que se encuentra botado en el piso con bastante sangre saliendo de su cabeza y esta con la vista nublada,
de repente ve dos sombras que se acercan donde Aguirre y sus ayudantes cuando ya están bastante cerca Aguirre
y sus ayudantes desaparecen y antes de desmayarse puede ver como las dos sombras se acercan a él.
Cuando Fabián al fin despierta ve a su alrededor un montón de hojas que lo rodeaban, se sentó y se dio
cuenta que era un lugar maravilloso todo era bastante grande verde y había una laguna en medio de todo ese
paisaje cuando de repente se le acercaron dos personas bastante altas que lo ayudaron a pararse, Fabián no sabía
dónde se encontraba pero antes de que el pregunte una de las personas le respondió que él se encontraba en la
ciudad de Oro o como otros la llamaban Paititi, él se asombró y le dijo como pudo saber que preguntaría, el
hombre le respondió que ellos podían leer la mente de las personas, Fabián miro a su alrededor y se preguntó
¿Dónde se encuentra todo el Oro? Y nuevamente uno de los hombres contesto y le dijo que en ese lugar no había
nada de oro si no que en realidad todo el amazonas es la ciudad de oro por que es rico en biodiversidad, también
porque contiene la mayor variada de animales y plantas del planeta ya que contiene más de 60.000 especies de
arbóreas y todo tipo de animales maravillosos, como también tiene los niveles de CO2 y de O2 que se encuentran
equilibrados, y por supuesto por todos los grupos étnicos que se encuentran dentro del amazonas que nos
muestran sus diferentes costumbres, y que los del antiguo mundo le pusieron ese nombre el verse maravillados
con su descubrimiento, pero que por la codicia del hombre blanco fue malinterpretado el verdadero oro del
Amazonas.
Los hombres le ofrecieron hospedaje Fabián acepto con tal que ya no leyeran su mente, los señores se
rieron pero aceptaron de igual manera, Fabián se sorprendía de todo lo que descubría día a día en ese lugar, todos
eran muy amables con él incluso los animales, pero lo más raro era que solo existía una pareja de cada rasa, Fabián
pregunto por qué solo había una pareja y una mujer muy amablemente le dijo que ellos seleccionan a los animales
con el mejor corazón y a los más buenos para que puedan gobernar desde ahí a todos los animales de su especie
que se encuentran fuera.
Cada día para Fabián fue maravilloso que no se dio cuenta de cuánto tiempo ya había transcurrido y los
hombres le dijeron que ya era tiempo de irse a casa, el acepto muy triste y tomo un vaso con agua y se durmió,
cuando el despertó ya no se encontraba en el amazonas sino en su cuarto, se sorprendió al mirar su calendario
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había transcurrido más de un mes. Por un momento Fabián pensó que todo fue un sueño pero casi de repente se
dio cuenta que no fue así por todo lo que había vivido, salió corriendo de su cuarto a contar todo lo que le habia
sucedió y lo que encontró fue la gran ciudad de Oro que en realidad era toda LA SELVA AMAZONICA.
Caminhos do MERCOSUL 2015
Naiái
Fernanda de Souza Valente
Brasil
Vi-os, as crianças da ribeira, surgindo à distância, trepados num barco inseguro. Os cabelos pretos e os
olhos negros dançando na contramão do rumo, aquele que escolhiam por simples implicância com a corrente.
Enquanto se chegavam, eu entretinha a imagem dum ramo. Um ramo, eles as folhas perenes, e me
imaginava conhecedora de seus corações. Pois tratavam de negócios cruciais, não? No mínimo mais interessantes
do que as prolongadas horas de contemplar-se os movimentos subaquáticos, a pesca, ocupação dos homens.
Iam se banhar, feito peixes. Nada se preocupando com a perspectiva de tornar a casa assados. Deitavam
sobre a margem movediça, sobre o tablado de paus, para simplesmente existir, imunes às câimbras e ao cansaço,
alheios à fome que se podia sanar roendo caroços de manga, e muito familiares à alegria que era como um sino.
Eu gostava do som, da trilha que os acompanhava. Observava-os, meio confundível no turbilhão e no
sobressalto da corrente, achando que lhes cabia bem, o riso. Combinava com a estação de jogos, as partidas de
pira-pega, pira-alta, pira não-sei-que-mais, e as competições regadas pela sofreguidão dos respingos, ainda
pendentes.
Meu leito era móvel. Repousava eu ali, revirando-me, e animadamente tomando parte na efervescência
das disputas. Era seu árbitro invisível, contando os minutos que levavam submersos, reparando em quem ia mais
fundo. Imparcial, pois torcia por um ou por outro, alternando entre eles. Obedecia à sensação que de algum modo
podiam ouvir os meus pensamentos, e que ficariam ofendidos por preferências.
Não fiquei para assistir ao fim, contudo, dormi. Um cisco na vista, não sei, culpa de um deslize de
consciência. Carregada pela brisa no embalo da corrente gelada, cega a eles praticando o resgate de gravetos que
lançavam para buscar, surda a todo o resto, debandei. Para acordar contida num cenário completamente
diferente.
Digo, um tanto. Eram o mesmo rio, as mesmas moradias, a mesma vida de antes, exceto a chuva. Então
ela descendia milhares de gotas, e o ar viçava com o cheiro das várzeas mesclando-se ao dos homens, equivalente
a dizer que cheirava a terra e pirarucu em salmouraii. Sentia-me sonolenta, em primeira instância inconsciente,
doutra coisa além da noite. E da justificável ausência de vozes infantis, que a água cadente espantara.
A semi-vigília forneceu-me uma visão de seu barco voltando pelo mesmo caminho donde viera, correnteza
acima, enquanto gritavam-me os moleques suas despedidas, me convidando a visitá-los. Talvez lhes servir de
mesa para jantar? Na fantasia, eram meus amigos.
Na realidade, viviam inalcançáveis, pendurados nas saias da mãe. Protegidos no interior das casas
pernaltas, onde o temporal, a cantar desventuras de seu antigo nordesteiii, não podia atingi-los. Ou a viagem de
sua gente, cujos olhos se punham no rio, para universos além dos campos secos, compridos e vermelhos.
Sacudi-me, repetidas vezes, para livrar a mente do sonho. Vívido sonho.
Suspirei, suspirei novamente, como garantia, e percebi um peso. Incomum, concentrado no meio das
costas. Resmungaram. Um eco, certamente, mas um eco com vida. O fato: havia uma pessoa em mim. A reação:
dificilmente a mais fantástica situação, porque, maneira ou de outra, noutras ocasiões me vira ocupada por
crianças.
À noite? À noite, contudo? Os pequenos em geral escapavam a ela. Escapavam do que se escondia nela,
sendo mais específica. Eram assombrados pela imagem de uma floresta habitada por tantos seres maus quanto
na verdade eram os inofensivos. Todos os moleques temiam a matinta pereiraiv sem nunca tê-la ouvido gritar, o
botov, que nunca vi rondando por estes lados. Todos a não ser, aparentemente, este um.
— Olá, disse, anunciando-me ao embrulho de peles, ao ser humano meu tripulante, sobressaltada pelo
que me pareceu um espirro, embora fosse muito mais um guincho, impedido de alcançar a boca, portanto
extrapolado através do nariz.
Caminhos do MERCOSUL 2015
Os transeuntes se distanciavam, feito portadores do toque de recolher. Janelas se fecharam no horizonte,
silhuetas destacadas no contraste de suas luzes, sumiam. Assim, quando meu cumprimento partiu em duas a paz
da meia escuridão, um grito tingindo-a de claridade, vermelha, como sangue, ninguém pôs para fora a cabeça,
nas casinhas, nem ouviu do meio do rio. Só a mata, que jamais deixa passar nada, inclinou-se para traz, agitando
os galhos, desesperada para se afastar do menino que me arrebentava as costas, bastante empenhado em
quebrar-me importantes pedaços do esqueleto vegetal.
Estivesse eu em falta de básico instinto que me fizesse calar, estou certa de que teria afundado como uma
rocha.
Engasgado com os próprios grunhidos, o menino olhava em volta querendo saber. De onde vinha o som,
minha voz, que tão causticante devia ser aos seus sentidos como seus pisões eram aos meus. Os cílios se
arregalavam de surpresa, molhadas as bochechas e a ponta do nariz. Curvava-se, embora mal se atrevesse a mover
um grama mais que o necessário, ao redor de si mesmo. Caíra sentado. Um passarinho que quebrou as asas, ou
uma onça ferida com as garras a mostra.
Hora de tentar uma abordagem mais cautelosa, pensei, e encolhi-me, espelhando-o, a desejar que isto
lhe mostrasse que eu era o inverso de ameaça, o mesmo que um peixinho, menos que um carapanãvi, continuando
a lista, para além do pensamento, através da fala. Dei por mim e estava uma lombriga, e ele, ouvindo com atenção.
Soltou os ombros e fungou o restante da agonia sentida. Os cabelos, que presumi negros, embora tudo parecesse
negro, sacudindo com uma fraquinha risada, misturada à tosse.
— Ainda com medo, pedi ao vulto dele, aliviada por minha conquista do silêncio, porém não certa se sua
próxima ação seria para o bem e ou para nos mandar ambos ao estômago do rio.
Um movimento de sua cabeça ofereceu-me uma negativa. Suas mãos, uma dúvida. Começava ele a brincar
com as bordas da minha folha, como se nada no mundo fosse mais curioso. Ou examiná-las, utilizando-se de
correto termo. Seus dedos tinham cuidado, como os dos pescadores manejando a linha, com a diferença de que
estes eram toques inquisidores, procuravam algo.
Achei uma maravilha poder ver a carranca que se formou no meio de sua testa, mero um arquear das
sobrancelhas, quase imperceptível, seja pela sutileza, seja pela persistência da escuridão. Revi nisso a expressão
contida no rosto dos mesmos homens, tantas vezes pacíficos, mas tantas vezes frustrados, findo um dia
especialmente escasso.
Ele disse:
— Cadê a tua boca?
— Não tenho, respondi.
— Mas cuma é que pode falá sem tê boca?
— O vento também não tem, mas fala, e sugerindo ênfase para a resposta de improviso, passou uma
corrente de ar, a cadenciar notas para as nuvens e para o temporal.
— Hum, resmungou, como se pesasse o argumento. Às vez ele balança a minha rede e dá pra ouvi ele dizê
Tuuuuuuu, ei Tuuuuuu! Parece que tão me chamano, aí eu acordo pra olhá, e num tem ninguém.
Contou-me mais, da casa torta onde morava, a com telhado torto e porta verde, pintada e descascada
pelo limo. Guardados à sobrecabeça por muitas goteiras, dez acostumados às versões moderadas das
tempestades de verão, que delas chovia, e às noites de lua clara vistas através das janelas. Estava familiarizado
com as atividades do vento, que lhe sacudia com histórias vindas da enorme poça d’água chamada Amazonas.
Concordou por fim, e recolheu as mãos.
— Qual o teu nome?, perguntei.
— Antonho, Dona coisa.
— Antônio, repeti, testando o som, Sou Naiá.
— Oi, disse ele e com a mão livrou a testa de uma grossa camada úmida.
Talvez no intento de aliviar a violência do temporal contra as costas, deitou-se sobre mim. E eu presumo
que relativamente confortável, porque o comprimento de seu corpo coincidia com metade do meu diâmetro, se
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um pouco maior. Repousou a cabeça e ficamos os dois a observar a birra dos anjos, sem um barulho que
desmentisse a visão de uma criança se tornando íntima da flora. Ou de um ribeirinho, adaptando-se a ela.
A constância das gotas persuadia-me à calma, relaxando-me com seu martelar de compassos regulados.
Por meros instantes, também simplesmente existi, embora não fosse nem criança nem gente, e me assolasse
aquele tipo de curiosidade que em geral eriça e apregoa os nervos.
No justo momento que perguntaria a ele o que estava fazendo ali, uma nuvem se esgueirou para fora do
caminho, e eu enxerguei Jesus. Em sua cruz costurada com pedrinhas de prata. O cruzeiro resistia, e a noite ia
prosseguindo, como os últimos trabalhadores que naquela ocasião se fechavam entre paredes. Sussurrei ao
menino, desconsiderando cada pontada de egoísmo que doutra forma tentaria mantê-lo comigo:
— Vai embora, é tarde.
— Num dá. Farta chegá a corage.
Em sua intensa forma de dizer, quase extraiu de mim a crença de que em algum lugar, imerso ou boiando
na massa escura espalhando-se ao redor, viria surgir alguém chamado Coragem. Um senhor cansado, vindo dos
sertões para trabalhar nos seringais, ou uma mulher com chinelo de dedo, escapando grávida da cidade que não
a queria.
— E quando chegar vai usar pra quê?
— Pra vortá pra casa, oras. A canoa afundô.
Imaginei se isso devia ser tão óbvio para mim quanto ele fazia parecer, e conclui que se queria a
informação fresca, cabia a mim cessar os cochilos em horas ímpias. Acordada eu teria sabido toda a sequência de
acontecimentos. Teria visto o aguaceiro começar, as donas de casa saindo da beira do rio com roupas lavadas, e
as crianças de mais cedo se dispersarem como as manchas aquosas de sabão, sujeira e labor.
— Agora me dá licença, Dona coisa, continuou ele, que ela chegô.
Parei-me no momento que ia perguntar, onde?, pois percebi que se preparava para alcançar o rio mortiço,
ignorante de roupas à exceção dos shorts, nu de juízos além do que parecia ser uma vaga noção das
intempestividades do Amazonas. Sem meios através dos quais impedi-lo, fiz questão que minha voz transmitisse
cada pingo de seriedade que pude reunir:
— É perigoso, não podes querer superar o rio, o que não foi, aparentemente, o mais acertado a se dizer.
Ele me interpelou, como se aceitasse ao desafio subscrito em minhas palavras. Antes que eu pudesse dar
outra a respeito, contudo, metade sua mergulhou. Ficou até a cintura imerso, cotovelos apoiados sobre mim, o
rosto torcido numa mescla de emoção.
De início um tremor, frio, depois o esforço, que pelo abalo ondulante que sentia abaixo de mim soube se
tratar de seus membros inferiores em trabalho, e depois, quando o movimento parou de repente, e a correnteza
ameaçou levá-lo, o puro terror. Num puxão os braços se mostraram mais do que eficazes, alçando-o de volta para
a segurança que eu ainda podia lhe oferecer.
— Menino burro! Se queria morrer, ralhei, uníssona ao romper de um trovão, por que não pediu pra te
derrubar?
Sem nada falar, somente a tremer, Antônio parecia ter perdido a capacidade de respirar. Espirrou,
seguidas maneiras, a congestão barulhenta se formando no peito, um milhão de estalidos inquietantes, mais
sucções, do nariz. Magro, doente, era um extrator de seiva com as juntas emborrachadas, velho e fatigado da
própria ousadia.
E quando falou, não somente sugeria algo de quebrado na caixa da voz, como na própria mente e no
próprio escudo. Uma represa se desmantelava em sua garganta: parecia decidir que omitir cansava.
— Eles vum brincá sú eles. Quandu eu peço pra í, eles diz que é pra eu arranjar o que fazê drento de casa.
(tosse). Falo assim: Nóis num queremo servi de babá pra ti. E eu num sô mulequinho (tosse) não, Dona coisa,
tenho seis ano. Seis, e num sei nadá. Aí hoje fiquei iscundido, no mato, ulhando eles, e vim atrás (tosse) (tosse)
Vim mermo! A mãe num me viu saí, tava dando de cumê as galinha. Remei, remei, até cansar. E tavo eles aqui.
Fiquei me roendo. Raiva. Tanta raiva, Dona coisa, que eu só vi a canoa virá. Aí eu gritei, Sucorro! Ninguém veiu
me acudí. Me agarrei em ti. E aí começô a chuvê.
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— Reduzido, estava reduzido, a um estado deplorável de secreção e tagarelice. E eu mal podia alinhar o
pensamento ao fato de que ele espontaneamente se lançara à morte, mesmo que em consciência das próprias
limitações. Estava conhecendo uma parte da infância, até então considerada por mim exagero dos cuidadores,
cujas proibições afastavam da diversão as pequenas criaturas. Conhecia ali a estupidez das crianças, e a minha
própria, por ter acreditado que os pequenos tem juízo, e que não podem ser maus.
Quando terminou o relato, Antônio fechou os olhos e trouxe minha surpresa tecida, com uns fios, fios de
lágrimas, praticamente indistintas de gotas de chuva mais delgadas, a escorrer-lhe pelas bochechas. Jogou-me
numa perda de atitude, maior do que qualquer coisa, mesmo mais avassaladora do que meus dias como fruto, a
boiar sem direção nos montantes desta bacia infinita.
Um relâmpago acendeu o horizonte, demarcando-lhe perfeito contorno, como se a lembrar-me que eu
estava crescida, e da responsabilidade que eu assumira com o menino por estar com ele quando ninguém mais
estava. Ele, as mãos, duas, apoiadas em mim, a perna, uma, flexionada, e a outra, vazia abaixo do joelho, esticada
para frente.
Dentro de mim, um arrancar de velocidade, a chegada abrupta do conhecimento supostamente evidente,
não fosse o breu; por isso não nadava, não era peixe: faltava-lhe uma barbatana. E sem saber se ele sabia que eu
sabia, ou se mesmo se importava que eu soubesse, permiti que drenasse as lágrimas sobre mim, todas elas, para
secar-lhe a alma.
Espremeu dali a fonte, o charco, a lagoa, e quando ia tirar a parte que lhe cabia do rio, parou, balbuciando,
quase ininteligíveis os nomes e parentescos, embora estivesse muito ali o sentimento primal que é a saudade.
Enquanto chorava, fingi-me de sua mãe. Prometi a última das verdades e a primeira das mentiras, a mais tola
coisa a se garantir:
— Amanhã te levo pra casa.
Sorriu-me como a madrugada injetada de ânimo, no céu com todas as estrelas novamente nítidas.
Passavam as chulas nuvens de tempestade, ia-se extinguindo a chuva. O rio erguia-se como uma espessa malha
líquida, esticando-me as raízes até então recolhidas e adequadas ao nível mediano. E Antônio sossegava, fatigado
do choro, afagado pelo vento morno.
Dessa vez fui eu quem ficou no plantão das águas, observando seu sono fluir.
*-
-*-
-*-
Árida, sua febre me lembrou o sonho. Trouxe o cenário de volta. Novamente o enorme campo vermelho,
seco, se sobrepunha como espectro, ao rio cingido pela memória daquela gente. Havia um homem e muitos filhos,
fustigando a terra com a sola dos pés, na labuta entre espigas de milho murchas, desejosos do rumo da seringa e
das árvores de copa alta. Para mim, substituía-se a imagem de uma dessas crianças à de Antônio doente, também
corado, não do sol, mas de cólera.
A metade da noite traduzira nele as consequências da chuva, o agravo da tosse, que se tornara truculenta
e infecta. Todo o seu pequeno corpo sacudia dormindo.
Sem nada que fazer além de assistir ao vagaroso definho, debrucei-me a praticar maneiras de explicar-lhe
a mentira que cometera. Tenho raízes, também não sei nadar. Talvez mentir outra promessa de breve duração e
adiar sua partida para quando viessem buscá-lo. Porém porque mais e mais pensava que podiam não vir, ensaiava
maneiras de mantê-lo entretido até avistar um pescador, que viesse oportunamente com os primeiros raios do
alvorecer. Gritar-lhes-ia, perguntando: alguém perdeu um menino?
Temi que jacarés e piranhas encontrassem-no antes.
Meus espinhos, nas raízes, não eram o suficiente para persuadir os comedores de carne a desistir de tão
vulnerável e apetitosa presa. Para deixar de mencionar o perigo oferecido pelo rio, a massa irracional cuja
natureza manda sobrepor, verter, afogar, e que certamente não se importaria de aplicar seus vastos
conhecimentos na extinção dele.
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A lua translúcida se camuflaria ao dia em alvorada, dentro de instantes, e eu me perdia nos planos. Abriase uma janela, fechava-se um pensamento. Queimava sua pele contra a minha, e ele já não fazia um mísero som.
Assim mesmo a mata espreguiçava a manhã, espanava o céu, como se o dia fosse apenas outro.
Fez-se ouvir, então, um motor arrotando. Aproximava-se em trote, o barco tripulado por três pessoas
novas, adultos, sentados à sua beirada. Vindos do oeste iam no confiante singrar daqueles que retornam. Encheume de alívio; ora, se pudesse fazê-los olhar em minha direção, então Antônio estaria seguro, e seria levado para
sua casa de porta verde. Pedir-lhes-ia que o entregassem à mãe para que lhe cuidasse. Com xarope de mastruz?
Ervas? As senhoras eram quem sabiam.
— Antônio, acorde, chamei, agitando seu leito, ou seja, agitando-me.
Enquanto não recebia resposta, o barco passava quase rente. Chamei novamente, seu nome caindo como
o ronco dos motores, e ainda menos eficaz do que se falasse direto a uma pedra. Suas pálpebras uniam-se num
interminável beijo, os lábios arregalados em fraca respiração.
— Antônio! Antônio!
O barco, agora rosnando, investia contra nós, cheirando à pungente presença passada dos camarões, que
se fez feira, e a cachaça dissolvida no hálito. Visto de frente e de baixo, a despeito do tamanho, pleiteava a
robustez das embarcações que parecem, da mesma forma, diminutas como ele, se vistas de longe. Uma questão
de perspectiva.
Se, enquanto passava, alguém de dentro tivesse dirigido ao rio um olhar mais do que entediado e talvez
ébrio, veria um menino flutuando sobre um disco, o que presumiria uma peça pregada pela floresta. Pararia,
correndo para o rabo do navio miniatura, a fim de confirmação, e depois, atropelando-se em explicações com
língua presa, diria o tanto que entendera da situação aos outros, que também olhariam, sem, contudo, enxergar
mais do que marolas lamacentas.
Se tivessem parado, muito sóbrios e com a visão intacta, para ver o mesmo cenário, estaria o menino
deitado de bruços na folha da vitória-régia, como se descansasse de um mergulho. A perna enfiada n’água até o
joelho, como se fosse completa, e o rosto torcido como se suasse um monumento ao povo ribeirinho.
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Bibliografia

Sites e blogs:
População ribeirinha. Disponível em: <http://populacaoribeirinha.blogspot.com.br/>.
Marcas do Progresso. Disponível em: <http://marcasdoprogresso.blogspot.com.br/>.
Jardineiro. Disponível em: <http://www.jardineiro.net/plantas/vitoria-regia-victoria-amazonica.html>.

Pesquisas em livros:
MELLO, N. Lendas Amazônicas para Crianças. Ed.: Maria de Nazaré de Mello e Silva Soares, 2011, pp. 52.
VERÍSSIMO, J. Cenas da Vida Amazônica. Ed.: WMF Martins Fontes, 2008, pp. 328.

Pesquisa de campo:
Conversa com membros da comunidade ribeirinha.
Visita ao Mangal das Garças, em Belém (PA).
Condensação do conhecimento empírico apreendido da convivência com a cultura nortista.
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A lenda da Arara Azul
Gabriel Simonassi Dubberstain
Brasil
Há muito tempo atrás, um explorador português chamado Emanuel Francisco ouviu falar sobre uma ilha
descoberta ao oeste do temido oceano atlântico. Como explorador, logo Emanuel se interessou por essa notícia
e começou a se aprofundar em pesquisas sobre esse território, metade espanhol e metade português. Não havia
nada que o impedisse de ir para o Brasil, apenas um detalhe, seu amor por Maria Célia, filha do nobre português
Augusto Brandão, um grande produtor de vinhos, quem não aprovava o relacionamento dos dois, pois Emanuel
era um jovem sonhador, mas não trabalhador, como Augusto queria, já que sempre levava a filha desobedecerlhe e muitas vezes fugir para se encontrarem-se.
Emanuel tinha perdido seu pai a quem não chegou a conhecer. Quando criança, sua mãe lhe contou que
seu pai fugira em um navio para as índias e nunca mais retornou, deixando-a sozinha cuidando do filho.
Então, Emanuel decidiu chamar Maria Célia para viajar para o Brasil em busca de novas aventuras. Como
Emanuel havia feito pesquisas sobre essa terra, ele se apaixonou sobre o modo de vida dos índios da região norte,
por como esses amavam e preservavam suas florestas, a língua com a qual eles se comunicavam e o respeito que
demonstravam pela natureza, sempre preservando a imensidão da floresta.
Maria, muito apaixonada, disse que seria uma decisão difícil de se tomar, pois mesmo com todo amor que
existia entre eles, temia largar a vida confortável que levava em Portugal, para viver uma aventura cheia de
imprevistos. Então, Maria pediu-lhe um tempo para pensar, e, enquanto isso, Emanuel aproveitava para estudar
a língua Tupi.
Três semanas depois, Maria respondeu a Emanuel que não abandonaria sua família para uma aventura
que considerava temerária. Ele, então, pegou suas roupas e procurou um meio de chegar ao Brasil, quando leu
no jornal, que um navio da Real Marinha Portuguesa zarparia no dia 25 de fevereiro de 1700, rumo a nova colônia
para povoá-la.
Ao chegar à data da tão esperada viagem, Emanuel foi à casa de seu grande amor para se despedir; Maria
deu-lhe um camafeu com uma pequena pintura dos dois. A mãe de Emanuel havia lhe dado já um lindo facão de
prata com lâmina de metal que seu pai deixou ao partir juntamente com uma bolsa de couro na qual ele carregaria
sua bagagem.
No grande dia, ele acordou cedo, pegou sua gramática Tupi-Guarani feita pelos jesuítas e embarcou. Com
ele, mais 250 homens corajosos, alguns com suas famílias, estavam no mesmo navio; Emanuel logo começou a
conversar sobre os motivos da migração, interessando-se sobre a história de vida de cada um. Ao chegar à noite,
ele deitou-se com um lampião aceso e sua gramática e começou a exercitará luz de um lampião o seu tupi guarani.
Durante os 50 dias de viagem, ele expandiu o seus conhecimentos, sendo capaz de se fazer entender.
Quando eles desembarcaram em Salvador, Emanuel viu um país em construção. Ele não quis perder tempo e foi,
como outros, explorar, queria conhecer à tão temida floresta amazônica. Associando-se a cinco parceiros,
iniciaram a exploração das terras brasileiras. Em alguns meses, Emanuel percorreu o território que hoje
compreenderia a distância entre Salvador e Tocantins.
Cansados da mesmice do dia a dia, os parceiros de Emanuel, decidiram acabarem coma sociedade. Porém,
Emanuel ficava cada vez mais apaixonado com as descobertas que fazia.
Um dia, ele avistou um grande rio, com uma aldeia indígena em sua margem que nunca havia tido contato
com o homem branco. Nessa aldeia, homens e mulheres bronzeados, de corpos fortes e pintados, adornados com
coloridos cocares, dividiam tranquilos o espaço com uma fauna variada. Sobre a taba, voava uma arara azul, cuja
cor era ressaltada pelo sol, observando tudo como se estivesse vigiando o território e seu povo. Emanuel torceu
para que esse povo falasse a língua tupi.
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Enquanto ele se aproximava devagar, as crianças correram em sua direção, observando aquele estranho
homem branco, com roupas de algodão e cabelo loiro. Os índios, admirados, queriam tocar naquele ser tão
diferente deles.
Adotado pela tribo, Emanuel se interessou ainda mais pela cultura desse povo que falava realmente a
língua tupi guarani, pela qual ele tinha tanto interesse. Por sua vez, os índios demonstravam interesse pelos
objetos que ele trazia da Europa e as índias preparavam o ritual de boas-vindas para o novo habitante da tribo.
Essa tribo era chamada por outras tribos de Caiabi, o que significa em língua indígena, generosos e
acolhedores.
Com o passar dos dias e a convivência com os caiabis, Emanuel percebeu o quão afortunado ele foi por
ser acolhido por uma tribo de índios tão gentis. Aos poucos, os índios foram integrando o forasteiro em suas
atividades diárias, sedimentando a amizade entre os índios e Emanuel, o qual partilhava suas experiências da
Europa e por sua vez, aprendia as lendas e as experiências daqueles. Como era de costume desde que Emanuel
se juntou a tribo, eles se reuniam toda noite em volta da fogueira e ficavam conversando noite adentro. Uma
noite, no auge da conversa, o cacique ordenou que todos fossem ao centro da taba para iniciar o ritual de afiliação
do europeu à tribo; Emanuel reparou que apenas caciques das tribos aliadas estavam lá, pois se identificavam
pelos grandes cocares, pelos alargadores exagerados, pelo corpo pintado de urucum e jenipapo. Todos formaram
um círculo com Emanuel ao centro. Então, uma jovem virgem veio em sua direção com uma grande cabaça, e por
ordem do cacique, despiu Emanuel. Meio envergonhado, Emanuel deixou que a moça lhe pintasse o corpo
enquanto os caciques entoavam um canto que dizia que a pintura da arara azul feita pela jovem índia simbolizava
a beleza e a liberdade, a da cobra a destreza do ataque, a do macaco, a inteligência e a da onça, o maior e mais
temido animal da selva, a força e o poder da realeza.
Quando a pintura estava acabando, os tambores da tribo começaram o seu tantam, a que se juntou o
canto dos guerreiros e as danças em círculo das mulheres num constante vai e vem. Os espíritos da floresta
pareceram então a dominar a noite, saindo dos troncos das arvores, as folhas se mexendo mesmo sem nenhum
vento e a fumaça da fogueira dando forma as imagens dos animais pintados em seu corpo. Um mistério que
encantou o europeu mesmo com todo o medo que sentia e lhe esfriava o peito e a barriga.
O cacique foi em sua direção com uma cuia com um chá de cheiro forte e pastoso e lhe ordenou que
bebesse. Emanuel se lembrou de toda sua vida, todos os bons momentos de quando era criança, da adolescência
e do primeiro encontro com Maria. Emanuel descobriu que o que ele sentia por Maria não era amor, e, sim paixão.
Logo outros pensamentos dominaram sua mente, trazendo a imagem da virgem que lhe pintara corpo.
Acordou no outro dia, com o corpo pintado; a pintura havia lhe penetrado a pele para sempre. Deitada
ao seu lado estava Moema, a moça que havia lhe pintado o corpo e que lhe foi prometida como esposa.
Ternamente, Emanuel começou a conversar com ela revelando-lhe o desejo de saber mais sobre a língua e os
mistérios da tribo. Descobriu que ela era filha de um dos principais guerreiros e neta do pajé, detentor de toda
cultura tribal.
O sol nascia, dourando as águas do rio que eles chamavam de Xingu, um rio abundante em peixes, límpido,
como Emanuel nunca havia visto na Europa.
Quando Emanuel saiu da oca, logo foi chamado pelos guerreiros que lhe ensinariam as técnicas milenares
da guerra, da caça e da pesca, herdadas de seus ancestrais. Logo, Emanuel passou a demonstrar um grande
conhecimento a respeito dessas artes, o que deixou os guerreiros impressionados.
Um dia, o cacique mandou chama-lo e lhe disse que estava impressionado com toda a habilidade que ele
demonstrava. Disse-lhe ainda que o chá que ele, Emanuel, havia bebido reforçava os níveis de inteligência e
habilidade dos guerreiros e permitia que se conhecesse a alma de quem o bebesse. Explicou ainda o cacique que
o chá aproximava os homens de Mawutzinim, o Deus da região do Xingu, responsável pela criação da tribo, da
fauna e da flora, tendo sido o primeiro homem da terra. O contato com Mawutzinim, era obtido pelo respeito a
natureza como um ser único e vivente.
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O cacique era a representação desse deus na terra, e era chamado por todos de Morekwat. Emanuel
reparou que, sobre a oca do cacique, repousava sempre a mesma arara azul que ele já havia visto antes voando
sobre a taba.
Quando eles acabaram a conversa, o cacique ofereceu outro chá a Emanuel que sem duvidar ou fazer
perguntas, bebeu, sentindo de imediato um energizamento em seu corpo, como se tivesse recebido novas forças.
Emanuel juntou-se então aos bravos guerreiros da tribo para a caça, como reconhecimento da sua nova posição
na tribo, o que completaria o ritual pelo qual ele passara anteriormente. Para esse último festim, eles precisariam
do coração da onça e do sangue de um javali, caçado pelo novo guerreiro.
O novo guerreiro, preocupado com a primeira caçada, logo contra o mais temido animal da mata, se
armou com o facão herdado do pai. Ao empunha-lo, a arara azul deu um voo rasante sobre ele e passou a
acompanha-lo em sua caçada.
Emanuel avistou a onça deitada em baixo de uma grande árvore na beira do rio. Calmamente se
aproximou e antes que o grande felino esboçasse reação, a apunhalou num golpe rápido sem que o animal
sofresse. A fera tombou a cabeça como se tivesse mergulhado em um sono profundo, e a natureza silenciou como
entendesse que isso fosse necessário. Carregando a carcaça da onça o europeu retornou a tribo, para que as
mulheres pudessem a preparar até que ele voltasse da caçada ao javali, que ele encontrou saciando a sede às
margens do rio, matando-o do mesmo modo como mato a onça.
Retornando a tribo, Emanuel encontrou já o coração da onça em uma gamela, esperando apenas para ser
banhado pelo sangue do javali. Comendo e bebendo a carne e o sangue dos dois animais, Emanuel sentiu-se em
comunhão com a natureza, assim como um cristão se sente em comunhão com cristo ao comungar. Assim, o
europeu participava de uma cerimônia nunca antes permitida a nenhum outro guerreiro não nascido na tribo.
Durante a cerimônia, Emanuel destacou-se na dança e nas lutas como o mais exímio guerreiro entre os guerreiros
da tribo, um enviado de Mawutzinim para a glória e a proteção dos Caiabis.
Com a chegada da noite, cansados, a tribo refugiou-se em suas ocas. Somente Emanuel permaneceu
sentado à beira da fogueira ao lado de Moema, pensando em tudo o que estava se renovando em sua vida.
De repente, a grande arara azul deu um voo rasante e começou a emitir gritos de alerta, como querendo
mostrar algo a Emanuel. Rapidamente ele se levantou e seguiu a arara até a beira do rio, onde as canoas das tribos
inimigas se aproximavam sorrateiramente para um ataque surpresa.
Emanuel correu rapidamente para o centro da tribo e gritou chamado todos os guerreiros, que se
armaram rapidamente e correram até o rio, fazendo os invasores recuarem por terem seu ataque surpresa
frustrado.
Na manhã seguinte, o cacique convocou todos os guerreiros e de modo solene, disse as seguintes palavras:
— N em guerra, após um longo tempo de paz. Hoje nossos inimigos ficaram mais enfurecidos porque no
passado também os vencemos, eles desejavam vingança e se apoderarem do segredo da nossa tribo. Estamos
novamente em perigo.
Então Emanuel perguntou ao cacique quais os motivos para as tribos terem toda essa rivalidade e o
cacique o respondeu:
— Nós temos um segredo, apenas os mais sábios da tribo e os mais poderosos guerreiros sabem do que
se trata e logo você também saberá, posso sentir isso.
Quando a reunião acabou, os guerreiros foram se preparar para o confronto que poderia acontecera
qualquer momento. Como cada um tinha sua função definida na hierarquia tribal, Emanuel tinha somente de se
preocupar com seu treinamento, o que era muito bom para ele e os demais guerreiros, pois podiam se concentrar
ao máximo em suas atividades.
Um clima de muita tensão estava rondando toda a tribo, percebia-se que tanto os humanos quanto os
animais estavam sentindo que algo estava prestes a acontecer. Os guerreiros que estavam com Emanuel se
sentiam tão preparados, como se tivessem nascido e se preparado à vida inteira para este, o dia que marcaria a
história da vida de todos, de uma vez por todas.
Caminhos do MERCOSUL 2015
Preocupado com sua esposa Moema, Emanuel a chamou para conversar sobre a realidade do que poderia
acontecer com ele e a tribo.
O Morekwat se juntou o mais rápido o possível com os caciques aliados também detentores do segredo
e pediu que enviassem seus guerreiros como reforço, pois lutariam em defesa de todos.
Dois dias se passaram e todos estavam concentrados em seus esforços de guerra, quando o cacique os
reúne e anuncia:
— Preciso da atenção de todos, pois os nossos inimigos voltaram a nos atacar, aliando-se a um grupo de
renegados branco. Não estão mais apenas atrás do segredo, mas sim também das riquezas da nossa natureza.
Então, todos os guerreiros ficaram mais preocupados ainda, pois já haviam aprendido com Emanuel o
poder dos arcabuzes ou paus de trovão como chamavam.
Cinco dias depois, os habitantes da tribo mais próxima à tribo inimiga, chegaram correndo; mulheres,
crianças e idosos, desesperados, dizendo que eles haviam destruído tudo e tinha muitas armas de ferro, como
espadas, machados e paus de trovão, algo que não tinham enfrentado antes.
Então, a linha de frente dos guerreiros se preparou, Emanuel se sentindo muito tenso, podia ouvir os
tambores e gritos dos índios chegando, quando, então, o líder dos guerreiros, Taiguara, emitiu com voz forte o
comando que todos repetiram bravamente, batendo em seus peitos, como se fosse o último dia de suas vidas.
Emanuel ficava mais assustado enquanto o som ia se aproximando e olhava os rostos de seus parceiros, que não
demonstravam nenhum medo, apenas confiança.
Foi quando a arara azul voou em direção ao sol, abrindo suas enormes asas, anunciando que a batalha
havia começado. Todos os guerreiros foram bravamente pra cima dos inimigos, sem perder o foco e logo
dominaram a batalha, como se guiados pelo próprio Mawutzinim e pela própria natureza que enviou seus
espíritos para dentro do corpo de seus protetores, que lutavam usando todos os poderes da selva. Atacavam
como a cobra, desviavam como macacos, eram fortes como as onças e os javalis. Foi tudo o que eles precisavam.
Emanuel tinha um problema; ele estava muito preocupado, pois na última conversa que teve com sua
mulher, ela contou a ele que estava à espera de um filho, mas Emanuel não contou a ninguém, pois como ela era
de uma linhagem tão importante, o cacique não o deixaria ir à batalha, pois ele deveria cuidar de sua mulher
enquanto ela esperava o filho nascer.
Essa notícia deixou ele muito abalado e ele não conseguia focar apenas na batalha, fazendo que um
inimigo desferisse de um golpe de lança em sua barriga, que o fez cair e perder a consciência.
Quando acordou do desmaio, ele estava rodeado por todos da tribo. Percebeu que sangrava em demasia
e não sobreviveria ao golpe que o acertou. Então, apenas pelos olhos brilhantes dos guerreiros, ele viu que haviam
vencida a batalha, preservando suas terras, a natureza e os segredos e mistérios da tribo. As últimas palavras de
Emanuel foram as seguintes:
— Minha missão aqui foi cumprida, e Moema, se cuide e cuide de nosso filho, pois ele será o mais
abençoado da tribo.
A arara azul, então, pousou em cima do corpo de Emanuel, como se estivesse protegendo seu corpo
mortal e agradecendo por tudo o que ele havia feito no período em que ele ficou com a tribo.
Então o cacique ordenou que se iniciasse o Quarup, ritual em homenagem aos mais nobres guerreiros e
pessoas importantes da tribo mortos em batalha. A mais nobre honraria que um membro das tribos tupis guaranis
poderia receber, acrescentando filosoficamente que todos os acontecimentos trazem em si um propósito.
A história de Emanuel já era tão conhecida e valorizada que até mesmo os grupos de tribos mais distantes
vieram para prestigiar o Quarup.
Os índios começaram o ritual, dançando e pulando, sem demonstrar tristeza, assim como Mawutzinim os
ordenava; depois, o líder dos guerreiros, Taiguara, foi ao meio da mata fechada e pegou o mais largo tronco da
árvore mais bela e mais alta, como se fosse um presente da natureza, agradecendo os feitos de Emanuel. O tronco
dessa árvore, o kuarup, foi levado ao centro do grande círculo formados pelos índios que dançavam e Moema
começou a pinta-lo, com cores fortes e desenhos que repetiam os desenhos das tatuagens do corpo de Emanuel.
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Como vindas do céu, duas penas da arara azul caíram em frente à jovem esposa de Emanuel, que as colocou em
cima do tronco completando a decoração sagrada.
Ninguém demonstrava tristeza, pois eles acreditavam que existe uma vida após a morte e o espírito dos
guerreiros continuariam a viver além do corpo, por isso o corpo não deveria ser lamentado. Peixes e bijus foram
distribuídos fartamente aos participantes do Quarup que continuavam cantando e dançando festivamente.
Ao chegar à noite, as velhas carpideiras da tribo começaram a entoar seus lamentos, pois temiam o que
aconteceria com a alma do guerreiro morto, que poderia perder-se na escuridão e não encontrar o momento de
sua ressureição. Aos primeiros raios de sol do dia seguinte, os choros e cantos cessaram e as mulheres, crianças e
os mais velhos, retornaram a suas ocas, permanecendo apenas os caciques e os guerreiros. Em seguida o
Morekwat convida a todos os guerreiros a demonstrarem sua força em uma luta ritual. Após esta demonstração
de habilidade guerreira, o Morekwat oferece a todos um novo banquete de peixes e bijus como sinal de respeito
e agradecimento.
Ao final do ritual, os guerreiros mais valentes levantam o Kuarup e o lançam no fundo do rio. Está
terminada a cerimônia.
O espírito de Emanuel encontra assim Mawutzinim, que o transforma em uma arara azul, que passara a
proteger a aldeia assim como fazia a grande arara azul. Mawutzinim explica a Emanuel que a alma da arara azul
já estava cansada, pois já a longo tempo era protetora da aldeia, sendo que essa honra coube a Emanuel por ser
o seu espírito puro e bom e por isso foi o escolhido para que o seu antecessor pudesse descansar em paz.
Caminhos do MERCOSUL 2015
Bibliografia

Livros:
CALLADO, A. Quarup. 12ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984, pp. 553.

Teses:
REZENDE, T. V.F. A conquista e a ocupação da Amazônia brasileira no período colonial: a definição das fronteiras.
Tese de Doutorado – USP, 2006. Acesso em: 2 de julho de 2015. Disponível em: <
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8137/tde-16072007-123916/pt-br.php>.

Artigos:
EDUCACIONAL. O primeiro Kuarup: a festa dos mortos. Acesso em: 2 de julho de 2015. Disponível em: <
http://www.educacional.com.br/reportagens/indios/kuarup.asp>.
GUIA DO ESTUDANTE. Quarup: resumo da obra de Antônio Callado. Acesso em: 2 de julho de 2015. Disponível
em:
<
http://guiadoestudante.abril.com.br/estudar/literatura/quarup-resumo-obra-antonio-callado702007.shtml>.
MAURER JÚNIOR, O. (2013). A vida comunitária tupiguarani: alimentação, guerra, rituais e arte. Acesso em: 6 de
julho de 2015. Disponível em: <http://oridesmjr.blogspot.com.br/2013/09/a-vida-comunitaria-tupiguarani.html>.

Verbetes:
Quarup. In: WIKIPEDIA. Acesso em: 2 de julho de 2015. Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Quarup>.
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Índio da Amazônia
Letícia Ramos
Brasil
Em uma noite de lua cheia, nascia na tribo dos Kambeba, o filho do cacique Jurupixuna. Sua mulher Maiar
o chamou de Kambeba, em homenagem a sua tribo. Seus pais o amavam muito. Um ano depois, seus pais e alguns
índios da tribo morreram com sintomas de febre, dores no corpo, dor de cabeça, fraqueza, vômitos. O Pajé foi
chamado, mas nem ele e ninguém sabia o que era. Kambeba foi criado pelo novo cacique que se chamava Airão
e sua esposa, que tinha uma filha.
Kambeba com sete anos aprende a pescar.
— Acorde Airão, hoje que vou aprender a pescar?
— Sim. Vamos aprender a fazer o nosso instrumento de caça, primeiro temos que achar paus para fazer
lança e flecha.
— Agora que está pronto lança e flecha, estamos pronto para pescar.
— Espere, precisamos ter calma e saber esperar.
— Sim Airão.
— Vamos ficar calados para não espantar os peixes. Segure a lança com firmeza e jogue-a como eu.
— Airão você consegui pegar o peixe!
— Agora é sua vez.
— Jogue a lança com calma.
— Não consigo.
No restante da tarde Kambeba fica tentando pescar, mas não teve sucesso. No outro dia bem cedo estava
jogando uma lança para ver se conseguia pescar, quando o Airão aparece.
— Tente ter calma, respire devagarinho e jogue a lança.
— Consegui, consegui pegar um peixe. Cadê a mãe? Para eu contar para ela.
— Está na colheita.
— Kambeba depois do almoço entraremos na mata para você conhecer os animais e conhecer a mata por
dentro.
— Airão, eu já conheço um monte de animais, como a arara que vive fazendo um som estranho até sei
imitá-la, conheço macaco, até mesmo uma onça, quero é aprender atirar flecha.
— Existem vários animais Kambeba, não só estes que você citou.
Na floresta Amazônica várias espécies de animais como mico-leão-dourado, bicho- preguiça, periquito,
sagui-imperador, jacaré, tatu, entre outros, Kambeba não sabia que existia tanto animal. No momento em que
Kambeba começa a entrar na mata com o Airão, começa a se assustar porque ele nunca tinha visto um macaco
que tem bigode, o macaco sagui-imperador.
Airão fala:
— Dentro da mata é lindo. Temos que ficar calados para nós ouvirmos a mata, o que ela nos diz.
Na volta para tribo há um grande comemoração, o nascimento de um menino da tribo. Airão muito feliz
pintou o rosto de Kambeba com urucum para que ele dançasse. Airão com o tombo e todos os homens com
instrumentos musicais feitos por eles, trombeta, flauta de bambu, chocalho. Todos começaram a tocar e
dançaram com muita alegria.
Várias luas se separam, Kambeba cresceu, estava prestes a se casar com a índia Jussara quando Airão
adoece misteriosamente com os seguintes sintomas: febre, dores no corpo, dor de cabeça, fraqueza e vômitos.
Kambeba corre para mata para pegar folha de pitanga que é bom para febre, dor de cabeça. O chá de pitanga não
ajudou muito, então Kambeba corre na mata até o rio Amazônia em busca de ajuda, ele vê um pescador, começa
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a chamá-lo, mas o pescador não o entende, porque o índio fala língua indígena, não português. O pescador
começou a chegar mais perto de Kambeba. Kambeba puxa pelo braço e corre com ele para mata. Quando vinham
chegando o Airão tinha morrido. Todos os índios choravam, gritavam e se desesperam pela sua morte. Ele foi
cremado e suas cinzas foram colocadas em um doce de banana para que todos comessem. A viúva jogou seus
pertences no rio.
Kambeba foi eleito cacique da tribo. Casou-se com Jussara, logo teve dois filhos, Iracema que significa
nascida do mel e filho mais novo Guarabira que significa nome de peixe. Kambeba ensinou seu filho a caçar, pescar
e a ser um grande índio. Jussara ensinou a menina a arte da colheita, preparar comida, o artesanato de vaso de
argila, cestos entre outros.
Era dia de colheita na tribo dos Kambeba, quando apareceu o pescador com um médico, o pescador já
conhecia o caminho para a tribo.
Kambeba perguntou ao pescador o que os levaram até a tribo pescador como não fala língua de Kambeba
o médico traduz.
— Nós viemos ajudar. Há suspeita de malária por aqui, este homem é o Dr. Richard Bitencurt, médico e
pesquisador da cultura dos povos da Amazônia. Como você está ouvindo eu fala linga indígenas.
— O que é malária?
— Sabe quando o cacique morreu? Então, eu suspeitou que era malária. Por isso trouxemos vacinas para
vacinar sua tribo.
— O que é vacina?
— Vacina serve para proteger contra doenças, para que vocês não fiquem doentes.
— Só se você me der essa coisa que está em sua mão.
— Anhá, câmara! Pode ficar, é sua.
— O médico aplicará, vacina primeiro em você.
Toda tribo foi vacinada contra malária. O médico que era voluntário de uma ONG, começou a contar sobre
a vida na cidade e dos ribeirinhos, Kambeba ficou muito curioso e perguntou o que era ribeirinho, o pescador ao
lado respondeu e o médico traduziu para índio.
— Eu vivo na beira do rio Amazônia, sou um ribeirinho, o meu trabalho é a pesca, agricultura e meus filhos
vão para escola.
— O que é escola?
— Onde aprende muitas coisas.
— Onde as crianças aprendem a ler e escrever.
— O que é escrever?
— Tenho muitas coisas para ensinar a você.
— Este caderno, esse lápis... Vou escrever seu nome. Qual é o seu nome?
— Kambeba, o que isso branco?
— Isto é uma borracha.
— De que a borracha é feita?
— Ela é feita do látex da seringueira extraída daqui da Amazônia pelos seringueiros, um dos trabalhos
mais conhecidos dos seringueiros, e que já deu muitas riquezas ao Brasil no ciclo da borracha alguns anos atrás.
Alguns dias se passam e o pescador e o médico vão embora da tribo, antes convidam Kambeba, para ir
juntos com eles para que conheça melhor sua cultura. Kambeba, não aceitou, alegando ter que proteger sua tribo.
O médico deixa muitas coisas da cidade para a tribo. Em agradecimento Kambeba, pintou seus rostos com
urucum e chama-o para dançar.
Kambeba, ficou entusiasmado, com a escola que o pescador e o médico comentaram e resolve procurar
o ribeirinho para que possa levar as crianças da tribo para aprender a ler e escrever. Cacique chegando na beira
do rio Amazônia avista o pescador, chama-o e pergunta se as crianças da tribo poderiam estudar na escola?
Responde sim. No dia seguinte ele leva as crianças para escola, todas saem felizes, devido nunca ter saído da tribo.
Kambeba, fala:
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— Aqui estão minhas crianças, cuide bem delas, são elas que vão tomar o nosso lugar algum dia.
— Sim Kambeba.
— Vou esperar por elas.
— Não precisa, vão demorar umas três horas.
— Mas o que são horas?
— Olhe aqui no relógio, este aqui está marcando sete horas, quando estiver marcando dez horas, você
venha buscar eles, pode ficar com o relógio ele é seu.
— Até as dez.
— Tchau.
Os pequenos curumins voltam para tribo as dez da manhã com muitas novidades sobre a linda professora
que mostrou o que era lápis, caneta, giz de cera, papel e borracha que é extraída da árvore seringueira e que
devemos preservar as árvores, pois sem elas nós não temos como respirar e até mesmo comer, que existe muito
desmatamento na Amazônia onde eles vivem. A Amazônia deve ser cuidada como os índios cuidam dos animais
que estão cada vez desaparecendo, porque homens gananciosos estão praticando a biopirataria na floresta e
roubando animais e plantas da floresta e levando para terras muito distantes. Cacique ficou muito feliz com as
descobertas dos pequenos. Todos os dias Kambeba, levava e buscava os pequenos para a escola, onde
aprenderam a falar português.
O tempo passa devagar na floresta, porém os Kambeba estão preocupados pois os curumins ao voltarem
de um banho no rio disseram que a água estava vermelha, vários homens da tribo descem a cabeceira do rio para
procurar a causa da água vermelha, estão ansiosos e apreensivos, pois algo parecido nunca tinha ocorrido por
aquelas bandas.
O grupo segue silencioso rio abaixo quando avistam ao longe um aglomerado de homens brancos
garimpando, dão meias e retornam a tribo para contar ao cacique o ocorrido. O cacique reúne os homens mais
fortes da tribo, pegam suas armas e vão ao encontro dos garimpeiros, como estes foram pegos de surpresa não
tiveram como se defenderem e foram atingidos pelas armas dos Kambera.
Guarabira fala em português aos garimpeiros feridos e amedrontados:
— No território meu branco não pode entrar sem permissão e ainda poluir a água do rio que é vida para
os povos da floresta, volte para sua gente e nunca mais apareçam por aqui, deixem a floresta e o seu povo em
paz.
Muitas luas se passaram, os pequenos cresceram, Cacique Kambeba, envelheceu juntamente com sua
esposa Jussara, juntos lutam contra a velhice, ele custa a andar, conversa cheia de história para os netos, bisnetos,
sempre observando os animais, ouvindo a mata e ao lado da esposa morre de velhice segurando sua mão com
todo amor.
Seu corpo foi cremado em uma grande fogueira, todos choravam, gritavam, Jussara sempre ao lado da
fogueira junto aos filhos, netos e bisnetos que choram copiosamente. Chegava a hora de Jussara atirar os
pertences do marido ao rio. O novo cacique Guarabira, filho de Kambeba, jurou que honraria seu pai, sendo
valoroso como ele. Guarabira está muito triste com a morte do pai e por ele ser o novo cacique, resolve fazer uma
brincadeira para alegrar a tribo como seu pai.
— Homens, mulheres e crianças, quem achar esta lança que eu irei lançar, será o ganhador e receberá
como prêmio está corroa de pena.
Lança a coroa e todos correm em sua direção. Escureceu, mas ninguém havia encontrado a lança. Estavam
apreensivos quando Jussara aparece muito feliz com a lança na mão. Todos reúnes no ritual religioso para rezar
pelas mortes dos caciques.
Guarabira fala:
Temos que nos unirmos para vencer a nossa tristeza com a perda do Cacique. E continuamos fortes, felizes
como sempre fomos. Essa corroa na cabeça de minha mãe é um símbolo de que estamos sendo fortes e felizes.
Viva os Kambeba!
Ame a natureza como os índios.
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Um ciclo de amor
Pedro Rabelo de Araújo Neto
Brasil
A jovem índia Amandy cantarolava por entre choros uma canção que sua avó há muito lhe ensinara. Um
poente nebuloso era a única fonte de luz que iluminava o pardo rosto de Amandy. Jogada ao chão lameloso e
aconchegante da floresta amazônica, ela acariciava docemente a pequenina paca que há tempos se tornara sua
fiel amiga. A pobre paca, imitando com o focinho a tristeza da índia, transparecia toda a melancolia da cena.
O eco de um trovão longo e intimidante marcou violenta presença na iluminada dança contemporânea
dos raios, fazendo surgir da paca um som indecifrável de susto, que para sua segurança começara a se enroscar
nas pernas de Amandy. Sons de passos por entre as folhas fizeram o pequenino animal içar as orelhas em sinal de
alerta.
Por entre as elevadas árvores de tarumã e as grandes folhas de samambaia, surgia a figura de um altivo
índio. Cairu era seu nome de luta, e de feições preocupadas encarava sua mais nova descoberta. Achara em meio
a mata uma linda índia, que semelhante a uma fonte de lágrimas, jorrava e encharcava com dor o solo da floresta.
Embora emanasse um intenso e abatido sentimento de perda, a beleza de seus reluzentes olhos castanholados
em sintonia com seus extensos e lisos cabelos da cor do mais negro pássaro, faziam o índio Cairu pensar que havia
encontrado o amor de sua vida.
Os brutos pingos caídos do céu batiam nos ornamentos de tinta delineados ao longo do corpo de Amandy,
e escorriam sob sua pele, formando uma liquefeita e viscosa gama de tons avermelhados originados das afetuosas
sementes de urucum, que assim como seus adornos, antes lhe tinham utilidade, mas agora, não lhe serviam para
mais nada. Com o toque frio das gotas da chuva, surgiu em seu ombro um toque quente que lhe parecia o mais
aconchegante dos contatos humanos.
Amandy se virou para o homem vigoroso que a encarava e enxugando as lágrimas do rosto, deixou-se ser
pega no colo pelo índio que não conhecia, mas que desejava ter conhecido há muito tempo. A pequenina e
ensopada paca marchava ao passo do índio, seguindo Amandy para onde quer que ela fosse. A caminhada
silenciosa durou poucos instantes, assim como a violenta chuva, que se transformara em um sereno véu de
finíssimas gotículas transparentes, que ao longe cobria toda a paisagem.
O índio se apresentou e indagou Amandy a respeito do motivo que a havia feito se encontrar na tal cena
de tristeza em que ele a achara. Em soluços, ela respondeu que a culpa de todas as suas lágrimas pertencia aos
homens que começavam a habitar o outro lado do rio, extinguindo as matas, massacrando os animais, prendendo
as aves, trancando os rios e ateando impiedoso fogo em todas as mais admiráveis e belas formas de vida da
floresta.
Cairu ouviu toda a narração com atenção e angústia. Ao fim da história, não mais que uma lágrima
escorreu por seu rosto. Uma singela gota que para o índio guerreiro representava muito mais que tristeza, mas
também, todo um sentimento de fúria que começava a nascer em seu peito, dor pela perda de seus companheiros
da mata e de paixão que começava a brotar em seu coração pela jovem índia. Prometeu a ela que com o nascente
sol da manhã seguinte, lutaria ao lado de todos seus companheiros de guerra pelas vidas perdidas, pelo futuro da
floresta e pelo fim da tristeza que assolava sua amada.
Amandy suavemente enxugou a lágrima da face de Cairu e em meio à selva noturna, com a bênção da
floresta, os dois proclamaram seu amor mútuo e se beijaram. Repentino para os mortais, mas planejado pelos
aclamados deuses da mata, o amor entre Amandy e Cairu foi germinado no poente, cresceu na chuva e com o
andar do fosco luar se tornou forte e indestrutível. A paixão foi consumada entre os dois amantes, que unidos
pelo amor, e pelo corpo, começavam juntos a lutar pela salvação prometida.
Caminhos do MERCOSUL 2015
Pouco tempo antes do sol surgir incandescente acima da folhagem das copas, Cairu deixou sua amada ao
lado de sua fiel companheira, e seguiu de volta a sua aldeia. Não foi preciso muito para convencer seus aliados a
lutar contra os homens de cara descorada, que infiéis à vida, pareciam buscar pelo confronto com as tribos locais.
Devidamente ornamentados pelas mulheres da tribo, e preparados para o combate, a multidão férrea de
guerreiros seguiu rio acima, seguindo o claro rastro de destruição e crueldade dos homens. E pelo caminho se via
morte nas plantas acometidas, medo e agonia nos animais que restaram, destruição e muita amargura por todos
os lados. O sentimento de repulsa crescia no coração dos fortes guerreiros, e eles tal qual pássaros que estufavam
o peito, incharam o espírito e seguiram a margem do rio.
Com o bel-cantar das garças-reais, Amandy, suave como uma pluma, despertou. Sem delongas percebeu
a falta de seu amado, e abruptamente se lembrou que Cairu estava prestes a cumprir sua promessa.
Sem se alimentar de frutas e sementes ou beber da água das plantas, Amandy se pôs a correr célere em
direção ao rio. Se algo acontecesse com seu amor, ela precisaria estar ao seu lado para apoiá-lo e ajudá-lo.
A índia esguia observava a árdua batalha da outra margem, por de trás de vultosas árvores e pequenas
moitas. Sem poder participar ou amparar, restava-lhe observar a intensa luta de lanças e flechas contra imensas
armas de fogo.
A cada passo que o sol dava, a batalha ficava mais penosa para ambos os lados, que buscavam
incansavelmente pela vitória. Cairu liderava os índios restantes contra os alvos homens. Ao final da batalha,
restaram apenas um índio e um homem branco, que como dois tigres que se confrontam, ficaram girando e se
encarando, um esperando o golpe seguinte do outro. Cairu se preparava para entregar-se de corpo e alma no
golpe final contra o inimigo da mata e da mãe terra.
Os dois homens pararam de frente um para o outro. Cruzando olhares como dois gaviões em caça, o
homem com um pequeno sorriso apontou a arma cinzenta como pedra velha na direção de Cairu. O índio
guerreiro deu um brusco passo para trás e se preparou para arremessar sua lança.
Simultaneamente, Cairu atirou sua lança e o homem disparou sua arma. A pólvora ardente cortou o vento
e trouxe consigo uma pequenina, porém fatal esfera de metal, que atravessou o peito de Cairu e o fez cair no
chão.
Com o último estrondo da batalha, o silêncio momentâneo e perturbador da floresta foi interrompido
pelos brados de Amandy, que cruzou o rio lutando contra a correnteza e a realidade. Arrastando-se pela grama
úmida, chegou ao encontro de seu amado, que respirando vagarosamente tentava nos braços esguios de Amandy
proferir suas últimas palavras de uma singela declaração de amor em forma de promessa. Se entregara aos
comandos da mãe terra para salvar seu povo e sua casa, mas um dia voltaria, tão grande quanto um leopardo, tão
astuto quanto um macaco velho, tão carinhoso e fiel quanto uma paca, ele voltaria na forma de um belo e
benfeitor ser, para que assim a índia jamais pudesse se esquecer de seu amor por ela.
A sombria morte terminara de absorver a vida sagaz que um dia pulsara intensamente neste honrado
filho da mata e protetor da mãe terra. Ao longe jazia o corpo do homem que fora o destruidor da essência vital
da floresta, mas que agora só servia de alimento para as pragas.
Os prantos de Amandy ao lado do corpo de seu amado ainda eram ouvidos. Suas lágrimas de angústia e
perda emanavam por toda a calada floresta. Sem conseguir lidar com a ideia de uma vida levada com a inexistência
de Cairu, a jovem índia correu desesperada para beirada do rio. Encarando seu reflexo na água, a índia desejou
aos deuses que por toda a eternidade ela pudesse compartilhar de seu amor com Cairu. A jovem olhou fixamente
para o fundo do rio e se atirou na água, deixando-se levar pela correnteza medial e abandonando deste mundo
suas tristezas e inseguranças. Sendo carregada pelas mãos dos deuses rio a baixo, pouco a pouco, a vida de
Amandy se esvaiu de seu peito, e ela se rendeu ao fim.
Os deuses, fizeram o anseio genuíno da índia se tornar realidade. Onde jazia o corpo de Cairu, camadas
de terra rochosa fizeram do índio e do solo um só, e ali brotou uma semente de uma nova planta. Cairu se tornara
o nome de uma robusta árvore. De copa gigantesca, produzia em toda primavera lindas flores vermelhas e
suculentos frutos alaranjados, que eram apreciados por todos os seres da mata, mas eram extremamente
venenosos aos seres humanos.
Caminhos do MERCOSUL 2015
Pelo sacrifício de Amandy, delicada e pomposa como uma flor de jasmim, fizeram dela uma robusta nuvem
no céu. Assim, os dois amantes compartilhavam todos os dias da mesma fonte de amor: a água.
Amandy sendo nuvem, encharcava o solo da floresta com amor em forma de chuva, que as raízes de Cairu
absorviam com carinho e transformavam em seiva da vida. O excedente deste farto amor aquoso era devolvido
para a mãe terra, que das nascentes fazia surgir um emaranhado nó de rios alimentando, diariamente, todas as
formas de vida desta aclamada imensidão da floresta amazônica.
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Lembranças de um guerreiro
Robson Oliveira Pereira
Brasil
Jamais me esquecerei dos meus tempos de menino lavado, onde minha maior preocupação era ser
atacado por uma onça pintada. Lembro-me quando meu pai ia caçar com seus amigos. Enquanto isso, minha mãe
peneirava a mandioca para o almoço. Eu, muito corajoso, e percebendo a distração da minha mãe, saía numa
carreira desembalada rumo à floresta. Ficava sempre encostada no tronco de uma seringueira — a árvore que eu
mais gostava, ouvindo o som harmônico e estridente dos pássaros que lá viviam.
Minha vista era direcionada a um pequeno rio, no qual eu rebolava algumas pedrinhas, fazendo com que
elas batessem o máximo de vezes sobre a água – meu recorde eram doze. Mais esse paraíso calmo e individual
tinha um limite. Antes que eu pudesse ver o sol bem no meio do céu, sabia que estava na hora de voltar.
Era costume do nosso povo. Almoçávamos todos juntos e agradecíamos pela comida ao nosso pajé,
enquanto ele saboreava seu banquete. Só podíamos nos deliciar com aquela fartura quando o líder da tribo
terminasse. Mas isso não me impedia de beliscar aquela suculenta e enorme carne de boi, enquanto todos
estavam distraídos. Essa era a única refeição que tínhamos no dia inteiro.
Durante a noite, dançávamos e cantávamos admirando o luar, um prateado tão intenso e reluzente que
facilitava enxergar o rosto de minha querida Yemêja, uma garota de longos cabelos negros e uma pele morena e
sedosa, a qual eu sonhava em acariciar. Sempre que eu parava de babar por sua imagem e decidia conversar com
ela, eu ouvia algo que me obrigava a desistir:
— Iagurá, venha dormir! – era minha mãe me chamando.
E essa era minha rotina de todas as semanas. Até que um dia, enquanto eu estava passeando pela floresta,
avistei estranhos e barulhentos objetos se aproximando. Pensei que fossem novas espécies de animais, ou até
mesmo algum tipo de feitiçaria. Hoje, sei que eram automóveis que transportavam agropecuários, madeireiros e
mineradores, mas não sabia o que eles estavam fazendo.
Aproximei-me, preparei minha respiração e perguntei:
— Quem são vocês? O que estão fazendo aqui? Que bicho barulhento é esse?
Não obtive respostas. Fui simplesmente ignorado. Então saí correndo para avisar aos outros.
Nós, como éramos uma tribo pequena, não pudemos interferir em nada e as respostas que queríamos
foram ocultadas por alguns dias.
Quando eu obtive conhecimento de tudo que se passara, não havia mais tribo. Agora, vivia apenas eu e
minha querida mãe. Meu pai passou a trabalhar como extrativista. E Yemêja... Sonho em vê-la até hoje.
Minha fase de criança passou. Infelizmente passou. Hoje, sou um velho impossibilitado de fazer aquelas
brincadeiras que tanto amo. Tornei-me refém da artrite e de um pequeno incidente. Eu não suportaria ver tudo
aquilo e relembrar o que aconteceu. Perdi uma de minhas pernas tentando proteger a seringueira, aquela na qual
eu me encostava sempre. Mas a perna não foi a única coisa que perdi.
Sei que os trabalhos realizados nas florestas contribuem para o desenvolvimento do mercado nacional. O
que seriam das fábricas que produzem borracha sem o trabalho dos seringueiros? Mas essa exploração
avassaladora causa prejuízos ao ambiente. A floresta amazônica é uma espécie de refrigerador natural gigante.
Os processos de evapotranspiração realizado pelas plantas tornam o ar mais úmido, e, consequentemente, mais
frio. Elas também impedem que os raios solares incidam diretamente sobre a superfície, evitando assim, o
aquecimento da Terra.
Essa mudança radical no espaço físico amazônico também afeta nos ideais cívicos. Aqueles povos que
possuíam seus costumes e gostos foram submetidos a experiências que influíram nos seus valores iniciais. Suas
culturas já não são as mesmas. Seu povo não é o mesmo.
Caminhos do MERCOSUL 2015
A evolução tecnológica e a globalização foram levadas a esses povos, e por muitos, houve uma resistência
quanto às novas ideologias.
Algumas tribos preferiram manter as mesmas atitudes tradicionais, mas nem mesmo elas são imunes ao
desenvolvimento. Outras lutam por seu espaço e pelo respeito ao povo.
Já assisti várias vezes pela televisão alguns deles no Senado, debatendo fatos de suas vidas e clamando
para serem atendidos e terem seus direitos cumpridos perante a lei e à sociedade.
Vejo que essa tentativa de urbanização e modernização é fruto de uma região pouco povoada. A Amazônia,
apesar de ser grande territorialmente, possui um grande vazio demográfico. Por apresentar uma baixa demografia,
sua economia também se torna insuficiente, mesmo possuindo tantas riquezas. Projetos que visam o povoamento
dessa região, através do extrativismo e da agropecuária, não foram o bastante para suprir suas necessidades. Pelo
contrário. Isso trouxe problemas. Foi preciso desmatar grandes extensões florestais e desabitar dezenas de
famílias, tirando-as de um local e transferindo-as, isso tudo para satisfazer e favorecer a uma minoria.
E agora? Vê? Ela já não é mais como antes. O seu verde foi tomado pelas cinzas furiosas dos incêndios,
enquanto outra parte foi arrancada, destruída, desmatada pelo homem, esse ser “racional” que acelera sua
própria morte.
Suas águas volumosas e extensas não aguentarão a poluição, e logo, não suportarão tanto descuido
ambiental. A transparência dos rios está dando lugar às cores escuras e imundas que transformaram a água, que
antes era cristalina, em um túmulo para os peixes.
E os animais? Coitados bichinhos. Estão perdendo seus habitats, suas proles. Sentem-se sufocados pelo
medo da extinção, uma ação desumana de seus parentes um pouco mais evoluídos. Mas o que eles podem fazer
a não ser berrar, gorjear, gritar?
É... Os homens, as mulheres e as crianças que aqui vivem veem tudo isso e nos sentimos tristes ao vermos
essa beleza natural ser sacrificada por nossos irmãos para fins econômicos.
Eles também sentem o peso da destruição em suas costas, pois, assim como os demais seres, estes
desfrutam dos bens que a floresta amazônica tem a oferecer.
Apesar de tudo isso, essas poucas pessoas que vivem no imenso pulmão mundial, responsável por
purificar o oxigênio e resfriar a camada de ozônio, são indivíduos fortes e que batalham por espaço, respeito e
reconhecimento. Não! Não são coitados. São guerreiros. Mas não aqueles que usam arco e flecha, como muitos
pensam, mas sim, aqueles que destroem o preconceito e a inferioridade usando a educação, o diálogo e a
disciplina e valores como esses são os que compõem o seu arsenal, pronto para ser usado a qualquer momento e
em qualquer ocasião.
São seres humanos, que, por muito tempo, foram vistos com olhares racistas por pessoas levianas. Um
povo que foi discriminado, mas que superaram todos os seus limites e derrubou as barreiras que o impossível os
submetia a enfrentar.
São indivíduos, que mesmo em minoria, tornam-se gigantes quando unidos, esbanjando um caráter
excepcional e uma índole pura e invejável e que hoje, garantiram mais que direitos, vez ou voz. Eles garantiram a
explicação de suas existências.
Sempre tentei entender o motivo de tanta interferência externa. Gostamos de viver da natureza. Somos
assim, vivemos assim. Então, porque não nos deixam viver? Gostamos de cantar, dançar, conversar ao nosso modo,
baseado em nossa tradição. Querer intervir nas nossas raízes atacando as raízes florestais não será a solução.
Escolhemos nosso estilo, escolhemos nossas atitudes. Agora só é preciso que nossos irmãos escolham o respeito.
Caminhos do MERCOSUL 2015
El Amazonas y el transcurso de sucesos de Orellana.
Juan Ariel Ortíz González
Paraguay
Nacida en Manaos de padres Brasileros de clase media, es una joven de corazón humilde y justiciero. Tiene
un gran afán, un gran desafío: proteger el Amazonas o Amazonia. Es una verdadera amiga del medio ambiente.
De ese medio ambiente, cuya única culpa es dar vida a una población muchas veces inescrupulosa, pero también
comprensiva, cosa que no se puede negar.
Su hogar esta próximo al puerto del Manaos, donde ha vivido desde que nació. Tal vez por eso tiene
muchos amigos, dentro de los cuales se incluyen el guacamayo, el tucán y el colibrí. De ahí que no le gusta ver
sufrir a ningún animal. “Orellana”, que así se llama la joven, es mestiza por ascendencia y docta, por empeño suyo.
A Orellana le gustaba mucho el puerto, veía cómo las embarcaciones más enormes llegaban, y con ellas, distintas
personas de todo el mundo. Lo que más le fascinaba del lugar era el poder relacionarse con toda clase de personas.
Un día, en el colegio, su maestra les dijo: — “Hoy estudiaremos la fiebre del Caucho”.
Mientras la maestra iba narrando la historia de “La Fiebre del Caucho durante el siglo XX”, Orellana quedó
sorprendida de cómo se deforestaba su querido Amazonas a cambio de obtener caucho, lo que equivalía a “dinero
y progreso”.
Entonces, Orellana preguntó a su maestra: — ¿Maestra, por qué hicieron tal crueldad?
La maestra le respondió: — ¡Hija mía, con el caucho se pueden hacer muchos artículos!
Observándola fijamente a los ojos, Orellana le dice: - Me pregunto, maestra ¿acaso la naturaleza no nos
provee, ya, de lo necesario?¡ O, quizá en el subconsciente humano dice, o está escrito, que todo lo que no fue
creado por el hombre, se debe destruir o modificar! –Exclamó sarcásticamente y enojada. Luego, se puso de pie
y dijo a la clase: -Queridos amigos y compañeros, ¿dónde quedó lo humano en aquello? Y si ustedes tienen padres,
amigos, tíos o cualquiera que conozcan, que esté haciendo todavía tal atrocidad, no duden en denunciarlo, pues
corre peligro la conservación de nuestros recursos naturales. ¡Perdón, Maestra, por interrumpir tu enseñanza!
Pero, quisiera decir algunas palabras más, si me permite.
— ¡Sigue Orellana, no hay problema! Al contrario, es un gusto escuchar de una alumna, que tenga tanto
aprecio a lo natural.
— ¡Compañeros, les digo, la mediocridad no es una elección en estos tipos de sucesos cuando los
resultados justifican los hechos! Nosotros también formamos parte de la naturaleza, somos animales, pero
animales racionales, con la capacidad de distinguir lo bueno y lo malo. No convirtamos esto en un monopolio
cuando algún día se nos presente la oportunidad de hacerlo. Sí, fomentemos el desarrollo, pero sin dañar el
ambiente, utilicemos los recursos renovables y, por sobre todo, acordemos todos juntos que siempre lucharemos
para que el Amazonas sea eternamente un orgullo mundial. Luego agregó: - Es todo, maestra, ya no tengo nada
que acotar y espero lo mejor de mis compañeros.
— Extraordinario, Orellana, me gustaron mucho tus palabras. Alumnos, es necesario que también
recuerden que, aparte de ser todo lo que Orellana dijo, el Amazonas o Amazonía es una de las SIETE MARAVILLAS
NATURALES DEL MUNDO y, asimismo, es PATRIMONIO MUNDIAL DE LA HUMANIDAD. Y, como tarea, llevarán el
encargo de hacer un ensayo sobre el Amazonas. Bueno ahora ya pueden ir a sus casas; ya es la hora, mañana
terminaremos con la clase de historia que se quedó a medias.
Saliendo ya del colegio, Orellana pensaba cómo haría su ensayo, pues ella aún no se había cuestionado,
en realidad, la situación por la que pasaba el Amazonas. Llegó a su hogar y dijo a su madre:- ¡Madre debo hacer
un ensayo sobre el Amazonas!
— ¿Y cuál es el inconveniente? Orellana, tú tienes muchos conocimientos básicos sobre el Amazonas.
Caminhos do MERCOSUL 2015
— No lo creo, madre, hoy en el colegio la maestra nos leyó “La Fiebre del Caucho”, decía que se hicieron
muchas fatalidades contra el Amazonas, lo empezaron a deforestar para comercializar el caucho en el siglo XX. Tal
vez, hay mucho de lo que aún no me he enterado, madre.
— ¿Y qué piensas hacer Orellana?
— Yo creo, madre, recorrer más lugares. Primero debemos ir a nada más que a Ecuador, Quito; por agua
a Perú, Iquitos; después a Colombia, Leticia, y de vuelta a Manaos, Amazonas. Madre, ¿me acompañarás?
-Bueno, Orellana, no te dejaría ir sola. Además, a mí igualmente me interesa conocer más y poder ayudarte con
tu ensayo.
— Madre, a mí no solamente me interesa una buena calificación, me importa la selva amazónica, las etnias,
los animales y las personas que viven al costado de los ríos amazónicos.
— Pero, ¡qué orgullosa me siento mi Orellana, de ti, mi vida! A tu corta edad, solo deseando el bien para
los demás, mi pequeña defensora del Amazonas. El fin de semana saldremos del aeropuerto, te va a encantar,
Orellana.
Llegó el fin de semana y madre e hija se prepararon para buscar la verdad del Amazonas.
Ya en el avión, un joven que estaba sentado al costado de Orellana, le preguntó.
— ¿Qué escribes?
Orellana lo miró sorprendida y le respondió: - ¡Un ensayo que la maestra del colegio nos encargó, sobre el
Amazonas!
El joven le pregunta de nuevo ¿Por qué lo escribes ahora?¿Por qué no lo escribes al llegar a tu casa?
— ¡Porque ahora es cuando se me presentan las ideas! - responde Orellana - ¿Y quién eres?¿Y por qué
me haces muchas preguntas?
— Soy de Rio de Janeiro, pero, actualmente vivimos en Manaos y mi nombre es Eduardo. ¿Y tú cómo te
llamas?
— Mi nombre es Orellana y soy también de Manaos. ¿Con quién vienes, Eduardo?
— Estoy viajando solo por ahora, mis padres me esperan en Iquitos, y, por lo que veo, te agrada el
Amazonas. Lo digo por la forma en la que escribes. ¿O no, Orellana?
— Sí, me cautiva como magisterio, nos enseña el equilibrio de la vida de la naturaleza, cosa que muchos
no aprendieron, Eduardo. Espero que tu familia no sea de esos.
— No, al contrario, Orellana. Mi familia trabaja en organizaciones no gubernamentales para la protección
de la vida silvestre en el Amazonas. Hemos viajado a Guayanas, Bolivia y Surinam para tratar más de cerca los
problemas de deforestación del Amazonas, tratamos de detener el avance dela población hacia la selva, con
seminarios y charlas en los barrios más cercanos a la selva Amazónicas. Pero, muchas veces se hace complicada
la situación. También buscamos recursos humanos para detener el tráfico de animales silvestres, creamos
proyectos para la rápida inserción de los grupos de etnias que perdieron su hábitat con la deforestación y posterior
plantación de soja.
— ¡Vaya! Es fantástico tu trabajo de preservación de la floresta Amazónica y toda la protección de la
biodiversidad, Eduardo. Pero… eres muy joven ¿cómo es que te lo permiten?
— Mis padres son los que trabajan a favor de todo esto y yo, simplemente, me ofrecí como voluntario;
pero si siento admiración por mis padres.
— Claro que es admirable la dedicación de tus padres y la tuya. Yo también quisiera ser voluntaria,
Eduardo, y especializarme para poder ayudar en reservas naturales. Obtener más conocimiento y así trabajar más
de cerca con mi colegio y, por qué no, con todos los colegios que se encuentren en los llamados estados
Amazónicos, creando una campaña de protección y preservación Amazónica: “CERO DEFORESTACION”
— Me gusta esa actitud, Orellana. Te dejaré mi dirección, mi correo electrónico y mi número, para
ponernos en contacto. Pues, hacen falta más personas como tú, con tu empeño en aprender y querer proteger
nuestro patrimonio natural. Te pregunto, Orellana ¿Por qué tanto interés por el Amazonas? Una muchacha tan
joven que podría tener otras actividades, como cualquier persona. Esa pregunta me la he hecho desde que te vi
escribir en un viaje, algo no muy típico, Orellana.
Caminhos do MERCOSUL 2015
— Eduardo, respóndeme primero esto: ¿por qué tú, joven, te dedicas a esto? dejando de lado los amigos
y la diversión.
— Es difícil de explicar, Orellana. Aparte de seguir el ejemplo de mis padres, en esto me divierto. Desde el
fondo de mi corazón siento que es lo correcto: ayudar a los que muchas veces no se pueden defender, porque no
poseen manos o pies, o, porque no pueden hablar, como las plantas y animales; pero también aquellos nativos
desamparados, expulsados de su hogar por culpa de empresarios inescrupulosos. Todo eso me motiva.
— Eduardo, esos pensamientos y sentimientos también los vivo en carne propia. Todo eso es lo que me
motiva a seguir con mis ideales. Otra pregunta, Eduardo ¿Y por qué piensas que otros jóvenes pensarían como tú,
siguiendo el trabajo de voluntariado?
— Orellana, para empezar, yo no te dije que otros jóvenes pensarían como yo, ni que me ayudarían o lo
que pienses; pero, yo sé que los jóvenes, muchas veces, son tildados de torpes, haraganes y complicados. Pero,
creo que con iniciativa y un buen motivo, siempre están apoyándote.
— En eso, tienes la razón, Eduardo. Los jóvenes tenemos un gran corazón y también los adultos, solo que,
de vez en cuando, cometen errores motivados por la codicia, por el dinero y el poder. Pero, nosotros podemos
crear una “Delegación” por el Amazonas, que hoy nos necesita, para seguir deslumbrando con la grandeza de sus
aguas, su exuberancia vegetal y animal.
— Orellana, búscame en la dirección que te dejo. Ahora, debo ir a encontrarme con mis padres. ¡Adiós,
Orellana!
— Hasta pronto, Eduardo. Ha sido un gusto.
Orellana se sintió contenta de haber hecho un nuevo amigo en el avión y más, porque tenían mucho en
común. Se propuso que, además del ensayo, haría una charla en el colegio. Se le llenaba la mente de ideas para
proteger el Amazonas.
Su madre le dijo, al bajar del avión: - ¿Hija, quién era ese joven que te habló?
— Madre, se llama Eduardo. Es un joven muy bueno, me comentó mucho del Amazonas.
— Qué suerte, Orellana, ahora iremos a dar un paseo y aprender. Recorreremos la ciudad y luego iremos
al puerto para tomar una embarcación.
Así comenzaron recorrer la ciudad, donde apreciaron las casonas de arquitectura de la época, también
apreciaron la hermosa Catedral de Iquitos, la iluminación de distintos colores, desde dentro hacia afuera, que se
puede apreciar de noche y que deja un pintoresco escenario para los turistas. Madre e hija, visitaron también la
“Casa de Fierro”, donde se detuvieron a contemplar su hermosa arquitectura y se deleitaron con el café más fino
de Perú.
Pero, mientras su madre se descuidó de ella, Orellana aprovechó para fisgonear por la plaza de Armas y
se encontró con una pequeña niña, a la que observó detenidamente. La pequeña percibió la mirada profunda de
Orellana y le pasó su helado de “Mauritia”, una fruta típica de la zona. Orellana la mira asombrada y acepta el
helado de la pequeña. -¡Gracias! - le dice, sorprendida. Luego, le pregunta su nombre y la pequeña se queda en
total silencio, con una carita pícara. Orellana la contempla y sonríe.
Orellana dio media vuelta, buscando ver a la madre de la niña; pero, no lo logró. Entonces, buscó de nuevo
a la pequeña morenita de la hermosa sonrisa, pero ya no la vio. Fue como si el viento se la hubiera llevado en solo
unos segundos. Se había esfumado. Orellana, con la cara blanca y pálida de susto, retornó a la Casa de Fierro junto
su madre, en silencio. No le comentó nada de lo ocurrido a su madre. De pronto, una señora que estaba cerca de
su mesa, les pregunta: - ¿ustedes no son de por aquí, o sí?
Le responde la madre de Orellana: -No lo somos, señora, ¿Y usted?
— Lo siento, dijo, no sé dónde quedaron mis modales. Mi nombre es Leticia, vivo en Iquitos ya hace 5
décadas y reconozco muy bien una cara nueva.
— Un gusto, Leticia, nosotras venimos de Brasil, de Manaos. ¿Usted, viene seguido al “Fierro”?
— Sí, siempre paso por aquí a tomar una rica taza de café y entablar conversación con jóvenes y turistas.
Caminhos do MERCOSUL 2015
— Aquí vienen muchas personas. También las oriento para el viaje y les doy los mejores consejos. Pues,
cuando en tu corazón sientes que debes visitar el Amazonas, es como si cupido te flechara. Una vez que la ves, te
enamoras de su cautivadora hermosura ¿ustedes dónde desean ir?
— Nosotras ya tenemos plan de ruta. No se preocupe. Pero, igualmente, gracias por su amabilidad.
— Dígame, yo las orientaré, es mi especialidad.
— Iremos al puerto — dijo Orellana y Leticia se puso de pie y llamó al moto-taxi. -En esto podrán llegar
rápido — dijo. Orellana y su madre se marcharon agradecidas, rumbo al puerto.
— ¡Cuánta calidad humana se siente en Iquitos, Orellana.
— Es cierto, es como estar en nuestro hogar, madre. ¿No lo crees? Es todo tan natural y humano, en esta
sociedad influye mucho la cultura de los nativos ancestros, pues aun conviven con ellos. La mayor parte de la
población del Amazonas no ha pasado su vida sin aprender algo valioso de los nativos y eso se nota en su calidez
humana. Esto también, madre, forma parte del patrimonio humano, la cultura, la forma de vida de las personas,
el folklor nativo, la artesanía y el equilibrio de la vida silvestre con la humana. Es lo que nos enseñan todos los
grupos étnicos de la selva amazónica; realmente, eso no tiene valor económico alcanzable.
—Tienes mucha razón, Orellana- dijo la madre - y también un sentimiento de alegría y de orgullo se
apodera de uno desde el corazón y es algo inexplicable; pero yo sé que todos aquellos que visiten cualquier país
o estado del Amazonas, no se arrepentirán.
En este y otros comentarios parecidos, iban ocupándose Orellana y su madre hasta que llegaron al puerto,
donde compraron dos hamacas y subieron a una embarcación que las llevaría a su próxima parada.
Ya en la embarcación, colgaron sus hamacas en el primer nivel. Hicieron nuevos amigos apenas subieron.
Así, oyeron las recomendaciones para pasar los siguientes días, fiesta de noche y de día admirando el rio, con
calma y silencio.
Estaba Orellana en el segundo nivel, en el restaurante de la embarcación, apunto de disfrutar de un
pequeño refrigerio, eran como las 16:00 horas. Siempre con su agenda, donde iba escribiendo su ensayo, mientras
disfrutaba de su refrigerio, levanta la mirada y ve de vuelta a la “Pequeña del Parque”. Se queda asombrada, de
nuevo la observa, se pone en pie y camina hacia ella. La pequeña la mira también; pero, esta vez, la agarra de la
mano y la lleva al borde del barco y, con la mano, apunta hacia la selva. Con un gesto, hace una figura de corazón
con la mano y lo aprieta contra su pecho y luego, contra el pecho de Orellana. Ella le preguntó qué significaba eso
y la pequeña, sonriendo, la miró de nuevo y volvió a hacer gestos. Esta vez, le pidió un lápiz y un papel. Orellana
le dijo, con gestos, que esperara y se fue a buscar lo que la pequeña le pidió; pero, cuando Orellana regresó, la
pequeña ya no estaba.
La buscó por todo el barco, pero no la encontró y no podía preguntar por ella porque no sabía su nombre.
Si bien, esa noche no pudo dormir pensando en la niña, tuvo que olvidar lo que ocurrió. Siguieron unas horas más
de viaje y llegaron a la reserva de los Yaguas. Hicieron un recorrido por la comunidad de los Yaguas. El guía iba
narrando la historia de la etnia. A Orellana le encantaban sus, comúnmente llamadas, cabañas comunales.
Observaba con curiosidad, la forma en la que vestían los nativos, con polleras y gorros hechos de pajas, que los
cubrían sin distinción de sexo. Las mujeres traían carteras tejidas a mano con imágenes de animales. Los líderes,
tanto hombres como mujeres, traían coderas y rodilleras hechas de hojas de palma, con un terminado muy
atractivo. Los niños tenían maracas artesanales hechas por ellos mismos, también tenían lanzas, arcos con flechas
y cerbatanas. El guía aclaró que sobreviven gracias la caza, pesca y agricultura y la comercialización de pieles,
madera, carne y distintos artículos artesanales folklóricos, en el mercado local de Iquitos. Llevaban un perfecto
equilibrio con la naturaleza.
Orellana caminó hacia un grupo de niños, les habló. Los nativos hablaban el idioma castellano y el yagua.
Orellana saludó a los niños y los niños le preguntaron quién era, de dónde venía y por qué los visitaba, Orellana
respondió que venía de muy lejos, que se llamaba Orellana y que los visitaba porque le había dicho que allí vivían
los niños más divertidos del Amazonas.
Con felicidad en los ojos, los niños corrieron a abrazarla y la llevaron a jugar con sus mascotas, a nadar en
una pequeña naciente de agua. Prepararon una infusión de yerbas medicinales y conversaron mucho toda la tarde.
Caminhos do MERCOSUL 2015
Orellana aprendió bastante de ellos. En ese momento, ella se dio cuenta de que los nativos son muy importantes
para el Amazonas, que son mal juzgados por la sociedad. No solo eran personas que merodean por la selva con
un taparrabos. Ellos tenían una muy buena percepción de la selva, convivían con las fieras más temibles, no
necesitaban mapas para moverse por la selva, conocían todas las plantas venenosas y las que no lo son. Es más,
gracias a ellos se pudieron clasificar muchas plantas y animales. Preservaban el humanismo, la cultura y la calidad
humana, por sobre todo.
Esa noche, los nativos ofrecieron una celebración en honor a sus huéspedes. Les demostraron una
hospitalidad que nunca olvidarían Orellana y su madre.
Al día siguiente, se despidieron de los nativos y la embarcación retomó su rumbo.
Madre e hija iban comentando entusiasmadas, como cualquier turista o viajero, la experiencia vivida. Y
esto aún no terminaba, seguirían compartiendo con todo tipo de personas y animales. También el rio las
adentraba en su cautivadora belleza; el viajar era como volver al hogar. Siguieron viajando todo el día y, por la
noche, tuvieron una cena a la luz de la luna y las estrellas. La música de fondo venía de la selva, con el compás del
grillo, el búho y otros distintos animales nocturnos. Al día siguiente, el barco hizo una parada en la “Isla de los
Micos”, reserva natural del estado amazónico de Colombia. Orellana bajó ansiosa por ver las maravillas que le
esperaban en esa isla.
Una reserva natural muy importante de la zona, que albergaba a los famosos monos Micos. Monos muy
traviesos y pequeños, que se caracterizaban por estar siempre hambrientos y ser muy sociables. Orellana llevó
consigo frutas y cuando las sacó, una veintena de Micos se le vinieron encima. Orellana disfrutó toda la tarde con
los Micos y su madre. Madre e hija estuvieron en conexión con la madre naturaleza, lo cual las motivaba aún más.
Se llenaron de energía, felicidad y orgullo. Estaban en un lugar donde se olvidaron de los contratiempos que se
viven en la sociedad urbana.
Cuando Orellana estaba disfrutando del divertido Canopy, sentada en una de las ramas del prominente
árbol, ve de nuevo ante ella a la pequeña morenita de la hermosa sonrisa. Orellana le vuelve a preguntar cómo se
llama. Con una sonrisa, la pequeña hace un gesto con la mano, un corazón, aprieta su mano contra su pecho y
luego contra el de Orellana y apunta de vuelta a la selva. En eso, Orellana se acuerda de lo que le había pedido en
el barco y le pregunta:
— ¿Tú no puedes hablar, morenita?
Le respondió con una negación con la cabeza y, siempre con una sonrisa hermosa. Entonces Orellana le
pregunta: —¿cómo entenderé lo que quieres de mí? La niña toma la mano de Orellana y la pone sobre su corazón
y, la suya, sobre el de Orellana.
En ese momento, le muestra en una visión de un futuro, no muy lejano, lo que sería el Amazonas, si no
existiese alguien que empezara la lucha contra su destrucción y observa que cada vez que el Amazonas fuese
destruida, la pequeña perdería un sentido o un miembro de su cuerpo; tal como había perdido la capacidad de
hablar, por culpa de la deforestación. El día en que la niña perdiere todos sus sentidos, moriría y, con ella, el
Amazonas. Le dio a entender que ella le daría la sabiduría y la capacidad para cumplir su sueño, por el bien del
Amazonas. Orellana aceptó con felicidad y la pequeña se marchó; pero, le dejó claro que cada vez que Orellana la
necesitase y ella la guiaría.
En silencio, bajó del árbol y fue a reunirse con su madre para seguir con el rumbo previsto. Ya en el barco,
estuvo muy pensativa toda la noche, pero no asustada. Al día siguiente, ya en Brasil, cerca del puerto de Manaos,
el barco se acercó a una orilla del rio y se pudo apreciar las viviendas de los pobladores, casi como si flotaran sobre
el agua y Orellana le preguntó a su madre:
— ¿Madre, quiénes son esas personas?
— Orellana, ellos son pescadores que viven del fruto del rio. Nuestro Amazonas es gentil con todos, sin la
pesca y el comercio que genere fuentes de trabajo o, mejor dicho, sin el rio Amazonas muchas personas estarían
desamparadas.
— Sí, madre, el Amazonas es hogar de miles de seres vivientes y nosotros también formamos parte de él.
La naturaleza nos da muchas cosas indispensables para la vida — Orellana se puso entusiasmada y orgullosa del
Caminhos do MERCOSUL 2015
Amazonas — Madre, ya estoy por terminar mi ensayo. He escrito todo lo que he aprendido en el viaje. Yo no tengo
dudas de que el hombre y el medio ambiente pueden vivir en equilibrio, sin destrucción. Costará mucho trabajo
lograrlo, madre, pero sé que se puede.
Llegaron al puerto de Manaos con alegría, después del largo viaje. Cuando, por fin estuvieron en casa, la
madre, muy cansada, se dio una ducha y se fue a dormir. En cambio, Orellana no estaba cansada, se dio una ducha
y empezó a terminar de escribir su ensayo, con todo entusiasmo.
Al día siguiente, Orellana fue al colegio y entregó su ensayo. Había escrito hermosos mensajes que
esperaban ser leídos. La maestra lo leyó y quedó impresionada. Luego, se acercó a Orellana y le susurró al oído: a ti te esperan grandes triunfos.
— Gracias, maestra — respondió Orellana. Luego, fue a comentar a sus compañeros y amigos lo que
aprendió y les preguntó si deseaban ayudar al Amazonas. Ellos aceptaron gustosos y así formaron una
organización, a la cual llamaron “AMIGOS DEL AMAZONAS”.
Recorrieron colegios e instituciones de diferentes ámbitos, en los estados amazónicos, haciendo charlas
para protección de la selva Amazonia. Juntaron firmas para crear proyectos de cero deforestación, cero tráfico de
animales y cero contaminación.
Con el tiempo, se popularizaron, gracias a la ayuda de los medios masivos de comunicación y tuvieron un
presente y futuro muy prometedores.
Orellana se hizo adulta y se cumplió lo que tanto anhelaba, ser guardabosques. Estudió y se formó como
bióloga, antropóloga, estudió las lenguas de las distintas etnias, se trasladó a la selva de Amazonas con su
organización y estuvo en contacto permanente con Eduardo.
Después de una larga amistad, Eduardo le pidió matrimonio y formaron una familia, juntos lograron
detener la devastación y toda una nueva generación, se convirtió en cuidadora del Amazonas.
Orellana divulgó la historia de la pequeña Morenita de la hermosa sonrisa, protectora del Amazonas. Su
imagen fue colocada en los parques de cada ciudad del Amazonas. La pequeña cumplió con todo lo que le había
prometido. Y Orellana trabajó en lo que más le había motivado durante toda su vida, tal y como lo planeó, por el
bien del Amazonas y, con él, de toda la humanidad.
Fin.
Caminhos do MERCOSUL 2015
Forjando el destino de Ana
Nancy Evarista Peralta Aguilera
Paraguay
Nadie sabía lo que realmente ocurría en ese preciso momento, pues, ni la brisa se sentía en aquella noche
de sombrías apariciones y entre las orquídeas que parecían grisáceas una entre lágrimas se arrulló ante extrañas
voces que resonaban a lo lejos y en cada palpitar se acercaba desventuradamente; se postró, abrió los ojos y las
únicas cúspides que se denotaban eran las de una sombra que se apoderaba de esa tierna y perdida mirada, sí, la
de ella.
Hace cientos millones de años, mucho antes de que existiera vida sobre la tierra se había escrito en las
alas del viento el inicio de las florestas amazónicas en donde se redacta que en el principio Dios creó una obra
majestuosa y se maravilló del valor que estos tenían y su corazón se apegó a la riqueza de la naturaleza, de tal
manera que sintió complacencia.
Estas sendas del continente americano, denominadas selvas amazónicas, se extienden sobre el territorio
del Brasil, Bolivia, Perú, Ecuador, Colombia, Venezuela, Guyana, Surinam y hasta cierta parte de la Guyana
Francesa.
Pasó el tiempo, llegaron días desoladores donde el creador se entristeció por un Capullo perdido y vagante,
entonces predestinó Guardianes y Protectores que pudiesen resguardar la creación. Designó a nueve espíritus
para que sean gobernadores de la selva, fue así que escogió a Espif como protector de todas las flores, Pritofis
protector de las plantas verdes, Anim protector de los animales, Avar protector de las aves, Montinopla protector
de montañas, Serix protectora de reptiles, Tir y Saim protectores del suelo, y Aqua protectora de las aguas como
la principal fuente de poder.
En el año 1997, un ser de extraña hermosura y de aspecto angelical se detuvo en el tiempo en medio de
la floresta amazónica de Brasil, un ser que a lo lejos no se veía, ni se olvidaba al pasar; es ella quien recorre el
umbral buscando una distancia por recorrer en ambos destinos, pero ella va, en medio de cristal donde una
lágrima es congelada y hecha trizas al chocar con las cercanías de las aguas, hermosa como ella misma desearía
serlo, con los ojos transparentes de paloma silvestre, con su cuello de marfil, de tez emblanquecida y esos senos
como dos gacelas preciadas en las manos de un todo.
Ella, hizo un viaje sin rumbo para nunca volver, pues vagante olvidó el valor de las cosas realmente
importantes y se acogió en florestas amazónicas con destinos distintos. Por la mañana recorría cada sendero de
la amazona con una mirada, que irradiaba esperanza de poder algún día encontrarse a sí misma; en sus pasos
percibía un nuevo punto por explorar, más no todo era color de rosas, se presentaban tristezas en la oscura
soledad a causa de la derivas que dejaban las tormentas, que interrumpían el hermoso paisaje que era ya su hogar.
Un día tras su contraste melancólico iba ambulando por la oscura noche, pero las tinieblas no solo cubrían
el bosque sino que su mente fue invadida por los deseos engañosos de Mazonia; un espíritu malvado que creía
que mientras más almas reclutaba para sí destruiría por completo a los protectores, Mazonia desde tiempos
remotos había formado ejércitos para conspirar contra los protectores y así apoderarse de las amazónicas como
su fuente de poder y control de las tribus emergentes en ese lugar. Cuando apareció Ana, quien conquistó a la
naturaleza y envolvió a las criaturas amazónicas, impulsó a Mazonia a capturar su mente y así quedar asentado el
plan revolucionario.
Desde la llegada de Ana en la Amazónica, ha entrado en su subconsciente mediante el sueño profundo en
sus días melancólicos donde ella estaba más expuesta ante los poderes extraños, por lo tanto, ese era el momento
perfecto para invadir su campo mental y tomar posesión de su cuerpo, pues le era necesario apoderarse de un
cuerpo humano puro para que su poder maligno se active.
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La condujo a una montaña con el propósito de lanzarla desde la cima para probar el control que tenía
realmente sobre ella, para conocer la veracidad de la potestad que ella tenía en sí, siendo Ana , pero mediante el
control de Mazonia un ser maligno capaz de hacer las cosas más atroces con tal de conseguir su objetivo, incluso
lanzar a Ana desde lo más alto, sin siquiera medir los riesgos; Mazonia sabía que si no tenía la suficiente potestad
ella caería y moriría, pero en su afán la empujó y cayó, el viento se la llevó al precipicio, ella no volvía en sí y mejor
que no lo hiciera, aunque a pesar de los intentos que hacía Mazonia no era lo suficiente como para que ella
pronunciase las palabras que indiquen que la naturaleza la salvase.
En eso, entró en otro sueño, y se jactó de un desvío inesperado, entonces Mazonia fue alejándose
cobardemente y la observó a lo lejos sin querer hacer algo al respecto, su malicia era tal que no podía pensar
siquiera en salvarla, quizá su intensión siempre fue matarla. Pero en ese instante, una melodía que ella tenía
guardado en el alma no en el corazón, vino por el viento y unas letras de una canción allí en el baúl de sus
recuerdos se preparaban con acordes, y ella caía cada vez con más rapidez y el tiempo sintió temor de perderla,
mientras que un leve zumbido allí muy dentro sonó y ella escuchó las estrofas de la canción titulada “pacto para
vivir” de Bersuit Vergarabat en acordes y letras audibles donde una vez más fue presa de los sucesos que la llevó
a amar la canción. Esa música jamás lo olvidaría, pues se había obsesionado con la idea de que una palabra no te
trae el momento vivido, sino más bien, las letras que se unen armoniosamente por las manos melodiosas de un
autor y surge una canción, aquella que libera hasta las emociones que transforman todo desde “un esto acabó,
ya nada tiene sentido” a “todo tiene solución, mientras miras para adelante y avanzas”, más estaba allí en ese
lugar, manipulada por un ser que no debiera dominarla, sin embargo, ella recordó algo que había olvidado; “sus
emociones”, a pocos centímetros de caer desplomada al vacío y para siempre, ella pronunció palabras “que las
plantas creen espacio que me sea apto para vivir, sin un altar de reyes sino humilde redención”. Allí despierta
turbada mientras Mazonia se alejaba.
Paso el día y Ana que pensante concurría en sus sueños que se volvían pesadillas, o por lo menos así lo
creía, vagó sin rumbo; tenía en su corazón el deseo de cuidarlo todo y no dañar nada del bosque que ella amaba,
vestida de purpura salió a rondar por la extensión, a curar a algunos animales que no se estaban sintiendo bien a
causa de las malas vibras que irrumpían su lugar. Al finalizar el día decidió quedarse en cerca del lago Lauri, donde
el agua en forma de vapor subió y se condensó formando un almohadón de nubes en un árbol causado por el
fenómeno de condensación, preparado para ella.
Ya entrando el atardecer, ella se acogió en las nubes y estando en sueño, entró en trance, Mazonia
irrumpió su mente y la llevó en zonas de Espif protector de las flores.
Fue lanzada entre las flores colocadas en forma de constelación que está en el centro de la selva que
rodeaba el aposento de Espif, pero más allá de todo eso estaba la “flor de cactus” símbolo que representaba poder
y se encargaba de nutrir y hacer resplandecer a todas las demás flores, sin esta dejaría de vivir y no sería productiva
la amazona; y en el gobierno de Espif se había decretado que todo aquel que cometa la osadía de tocar la flor
principal para malos fines sería encarcelado y aprisionado en una cápsula sin lugar a suspiro y destinado a los
confines más oscuros y temibles. Pero la intensión de Mazonia era inducirla al encanto de querer descubrir más
allá de lo que imaginaba, tentarle a poseer el poder prohibido; poder de rebeldía, sin embargo aún no llegaba el
momento para poder posicionar los símbolos al ras del ciclo.
Ella despertó en medio de nubes negras a su alrededor, pues, estaba demasiado cerca de la sagrada flor
y eso alertó al guardián por medio de truenos y remolinos alrededor de Ana quien estaba asombrada, no sabía
que sucedía realmente, solo sintió las manos de un ser que la levantaba, era Espif.
La examinó y leyó su alma, pero se encontró con algo inesperado un ser que estaba vacía en sí y lo poco
que quedaba de ella estaba sin mancha, blanco como la nieve y confiable, esto llamó la atención de Espif y le dijo:
¿Por qué vagas, hermosa mía?, ella quedó atónita y enmudeció. Por un momento quería gritar pero por otro lado
ningún estímulo reaccionaba ante lo que había acontecido, era la batalla de la mente que la había llevado hasta
ese lugar, pero ella no lo podría descubrir aún.
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Quedando conmovido con la presencia de ella en ese lugar, la invitó a pasar a su aposento y ella accede,
pues ¿Qué opción tengo? ¿Me estaré volviendo loca? ¿Acaso estoy aquí realmente? Pensaba Ana en su juicio de
aquello que había acontecido.
Al entrar sintió una vibración escalofriante en la piel, pero simuló que todo estaba bien, allí estaba ella y
no podría saber de quién se trataba realmente, pero sentía mucha turbación al verla, con su tez tan radiante, sus
vestidos blancos y su cabellera castaño que alcanzaba sus caderas. De pronto ella abrió sus alas majestuosas con
curvaturas perfectas, más blancos que nieve, y se iba alejando del lugar, en eso entendió que se trataba de un
Ángel, que se encargaba de ver si todo estaba en orden en las amazonas y que nada esté faltando.
Habiendo ocurrido todo esto Espif llevó a Ana llevó a su lugar de descanso, era una cápsula totalmente
rodeada de algas coloridas que se sostenían en el espacio sobre las burbujas que provenían de la cascada,
dominios de Aqua, en la cual solo debías tener buenos pensamientos y al instante se habilitaba una puerta de
entrada, y todo aquel que estuviera dentro estaba protegido de todo ser extraño y maligno, por lo que esa noche
pudo descasar con total tranquilidad.
Al día siguiente despierta y se encuentra en los lugares de espejos donde estaba posada en una piedra
Aqua, protectora de las aguas con sus ojos fijos celestes con una espada cruzada entre sus armaduras que la tenía
consigo adonde estuviera, quien elevó una ola inmensa y justo frente a ella se congela el agua formando escalones,
le pasa la mano a Ana invitándole a subir a conocer las aguas, ella subió y fueron sobre los ríos del origen de las
amazonas que recorren más de 7000 km hasta la Amazona de Brasil para llegar al Océano Atlántico, el más largo
del mundo, caudaloso casi 170.000 m3 por segundo, padre de los ríos, ancho, profundo y sagrado, sus fértiles
aguas hacen posibles que la vida de miles de especies se hiciera posible.
En eso tuvo una visión, vio que desde allí emergían puntos que formaban un ciclo entre las aguas,
empezaba por un proceso de evaporación donde el agua se evapora en la superficie oceánica, sobre la superficie
terrestre y por los organismos e intervenía el fenómeno de la transpiración(que implica la evaporación dentro del
estoma de la planta) que reciben el nombre de evapotranspiración, luego paso a la condensación y precipitación
provocando gotas de aguas que se deslizaban de la nubes e infiltraban los poros del suelo pasando a un circuito
subterráneo gracias a la gravedad, y aún en el centro un receptáculo de poder; esto impactó el corazón de Ana
incluso le agradó tanto que el susto de no saber que ocurría se le había desaparecido, más no imaginaba que esos
puntos si estaban formándose realmente en cada paso que daba.
Ya en la Costa la esperaba Serix con una serpiente alrededor de su cuello como símbolo de autoridad y le
mostró todos los reptiles del lugar que habitaba hasta en los lugares más recónditos.
Al atardecer, salió a su paso Anim protector de los animales, la saluda cortésmente y la guía por los
senderos a conocer todos los animales que vivían en el lugar.
Fueron pasando los días y aun exploraban, luego la acompañaron Tir y Saim que la llevaron por todo suelo
que se extiende hasta la novena región donde se hallaba un broche de oro que simbolizaba su poderío. De allí
acompañada por Avar protectora de todas las aves, volaron por toda la extensión infinita del cielo y en su recorrido
le mostró una pluma que legitimaba su poder y regresaron antes de anochecer.
Justo antes de ir a dormir sintió de nuevo un escalofrío y cayó en trance nuevamente, Mazonia ya ansiosa
por este momento, pues fue ella la que la condujo a todo lo que estaba ocurriendo, mas, ella no lo sabía, esa
noche los espíritus entrarían en cápsulas para purificar sus poderes otorgados a medida que el ciclo se iba
completando, por lo que era el momento preciso para invadir y generar una batalla campal entre los protectores
contra la revolución de Mazonía en cuerpo de Ana, cumplió su hábil objetivo de reunir a siete espíritus a favor de
Ana, más aún faltaban dos que no se presentaron.
En medio de la noche, tomó el cuerpo y la condujo a unir cada símbolo de poder en el centro de la selva;
en eso despierta ella pero esta vez diferente, ya no se oía su voz tímida y desentendida, ni con ternura de ojos,
sino se observaba una mirada enaltecida, con una similitud de arrogancia, se encendió en un rojo que pronto lo
denotó en sus dedos que eran suaves y transparentes, mas ahora se la veía con colores dispuestos a derramar
sangre, y caminó en el aire y llamó al ejército que por años había reclutado en sí, seres de temibles aspectos iban
apareciendo y con poderes mortíferos iban destruyendo la unión formada sobre los puntos de intersección del
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agua, pues solo si se unen en puntos claves en el reflejo del amanecer sobre la evaporación de la superficie del
agua, y era destruido en la rebeldía de una mujer de pureza implacable mientras se hacia la purificación de los
espíritus, antes de formar el ciclo completo, se lograría tener ventaja sobre la guerra, fue en pos de aquella fuente
de poder y centro de purificación para desplomar y destituir de esta tierra, y cuando ya se acercaba, su avaricia
por aquellas cosas maravillosas que conoció en esos lugares fue creciendo, olvidó quién era, de dónde vino, para
qué vino, solo deseaba poseer esas amazonas para sí, pero no se daba cuenta que solo se iba destruyendo así
misma.
Hasta que lanzó un remolino sobre la fortaleza y los espíritus se dispersaron por doquier para proteger su
lugar y con más fuerza que nunca, la revolución avanzó; se desencadenó la guerra, el cielo oscureció por completo,
la naturaleza se fue marchitando por los terribles conjuros que caía sobre ellos de parte de los espíritus del mal,
y así iba pasando las horas que parecían eternas.
Hasta que al fin los espíritus del bien iban venciendo a los espíritus malvados que conformaban los
revolucionarios pese a todo el poder con que fueron constituidos, en eso se situaron frente a ella y la acorralaron,
la llevaron en el punto donde se observaba los alrededores del riachuelo con unas redes de protección fortificada
por el ciclo hidrológico, que se extendía por todos los límites, se encapsularon los nueve protectores y Ana, para
que ningún poder de afuera los dañara y de este modo llegar a un fin, la destrucción de los espíritus y la de ella
misma a la vez o quizá la posible esperanza de recuperar lo perdido.
Pero ella estaba insostenible solo quería derrotar a esos espíritus del bien, pero para su sorpresa Aqua y
los dos que aún ella no había conocido entre los protectores Pritofis y Montinopla sacaron una corona del centro
mismo de un haz de luz, que descendió de la red formada, y para su asombro ella lo reconoció, aunque no estaba
segura de donde, intentó escapar de la cápsula pero los espíritus no querían dejarla ir, ella los enfrentó sacando
un escudo para defenderse de los espíritus, más esto no le resultó, rebotó por el cristal los rayos del escudo y
regresó por ella provocando su caída al suelo e instantáneamente se desvaneció, quedando con la mirada perdida
y ya a la intemperie.
Nadie sabía lo que realmente ocurría en ese preciso momento, pues, ni la brisa se sentía en aquella noche
de sombrías apariciones y entre las orquídeas que parecían grisáceas una entre lágrimas se arrulló ante extrañas
voces que resonaban a lo lejos y en cada palpitar se acercaba desventuradamente; se postró, abrió los ojos y las
únicas cúspides que se denotaban eran las de una sombra que se apoderaba de esa tierna y perdida mirada, sí, la
de ella.
Ana fue la que siempre lo gobernó todo, la reina de toda la selva amazónica antes de que el creador
destinara a los protectores, un día ella salió en búsqueda de aventuras pero en sus caminos encontró maravillas
y deseos engañosos que la alejaron de lo que realmente era valioso, y en cada paso que daba dejaba un poco de
si en los lugares, formando espíritus individuales los cuales se dividieron en nueve principales quienes el creador
les otorgó la protección de las amazonas, pero poco a poco se fue encadenando a la idea de que nada de lo que
veía era suyo sino de un ser superior, y que ella solo lo administraba, eso formó un espíritu maléfico llamada
Mazonía, puesto que este espíritu era el más insensible y contenía todos aquellos males en su totalidad, pero que
pese a su ser despiadado no lograba tener control total a causa de la existencia de los espíritus buenos que volvían
en ella para sembrar nuevamente emociones como la vez que escuchó la canción, o cuando la llevaron a recorrer
los confines amazónicos para tratar de que ella traiga a memoria lo que es en realidad.
Era Mazonia quien se apoderó de ella y no tenía control para sacarla, pero en medio de ese tormento los
demás espíritus aparecieron y decidieron regresar todos en su cuerpo.
Momento después de que esto ocurriera despertó Ana y sintió algo extraño dentro como una guerra, se
angustió, corrió desesperadamente sin rumbo y por un instante casi perdía el aliento, pidió socorro más nadie la
oía, lloró pero las lágrimas no salían, con sus vestidos rasgados, la piel maltratada como consecuencia de las
persecuciones, ella fue y se postro en medio de las aguas y fue hasta lo profundo, sin rumbo ya, pensando que
morir era su única salida.
En el fondo de la eternidad se encontraba, con lo poco que quedaba de su vestido, allí estaba dentro de
la profundidad del agua; sin embargo descubrió que la muerte no era opción para ella, porque el rio le era un
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símbolo del tiempo, donde pasas a la eternidad y de allí vuelves a la historia, pues, respirar bajo el agua era parte
de sí, de ella fue creada Aqua, así que volvió a salir, entendiendo que tenía un propósito de vida y no era la muerte
del que vive, sino la vida del que una vez murió.
Se sentó a orillas del río, tomó un fruto de manzano, lo analizo, y dijo “si bien este fruto fue usado por el
diablo para tentar a Adán y Eva en la creación”, no fue la fruta el culpable, sino la desobediencia del hombre que
la llevó a la destitución del paraíso. Entonces entendió de que su desobediencia y rebeldía la habían llevado a
vagar sin rumbo por tanto tiempo y si en otro momento no entendía la dimensión del bien y del mal, le era
necesario haber pasado por todo lo que pasó para conocerlo, y pudo comprender que el plan del Creador nunca
fue dañarla, solo enseñarle que no se debe olvidar lo único valioso que tenemos en nuestro interior, que es el
bien, escogió pues Ana los espíritus buenos en sí y se despojó para siempre de Mazonia.
Allí se completó y fue sellado el ciclo del agua, donde todas huestes de maldad fueron aplacadas al ser
elevado su cuerpo en su trono de cristal, que ilumino todo el lugar y estableció el escudo eterno del reino.
Así fue que ella, Ana, divisó rumbos y destinos desconocidos, una doncella que supo lo que es amar y
desterrar una tierra que siempre fue su hogar, la vida le empujó a tormentos, intentó rendirse mas no le fue
cedido, casi olvidó por completo su origen, sus emociones y sentimientos, luchó entre el bien y el mal, al final,
venció en medio de las aguas caudalosas y fue coronada por el Dios que está en lo alto del cielo y por los siglos de
los siglos no hubo reina que se asemeje a su hermosura y sabiduría, ella llegó a lo lejos en su eterna plenitud
donde descansa cada atardecer junto al creador, allí, en las florestas amazónicas.
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Anexos
En el fondo de la eternidad se encontraba, con lo poco que quedaba de su vestido, allí estaba dentro de
la profundidad del agua; sin embargo descubrió que la muerte no era opción para ella, porque el rio le era un
símbolo del tiempo, donde pasas a la eternidad y de allí vuelves a la historia, pues, respirar bajo el agua era parte
de sí, de ella fue creada Aqua, así que volvió a salir, entendiendo que tenía un propósito de vida y no era la muerte
del que vive, sino la vida del que una vez murió.
Así fue que ella, Ana, divisó rumbos y destinos desconocidos, una doncella que supo lo que es amar y
desterrar una tierra que siempre fue su hogar, la vida le empujó a tormentos, intentó rendirse mas no le fue
cedido, casi olvidó por completo su origen, sus emociones y sentimientos, luchó entre el bien y el mal, al final,
venció en medio de las aguas caudalosas y fue coronada por el Dios que está en lo alto del cielo y por los siglos de
los siglos no hubo reina que se asemeje a su hermosura y sabiduría, ella llegó a lo lejos en su eterna plenitud
donde descansa cada atardecer junto al creador, allí, en las florestas amazónicas.
Floresta Amazónica
La Amazonia, también denominada Amazonía, es una vasta región de la parte central y septentrional de
América del Sur que comprende la selva tropical de la cuenca del Amazonas. La adyacente región de las Guayanas
también posee selvas tropicales, por lo que muchas veces se le considera parte de la Amazonia.
Esta selva amazónica es el bosque tropical más extenso del mundo. Se considera que su extensión llega a
los 6 millones de km² repartidos entre ocho países, de los cuales Brasil y Perú poseen la mayor extensión de la
Amazonia, seguidos por Bolivia, Colombia, Ecuador, Guyana, Venezuela y Surinam.
El 11 de noviembre de 2011 la selva amazónica fue declarada como una de las siete maravillas naturales
del mundo.
Caminhos do MERCOSUL 2015
Bibliografia

Sites:
WWF. ¡Amazonia Viva! Una década de descubrimientos: 1999-2009. Disponible
http://d2ouvy59p0dg6k.cloudfront.net/downloads/amazonalive_web2.pdf>. WWF: Brasilia, 2009.

en:
<
Verbetes:
Ciclo hidrológico. In: WIKIPEDIA. Disponible en: < http://es.wikipedia.org/wiki/Ciclo_hidrol%C3%B3gico>.

Vídeos:
DALSECO, J. et al. A Floresta Amazônica. 2011. Disponible en: <https://www.youtube.com/watch?v=j5YDMNs3yw>.
INCOMPRENDIDO HD. Amazonas: La ruta indomable:
https://www.youtube.com/watch?v=AaA73c-JwxU>.
Episodio
1.
TVH,
2012.
Disponible
en:
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Victoria Amazónica
Alicia Isabel López Cáceres
Paraguay
Sentada sobre las raíces preponderantes de un árbol de Samauma, de frente a una laguna poco profunda,
observaba a su hermano y a su Padre talar un árbol de Caoba para la elaboración de sus artesanías. Su tribu, que
ya no vive en la selva- como muchos creen- se había adaptado al neoliberalismo, se ganaban la vida de la única
forma que sabían: Vendiendo las artesanías que producían. La venta la realizaban entre las ciudades fronterizas
de Tabatinga (Brasil) y Leticia (Colombia). Allí tenían una tienda dedicada a los turistas de la zona, quienes llevaban
como recuerdo una máscara, un tallado u otro artículo, que en un tiempo no muy lejano habían sido elementos
utilizados para los rituales de la etnia.
Ciertamente, aún mantenían algunas tradiciones, hablaban en la lengua nativa, el ticuna, pero también
hablaban de forma fluida el castellano y el portugués, desde que salieron de la selva para adentrarse a la
civilización, se movilizaban en grupo – en especial las mujeres, para sentirse más seguras- intentando mantener
el espíritu de los Ticunas.
— Deberíamos irnos ya – dijo mirando hacia arriba, viendo a un águila harpía solitaria y además un cielo
ahumado que advertía una llovizna, algo que era muy frecuente, de hecho.
— Es cierto, papá, deberíamos irnos, la Victoria Regia ya está floreciendo- coincidió su hermano, José
María.
— Está bien. Mañana volveremos por más madera, porque la necesitamos. Es época de turistas. —
sentenció el Padre.
Mientras iban de camino pudo observar en el río, desde el otro lado de la cuenca, un hermoso ejemplar
de Pantera negra; bebía mansamente los filamentos de agua caídas de una pequeña cascada, como si supiera que
lo observaban, giró la enorme cabeza hacia los árboles que cubrían, mayormente, los cuerpos de los intrusos.
Emitió un rugido casi inaudible como si tratara de decir que no quería pleitos, más que si los quería fuera de su
hábitat.
Desde pequeña, Anna, había aprendido a amar la naturaleza, en especial, a los animales. Siempre
recordaría el día en que pudo ver a un hermoso delfín rosado o “Boto Bermelho” nadando en la superficie del río,
cerca del cual la tribu se había instalado cierta vez. Tendría unos 10 años cuando ocurrió eso, mas hasta la fecha,
ya con 18 años cumplidos, mantenía la admiración hacia tan hermosa especie. Muchos, incluso algunos de la tribu,
lo creían de mala suerte, pero para ella, resultaba imposible pensar que un bello animal podría ser un augurio.
— Hay mucho bichos – exclamó el padre-, no sé cuándo me desacostumbré tanto a la Selva.
— Vivíamos pacíficamente acá, papá, sin preocupaciones, sin necesidad de adaptarnos. La naturaleza nos
proveía lo necesario y más para poder subsistir.
— Ojalá pudiéramos volver, hija, pero, sabes que esos productores de soja nos quitaron nuestro territorio,
quemándolo. No podemos hacer nada, sólo adaptarnos a su mundo.
De pronto, salieron al encuentro de un paisaje totalmente desierto. Era todo lo contrario al paisaje reciente en
donde se hallaban, distinto a la selva. Se sentía como si de la misma Amazonas se hubiese pasado de pronto y de
forma drástica al desierto del Sahara. Sabían lo que estaba pasando. Era un pedazo de tierra más, que era
preparado por los agricultores para cultivar la soja.
— Me siento horrible cada vez que pasamos por este tipo de lugares- profesó José María.
De hecho, todos se sentían de esa manera al pasar por lugares así. A Anna se le formaba un nudo en la garganta
y le daban ganas de llorar, se sentía horrorizada al pensar que tantos animales habían perdido su hábitat con esta
deforestación, tal como ellos perdieron el suyo, por la misma razón.
— Si siguen a este ritmo, terminarán por deforestar el pulmón de la tierra en pocos años.
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En la ciudad, a pesar de que fuera casi de noche, pues el sol ya se había ocultado casi por completo, se
encontraba una gran cantidad de gente, mayoritariamente, turistas. La ciudad estaba llena de tiendas para turistas.
Sin embargo, esa no era la atracción principal. Lo que conjugaba a tantas personas a dicho punto céntrico de la
ciudad era un ritual celebrado cada dos meses. Era una de las tradiciones indígenas aún firmes, además, expandida
hacia los demás, no sólo a turistas, también a los mismos ciudadanos del lugar.
El ritual consistía en la ingesta de un poderoso té utilizado para curar dolores corporales e incluso
espirituales. El té, también conocido como vino del Alma, era preparado con la planta llamada Ayahuasca, cual es
el nombre original del té.
Lo preparaba el chamán y era distribuido por el curandero a los participantes, la cantidad servida dependía
de la edad del individuo, del sexo y de la complexión física. A las mujeres, como a Anna y a sus hermanas de casi
la misma edad pero menores, se les servía una cantidad inferior a la mitad de un vaso. A los varones como a sus
hermanos menores, se les servía por la mitad, mientras que a su padre y a su hermano mayor, José María, se les
servía un poco más de la mitad del vaso.
Esa noche, toda la familia había ido al ritual. La Aahuasca, no era una bebida muy exquisita ni agradable.
Al contrario, era amargo y, justamente por esa razón se servía con un gajo de naranja utilizado para neutralizar la
amargura del líquido.
Anna se lleva la Ayahuasca a la boca, bebe el líquido. Arruga la nariz y la frente. Le causa una molestia en
la boca y en la garganta. Había olvidado lo amargo que era en verdad.
Mientras esperaba los efectos del té (tardaba de entre 25 a 45 minutos aproximadamente en surtir efecto),
se había puesto a pensar en cuánto extrañaba la selva. Ya recordaba poco de lo que hacía de muy pequeña, pero
aún recordaba esos dulces atardeceres que observaba mientras disfrutaba de una fresca Copoazú recién
arrancada de su árbol; cómo jugaba libremente con sus hermanos entre las ramas, troncos y animales tan exóticos
y los baños en hermosos espejos de agua.
Pero lo que más extrañaba era que no tenía que adaptarse, allí se sentía en casa. En la ciudad, casi todos
con excepción de algunos cuantos los veía como cosas raras, como inferiores a ellos. Eso la molestaba.
En la habitación en la que se realizaba el ritual, captó su atención una mujer. Llevaba unos pantalones de vestir
negro, con patas anchas, una blusa de seda en color azul y uno zapatos negros gamuzados con plataforma; en su
mano llevaba un bolso de pieles. Se vestía muy elegante para una ocasión tan simple como aquella.
El té surtió efecto.
Ya no oía nada. Solo veía: Un hombre que meditaba, semidesnudo. Parecía un indio, de pronto se vio
rodeado de plantas y arbustos. Por otro lado, al fondo de la vegetación, veía una especie de capitolio, rodeado de
gente. Bruscamente desaparece la escena y cambia: aparece una mujer vestida de negro mirando fijamente hacia
ella. La mujer cierra los ojos y abre la boca, de repente de ella salen cosas parecidas a insectos.
Antiguamente, se creía que dichas alucinaciones tenían cierto significado y que al descubrir el mensaje
oculto tras ellas, se debía llevar a cabo en la vida. Las alucinaciones de esa noche, no significaban nada para Anna.
La sensación era buena, es todo en lo que podía pensar.
Al día siguiente, muy temprano, casi toda la familia se encontraba en la tienda. Debían atender a los
clientes. Anna estaba aburrida.
Como a media mañana llegó a la tienda, con un atuendo similar al de la noche anterior, la mujer que había
llamado su atención. La reconoció por el bolso que llevaba en sus manos.
— Buenos días.
— Buenos días, Señora, ¿en qué puedo ayudarla?- Preguntó gentilmente Anna.
— Busco algo bonito para regalar a una sobrina mía que viene de lejos, le gustan mucho los
animales…estuve pensando en regalarle algo referente a un animal- respondió con cortesía.
— Mmmm….- pensó Anna- espere un momento, por favor.
Al poco tiempo volvió con algo pequeño en sus manos. Era el tallado de un delfín.
— ¡Oh! Es precioso. – Exclamó la elegante dama- Me lo llevó.
Anna lo colocó en una pequeña caja que posteriormente envolvió con un papel de color rosa pálido.
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— Aquí tiene, señora. Muchas gracias por venir.
— Gracias a usted, señorita. Ehmm… me preguntaba si ustedes siguen yendo hacia la selva… Me veo
interesada en conocer un poco más el lugar y me sentiría más segura con ustedes los conocedores de la zona.
— De hecho, señora, justamente esta tarde iremos con mi padre a traer más madera para hacer tallados
como ese. Podría acompañarnos si gusta.
— Sería estupendo. Soy Julia, por cierto.
— Mucho gusto. Anna.
Esa tarde, con el abrasador calor húmedo característico de la zona, salieron los cuatro: Anna, su hermano
José María, su padre y Julia, la mujer elegante. Iba en bote a dar un ‘paseo’ por la Amazonía.
Julia aprovechaba las situaciones y fotografiaba cada flor, cada planta u objeto que llamara su atención.
Todo le resultaba muy exótico, muy nuevo. Ella misma lo admitía: Nunca se había sentido muy cercana a la
naturaleza, de hecho, no le agradaba mucho…hasta ahora. Realmente estaba muy encantada y maravillada con el
recorrido.
Árboles gigantes como la acacia, puentes colgantes colocados para los turistas, animales como los ciervos
en su hábitat natural, las aves sobrevolando el lugar o escondidos en sus nidos estratégicamente colocados en los
ramales de los árboles y la abundancia del río que fluía a los lejos. Todo era perfecto, se sentía todo en calma, en
orden. Daba la sensación de tener una paz inmensa en dicho lugar.
Al atardecer, casi a las seis de la tarde, aproximadamente, Anna mostró a Julia, la exquisita planta Victoria
Amazónica, que florecía a estas horas hasta las nueve de la mañana del día siguiente.
— Es el lirio más grande del mundo, sus hojas tienen hasta 1 metro de diámetro. Y la flor… ¿ves? Es de
color rosa ahora, pero la primera noche fue blanca. Era hermosa. El tono rosado varía bastante. He visto algunas
con un tono más claro y otras de uno muy oscuro.
— ¿Florecen todo el año?
— No, solo desde mmarzo hasta julio.
— ¡Auch!
— ¿Qué?
— Nada, solo un mosquito.
— Deberías de ponerte el repelente, no estás acostumbrada a los insectos de la región.
Regresaron a la ciudad al poco tiempo, Julia realmente les estaba muy agradecida tanto a Anna como a
su padre y a su hermano.
— De verdad, gracias….les debo bastante.
— Para cuando guste, señora- respondió el padre de Anna.
Pasó bastante tiempo hasta que Anna volvió a saber de Julia. Fue una tarde, en la tienda, estando con
José María, vieron a una mujer muy elegante bajarse de un auto, acompañada de un hombre esbelto, de unos
cincuenta y tantos años, con un poco de pelo canoso en la cabeza. Se notaba en su forma de caminar que era un
hombre importante, de alta sociedad.
Esta vez fue José María quien atendió a la mujer y a su pareja.
— Buenas tardes, doña Julia ¿cómo se encuentra hoy?
— Buenas tardes, José María, muy bien, gracias ¿y ustedes? Quiero presentarles a mi marido, el es Robert,
es el importante dueño de una corporación sojera del Estado de Manaos.
— Buenas tardes. – exclamó con una voz profunda y áspera. Se notaba que no era un hombre muy
agradable. Por su mirada y gestos se deducía: era un desabrido, malhumorado.
— ¿Sojero? – preguntó Anna desde el otro lado de la habitación.
— Sí, así es niña
— ¡Vaya! Sabrá usted que perdimos nuestros territorios en la selva por culpa de su corporación, ¿cierto?
— Deberían agradecérmelo. Gracias a mí ya no están en esa selva llena de bichos y de peligros.
— No le agradezco nada, señor. Yo era feliz en aquel lugar hasta me vi obligada a salir de mi hogar para
venir a esta ciudad, créame, peor que aquella selva peligrosa como usted dice.
Caminhos do MERCOSUL 2015
— ¡Ya! ¿Feliz viviendo como un animal?
— ¡Animal usted!
— Vámonos de aquí, Julia, por favor. No vine a que critiquen mi trabajo y mucho menos a ser insultado.
— De verdad, lo siento Robert- susurró Julia, con una clara culpabilidad.
— Mejor, váyase…- Dijo José María mirando al hombre.
— Lo haré y no volveré ni yo ni volverás tú aquí, Julia- sentenció Robert.
En la tienda, José María pintaba unas máscaras que venderían más tarde a los turistas. Anna lo observaba
mientras hacía la labor. Realmente no lo observaba a él, su mente se encontraba mucho más allá. Pensaba en lo
ocurrido hacía dos semanas, con Doña Julia y su marido. Julia era una buena mujer, no era su culpa que su marido
fuera tan…
— ¡Ah! ¿Supiste lo de Doña Julia? – rompió el hilo de sus pensamientos José María que tenía la cara
iluminada y triste al mismo tiempo ¿cómo era posible eso?
— No, ¿qué cosa?
— Mmm…
— ¿Qué?
— Murió
—¡¿Qué?! ¡¿Cuándo?!
— Falleció ayer, dicen que contrajo una malaria feísima. Le hicieron el tratamiento ese, pero ya no
funcionó, tenía demasiadas complicaciones.
— ¡Dios Santo!
— Terrible es la noticia.
— Sí… ¿y cuándo la entierran?
— Dijeron que la enterrarían esta mañana.
— Deberíamos ir…
— ¿Crees que sería conveniente? ¿No se enojará el señor ese?
— Si se enoja no me importa, éramos conocidos y amigos de Doña Julia, no de él.
Se habían preparado bien para ir. Solo Anna y José María fueron, después de todo fueron los que más
tiempo pasaron con la señora. Y el padre no podía ir, ya que debía quedarse encargado en la tienda. El Señor
Robert, el sojero, estaba realmente destrozado. La quería el fulano y de verdad. Anna viendo el dolor del hombre
que había destruido ya tanto y le había privado a ella y a su familia de ese hermoso espacio del que disfrutaban,
siendo libres de toda preocupación mundana pensó:
“Déjalo ser. La naturaleza se defiende sola.”
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Amazonia
Enrique Eulogio Cano Ramos
Paraguay
Esta historia en particular, no habla de un amor imposible, habla de un amor corrompido por la maldad y
un corazón roto. Como en algunos momentos de la vida, se tiene un pie sobre un relato de fantasía donde los
personajes terminan alegres y vivaces, más el otro, en el borde de un hoyo que denota un ser abismal. Iniciar con
un “Érase una vez” haría pensar en un típico cuento de hadas que finaliza con un “Y todos vivieron felices por
siempre”, por ende, simplemente, empezará así.
La Luna tenía un amante llamado Amazonio, fueron la pareja perfecta, eran almas gemelas y nacieron
para estar juntos, sentían que si uno perdía al otro ya no tendrían razón para vivir. Se conocieron en el ocaso, ya
haciéndose de noche, cuando la Luna estaba llorando y una joven estrella que se encontraba cerca escuchó sus
lamentos, se sintió impotente al verla tan triste. Se dirigió a ella y en un tono inseguro, preguntó: -Bella Luna,
¿Qué te ha sucedido?, dime-. Ella lo miró contestando tímidamente: -Estaba jugando con el Sol, y me he quemado
accidentalmente, ya no soy tan blanca como antes, ahora estoy más oscura, más negra- diciendo entre sollozos.
La estrella le dijo que dejara de llorar, iría a un lugar y que en unos momentos volvería, que lo esperase en ese
mismo sitio. Antes de alejarse, dio media vuelta y dijo en voz baja a modo que ella lo escuchara: -Me llamo
Amazonio- y se marchó.
Amazonio decidió ir junto al Sol para poder así solucionar un poco lo acontecido. Al llegar, el astro lo
recibió de manera amigable, momentos después, la estrella le comentó la razón de su visita, cuando finalizó, el
Sol lamentándose, dijo que no fue su intención lo de lastimarla, sin embargo, éste le
Dijo que no se disculpara con él sino con ella. Porque ella es la que está llorando y la que se siente triste.
Entonces, ambos volvieron junto a Luna y el Sol tras un corto discurso, se disculpó. Ella aceptó alegremente sus
disculpas, porque sabía que definitivamente no era intensión suya la de herirla. Amazonio se acercó y le dijo que
no se preocupara, que es única, y seguiría siendo hermosa, ya sea blanca, amarrilla o negra. Entonces la Luna dejó
de llorar y comenzó a sonreír. La noche cesaba y el Sol debía de retirarse ya que se asomaba el amanecer, pues
los habitantes de la tierra necesitarían su luz durante todo el día.
La estrella invitó a la Luna a dar un paseo, le mostró la tierra diciendo que aunque amaneciera, ella igual
quedaría observándola, noche y día, admirando la naturaleza y los océanos azules. Amazonio, después de todo,
había quedado sorprendido por la belleza de la tierra y dijo a la Luna que nunca se detuvo a observar mucho
tiempo y con detalle porque no tenía razón alguna para admirarla, pero ahora si la tenía. Porque ahora cada vez
que la llegue a mirar, se recordaría de ella. Y ésta empezó a sonrojarse por las palabras de aquella joven estrella.
Pasó el tiempo y cada vez se enamoraron más y más. Amazonio la visitaba más seguido, hasta que un día se dio
cuenta que amaba a la Luna. Él sabía que la amaba, sin embargo, su mejor amigo Iguazú, otra joven estrella,
también estaba muy enamorado de ella y Amazonio no tenía idea de eso; Iguazú haría lo que fuera para quedarse
a su lado y sabía que para conseguirlo debía sacar a Amazonio del camino, ya que según “en el amor y en la guerra
todo se vale” incluso si debía matarlo, entonces lo haría sin pensarlo. La amaba con locura.
Los dos estaban perdidamente enamorados. E Iguazú iba de mal en peor, colmado de celos, cada vez más
enfurecido al verlos tan felices, él no quería que su amada Luna pasara otro segundo más con él. Ya no los aportó
más y esperó impacientemente a que Amazonio se fuera, entonces Iguazú lo siguió, se acercó a él, y con engaños
lo llevó al borde del universo, con la intensión de asesinarlo allí de manera que nadie lo viera cometer tan cruel y
terrible crimen ya que casi nunca se transita por ese lugar. Amazonio no tenía idea de lo que planeaba su mejor
amigo, sin embargo confió en él, pero antes de que llegara a lastimarlo, Amazonio le mencionó que no habían
estado en ese lugar desde que eran bastantes jóvenes, de repente Iguazú recordó esos bellos momentos que
pasaron cuando eran inseparables estrellas juveniles, en ese instante Iguazú comenzó a arrepentirse y no pudo
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evitar que las lágrimas nublaran su vista y se echó a correr, se dio cuenta que no podía matar ni siquiera lastimar
a su mejor amigo, sabía que debía buscar otra forma de quitarlo del camino pero no lo podía matar. Su amor a la
Luna era abrumador que de igual forma decidió buscar alguna manera de alejarlo de ella sin hacerle daño.
Amazonio quedó confundido por aquel extraño comportamiento.
Pasaba el tiempo, Iguazú buscaba alguna oportunidad de poder acercarse a su amor no correspondido,
un día cuando Amazonio ya se había despedido de ella, él aprovechó el momento y se le insinuó, la saludó
amablemente y también ella le respondió de misma forma, Iguazú dudosamente le pidió si accedía a dar un paseo
con él, y accedió algo confundida. Pasearon y comenzaron a charlar, hablaron de las estrellas, del Sol y del
Universo. Iguazú notó que la Luna se estaba aburriendo, entonces le preguntó de qué quería hablar.
Ella empezó a hablar del amor, de la felicidad, del compartir, del vivir… Iguazú le encantaba como se movía,
tan feliz, tan libre, tan radiante como siempre. Él sabía que ella era el amor de su vida. Todo iba bien hasta que la
Luna hablo de su amor, no se detuvo ningún momento de mencionar lo maravilloso que era Amazonio y que le
ponía contenta cada vez que decía su nombre. Iguazú empezó a ponerse bastante enojado, preguntando qué es
lo que tanto le gustaba de él. Ella, con un brillo que destellaba de felicidad dijo que era muy guapo, Iguazú dijo
que él también era guapo, pero la Luna no lo escuchaba porque estaba pensando en Amazonio, ella continuaba
con la descripción de su amado, que él era muy bueno. Y nuevamente también le contestó que él era bueno, pero
una vez más, no lo escuchaba porque seguía pensando en su amante, también muy contenta estaba al decir que
lo que más amaba de él era como cantaba, que cada vez que él le cantaba a ella, no importaba donde se hallaba,
ella siempre lo escucharía. Iguazú estaba muy furioso porque sabía muy bien que él no sabía cantar, apenas tratar
de entonar algo, las estrellas corrían de él. La Luna no notaba su ira porque aún seguía pensando en Amazonio.
Iguazú ya no soportaba esta situación, entonces decidió cambiar de tema porque sentía que explotaría si ella
seguía hablando de su maldito amante.
Decidió hablar de otra cosa, al ver a la Tierra entonces súbitamente empezó a hablar de ella, la Luna
asombrada por su inesperado interés en el planeta, ya que lo conocía desde hace mucho y nunca mostró ningún
interés en ésta. La Luna le dijo que le encantaba mirar el planeta por los hermosos colores que se divisaban, pero
Iguazú dijo enojado que sus habitantes son salvajes que no sabían cuidarlo, ella con una dulce vos afirmó que era
cierto, que no sabían cuidarlo pero también le dijo que eran una raza joven que tienen mucho por aprender.
Iguazú le dijo que no le veían la belleza a la Tierra y la Luna le dijo que es porque él lo veía con los ojos, no con el
corazón. Así mismo, Iguazú le dijo que ella veía a la tierra con el corazón y no con los ojos. Pero también mencionó
que para ver algo con el corazón entonces debes amarlo, ella se quedó atónita ante sus palabras, Iguazú se asustó
y repentinamente preguntó que si acaso amaba a alguien en la Tierra, ella miró la Tierra y él se dio cuenta que
mientras miraba aquel planeta azul, tenía la misma mirada que cuando hablaba de Amazonio.
Él, tembloroso, volvió a preguntarle si amaba a alguien en la Tierra, ella seguía admirando el planeta y
sonriendo dijo “Sí”, que sí estaba enamorada, pero no de alguien sino de algo. Iguazú se quedó anonadado y
curiosamente insistió con preguntar que a qué se refería con “algo”, ella sonrojada dijo que estaba enamorada de
la flor más bella del mundo entero, Iguazú entusiasmado le preguntó dónde se encontraría aquella flor que tanto
amaba, con la esperanza de conseguirla para así poder enamorar a su amada. La Luna dijo que se encontraba en
una tierra bendecida llamada América; América del Sur. La Flor no poseía nombre alguno por ser tan hermosa,
Iguazú admirado por la belleza de esa tierra se acercó a admirarla mejor, tierra salvaje y bendecida, la Luna le
advirtió que no se acerque mucho porque podría caer. Iguazú Encontró la flor que tanto amaba la Luna y se dio
cuenta que tenía razón, era muy hermosa. Ella le dijo que si tuviera una de esas flores sería el ser más feliz del
universo, Iguazú quedó excitado ante la idea de que si consiguiese esa flor tendría el amor de su amada.
Entonces le preguntó que si tanto la quería por qué no le pidió a Amazonio que se lo traiga, ella asustada
gritó que no debería, nunca debería suceder eso. Porque cuando alguien entra a la tierra... (***) . Después de que
Iguazú escuchara todo lo que decía ella, el temblaba por el terror que sentía pero a la vez temblaba de felicidad,
porque ya sabía cómo deshacerse de Amazonio. El Sol que los había observado desde hace rato se dio cuenta que
algo no andaba bien, Iguazú se despidió de la Luna al ver que su amante volvía; al llegar Amazonio se puso muy
feliz de reencontrarse con su amada y ella también. La Luna fue a hablar con el Sol debido a que éste la llamo,
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Iguazú aprovechó la oportunidad y fue a hablar con Amazonio, le contó que escuchó hablar sola a la Luna
lamentándose de no tener unas codiciadas flores. Amazonio se quedó triste al escuchar esto, entonces le preguntó
en donde podría conseguir esas flores y le contestó que son las flores más hermosas del universo y que si las
consiguiera la haría muy feliz, Amazonio le dijo emocionado en donde se encuentran e Iguazú le dijo en la Tierra.
El se quedó sin palabras al ver el planeta azul. Continuó diciendo, que las flores eran únicas y se encuentran en
una tierra bendecida llamada América Del Sur.
Amazonio no estaba seguro de ir por esas codiciadas flores porque tenía miedo de perderse y nunca más
volver a ver a su amada Luna. Iguazú lo convenció diciendo que obtendría el amor de la Luna si se las trae, porque
si no se las trae ella conseguiría que alguien más las trajera para ella y éste tendría su corazón por siempre y se
olvidaría de él. Amazonio no lo pensó dos veces y se preparó para ir a América Del Sur para encontrar esas
delicadas flores y se prometió que si las conseguía le pediría su mano en matrimonio, agarró una mochila donde
podría guardar lo que sea, se despidió de Iguazú, le hizo prometer que cuidaría de su amada mientras él no se
encuentre, él muy emocionado dijo que sí, no se preocupase de nada que él la cuidaría como si fuera suya.
Amazonio no le gustó para nada lo último que éste le dijo, no podía imaginarse que ella estuviera con otro. Éste
lo abrazó para despedirse y después fue corriendo a la tierra y saltó para allí.
Al brincar a la Tierra empezó a ver maravillas que nunca pensó ver, vio el pasado, presente y futuro todo
a al mismo tiempo. Al penetrar el cielo sintió algo que nunca antes había sentido era el viento que golpeaba su
cara, le encantaba como se sentía eso. La brisa tan fresca, se sentía más vivo que nunca, aún seguía cayendo a
gran velocidad, entonces se dio vuelta y vio como el oscuro helado y negro universo estrellado empezó a ponerse
de un color azulado excitante que luego fue cubriéndose de un humo blanco que parecía algodón al cual los
humanos llamaban nube. Luego le dio la espalda al cielo y empezó a ver la tierra, cubierta de más cielo. Pero este
cielo era diferente era más azul, más espeso más líquido. Luego se dio cuenta que no era cielo era agua
amontonada recordó dudando que la luna lo llamo “Hoseanho”, luego se puso feliz porque recordó con seguridad
que era “Océano”. Cada vez se acercaba más agua pero aun así podía ver el planeta. Lograba ver la tierra de un
color marrón que sobresalía del agua al cual los humanos llamaban continente. Vio la naturaleza, las hermosas
flores, ¡flores! Enseguida recordó cuál era su misión, encontrar esa flor y dársela a su amada con el objetivo de
poder casarse con ella. Por fin cayó al océano y empezó a gritar de felicidad porque por primera vez tocaba el
agua, era refrescante también estaba deliciosa al tacto, le encantaba que el agua estuviera mojada, pasó un buen
rato hasta que la novedad pasó, luego empezó a mirar a su alrededor y lo único que veía era más agua y nada al
horizonte, se dio cuenta que no había flores eso le parecía raro, la Luna le había dicho que las plantas y las flores
necesitaban agua para vivir, aquí estaba el agua pero, ¿Y las flores? Empezó a nadar en círculos sin respuesta
alguna, estar nadando todo el día que lo dejó exhausto. Se sentía extraño nunca antes había sentido eso se sentía
cansado, y se sentía débil tenía algo que se llamaba sueño, y antes de cerrar los ojos notó que el cielo se estaba
desvaneciendo y volvía a ver el universo, pensó que ya estaba volviendo a casa. Y antes de cerrar por completo
los ojos, sonrió y sintió una alegría infinita al ver a la Luna que se asomaba en el cielo, hasta que se quedó dormido
flotando en el océano.
A la mañana siguiente algo duro lo despertó, abrió los ojos y notó que estaba sobre algo duro y sucio al
abrir por completo los ojos se dio cuenta que estaba parado sobre al que se llamaba “Tierra”. Y se preguntó por
qué se llama planeta tierra si la mayor parte del planeta está cubierto por agua, y luego se dijo a si mismo que
quien habrá sido el ignorante que la llamo así. Después de criticar todo al planeta tierra se puso a explorar el lugar,
se dio cuenta que por fin llegó a la famosa tierra de América Del Sur, entonces empezó a caminar pero sentía algo
raro al parecer sentía en su estómago un hueco, al parecer estaba sintiendo hambre, se sentía débil y lo confundió
con el sueño, subió una colina y había algo llamado árbol, Amazonio amablemente le pidió al árbol que saliera de
su camino y este no se movió para nada, él muy enojado porque el árbol estaba interponiéndose en su camino y
la felicidad de su amada, entonces decidió enfrentarlo. Saltó sobre él y lo atacó pero el árbol se resistió al no
querer moverse, él se quedó contemplando y admiró como ese ser estaba sujeto al suelo resinándose a moverse
de ese lugar, extendiendo sus brazos. Al mirar a su alrededor observó algo extraño en el suelo, al parecer había
herido al árbol, pero no se había dado cuenta que simplemente se le habían caído algunas frutas al moverlo
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bruscamente. Sin pensarlo le dio una mordida, pero enseguida la escupió porque sabía asquerosa, sin darse cuenta
agarro una en descomposición, iba a levantarse para seguir su camino pero enseguida se sentó porque estaba
muy hambriento, entonces se dio cuenta que no tenía otra opción más que comer la asquerosa fruta, entonces
agarró una en buen estado y la mordió pero esta sabía diferente, era más dulce, ¡estaba deliciosa! Entonces abrió
su mochila y agarró todas las frutas que encontró en el árbol y siguió su camino. Mientras comía seguía su camino,
al comer una fruta sin darse cuenta escupía las semillas que dejaba atrás. Como es natural el cuerpo tenía que
desechar del cuerpo lo que no necesitaba. Y de esa forma sin darse cuenta “abonaba” el lugar.
El Continente era completamente árido y apenas tenía árboles, era una tierra olvidada por el tiempo,
apenas había agua. Hasta que por fin llovió, toda la tierra árida se empezó a poner fresca, así pasó el tiempo,
Amazonio no encontraba las codiciadas flores. Siguió caminando y pasaron las horas, los días, las semanas, los
meses y finalmente los años. Amazonio se encontró perdido en el tiempo en una tierra la cual determinó que fue
olvidada por Dios, todas las noches miraba al cielo admirando la Luna preguntándose cómo estará su amada, si
ella lo extrañaba. Y la repuesta era no, no lo extrañaba porque ni siquiera se dio cuenta de su ausencia, no porque
no lo quería sino porque donde se encuentra la luna y las estrellas el tiempo pasa más lento un milenio en la tierra
equivale a un día en el mundo de los espíritus. Al pasar un milenio en la tierra pasó un día en el espacio y la Luna
empezó a buscar a su amado pero no lo encontraba por ninguna parte, ella ya se estaba preocupando por su
amante y empezó a llorar. El Sol fue a ver como estaba porque escuchaba sus lamentos desde el otro lado del
universo. Llegó lo más rápido que pudo y al estar al lado de ella le preguntó que le pasaba, ella le contó lo sucedido,
el astro se quedó en silencio porque no sabía qué hacer, entonces pidió a las otras estrellas que lo busquen y así
lo hicieron.
Mientras en la tierra Amazonio seguía buscando las flores pero no las encontraba y luego se sentó bajo la
sombra de uno de los millones de árboles que se encontraban a su alrededor, que habían salido de las semillas
que escupía al caminar. Al sentarse no entendía que pasaba, no entendía porque no encontraba las flores, ya
llevaba dos milenios buscando las flores y no las encontraba también le parecía raro que al llegar por primera vez
no había casi ningún árbol. Eso era muy extraño porque cuando estaba con la Luna observaron juntos la tierra y
todo era verde y tan lleno de vida y también recordó que cuando vio a la Tierra con Iguazú y este señaló la
ubicación en América Del Sur donde se encontraba la flor más hermosa del mundo, estuvo sentado por un milenio
pensando en que estaba pasando. Entonces enfrente suyo observó un enorme árbol él no se explicaba como ese
inmenso árbol estaba allí, el solo recordaba una pequeña e inofensiva planta. Luego miró a su alrededor y notó
que también todas las plantas eran más grandes, se veían totalmente diferentes. En ese momento se dio cuenta
de algo, la respuesta era “El Tiempo” era algo sencillo, las plantas empiezan como semillas luego crecen y con el
paso del tiempo aumentan su tamaño y resistencia. Ahora lo entendía todo, al caer podía ver la tierra
completamente poblada, pero también mientras caía podía ver el pasado, el presente y el futuro de la Tierra. Al
darse la vuelta para admirar al cielo se debió haber desviado de la ruta planeada para caer en América Del Sur.
Pero cayó cuando aún no se había evolucionado el continente, viajo muy atrás en tiempo y ahora estaba en plena
evolución del continente. Amazonio se puso muy feliz al poder haber entendido lo que pasada pero, se preguntaba,
entonces donde se encontraban las flores más hermosas del planeta.
Se estaba poniendo de noche, entonces se subió al árbol más alto que se encontraba al alcance suyo, para
poder ver a su amada en todo su esplendor, pero pasó algo raro, ya era de noche pero no había ninguna estrella
en el cielo y lo más importante no estaba lo más hermoso de la Noche, la Luna. Amazonio se quedó dormido de
tanto esperarla, mientras en el cielo, la Luna no estaba porque estaba buscando a su amante escarlata, ella sufría
al no encontrarlo e Iguazú estaba enojado y a la vez triste porque el amor de su vida no quería saber nada que no
fuera de Amazonio. Él ya no sabía qué hacer, de hecho también extrañaba a su amigo porque ahora estaba muy
solo no hablaba con nadie, porque ahora ninguna estrella estaba disponible porque todas estaban buscando al
Romeo de su Julieta. El Cielo ya no sabía qué hacer, buscó en cada parte del universo sin rastro alguno, el Sol
detuvo la búsqueda y junto a las estrellas agradeciéndoles por la ayuda, también les dijo que ya pueden volver
adonde corresponden. Y así lo hicieron, se acercó a la Luna diciéndole que sentía su perdida, pero ya paso mucho
tiempo y nadie sabía dónde estaba, era mejor que lo olvide, pero ella no quería escucharlo. Iguazú se le acercó y
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le dijo lo mismo que es mejor que lo olvide, mejor que busque a alguien que la ame de verdad, que no la abandone
por nada. El Sol De Repente recordó lo raro que se comportaba Iguazú antes de que Amazonio desapareciera,
considerando que él sabía que Iguazú amaba a la Luna pero nunca se lo dijo.
El Sol le preguntó a Iguazú si sabía dónde está Amazonio y éste le respondió ofendido diciendo de que
porque lo sabría, al instante dijo de forma seria que sabía que él amaba a la Luna y que estaba celoso de Amazonio
porque sabía que nunca lo dejaría por él. La Luna asustada y sorprendida por aquel suceso inesperado se apartó
bruscamente de Iguazú, él enojado lo negó pero ella le suplicó que si sabía dónde se encontrara que se lo dijera y
él se puso enfrente de la tierra tratando de ocultar el paradero de ese ser. El Sol astutamente se dio cuenta de lo
que tramaba Iguazú, señaló la tierra y dijo enojado, que estaba en la Tierra pero Iguazú nervioso dijo que no, la
Luna se asomó a ver y empezó a brillar de felicidad como nunca lo había hecho antes. Pero al instante se apagó
por completo y empezó a llorar.
La Luna furiosa golpeó a Iguazú y le gritó por qué razón hizo semejante estupidez, él se quedó sin palabras,
porque ella tenía razón para estar furiosa. Iguazú empezó a llorar diciéndole que la amaba y todo lo que hizo. Ella
no lo escuchó y seguía llorando, el Sol observaba con seriedad todo el suceso, la Luna lo miro furiosa pero Iguazú
le dijo que porque él había accedido a ir a la Tierra sin avisar, Iguazú llorando le dijo que Amazonio se había ido a
la Tierra para recoger las flores más hermosas del mundo para ella. Pero la Luna se quedó sin palabras. Y Ella le
dijo que él sabía que... Iguazú la interrumpió de golpe y le gritó: “¡Sí! ¡Sabía que si alguien sale del mundo de los
espíritus ya nunca más puede volver!”. Eso Significa que Amazonio ya no puede volver aquí aunque quisiera. Él
agarró a Iguazú y lo amenazó diciendo que le diera una razón para no acabar con él. No había terminado la frase
cuando vio que la
Luna saltó a la Tierra y ésta decía que si él no puede volver ella tampoco volvería sin su amante. El Sol
trató de detenerla pero ya fue muy tarde la Luna había caído a la Tierra, Amazonio estaba mirando el cielo cuando
vio que algo hermoso caía a la Tierra.
Fue corriendo a donde fue el impacto pero cayó al agua y al salir de entre los arboles vio a su amada, él
pensó que era un sueño, porque era imposible que ella esté aquí. Pero ella no se quedó parada mirándole,
simplemente corrió a sus brazos y lo golpeó por cometer semejante estupidez, él se quedó confundido, pero ella
sonrió y lo abrazó con todas sus fuerzas, para él pasaron tres milenios para ella solo tres días, sin embargo sentía
que pasó una eternidad sin su amor. Amazonio estaba feliz de verla y le explicó lo sucedido, ella le dijo que ya se
había enterado de todo, que no se preocupe por eso, Amazonio le preguntó si lo habían buscado. La Luna se enojó
con esa semejante pregunta gritándole que por supuesto que sí, que pusieron de boca para abajo el universo para
buscarlo pero no lo encontraron. Amazonio comentó que se sentía un tonto porque quería sorprenderla pero ella
terminó sorprendiéndolo, le contó lo de las flores más hermosas del mundo y ella volvió a llorar diciéndole que
no necesita esas flores para ser feliz, lo único que necesitaba era estar con él. Amazonio no sabía que decir
entonces dijo que no debía haberle hecho caso a Iguazú por eso. La Luna le preguntó a qué se refería con lo que
decía, él le respondió que Iguazú le convenció que viniera a traerte estas bellas flores porque si no lo hacía me
cambiarias por alguien que si te las consiguiera. Ella se quedó en blanco, el Sol escuchó todo lo sucedido y miró
seriamente a Iguazú afirmando que quedaba expulsado del cielo y que debía cumplir su castigo en la Tierra.
Agarró con cierta violencia a Iguazú y lo arrojó a la tierra que este, aterrizó con tal brutalidad que
estremeció la tierra y la levantó toda, cambiando el relieve de América Del Sur. El Sol lo mando muy lejos de
Amazonio y La Luna para que nunca más volviera a molestarlos, su castigo era la soledad solo estaría en con la
naturaleza cumpliendo su condena sin poder moverse, estaría en un abismo que lo llenaría con el llanto de su
alma. Los amantes se agarraron fuerte de la mano mientras todo este estruendo sucedía, tenían miedo por aquella
catástrofe y temían volver a perder al otro. Después cuando la calma sucumbió el lugar el suelo por fin se sintieron
aliviados por sentir como la maldad que se había interpuesto en su amor había roto las cadenas que los ataban
uno lejos del otro, Amazonio le dijo a la Luna que es hora de volver a casa pero ella le dijo llorando que es imposible,
porque cuando alguien sale del mundo de los espíritus ya no puede volver, él se quedó sin palabras y casi se
desmaya por semejante impresión, el Sol los interrumpió diciéndole que había una forma de volver, se suponía
que debía de ser de noche pero como no está la Luna en el cielo, entonces el Sol ocupa su puesto mientras.
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Amazonio le preguntó cuál era la forma. Este le contestó que dos sacrificios puros y genuinos podrían hacer volver
al cielo a alguien, Amazonio dijo que se ofrecía para hacer el sacrificio, también dijo que Iguazú que estaba
inconsciente por la caída también lo haría. La Luna se opuso a esto pero Amazonio le dijo que no, que ella debía
estar arriba para iluminar la noche con su exquisita belleza. Iguazú y yo te amamos entonces sería un sacrificio
puro. La Luna se dio cuenta que no había otra forma, Amazonio le dijo que daría su vida por darle esa flor que
tanto quería pero ella lo golpeo diciéndole que ya no las quería y lo abrazó.
El Sol les dijo tristemente a los enamorados que ya era la hora de volver. Entonces la Luna asintió con la
cabeza y extendió sus brazos como si fueran alas celestiales de Guacamayos, unas aves hermosas que engalana el
cielo cuando alzan el vuelo, ella besó a Amazonio por última vez despidiéndose sin antes prometer que algún día
volverían a estar juntos en el cielo, mirando al mundo como si fuera una hermosa flor y en aquel momento,
empezó a elevarse por los cielos mientras lloraba, Iguazú estaba despertando justo mientras ocurría aquella
acontecimiento y vio como ella volvía a subir. Él estaba sobre una elevación de tierra muy alta producida por el
impacto de la caída. Gritó con todas sus fuerzas al ver al amor de su vida alejándose de él para siempre, sabía que
no podía volver, no cesaba de llorar intensamente y de sus lágrimas que eran de amor se empezaron a formar
agua dulce corriente, después de aquellas lagrimas caudalosas se formaron las poderosas Cataratas Del Iguazú y
donde desde siempre se escuchaba un inmenso estruendo de como el agua golpeaba con tal violencia sobres las
rocas, ese ruido provenía de sus gritos, mientras la Luna contemplaba lo sucedido vio al amor de su vida Amazonio,
como sus pies estaban fijamente pegados al suelo que se empezaron a transformar en raíces mientras su cuerpo
se convertía en una hermosa planta, la Luna empezó a llorar tan puras y sinceras lagrimas que se acumularon en
tan serenos y tranquilos ríos, por ser una ofrenda tan pura, al ver que la planta en que se transformó Amazonio
salía desde el fondo de su alma las Flores más hermosas del mundo, las mismas flores que cautivaron el alma de
su amada escarlata. Al volver a la tierra de los espíritus se quedó mirando a la tierra con tristeza pero sorprendida
por tan hermoso obsequio, el Sol se quedó sorprendido por tanta belleza y le preguntó que si ella sabía que esas
flores eran Amazonio antes de que fuera a la tierra, ella lo negó diciendo que no sabía nada, tampoco sabía porque
esas flores la enamoraban tanto pero ahora ya sabía el porqué, porque era su amado. Entonces el Sol le pregunto
que por qué no había nombre para tan hermosas flores y ésta le dijo que no tenía idea que nombre pero ahora si
lo sabía. Ella decidió llamar a esas hermosas flores “Astromelia” también conocidas como Lirio porque su belleza
proviene de un hermoso astro. Estas lágrimas fueron tan serenas que de ellas no pararon de brotar, hasta formar
un caudal tan largo y sereno pero tan hermoso a la vez, al cual se lo conoce como el Río Amazonas. Ya que se
había formado por un río de lágrimas de amor, belleza y serenidad hecha por la pérdida de su amante llamado
Amazonio.
Mostrando de esta forma, como el ciclo del agua puede ser impreciso, esta brota, corre, se evapora
levándose al cielo para caer como lluvia y poder bañar a esta selva única, donde la humedad reina en los árboles,
el surgimiento de la misma en lugares áridos o en abundancia puede tener simplemente un origen bello pero
también puede tener un origen violento, todo esto surge de acontecimientos tanto naturales como artificiales,
que normalmente son bellos, pero también aparecen por medio de sucesos catastróficos. Una curiosidad
interesante es que aunque el mundo haya evolucionado tanto científica y tecnológicamente, aún existe esa
cultura mantenida en cada país, las conservan al paso del tiempo en todo el planeta, estas culturas son tan diversas
pero cada una con una historia que contar sobre sus orígenes, ignora los hechos científicos para creer en hechos
fantásticos. Hechos fantásticos como esta historia en la que un extraño viaja a una tierra extraña, árida y desolada,
a la cual le da vida a una selva al esparcir las semillas de las frutas que lo alimentaba, sin darse cuenta al dejar
atrás estas germinaban para más tarde convertirse en imponentes árboles que todas juntas al unirse formaron
esta selva que dio refugio a los animales que andaban por la zona. El agua tiene un ciclo vital, esta simboliza
serenidad y pureza, pero también simboliza la destrucción y el caos si posee un cambio violento. De la misma
forma que el agua ayudó a crear el mundo, ésta puede ayudar a destruirlo.
Algunos aseguran que se puede escuchar a las Cataratas De Iguazú gritando fuertemente al amor de su
vida que nunca le correspondió, cumpliendo su condena solo, mientras brota agua tan ruda que se escucha a
lejanas distancias al golpear las rocas, lejos de Amazonio y la Luna como lo había dicho el Sol. La Luna sollozando
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el nombre de su amante todas las noches buscando la forma para que vuelvan a estar juntos. Ella ha dejado su
marca en la tierra creando el río más puro y sereno del mundo, dando vida a una fauna y flora tan diversa que el
planeta entero se enamora de su existencia, entrar a esa selva tan rica y salvaje te hace dejar atrás el mundo
destructivo de afuera para entrar a uno nuevo, donde mires hay peligro pero a la vez existe belleza en ellos, esta
selva bendecida con el manto de Dios, le dio origen y resguardo a tribus que convivieron, conviven y convivirán
con la naturaleza, generación tras generación, un lugar donde la tecnología no ha tocado ni una solo hoja de esta
tierra salvaje, la heredad de la existencia, donde los cantos celestiales de pájaros entonando exquisitas melodías,
el sudor de la humedad y lágrimas del Río Amazonas que bañan a esta tierra bendita por la vitalidad. Mientras
que la Astromelia durante las noches cantaba y susurraba para su amada escarlata con esa voz que una vez
enamoró a la Luna tan profundamente y cantando decía “El Silencio es su jefe, la Luna mi destino, ella era tan real
pero ahora solo es un sueño, un poema que nunca se escribirá” mientras lo susurraba al viento levantaba sus
brazos y los balancea al ritmo del amor, en posición a las estrellas, como si tratara de tocar el cielo, sabiendo que
nunca más podrá volver a alcanzarla.
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La guerrera mágica
Daysi Carolina Rojas Veja
Paraguai
No, hoy no hay lugar para el miedo, ni mucho menos para el arrepentimiento. Permitir algo de eso aquí
adentro, es un acto impuro, algo deshonroso. Cuando abrimos nuestros ojos y tomamos la decisión de empezar
el día, cuando ponemos un pie en el suelo y un rayo de luz nos acaricia la mejilla, es justo en ese momento, cuando
comienza el día. No sabemos qué nos depara la vida, qué nos tiene preparado el día. Tal vez, somos nosotros
quienes tomamos la decisión de ser presa u opresor, o, quizá, eso ya esté escrito. Pero, al final del día, eso ya no
es lo que importa, si no lo que hicimos por aquel que nos necesitaba. Cada día que pasa, es uno menos; al cometer
un error ya no hay vuelta atrás. — Todo esto se decía Carla así misma, mientras observaba aquel paraíso, desde
su hogar escondido en medio del amazonas.
¿Quién es Carla? Bien, ella tiene una historia muy larga que comienza así:
Carla era una niña de tan solo 8 años, cuando todo esto comenzó. Vivía con su tío Héctor, quien era un
borracho, pero buena persona. Había nacido en el Amazonas y por ese motivo le apasionaba el ambiente. Su lugar
favorito era el río que quedaba cerca del lugar en que vivía. El río era tan cristalino y transparente, que podía ver
el fondo. Era tan puro como el alma de Carla. Podía pasar horas allí, recostada entre las plantas y las flores,
arrullada por el sonido del fluir del río y el cantar de los diversos pajarillos que pasaban por allí.
Ella no iba a la escuela, era analfabeta; de hecho, vivía de lo que la naturaleza le brindaba.
Carla no conocía a su padre ni a su madre, no sabía de dónde provenían sus raíces, pero toda su vida
estuvo a cargo de su tío Héctor, que aunque había momentos en que se pasaba de tragos, era una excelente
persona. Ella nunca había estado en otro lugar que no fuera ese. En su corta existencia, solo conocía aquel río y el
camino de vuelta a su casa. A medida que iba creciendo, iba formulándose muchas preguntas y, como toda niña
en crecimiento, quería respuestas.
Lo primero que empezaba a inquietarle era saber dónde estaba su tío. Pues, había un lapso de tiempo en
que él desaparecía siempre y, al volver, traía botellas. Eso era raro para ella, puesto que no sabía de dónde las
había quitado. Pero no se atrevía a preguntárselo, temía una posible reacción negativa.
Cuando tenía 11 años, preguntó a su tío qué había ocurrido de sus padres. Su tío no respondió y salió sin
decir nada. Pero no se rindió, lo siguió.
— ¿Cuál es la razón por la que me esquivas?
— No hay ninguna razón - respondió Héctor incómodo.
— Pues entonces, dime, qué es lo que sabes - respondió inquieta.
Justo cuando estaba por responder, se oyeron sonidos extraños que se avecinaban, pero nada podía visualizarse
aún. En cuestión de minutos, el sonido se oyó cada vez más cerca; esto comenzó a inquietarlos.
— Carla, adentro_ gritó su tío.
Aquella inmensa espera había llegado a su fin. La maquinaria se estaba asomando, liberaba un humo
bastante chocante para el olfato. Aquella era una máquina para talar árboles y todo a su paso estaba siendo
destruido. Y se estaba acercando a ellos. Héctor estaba sobresaltado, el susto lo dejó en trance. Un grito de Carla
lo saco rápidamente de su profundo pensamiento. La tomó de la mano y rápidamente tomó todo lo que
consideraba importante y empezó a correr. Carla estaba eufórica puesto que no sabía lo que estaba sucediendo.
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— ¿Qué es lo que sucede? - gritó enardecida. Pero no obtuvo respuestas, estaba alterada, pero en ese
lapso de tiempo en que estaban huyendo, tomó la decisión de no presionar a su tío y preguntar cuando llegasen
a un lugar concreto.
En cuestión de minutos llegaron a una cueva, bastante escondida entre los árboles y arbustos.
— ¿Puedo saber qué es lo que está sucediendo? -Preguntó alterada.
— Nos invaden unos alienígenas, pero pronto se irán, no temas - dijo sumiso.
— ¿¡Alienígenas!? ¿Qué es un alienígeno? - Prosiguió aturdida.
— Son seres malos, vienen a llevar algunas cosas que necesitan, pero si no los molestamos durante su
visita todo andará bien.
— ¿Para qué hacen eso? ¿Para qué lo necesitan? ¿Cómo son? ¿Por qué nunca los había visto? ¿No éramos
los únicos aquí?
Inquieta, abría los ojos como si fuesen a salirse de órbita, tenía en esos momentos los cachetes rosa y
estaba algo nerviosa, pues su tío le había ocultado cosas
— ¡Silencio! - refunfuñó arrogante - Solo te diré una cosa y es esta: no debes molestarlos, ni siquiera
acercarte a ellos y mientras ellos estén rondando por ahí, nosotros nos alejaremos de aquí. Traje suficiente comida
para unos cuantos días, de aquí saldré solamente yo y será para traer agua.
Decía todo esto mientras vaciaba los bolsillos y dejaba a la vista toda clase de frutos y una pequeña vasija,
que sería para almacenar el líquido que beberían. Quedaron en silencio durante horas en aquella cueva incómoda
y mugrosa. Solo tenía espacio suficiente para tres personas.
El silencio fue inesperadamente interrumpido, cuando escucharon el crujir de unas ramas. Podían oírse
los pasos de algo o alguien. Las miradas de Carla y su tío se cruzaron. Carla podía oír el palpitar de su corazón.
Tenía miedo. Por su parte, el tío Héctor se veía bastante agitado, temeroso de que aquel “alienígena” fuese a
toparse con ellos. Él estaba seguro de que no era un animal, él sabía que no era eso, mejor dicho, estaba bastante
seguro ya había pasado por esto.
Justo cuando Carla estaba por soltar un quejido de temor, no solo por el visitante sino por una araña que
estaba trepándose a ella - su miedo más grande eran las arañas. Héctor saltó hacia ella velozmente y le tapó la
boca. Temía por ambos.
Estuvieron así, alrededor de quince minutos, hasta que Carla escuchó hablar a aquel individuo.
— Aquí no hay nada relevante, señor. Se reporta James desde el sector 7, zona norte –informó el “alienígena”.
El corazón de Carla se aceleró. ¡Hablan!, ¿Cómo es que los entiendo?, ¿Me he convertido en una de ellos?
¿Cómo son? ¿Por qué es un sector 7?- todo esto se cuestionaba interiormente, tratando de encontrar alguna cosa
que pudiera hacerle descifrar todo este suceso.
El tío Héctor liberó a Carla de sus brazos, - creo que ya se marcharon – dijo él.
— ¿Los escuchaste? Hablan igual que nosotros, tal vez podamos comunicarnos con ellos – exclamó
emocionada. Héctor le echó una mirada fulminante.
— Estás mal, yo te digo que ellos no son buenos, solo buscan hacernos daño, así que saca eso de tu cabeza
y cálmate.
Carla sintió que debía encontrar una manera de hablar con ellos, que debía salir de ese lugar, de algún
modo. Pensó en algún método para distraer a su tío y nació una pequeña idea.
— Tengo sed, mucha sed, lo que acaba de suceder, me ha asustado mucho y necesito reponerme – se
dirigió a su tío con una dulce mirada. – Iré por un poco de agua. - Con una sonrisa traviesa, se acercó e intentó
tomar la vasija.
— Hace unos instantes rozamos con los alienígenas y, ¿piensas que irás por ahí sola? – Respondió –
Mientras, velozmente tomaba en sus manos el recipiente – aquí te quedas mientras que yo voy.
Se levantó. Tocó de alguna manera la roca que cubría la cueva y esta se abrió lentamente. Parecía que
había arreglado todo aquello desde hace tiempo, pues manejaba la situación de manera extraña.
Pero, Carla no era tonta. Al contrario, era bastante lista. Se fijó en todo lo que hacía, todo lo que palpó,
hasta el último detalle.
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Cuando su tío salió, volvió a cerrar la cueva de una misteriosa manera. Cuando se selló por completo, Carla
intentó oír alguna señal del exterior. La cueva tenía un orificio de 3cm, aproximadamente, en la parte superior,
tomó todo lo que veía a su paso para intentar llegar hasta ese pequeño agujero. Quería ver si ya había anochecido.
Confirmó que ya era de noche, volvió abajo e intentó encontrar la manera de abrir aquella puerta. Estuvo bastante
tiempo intentándolo y justo cuando estuvo a punto de rendirse, encontró una palanca escondida entre unos yuyos.
Estaba bastante endurecida, pero insistió, hasta que por fin obtuvo lo que quiso y la puerta se abrió.
Se sintió orgullosa de sí misma por aquel logro. Rápidamente salió de la cueva y la volvió a sellar, observó
por todos lados para asegurarse de que su tío no estuviera por ahí.
— Muy bien, por dónde empiezo – se dijo a sí misma.
Mas, no tardó en percatarse de que ni siquiera sabía dónde se encontraba, de hecho, ni siquiera había
estado afuera de noche. Para su tío, el atardecer significaba que debían ocultarse de todos aquellos seres
espirituales que andaban por ahí. Por esa razón, nunca tuvo la oportunidad de apreciar aquello, el cielo lleno de
cosas que brillan, el sonido de lo desconocido, podía sentir la adrenalina y temor.
Decidió proseguir y ver hasta dónde llegaba. En ningún momento pensó en su tío, ni en las consecuencias,
sino que se largó a la aventura.
Caminó y caminó entre todos esos árboles y sonidos extraños que la intimidaban. Sentía frío, pero ningún
lugar era seguro. Aún más, con todos esos alienígenas rondando por ahí. Le empezaban a doler los pies, sentía
sueño y mucho miedo. Decidió recostarse en una palmera, escondida tras un arbusto. Fijó la mirada hacia el cielo.
Se perdió en aquellos hermosos puntitos brillantes. Era increíble cómo brillaban esas hermosas y brillantes cositas
del cielo. El sueño la estaba ganando. Carla no conocía las estrellas, nunca las había visto. Justo en el momento en
que cerró los ojos, la interrumpieron bruscamente unas risas agudas. Rápidamente se metió entre el arbusto e
intentó ver quién andaba por allí.
Era un hombre que tenía en las manos un objeto que alumbraba mucho, parecía una fogata. - ¿Cómo es
que no le quemaba?- Ella estaba segura de que aquel era igual a ella; tenía manos, pies, cabello y cara. Estuvo a
punto de hablarle, cuando él dijo: - James, apúrate. Debemos volver antes de que alguna fiera nos devore. Tras
esto, salió de entre unos árboles un hombre con un pequeño fuego entre sus labios. Tenía los ojos cansados.
— No entiendo por qué me mandan a estas misiones, esto es algo infantil - decía en tono triste, mientras
suspiraba.
Ella estaba segura. Lo haría, les diría algo. Se preparó para hacerlo, cuando estuvo a punto de salir, un
muchacho le tapó la boca rápidamente y la empujó hacia atrás. - Guarda silencio – le susurró.
Estaba agitado. Por su parte, Carla temblaba de miedo. No podía saber quién la sujetaba. Tal vez era un
alienígena. ¿Le haría daño? No lo sabía. Pero, prefirió guardar silencio y ver qué sucedía. De pronto, un pequeño
descuido y una rama crepitó ligeramente y los “alienígenas” reaccionaron rápidamente.
— ¿Oíste eso?, ¿esta zona aun no fue asegurada?, ¡Eres un inepto!, te dije que todos los sectores debían
ser asegurados – dijo furioso el sujeto con nombre James. El otro respondió: – Tranquilo, seguro son nativos, hay
que divertirnos con ellos, solo tranquilízate.
— Eres un idiota, tal vez sea una bestia que en estos momentos nos está acechando.
Furioso, prepara una vara para protegerse de cualquier animal. Mientras, el otro intenta hacerse el
valiente recorriendo, buscando algo. De pronto se escuchó un segundo ruido. Unos ojos brillaron en la oscuridad,
unos ojos que devoraban con la mirada. Ambos se miraron con temor y olvidaron que un animal percibe el miedo.
Empezaron a correr, la bestia los persiguió, hasta que aquellos hombres treparon a unos árboles y quedaron ahí.
Cuando el muchacho se dio cuenta de que la zona ya era segura, decidió liberar a Carla, explicarle la situación y
presentarse. Ella temía por sí misma, pero no dijo nada.
— Me llamo Alcon, quise evitar que cometieran un error y por eso te detuve - Alcon la examinó de pies a
cabeza. Era distinta, tenía la piel blanca como la leche, los ojos claros, no parecía nativa. - ¿De dónde eres? –
prosiguió.
— No sé y me llamo Carla – respondió secamente, pues temía, pero no debía demostrarlo.
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— Sientes miedo – le dijo, mientras con un dedo le tocaba un cachete – no temas, te llevaré a un lugar
seguro - ¿quieres ir?
— Humm, sí – respondió dudosa.
Alcon la tomo de la mano y la guio por un camino largo. Ella nunca había estado ahí, estaba segura. Podía sentir
el suave viento acariciándole la cara, el sonido de los grillos y otros animalitos que no conocía. Al rato, pasaron
por un pequeño río, se le refrescaron los pies. El sonido del agua que corría y los puntitos del cielo que alumbraban
su camino… todo aquello que la rodeaba era magnifico, en pocas palabras: hermoso.
Después de un buen rato de caminata, llegaron a un lugar muy raro. Había muchos como ella y su tío, no
eran los únicos habitantes allí. Se sentía desconcertada, hasta que una voz interrumpió sus pensamientos.
— Shala me guio hasta ella. Yo sé que es ella. ¡Estoy seguro!
Carla dirigió su mirada para encontrar el origen de la voz y se percató de que muchos ojos la miraban y vio a Alcon
hablando con una mujer.
— Acércate, no tengas miedo – le dijo aquella.
Carla se acercó a ese pequeño grupo y la fogata que estaba en medio de ellos iba aumentado a medida
que ella se acercaba. Todos se quedaron mudos por aquel suceso.
— Tiene que ser ella - dijo la jefa nativa – Bien hecho Alcon, nuestra búsqueda ha llegado a su fin.
— ¿Qué sucede? – respondió Carla ofendida y desconfiada.
— No temas, niña, te daré algo de comer y mañana te pondré al tanto de todo, Alcon, te dejo a cargo de
ella.
Carla estaba sumida en una inmensa duda, pero se dejó llevar por la situación. Necesitaba saber hasta
dónde la llevaría todo aquello. Ya no sentía el miedo de antes, lo que sentía en esos momentos era curiosidad,
deseo de experimentar lo desconocido. Alcon la guio hasta una choza.
— Aquí te quedarás esta noche, mañana empieza lo mejor – le dijo, mientras cerraba la cortina y la dejaba
a oscuras.
— No puedo creer que rápido pasó todo esto – se dijo para sus adentros.
Ante la tranquilidad y estabilidad de la situación, se puso a pensar en todo, todo. Hasta que… - ¡Mi tío!
Qué habrá pasado de él - se desesperó. De pronto, un olor extraño ingresó a su aposento y quedó profundamente
dormida.
Al día siguiente, antes de que saliera el sol, Alcon fue a despertar a Carla y la encontró postrada en un
profundo sueño. Le susurró suave al oído: — DespiertaCarla despertó al instante, lo miró fijamente a los ojos y con voz clara y decidida le dijo: – vamos. Ambos
salieron de aquella choza preparados para todo, sin que nada más importe. Llegaron junto a la mujer y esta les
dijo: – ustedes eran ayer otras personas, hoy son distintos. Han nacido de nuevo. Y tú, niña, encontrarás todas tus
respuestas hoy, pueden irse.
— Sabemos que tu tío te preocupa, que no sabes de él, pero hoy es un día importante. Aprenderás algo y
debes estar alerta y atenta. Yo te guiaré, esto empieza ahora, sígueme.
Carla lo siguió, sin hacer más preguntas. Estaba segura de lo que hacía, pues sentía una corazonada muy
dentro suyo. Caminaron mucho, hasta que en un determinado momento empezaron a oír ciertos sonidos pesados
y caída de árboles. Fueron acercándose más. — Espera, hay que buscar un lugar seguro— dijo Alcon. Se metieron
tras unos arbustos.
— Debemos esperar hasta su descanso, pararán con lo que hacen y entraremos a su territorio.-Dijo Alcon,
mientras le clavaba la mirada a Carla.
— Se asomaron ambos y Carla vio a los extraterrestres y sintió un fuerte golpe al corazón, su amigo lo
notó y le dijo:
— Tranquila, te explicaré. Al parecer, no sabes muchas cosas, Carla. Esos de allá son seres iguales a
nosotros – señaló a los hombres que manejaban las maquinarias – la diferencia es que ellos son malos, mi tribu y
yo investigamos y sabemos que vienen para llevar todos los árboles. Ellos lo llaman “misión floresta” y, nosotros,
a nuestra misión “Proteger la Floresta”. Ellos llevarán y destruirán todo lo que encuentren a su paso y nosotros
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nos quedaremos sin nada. – Suspiró y tomó de la mano a Carla. - Sé que es extraño esto, pero eres la que
estábamos esperando. La Amazona nos dijo que algún día vendría la mujer blanca de la piedra, que salvaría estas
tierras de aquellos hombres malos y llegaste tú. Y necesitamos que, que… Hizo una pausa y, en cuestión de
instantes, siguió con voz firme: — que seas parte de la misión, debemos proteger nuestro hogar, nuestra fuente
de vida, nosotros los investigamos a ellos para invadirlos, levantar nuestro pueblo contra ellos y obligarlos a irse .
¿Qué dices?
Carla se quedó perpleja por tanta información, su rostro había tomado una expresión de terror y sus
cachetes habían adquirido un tono rojo, de sorpresa por tales noticias. Se tomó un tiempo para responder, pues
debía analizar la situación en que se encontraba. Miró a su compañero, que tenía en los ojos un brillo de esperanza.
Observó a esos hombres y se imaginó todo el daño que ya habían causado. No dudó más y respondió: ¡Hagámoslo! – y tomó a su compañero de la mano.
— ¡Muy bien! — Respondió este, preparado como para una guerra. Echó un vistazo hacia los hombres y
se percató de que ya estaban en su descanso. Se levantó y, tras él, iba Carla siguiéndole los pasos. Su corazón latía
al son de su salvaje alma. Aquellos no eran “alienígenas”, sino destructores de la Amazonia. Atacaban a la madre
tierra, entonces, eso significaba que los atacaban a él y a su pueblo.
Se movieron astutamente. - Solo debemos averiar sus máquinas destructoras, así no podrán echar más
árboles, o por lo menos, por hoy. Eso es lo que hacemos cada día, atrasarlos y darles problemas. Así buscamos
tiempo para hallar una solución más efectiva para proteger la floresta – dijo Alcon furioso.
— ¿Y qué debo hacer yo? – con voz firme, preguntó Carla mientras daba un vistazo por los alrededores.
Alcon miró a Carla – Tu energía está conectada con la naturaleza, lo que debes hacer es canalizar tu mente con
fuerza y todo se dará. Hoy te daré pequeñas lecciones.
Carla quedó sorprendida, - ¿poderes?- se dijo para sí - ¿Qué es eso?, preguntó cabizbaja.
— Es mejor no decir y demostrártelo, ya no tenemos tiempo – clamó Alcon esperanzado.
Alcon encaminó a Carla a unos cuantos metros de distancia de los hombres malos. Se colocaron detrás de
un arbusto, para que no pudiesen ser divisados. Tomó la mano de Carla y la colocó sobre una rama que se
encontraba cerca de ella.
— Debes de sentir la energía que te da el Amazonas, imagínate su belleza. Sé que eso te cautiva, siéntelo…
el secreto está en amar lo que proteges. Tú eres la hija de la Madre naturaleza y ella hoy te llama porque necesita
de ti – le decía Alcon con esmero y mucha pasión. Mientras, Carla oía con los ojos cerrados, con las manos
acariciando lo que tenía a su alcance, imaginándose el río, los árboles, los animales, el canto de los pájaros en las
mañanas con sus hermosas melodías, el viento acariciando su rostro… Todo esto le venía a la cabeza, se imaginó
todo aquello y el daño que causarían los hombres malos a su tierra. Se imaginó los ríos contaminados, su paraíso
verde, volviéndose gris; los pajarillos muertos y otros sin hogar; los animalitos siendo cazados, todo talado y
destrozado. Entonces, sintió el aura, la conexión con su hogar…
Carla abrió los ojos, se sentía extraña. Intentó fijar la mirada, pero estaba algo mareada.
— Oye, ¿puedes oírme? - Alcon se acercó, notó que ella estaba mal, sus ojos daban vueltas. Carla oía la
voz de Alcon, pero veía todo borroso. Se desmayó.
Se encontró en un sueño bastante raro. Se encontraba en un lugar blanco. Una luz salía de su interior,
estaba sujeta a una cama, atada de manos y pies. En la habitación se encontraban tres personas. Podía oír las
voces, pero no podía entender lo que decían. Vio la pintura de un paisaje bastante hermoso, un frondoso árbol,
al lado del cual se encontraba un río y a lo lejos podían verse las montañas. Cerca del río había una planta con
flores color rosa, las flores parecían haber caído al río, pues el agua tenía un ligero color rosáceo. Carla no llegaba
a comprender como es que algo tan bonito estaba en un lugar tan escalofriante, colgado de una pared blanca en
medio de la nada. De pronto oyó algo que se acercaba, parecían pasos, aunque era algo confuso. Oía tres pisadas
en vez de dos; no supo cómo lo sabía. Pero estaba segura de que eran tres pisadas, la última era de un “algo”.
Llegó el momento, estaba frente a ella, pero no podía ver qué o quién era. Solo pudo ver algo negro que la
acompañaba. Quería moverse, pero estaba atada. Paralizada totalmente, por alguna razón, no sentía miedo; más
bien, sentía paz. Era extraño, pero así era.
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— Tranquila, voy a llevarte de vuelta. Solo quería decirte una cosa: Debes estar segura de lo haces y amarlo,
porque un día, tal vez por culpa de quienes están destruyendo nuestro pueblo, sólo podrás ver lo que fue,
mediante una imagen. Entonces será muy tarde. Disfruta ahora de la brisa del cielo, de los árboles, del río y cuida
del gran patrimonio que hay en la tierra: el Amazonas. Hogar de miles de secretos y hermosos fenómenos -. Carla
quiso hablar, preguntar, entender, pero no le salía la voz, por más intentos que hizo, no sucedió nada.
— Ya es hora - continuó el extraño ser - tienes dones, naciste con ellos y nunca lo supiste, pero ahora
están manifestándose, la madre tierra está contigo. - Exclamó, mientras hacía un movimiento con lo que parecía
ser su mano, tomó un trapo y lo colocó sobre el rostro de la pequeña Carla.
— Buen retorno y suerte – dijo y retirando el trapo, dejó ver a Carla el lugar donde se encontraba. Se le
erizó la piel. De pronto, estaba en un lugar que parecía un camino y se podía ver la ruta, pero no los alrededores,
pues estaban llenos de árboles, lapachos rosas y amarillos. Había letreros que la guiaban hacía la salida. Caminó y
caminó, mientras se iba acercando, las hojas de las arboles caían y se posaban sobre ella. Cuando llegó al final, se
encontraba justo en frente de aquella misteriosa puerta y se dio la vuelta para ver lo que iba dejando.
Lo que vio la dejó sin aliento, los árboles se habían marchitado y no tenían hojas, todo era gris. Cerca de
la puerta, estaba la figura que le había hablado, pero esta vez llevaba una túnica negra y solo podía verse eso. La
figura levantó la mano de manera escalofriante y le hizo una seña. De pronto, aquel colorido camino se había
tornado un lugar de pesadilla. Escuchó un espantoso grito y el sonido de una sierra y despertó.
Al abrir los ojos se volvió a encontrar con Alcon, que tenía una expresión de susto y desesperación.
— Me alegro que hayas terminado con tu descanso, debo informarte que debemos irnos. Los hombres
malos están de vuelta al trabajo, ya han talado una cantidad enorme de árboles - susurró Alcon.
Carla se levantó, divisó a los hombres, vio al que estaba manejando la máquina – sonrió y dijo: - Vamos,
Alcon hay que arruinarles el día.
Se escondieron detrás de un árbol. Luego, Carla trepó al árbol sin problemas y subió más alto. Él hizo lo
mismo. Cuando ambos estuvieron en la punta de aquel roble, pudieron ver con todo detalle a esos hombres como
si fueran presas fáciles.
Carla ya no era la misma de antes, ya no le importaba otra cosa que no sea su hogar. Ella lo iba a proteger
con la vida, nadie le haría daño a su Amazonas. Tomó cinco hojas del árbol, las rompió en pedacitos, una mitad la
llevó a la boca y la tragó; la otra mitad la colocó en el centro de sus manos y sopló. Las hojas destrozadas fueron
volando y aterrizaron directamente sobre el techo de la máquina. Alcon observó todo eso, extrañado. ¿Cómo
sabía todo eso? ¿Qué hacía? ¿En qué terminaría? Se preguntó a sí mismo, pues no quería interrumpir lo que hacía
su amiga.
Carla empezó a palpar el roble y susurró unas palabras que no se entendieron. De pronto, las hojas de los
árboles empezaron a caer sobre la máquina. Ella recordó todo el daño que estaban haciendo esos seres; las hojas
cayeron más y más, ramas más grandes caían con brutalidad. Una rama había caído tan fuerte que pudo destrozar
el parabrisas de la máquina, destruyendo a su vez todo lo que había adentro, aunque no hizo ningún tipo de daño
al conductor, lo cual era sorprendente.
Carla se detuvo. Al parecer, había obtenido lo que quería. Suspiró, dio media vuelta y se encontró con
Alcon, que tenía una mirada de espanto.
— Tranquilo, ya terminó todo, al menos por hoy. Debemos volver
Ella bajó primero del roble. Alcón se sentía raro, pero siguió los pasos de su amiga y bajó también él.
Mientras tanto, James (o el hombre que se nombró así cerca de la cueva) se dirigió rápidamente junto a su
compañero que se encontraba dentro, para auxiliarlo. Pero se encontró con que estaba sano y salvo, aunque con
mucho miedo.
— ¿Qué rayos fue eso? - dijo tartamudeando.
— No lo sé, pero ya veremos, ahora sal de ahí, Pedro. James le pasó la mano y lo ayudó a salir de ahí.
Dieron media vuelta, como para examinar el área y ver si había algo que no concordase, pero no
encontraron nada más que arbustos, árboles y una maquinaria que valía una fortuna, destrozada por alguien o
algo.
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James se dirigió a sus compañeros con voz clara y firme:
— Aquí hay una cosa que nos acecha, somos compañeros y debemos protegernos unos a otros. Y aunque
a esa “cosa” le moleste que estemos aquí, no nos iremos sin llevar esto que nos dará dinero - señaló con sus finos
dedos hacia el verde alrededor que tenían.
— Señor, estamos en la floresta Amazónica, una de las más grandes maravillas, tal vez hay algún tipo de
protector que no desea que su tesorito sea manoseado - dijo Miguel a su superior, James.
— ¡El Amazonas! ¿Alguien, entre ustedes, sabe cuántas cosas hay aquí? Es el lugar dónde más cosas raras
se esconden. Pedro dijo esto, tratando de ocultar que tenía algo de miedo.
Se notaba que todas esas palabras le parecían patéticas a James. Empezaba a enfurecerse, a él no le
importaba que la Floresta Amazónica fuera un patrimonio de la humanidad. Ya por ese motivo, lo había dejado su
esposa.
La conversación llegó al punto de desesperar a James y, con ademanes coléricos, gritó: - Dejen de ser
estúpidos y empiecen a hacer algo productivo, que el dinero no cae del cielo.
Todos lo miraron con cara de odio, menos Miguel, que le respondió: - Está bien, pero deja de ser irascible,
así no funcionan las cosas.
Carla y Alcon habían vuelto felices a la tribu y la jefa los esperaba paciente. Cuando ambos chicos se
predispusieron a saludarla, ella los detuvo diciendo una frase: - “aquel que siente el viento fresco de la añoranza
y paz en su rostro, es aquel mismo que un día tuvo cicatrices por culpa de la guerra, pero fue sanado gracias a la
fuerza de amar aquello por lo que luchaba” - exclamó la mujer de manera suave y lenta, mientras dibujaba en la
arena un par de árboles y en medio una mujer y unas rayas que, al parecer, eran gotas de lluvia.
Alcon no entendía la situación, pero sentía el corazón latiendo más fuerte y rugiendo como un león, pero
no sabía por qué.
La mujer estaba de espaldas, dio vuelta y miró a Carla, mientras tomaba la arena de donde había hecho
el dibujo y la vertió sobre la cabeza de la pequeña niña diciéndole: - tus esfuerzos atraerán la dura verdad hasta
ti. Desde ese momento tomarás la decisión de ser viento o ser roble. - Hizo una pausa, buscó algo y pocos segundos
después lo encontró, era una daga. Se la entregó a Carla y continuó:
— Mañana empieza la guerra y mañana terminará la misión para la cual has nacido. Por el momento,
puedes retirarte a dar un descanso, Alcon irá contigo - finalizó.
— Pero queríamos decirte lo que sucedió hoy, me pasó algo extraño y… La mujer detuvo a Carla y le
respondió: - Sí lo sé. Señor roble me lo contó todo.
Carla no entendió muy bien, pero se retiró sin agregar palabras. Alcon la guio de nuevo hasta el mismo
lugar donde había dormido la última noche. No logró cerrar los ojos en ningún momento. Por primera vez, Carla
se había detenido a pensar en todos los sucesos por los cuales había atravesado y pensó de nuevo en su tío Héctor.
— Debe estar muy preocupado y triste - Luego de que terminase su misión iría por él y lo traería a su tribu
nueva. Por dentro sentía una felicidad inmensa. Aquí tenía todo lo que la hacía sentirse completa.
Decidió dormir. Cerró los ojos y cuando los volvió a abrir, Alcon se encontraba de nuevo allí, observándola.
— Ya debemos irnos - Alcon levantó del brazo a Carla.
— Estoy lista, dijo.
Al salir de la choza, se toparon con la mujer jefa.
— Sé que - les dijo - hoy comienza. Debemos atacar ahora que están indefensos, sé que tú, niña, deseas
saber cómo lo sé. Pues te diré que Señor viento me lo contó y vio que todo el pueblo estaba preparado para
proteger al Amazonas.
— Nosotros debemos adelantarnos - dijo Alcon.
Cuando estaban encaminándose, los detuvo de nuevo la mujer jefa:
— Ayer, luego de que averiaron la maquinaria de los hombres malos, ellos contactaron con su jefe para
que trajera una nueva y continuar con su labor. Tú, Carla, debes hacerte cargo de él, ese hombre es el que
comanda todo esto, hoy estarán en mayor número. Así que, prepárense para lo que se venga – finalizó.
Caminhos do MERCOSUL 2015
Carla estaba bastante emocionada por alguna razón. Alcon trepó a un árbol y ella hizo lo mismo, saltaban
de árbol en árbol, como si fuesen pequeños monitos.
Estuvieron así hasta que llegaron donde se encontraban los “hombres malos”, que ahora ya no eran
alienígenas superiores a ella. Ahora eran su presa: - Aún no llegó el jefe - le susurró a Alcon.
— Eso parece ¿Qué haremos entonces? — Alcón miraba fijamente a Carla mientras que ella estudiaba el
área a ser atacada. De pronto, divisó a lo lejos algo negro que se escabullía, ¡Sí! Era esa cosa que vio en sus sueños,
estaba ahí. Estaba consciente de que debía cumplir con su misión, pero también quería respuestas. Cuando tomó
la decisión de ir tras ese algo, escuchó, a lo lejos, algo que se acercaba. Eran cinco helicópteros, trayendo una
nueva máquina.
— Alcon, ¡vienen en sus naves!, ¡debemos estar listos para lo que venga! - Exclamó Carla a su compañero.
Vigilaron todo el proceso, desde que llegaron y bajaron la maquinaria nueva. Carla esperó con ansias a
que bajara el jefe; hasta que al fin llegó el momento y bajó de la nave. Lo observó muy bien. Era un hombre alto,
blanco, pelo castaño, trajeado con porte elegante.
— Llegó el momento, Alcon. La pequeña niña sacó la daga de donde la tenía escondida, cortó una rama,
la estuvo moldeando hasta que pareciera una estaca con una punta muy filosa y punzante. Cuando terminó de
hacerla, se hizo a sí misma una pequeña herida en el brazo izquierdo. Derramó unas cuantas gotas de sangre en
la daga y en la punta de la estaca. Colocó la daga en el roble y quedó con su arma de madera, besó su arma y dijo:
— lucho por lo que amo y eso hará que sanen mis heridas, que fueron causadas por la guerra.
El arma empezó a flotar, la dirigió hacia la nueva máquina: - eres fuerte como roble y tú misión es salvar
a tu madre – exclamó, mirando fijamente la estaca. La dirigió contra el parabrisas nuevo y lo rompió, los hombres
se miraron y quedaron petrificados por el miedo, pues no sabían lo que sucedía.
Se escondieron detrás de los helicópteros y empezaron a buscar sus armas. Cuando Pedro iba a disparar,
una flecha atravesó su arma.
Carla dio vuelta y vio que los nativos estaban atacando ya con sus arcos. La guerra había comenzado.
El jefe de los hombres malos había encontrado un arma e hizo un disparo al aire. Héctor escuchó esto
desde la cueva en la que estaba escondido, desde que Carla había desaparecido. Se encaminó rápidamente hacia
el lugar de donde había provenido el disparo.
Carla se había asustado con ese estampido. Hizo que su estaca volviera a ella. Estaba decidida, iría por el
jefe, sería su presa mayor. Pero antes, debía mandar su arma donde se encontraban los helicópteros, para
debilitarlos más, pero esta vez se dejó al descubierto y Miguel pudo divisarla.
— ¡Aquella es una bruja! – gritó, mientras que la estaca chocaba contra los vidrios del helicóptero.
El jefe de los hombres malos se escapó entre los árboles y decidió adentrarse más adentro del Amazonas,
para que no lo encontrasen. Para su desgracia, Carla lo vio y lo siguió. Así, mientras que la guerra seguía, ambos
hicieron su propia guerra, pero en otro lado.
El jefe corría, estaba seguro de que nadie lo había visto; cuando, escuchó un sonido entre los árboles.
Estaba agitado y decidió parar, tenía una pistola dentro de la chaqueta, la sujetó con fuerza. De pronto, sintió algo.
Carla se encontraba justo detrás de él. Sacó rápidamente el arma y la apuntó a la niña que tenía una estaca en la
mano.
— Aléjate niña bruja, no querrás tentarme - exclamó el hombre jefe.
Carla lo miró sin miedo y respondió dulce mente:
— Son ustedes quienes entraron a mi hogar para ensuciarlo y destruirlo. El Amazonas no es lugar para
hombres alienígenas y debes pagar por ello.
El hombre preparó su arma para dispararle y apareció una mujer cubierta por una túnica. No se le veía el
rostro, pero, por su apariencia, infundía miedo. El hombre quedó congelado, mientras que la niña supo que
aquello no fue solo un sueño.
Aquella cosa habló con voz femenina, suave y con amor: - No se hagan daño, la fuerza de luchar por lo
que desean los ciega.
Caminhos do MERCOSUL 2015
Entonces, llegó Héctor y prefirió ocultarse detrás de un frondoso árbol y escuchar. La mujer vestida de
negro prosiguió: - Hace nueve años, en estas condiciones, conocí a un hombre del cual me enamoré. Yo era una
nativa del Amazonas y él, un muchacho de la ciudad. Vino para talar árboles, maltrataba a los animalitos que
encontraba, era malvado. Mi tribu se escondía de ese ser que destruía lo que encontraba. Un día me cansé de
aquello y lo enfrenté. Nos enamoramos, fue genuino, a primera vista. Me escapé con Él, traicioné a mi pueblo y a
mi hogar. Fui a la ciudad y mis hermanos me maldijeron. Fruto de nuestro amor eres tú, Carla. Y fruto de la
maldición es que vivo por el Amazonas como alma en pena. Este hombre que está aquí es tu padre. Tu padre se
llama Luis, él tuvo un accidente. Héctor era un nativo y pensó que Luis estaba muerto y te llevó. Cuidó de ti y hoy
eres una defensora de esta hermosa y gran Floresta Amazónica. En cambio, Luis tuvo pérdida de memoria y volvió
a esto. Eras la elegida para proteger este patrimonio y tu misión está cumplida.
Luis quedó sorprendido. De sus ojos salieron las lágrimas más sinceras de su vida. Miró a Carla, la examinó;
era idéntica a él. Fue para abrazarla, pero algo lo detuvo… Un disparo. La bala llegó a la cabeza de Carla. Cayó y
murió al instante. Héctor salió rápidamente de su escondite para auxiliar a Carla, pero ya no había remedio. La
mujer de la túnica dio un grito y fue desapareciendo como la arena con el viento fuerte y no quedó nada.
Luis abrazó el cuerpo sin vida de Carla. Se levantó y se dirigió a donde se encontraba Miguel, quien disparó
el arma. Cuando estaba por golpearlo, el sol se escondió, las hojas de los árboles cayeron sobre Carla, tapándola
por completo. Luis volteó, Héctor lo observaba fijamente. De entre las hojas salió una rosa muy hermosa, fueron
a buscar el cuerpo y no lo encontraron, ya no había nada.
El tiempo pasó. Todo lo que había sucedido allí quedaba en secreto entre ellos. Luis construyó una escuela
en medio del Amazonas, en memoria de su pequeña, para enseñar a los niños nativos a leer y escribir. En la ciudad,
abrió un museo llamado “Floresta Amazónica, patrimonio de la humanidad” para concientizar a jóvenes y adultos
a cuidar y valorar lo que tienen. Organizaba paseos para dar a conocer a todos el hermoso tesoro que tenían y
siempre visitaba la tumba de su hija, donde crecía un frondoso y fuerte árbol, en memoria de la luchadora niña
que, por su pueblo y su hogar, fue partícipe de la guerra mágica secreta del Amazonas.
Caminhos do MERCOSUL 2015
Poesias
Unidos
Luciana Sol Fernandez
Argentina
‘Grandes monstruos llegarán’
El aviso dirá
Y como todo buen borá
El pueblo permanecerá
Nada tienen que temer
Gritan ellos sin medir
Que el miedo ya es un sufrir
Instalado en el porvenir
Hace cien años ya
Comenzó esta historia, si
Y como ya es usual, nadie dijo nada, no
Los verdes abundarán
Y la gente escaseará
Pero a quién le importa ya
Si sólo fueron trescientos y nada más
Si millones de papel fueran
¡Cómo se movería el monstruo gran!
A quien sólo alcanzarán
En el país del nunca jamás
El no saber es un placer
Que no se puede comprender
Sin antes entender
Lo que el conocimiento puede ser
Y qué lindo es ser
Es ser y creer
¡Y cómo duele saber!
Cómo duele saber sin hacer
Cómo duele saber sin crecer
Cómo duele el saber sin estar
Cómo duele el saber sin cambiar
Los que ya no están, no cambian más
Caminhos do MERCOSUL 2015
Los que ya no están no protestan más
Los que ya no están no acusan más
Los que ya no están no pelean más
¿Y para qué estamos los que estamos?
¿Para callar y hacer de pavos?
¿Siguiendo el camino que deja
Esa enorme bruja fea?
A levantarse y andar, por los que hoy sólo están
En la memoria de su gente
En la memoria de su pueblo
En el corazón de sus hijos
En la tierra de sus padres
Y en el alma de sus amigos
Que esta boca es para hablar
Estas manos son para escribir
Esta mente es para creer
Que un cambio puede suceder
Cuidado que el río crece
La lluvia cae, el río crece
Las gotas caen, el río crece
Las lágrimas caen, el monstruo crece
La gente cae, el alma asciende
Las palabras encienden, los dólares decrecen
La gente crece, el río crece
La fuerza crece el río crece
Cuánto poder se tiene
En el comprender que uno tiene
Cuánto poder se carece
Por el interés que algunos tienen
Qué diferentes son sus pieles
Y qué parecidos sus intereses
Cuántos más morirán
Por el poder que a algunos se les concede
Cuántos más sufrirán
Por los ríos que aún crecen
Cuanto verde morirá
Cuánto más se aplastará
Cuantos árboles
Cuántas plantas
Caminhos do MERCOSUL 2015
Cuántos inocentes perecerán
Y la pregunta del cuándo
Es el cuándo todo cambiará
Cuándo todos cambiaremos
Y aceptaremos que no somos eternos
Porque a todos corresponde una parte
A unos más grandes que otras
A unos más caras que otras
Pero qué importa el verde ya
El verde del pasto digo yo
El verde de la naturaleza digo yo
Cuando el dinero fluye igual
Cuando los ricos nadan igual
Cuando la elite disfruta igual
Cuando ellos se adueñan de más
Cuando el monstruo crece más
Hasta el nunca acabar
Hasta que nosotros digamos que se acaba ya
Hasta que nosotros digamos:
¡Esto no da para más!
Hasta que nosotros pensemos
Hasta que nosotros propaguemos
Y quiénes somos nosotros
‘Yo no soy’
‘Yo tampoco’
Vagas respuestas resuenan
Cuando el conflicto a uno no afecta
Parece que hasta no pagar por respirar
Esto no va a terminar
Parece que hasta no despertar
Todos en un sueño vivirán
¿Y qué sueño ese será?
Si al fin y al cabo, nunca alcanza igual
Se trabaja para pagar
Las necesidades que se crean ya
Las necesidades que nos imponen ya
Las necesidades que no existen en verdad
Cuando la realidad parece ser que
¡Este es el cuento del nunca acabar!
Caminhos do MERCOSUL 2015
Si siguen los círculos
Si las aves vuelan en círculos
Si las personas caminan en círculos
Si las personas corren en círculos
Tras sus colas parecen perros
Tras sus colas parecen hambrientos
Tras sus colas se creen excelsos
Tras sus cosas se creen exentos
Tras nuestras colas nos creemos exentos
Victoria, cantarán
Victoria, ganarán
Victoria significará
Cuando el pueblo no hable más
Qué tristeza siento ya
Tan pronto ahora, como verán
Porque me parece escuchar el cantar
De los buitres en el celar
Qué tristeza siento ya
Al escribir un par de versos nomas
Que ni siquiera parecen rimar
Pero a los ratones hacen bailar
Qué esperanza me gustaría sentir
De un hermoso porvenir
Donde las palabras puedan reunir
El valor que hace falta para vivir
El valor que hace falta para sentir
Que juntos podríamos reír
Que juntos podríamos vencer
Al gran monstruo que aparece al anochecer
Y secuestra sin resistencia ya
Los pensamientos de la gente que va
Que va y que viene sin decir
Una sola palabra acerca de vivir
Qué delirio pensar
Que juntos podemos progresar
Cuando ni hace falta ya escuchar
Para ver y juzgar
Caminhos do MERCOSUL 2015
Observar para creerse dueño ya
De la absoluta verdad
Mirar y juzgar al otro sin dudar
De dónde viene
Dónde le duele
Y a dónde terminará
Qué le sucederá
Qué nos sucederá
Cuando todos como ciegos
Nos creamos superiores a los demás
Cuando todos como ciegos, nos alejemos más y más de la verdad
Y quién se acordará de los pueblos ya
Cuando inundadas sus orillas se encontrarán
Cuando nadie pueda efectuar
El cambio que esta región parece necesitar
El cambio que el agua parece necesitar
El cambio que la tierra parece necesitar
El cambio que se pide y pide sin realmente actuar
A quién le importa el agua cuando no bebemos
A quién le importa la tierra si allí no es donde nacimos
A quién le importan sus propios hermanos
Cuando al parecer
Ninguno de nosotros es humano
Humano es el que piensa
Humano es el que actúa
Humano es el que se enfrenta
Con esa gran bestia que es él mismo
Con esa gran bestia que puede ser él mismo
Con esa gran bestia que demostró ser el mismo
Pero miren a Romeo y Julieta
Al fin y al cabo
La bestia puede ser buena
La bestia puede no ser eterna
Pero si poderosa
Pero sí fuerte
Pero sí aterrorizadora
Porque nada produce más miedo ya
Que cabezas que puedan pensar
Cabezas que puedan creer
Caminhos do MERCOSUL 2015
Que juntos realmente podemos hacer
El cambio que queremos ver
Quién grita por los pueblos ya
Nosotros
Quién defiende a su gente de ahora en más
Nosotros
Quién jura un nunca más
Nosotros
Quién promete hacer y no sólo hablar
Nosotros
Caminhos do MERCOSUL 2015
Antologia Poética
Tatiane Pereira da Silva
Brasil
Belezas
Os rios da Amazônia
Dão vida e morte
Trazem riquezas e progresso
Tristezas e inundações
Há neles belezas inexploradas
Um mundo cheio de segredos nos espera
E desses rios tão belos
Nascem lendas e mistérios
Sensuais como Iara
Galanteadoras como o Boto cor-de-rosa
E encantadoras como o encontro de Rio Negro e Solimões
O início é o recomeço
O ciclo das águas na Amazônia
É-nos tão importante
Ela é abundante
Rica em vida
De uma beleza esbaldante
No inverno vêm as cheias
Transbordam-se as margens
Seis meses passa-se para a chegada do verão
E ele traz consigo a fartura
Com seu solo fértil
Exarcebado em nutrientes
E mesmo isolando algumas tribos
Que por não ter onde navegar
Maiores distancias encontram para de um canto a outro se movimentar
É no verão que vejo o povo se alegrar
Pois lagoas com peixes vêm às famílias alimentar
Felizes são os ribeirinhos
De forma humilde estão a viver
Chuá-Chuá!
É a chuva a cair
No solo permeável encontra seu caminho para as raízes
Inicia-se a absorção
E os xilemas entram em ação
Transportando a seiva bruta para cima estão
E nos pequenos painéis solares das folhas
Caminhos do MERCOSUL 2015
Estruturas evaporadoras
Do sol sugam a necessária energia
E como transpiram!
E vem água e vem tudo!
Pequenos compostos orgânicos
Que logo viram camadas finas de poeira
Condensar-lhe-ão
Nuvens formarão
E então:
Chuá-Chuá!
O ciclo irá continuar
Num forte laço de união
As arvores precisam da água
Tanto quanto nossos rios necessitam das arvores
Do verde
Da vegetação
Águas abundantes
Águas de vários nomes
Água clara, cristalina
É Xingu. Tapajós. Tocantins.
Água branca de regiões montanhosas
Amazonas, Madeira
Formam-se as várzeas
E águas pretas de planícies
Tão acidas
Tão cheias de areia e húmus
É Rio Negro como é chamada
Essas águas que percorrem curvas
Que são absorvidas pelo solo
Que se condensam no ar
Que promovem cheias e secas
Que tem em si tantas formas de existência
Tantos seres, verdadeiras belezas
Essas águas que nos preserva a vida
Na Amazônia encontra um bom lar
Encontra um berço, um lugar para repousar
Essas águas tão profundas
Tão exóticas e cheias de segredos
É nosso bem nacional.
Sinal de perigo
Hoje estamos em risco
Estamos em uma verdadeira encrenca
O futuro está em jogo
De nossos iguais depende a felicidade
As árvores soltam um urro de dor
E as lagrimas dos rios secam diante tanto sofrimento
Caminhos do MERCOSUL 2015
Não há beleza na ganância dos homens
Pois elas empobrecem a vida
Desmatamento é um ato cruel
Serras perfurando o coração da madeira
O solo perdendo as esperanças
O estrondo da queda é o fim e o início do sofrimento
É mais uma arvore que se perde
Mais um prejuízo banal
E as águas sentem logo o prejuízo
A erosão espalha-se
Perde-se toda gloria
Não há mais arvores para seu ciclo
Não há mais vida para nós
O mal assim se espalha
E logo um país da água sente falta
E logo um mundo inteiro pede ajuda
Ah, Amazônia!
Quanto encanto tem suas águas
Perdoe nossa falta de bom senso
Que delas descuida e desdenha
E é tão preciosa
Mas não nos importávamos
Não até agora
Hoje notamos sua importância
E dela temos necessidade
Até gringo entra na dança
E nossas águas pirateiam
Pois vergonha não há
Mas uma necessidade, sim
Oh, quão divina tu és?
Mantêm o verde de nossas florestas
E também a vida dos ribeirinhos
Que de ti tira o alimento da família
O sustento do lar
Tuas águas desaguando no oceano
Maior beleza não há
Pois a vida que de ti irradia
Não há com o que comparar
Mas querem usar-te outra vez
E novas barreiras querem implantar
Geração de energia é o que querem
Usar nosso patrimônio é o que devem
Isso não se deve deixar
E há a poluição
E há o desperdício
E há a necessidade de nos conscientizar
Isso é um ultraje
Um pecado sem perdão
Caminhos do MERCOSUL 2015
Assassinar nossa Amazônia
Nossas águas
Por ganância
Por querer o que não é certo
Por ainda ter o que beber
Quando ela acabar
E então?
Como será?
Ver nossas crianças morrer
Sofrerem a agonia da sede
Ver tudo a nossa volta perder a cor
E toda aquela abundancia que tínhamos
Não soubemos preservar
E então, um mundo iremos querer salvar
Mas será tarde demais
Só então perceberemos o quanto ela nos é importante
Conserva-nos a vida
E como somos ingratos
Desperdiçamo-la
Já não temos consciência
Mas sabemos o risco que corremos
Por desmatar
Por matar o que é belo
Para que nossos desejos possamos rapidamente satisfazer
Aquela água que deságua no oceano
Tão pura e abundante
O oxigênio nos ajuda a manter
Por que somos tão inocentes?
E não vemos o crime que cometem em nossa floresta?
Estão assassinando nosso presente
Impedindo o futuro de crescer
Vejam só como somos culpados
Atitude? Não sabemos ter
Vemos o descaso com a água a nossa volta
E o que fazemos além de ver?
Reclamamos e culpamos o governo
Mas ficamos sentados no sofá
Enquanto o problema prevalece
O desmatamento nossa vida prejudica
Por isso deve logo ser cessado
A água é essência da vida
É nossa garantia
Mas há um ciclo que se deve manter
Para que esse ciclo possa continuar
Somos o bem contra o mal
Juntos, podemos preservar nosso bem nacional
A água é puro ouro
A água é nosso maior tesouro
Caminhos do MERCOSUL 2015
Bibliografia

Artigos científicos:
ALMEIDA, R. Amazônia, Pará e o mundo das águas do Baixo Tocantins. Estud. av. [online]. 2010, vol.24, n.68, pp.
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COHEN, J. C. P; BELTRÃO, J. C.; GANDU, A. W.; SILVA, R. R. Influência do desmatamento sobre o ciclo hidrológico
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http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/ambiente/nossa-agua-vem-da-amazonia-823480.shtml>.
PORTAL AMAZÔNIA. Ciclo das águas. Acesso em: 15 de junho de
<http://www.portalamazonia.com.br/secao/amazoniadeaz/interna.php?id=393>.
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Disponível
em:
TERRA. Desmatamento na Amazônia provocaria menos chuvas. Acesso em: 16 de junho de 2015. Disponível em:
<http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI485815-EI299,00Desmatamento+na+Amazonia+provocaria+menos+chuvas.html>.
Caminhos do MERCOSUL 2015
Ensaios
La educación, la mejor aliada
María de las Mercedes Pichel
Argentina
Lo primero que surge es la pregunta: ¿Qué puedo hacer yo para colaborar con la preservación de la
floresta amazónica? Y de inmediato, la segunda pregunta: ¿es la educación el instrumento confiable para encarar
aquella empresa?
Si la respuesta a la primera pregunta es que poco o nada puedo hacer yo, ya estoy confesando que no
creo en la condición de ciudadano del mundo que deberíamos tener para ilusionarnos, por lo menos, con una vida
mejor.
Si la respuesta a la segunda pregunta también es negativa, es decir que considero que la educación es
apenas una nota a pie de página en nuestra vida cotidiana, estaría confirmando aquello de que solamente me
interesa lo que conozco.
Pero si la respuesta a ambas preguntas es que el sentido de mi existencia está dado por mis vínculos con
los demás y, más genéricamente, con el futuro del planeta, y que la educación es hermana del conocimiento,
estaría abriendo una puerta por la que muchos otros podrían pasar para hacer frente a desafíos conjuntos.
Se debe siempre tener presente que la delimitación de lo que da en llamarse selva amazónica se encuentra
en Bolivia, Brasil, Colombia, Ecuador, Guyana, Perú, Surinam y Venezuela. Por tal razón, al enfocar un tema como,
por ejemplo, el de la deforestación se podrá encontrar decisiones y acciones nacionales e internacionales porque
las consecuencias de cada una de aquellas serán, precisamente, nacionales e internacionales. Y así como los
efectos de lo actuado impactan tanto dentro como fuera de las fronteras nacionales, el propio fenómeno de la
deforestación no se agota en sí mismo en el sentido de que involucra la desaparición del bosque y nada más; por
el contrario, la pérdida de árboles conlleva la pérdida del hábitat por ellos delineado y la desaparición de las
especies que en él se encontraban, la alteración del ciclo del agua y de la regeneración del suelo y la modificación
del microclima local.
Esa caracterización multiestatal de la denominada selva amazónica tiene también una consecuencia no
deseada en tanto podría llegar a impedir –o al menos entorpecer- emprendimientos o tareas conjuntas sobre el
sector, y que proviene del hecho de que cada país estableció su propia delimitación del territorio amazónico
atendiendo, en muchos casos, a límites legales antes que ecológicos.
Si la floresta amazónica se ubica entre las mayores florestas tropicales del mundo, con gran biodiversidad,
fauna, una flora que contiene cerca del 20% de las especies vegetales de nuestro planeta, reserva de agua dulce
en sus ríos, grandes ecosistemas tropicales de características diferentes, entre otras características, no existe
forma de que pueda ser ignorada. Mejor dicho, no debería existir forma de ignorarla, porque en los hechos el
hombre mismo ha hecho mucho para darle la espalda o destruirla valiéndose de su deforestación y errónea
administración de los recursos que el área posee y ofrece a la humanidad.
Cuando el Banco Mundial, referenciando los aspectos que harán a un proyecto de desarrollo sustentable,
cita la articulación y participación equilibrada de cuatro tipos de capital, a saber: el natural (recursos naturales
con los que cuenta una sociedad, país o comunidad); construido (el generado por el ser humano y que incluye la
infraestructura, bienes de capital, capital comercial, financiero); humano (determinado por el grado de nutrición,
salud y educación de la población) y social (conjunto de valores y actitudes compartidas, capaces de generar
confianza entre los actores sociales), lo que está haciendo es explicitar una orientación hacia el compromiso de
unos con otros
Caminhos do MERCOSUL 2015
En efecto, si nos ubicamos dentro de las precisiones que caracterizan al denominado capital social, vemos
que allí puede estar nuestra “causa común”. Los valores son la cooperación, la solidaridad, la tolerancia, la
confianza, la reciprocidad, y nos ubican en la máxima de Publio Terencio: “hombre soy, nada humano me es
ajeno”; y no hay forma de llegar a ello si no es a través de la educación que nos aporta el conocimiento, nos iguala
en las herramientas y nos muestra un futuro.
La educación nos podría enseñar a pensar y utilizar los criterios necesarios para diferenciar lo que podría
ser necesario ahora (por ejemplo, la búsqueda de alimentos o materiales) de lo que sería beneficioso para el
futuro (preservar, multiplicar). Lo que se utiliza hoy sin ninguna precaución ayudará al desequilibrio de la
estabilidad ambiental, que es una cuestión nada fácil de revertir. El conocimiento sobre el presente y la conciencia
sobre el futuro son los elementos que harán que el hombre busque la forma de compatibilizar, por ejemplo, la
necesidad actual de construir caminos, diques hidroeléctricos, o de fomentar la explotación minera, con la formas
racionales de protección de la floresta.
Esas exigencias para el aquí y ahora constituyen una fuerte corriente de presión a favor de cultivos, obras
públicas, emprendimientos comerciales con la madera, entre otros ítems; pero a ello se opone una no menos
fuerte presión social de quienes se han formado, capacitado, de quienes se han interesado y han tomado
conciencia y elevado su voz para advertir que el camino elegido no va a tener un buen final para el conjunto de la
humanidad. Los recursos forestales pueden tener un potencial de gran escala para una economía; la cuestión
radica en discernir si eso es determinante y suficiente para condicionar las condiciones de vida de grandes
comunidades. El tema sigue siendo encontrar la fórmula para un delicado equilibrio entre el crecimiento
económico y las consecuencias y beneficios que el mismo –desarrollado sin controles ni previsiones- puede dar,
condicionar o negar a la sociedad.
En este último punto, y a título de ejemplo, se ha señalado que la explotación forestal y la conversión no
han generado ni un desarrollo humano genuino, ni oportunidades de empleo, ni una mejor distribución de los
ingresos para la población local o beneficios ambientales para la región. En esa dirección, señala Claudia AzevedoRamos que alrededor del cuarenta y cinco por ciento (45%) de la población de la Amazonia brasileña tiene ingresos
que la sitúan por debajo de los indicadores de la línea de pobreza.
Cuando la educación ambiental deja de ser una novedad incluida en la currícula escolar meramente como
un compromiso de momento con un tema que solamente interesa a partir de una determinada presión social de
circunstancia, y se convierte en una disciplina que hace visibles las cosas, que enseña, que habla de pasado y
presente pero también de futuro, es cuando aporta su verdadera dimensión. Un ejercicio práctico sería seguir el
derrotero de la floresta amazónica desde la declaración de Estocolmo de 1972 (Conferencia de las Naciones
Unidad sobre el Medio Humano) en la que irrumpe la noción de educación ambiental, hasta nuestros días; ver
qué se tenía en aquel momento y que ha quedado ahora; conocer qué se hizo bien y qué mal; establecer qué
grupos etarios y sociales se incorporaron al lento proceso de toma de conciencia; valorar quiénes se han
interesado en capacitarse para educar y quiénes quieren ser educados; preguntar por la acción verdadera del
Estado, más allá de los discursos institucionales.
El principal problema que puede presentarse es el de propiciar un dogmatismo que todo lo abarque. El
bosque amazónico no es homogéneo sino que, por el contrario, presenta amplias zonas ecológicas con identidad
propia, razón más que suficiente para discutir y elaborar soluciones múltiples a situaciones locales, particulares,
que también son múltiples.
La misma declaración de Estocolmo enunciaba principios generales que parecían apuntar a un universo
de personas en similares condiciones, y presentaba a la educación como una suerte de instrumento apto para
superar todas las dificultades y todos los límites.
En la República Argentina, la Ley N° 26.206 (Ley de Educación Nacional) define a la educación y el
conocimiento como un bien público y un derecho personal y social garantizados por el Estado (art.2°). Esa sola
definición nos da una idea de articulación, de integración de disciplinas. La educación como una vía aislada pierde
su dimensión integradora en la comprensión y respuesta a las necesidades sociales; la realidad social es compleja
y en ella interactúan cuestiones biológicas, culturales, económicas, políticas. Al ser un derecho personal y social
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garantizado por el Estado, éste también debe acompañar el proceso a través, por ejemplo, de legislación
procedente y una actuación acorde con la misma.
Desde el momento en que la educación pierda su aislamiento, podrá enfrentar también con mejor suceso
deformaciones como el enciclopedismo o el carácter de espectador meramente pasivo del alumno, porque la
acción interdisciplinaria detecta el problema concreto y promueve su solución.
Hasta aquí vimos que la educación no es una herramienta única, y que su utilidad para provocar huellas
sociales resulta de su acompañamiento con cambios en el resto de los aspectos de la vida social. De allí que, por
ejemplo, en la Carta de Belgrado de 1975, se insta a lograr que la población mundial tenga conciencia del medio
ambiente y se interese por él y por sus problemas conexos, contando con conocimientos, aptitudes y motivación
para trabajar sobre los problemas actuales y prevenir los futuros. Es un primer paso en el que se valora a la
educación, pero reconociendo otros espacios con los cuales debe interactuar, como el ecológico, el político,
económico, tecnológico, cultural, social, entre otros aspectos que también tienen injerencia en la vida de cada
grupo social.
En el Taller Subregional de Educación Ambiental para la Enseñanza Secundaria celebrado en Chosica, Perú,
en 1976, también se advertía que la educación no es gestora de los procesos de cambios sociales, aunque cumple
un papel de fortalecimiento y aceleración de los mismos, no debiendo limitarse a señalar los problemas sino que
debe apuntar a establecer causas y a proponer soluciones.
En esa dirección, en la conferencia de Tbilisi de 1977 se reconocieron defectos como hacer de la educación
ambiental algo abstracto y fuera de la realidad local; transmitir conocimientos sin la consecuente formación de
comportamientos responsables; dar excesiva atención a temas de conservación de recursos naturales y vida
silvestre antes que a la atención de las dimensiones económicas y socioculturales que hacen a las orientaciones e
instrumentos conceptuales y técnicos necesarios para la mejor utilización de aquellos recursos para la satisfacción
de necesidades humanas presentes y futuras.
La Cumbre de Río de Janeiro y el Congreso Iberoamericano de Educación Ambiental de Guadalajara,
ambos de 1992, fortalecieron la incorporación de lo ambiental en el ámbito de la educación básica y la creación
de programas académicos para la formación de especialistas en temas ambientales y afines quienes, a su vez,
comenzaron a organizarse y vincularse a través de redes.
Como no es la intención de este trabajo la enumeración de encuentros y congresos internacionales, sólo
se agregará la mención del seminario Taller Regional sobre Educación e Información en Medio Ambiente de
Santiago de Chile de 1994; la Reunión para América Latina sobre la Gestión de Programas Nacionales de Educación
y Capacitación para el Medio Ambiente y el Desarrollo de Quito de 1995; la Cumbre de las Américas de Santa Cruz
de la Sierra de 1996. Todos ellos, con sus matices, reafirman la orientación, más allá de iniciativas –como las del
Banco Mundial- que proclaman la ineficiencia y baja calidad de la educación pública por el bajo rendimiento del
capital, esto es, la relación inversa entre lo invertido y la cantidad de graduados en cada nivel y modalidad, y que
persiguen, a través del apoyo a formas indirectas de financiamiento, apartar al Estado de su rol educador.
Por último, en el MERCOSUR, el Subgrupo de Trabajo N° 6 –Medio Ambiente- fue creado en el año 1995
(Resolución N° 20/95). Su objetivo general es garantizar la protección e integridad del medio ambiente de sus
Estados Partes, esto es, Argentina, Brasil, Paraguay, Uruguay y Venezuela. Es un órgano técnico dentro de la
estructura comunitaria, y cuya tarea es promover el desarrollo sostenible, mediante acciones que garanticen la
transversalidad de la temática ambiental en el proceso de integración, impulsando medidas ambientales efectivas,
económicamente eficientes y socialmente equitativas.
Pensar en la educación como en una herramienta que proteja nuestro presente y garantice nuestro futuro,
encuentra en su concreción la particularidad de tener que señalar, al menos, su historia diferente en las distintas
regiones del mundo, porque ese origen variado tiene influencia en su enfoque.
En esa línea advertimos que no solamente deben tenerse en consideración los distintos elementos
culturales, políticos, sociales, económicos y pedagógicos; al respecto es de mucha importancia conocer desde qué
ámbito tuvo su primer impulso la educación ambiental. Así, al citar a los maestros primarios en Estados Unidos, a
los académicos en España o a los biólogos trabajando en proyectos de conservación en América Latina, estamos
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observando que ese origen variado deja una marca particular para el tratamiento del tema dentro de cada región,
con la consecuencia que resulta natural a ello en las orientaciones, destinatarios y problemáticas.
A primera vista, esa variedad puede dar toda la sensación de constituir una debilidad para la materia. Pero
no parece resultar así; variedad no es desorden ni caos; por el contrario puede ser una fortaleza en el sentido de
permitirle abarcar las diferencias naturales que existen entre las regiones del planeta y, a partir del conocimiento
mutuo de personas y experiencias, llegar a principios generales que, paradójicamente, se alejen de las
abstracciones para para tener verdadera incidencia en lo concreto. Porque, ciertamente, las diferencias regionales
pueden llegar a hablar de educación popular ambiental, gestión ambiental comunal, ecología solidaria o ecología
social; pero aquello que parte de lo local no por eso deja de lado convicciones sociales, culturales, políticas y
económicas.
Cuando, en definitiva, el consumidor final del producto ha tomado conciencia de su propio compromiso,
en el otro extremo las empresas productoras, por ejemplo, de papel y celulosa (aunque lo mismo podría valer
para referirse a la extracción de minerales o al establecimiento de unidades productoras agrícolas o ganaderas),
se encuentran ante la opción de cambiar ellas mismas la capacitación de su personal y el enfoque técnico de su
actividad como una manera adecuada para mantener ese mercado ahora preocupado e interesado en el medio
ambiente, o sufrir las inevitables consecuencias tanto económicas, por una reducción de operaciones comerciales
a través de boicots o de compras alternativas, como legales o administrativas, por las regulaciones que los mismos
estados pueden llegar a establecer –y, en especial, a imponer en su operatividad efectiva y no meramente
declamatoria- ante la vigencia de nuevos paradigmas surgidos de la presión social frente al fenómeno del impacto
ambiental.
En este punto, el gobierno de la República Federativa del Brasil se encuentra comprometido en la lucha
contra la deforestación ilegal y en la promoción del desarrollo sustentable, involucrando en las acciones por
desplegar al sector empresarial y a la sociedad. Una de esas medidas es el establecimiento del Grupo Permanente
de Trabajo Interministerial, con la intervención de varios ministerios que elaboran estrategias y coordinan
acciones del Gobierno Federal en la Región Amazónica. De allí salió el Plan de Acción para la prevención y Control
de la deforestación en la Amazonia Legal, con cuatro líneas fundamentales: ordenamiento territorial rural;
monitoreo y control ambiental; fomento de actividades sustentables; infraestructura ambientalmente
sustentable.
Otra de las medidas –impulsada en este caso por la sociedad civil- fue promover un movimiento popular
en búsqueda de un desarrollo apropiado para la región. Sobre la base de estudios y audiencias públicas, el
gobierno federal creó un grupo de trabajo en el que participaron 21 instituciones federales, las que elaboraron el
denominado “Plan sostenible Br163”, el cual, si bien fue adoptado por el gobierno federal y el estatal con el
compromiso de acciones y políticas afines, debe tenerse como el gran resultado del compromiso que, en un
momento dado, asume la sociedad civil. Organizarse y actuar antes que esperar que otro lo haga.
Es muy probable que muchas de estas acciones o, mejor dicho, de estos cambios en las acciones, no
hubiesen tenido lugar o se hubiesen demorado si la educación no se hubiese presentado como el elemento
aglutinante, como el campo en el que los formadores y los educandos expusieran el riesgo cierto que significa
para toda una comunidad su desinterés por la cosa común, en este caso representada por el medio ambiente. En
definitiva, Brasil ha llevado al ámbito interno cuestiones previstas en acuerdos a los que adhirió (Convención
Marco de las Naciones Unidas sobre Cambio Climático; Convención sobre Diversidad Biológica; Agenda 21 y los
Principios sobre Florestas –resultantes de la Cumbre de Río de 1992-; y las recomendaciones del Foro de las
Naciones Unidas sobre Florestas).
Esa participación internacional tuvo su correlato en mejoras en la técnica legislativa; en acciones de
investigación y de fiscalización; en la implementación del sistema de monitoreo por satélite DETER y PRODES
(Detector de Deforestación en Tiempo Real, con estimaciones mensuales el primero, y anuales el segundo) en
2004; en el lanzamiento de Arpa (Programa Áreas Protegidas de Amazonia) durante la Cumbre de Johannesburgo
en 2002 y que propicia el apoyo financiero a largo plazo como así también la creación, implementación y
consolidación de unidades de conservación que lleguen, como mínimo, a los cincuenta millones de hectáreas en
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Amazonia; en la promulgación en 2006 de la ley de ordenación de bosques públicos que confirió a éstos una mayor
importancia social, ambiental y económica y les reconoció la condición de bien público; en la creación de distritos
forestales sostenibles como elementos de planificación regional y medio para fortalecer en la cuenca amazónica
la economía basada en el bosque, siendo tales distritos zonas en las que las políticas de ordenación forestal,
tenencia de tierra, energía, industria, educación, ciencia y tecnología tienen como principal finalidad la
estimulación de actividades forestales o de recuperación forestal.
A modo de conclusión
A lo largo de todos estos años de encuentros y conferencias, percibo que los problemas se mantienen.
Por un lado se pretende imponer un concepto de educación ambiental antes que discutirlo y proyectarlo en un
ámbito común; se sostienen generalidades que luego se pierden al tomar contacto con las problemáticas locales;
desde le gestión estatal es más lo que se dice sobre políticas públicas referidas al tema que lo que verdaderamente
se ejecuta.
En su legendario discurso “yo tengo un sueño”, Martin Luther King nos muestra tres momentos: el inicio,
la esperanza, lo que se prometió; luego el presente, con todo lo que se hizo a contramano de aquel camino; y por
fin, abriéndose al futuro, el compromiso con lo que todavía es debido.
En apariencia ya conocemos el punto de partida: darle la espalda al ambiente es comprometer nuestro
presente y desinteresarnos por el futuro, porque en este caso hacer o no hacer marcará nuestra calidad de vida,
con el agravante de que aquello que se destruye -por acción u omisión- en la naturaleza perturba un orden y no
tiene sustitutos. Al día de hoy han proliferado encuentros y trabajos que, con sus diversos matices e intereses,
han consolidado la idea de que la educación ambiental debe ser enfocada como un proceso permanente que
incluye valores, actitudes y aptitudes del grupo social.
Las dificultades de los grandes enunciados internacionales han sido representadas por el paso de la
palabra a la acción concreta, dentro de cada Estado, de cada comunidad; cómo llevar a la práctica lo que parecía
imperativo. Por eso se destaca la Carta de la Tierra (2000) que, antes que continuar con esa práctica, se convierte
en una declaración de valores éticos encolumnados en varios principios generales (respeto y cuidado de la vida,
integridad ecológica, justicia social y económica, democracia, no violencia y paz). Es precisamente ese contenido
lo que la convierte en moralmente vinculante para los Estados.
Resultará obvio señalar que si el enunciado del problema es exclusivamente el de encontrar mecanismos
que, en lo inmediato, respondan a una exigencia de asegurar beneficios económicos –contando para ello con la
actuación firme y constante de las empresas interesadas y con el respaldo de los estados, sea por acción o por
omisión-, todo lo que pueda hablarse sobre educación, impacto ambiental, etc. tendrá un camino accidentado.
Un gran desafío será el de lograr que todas las acciones que se orientan a la protección y al uso sostenible
de los bosques, adquieran un carácter permanente y no sean solamente un paliativo circunstancial y transitorio.
Voluntad política, por un lado, y compromiso cívico, por el otro, y conectados por la educación, son la respuesta
para el reto. En estas cuestiones no debe haber resignación, como si todo ya estuviese definido y fuese inamovible;
ni el desinterés propio sostenido en un eventual compromiso y acción de los demás.
El Informe de Desarrollo Humano Mundial (1998) sostiene que alrededor de un tercio de los bosques
originales de la tierra ha desaparecido, y los dos tercios restantes han sufrido cambios significativos. La
deforestación tiene un impacto directo como causa de hambrunas, sequías e inundaciones; la extracción de
madera también tiene consecuencias en la aparición y expansión de focos de fuego ya que ofrece grandes
cantidades de combustible fino como residuo de la explotación, destruyendo, además, la cobertura vegetal que
podría hacer las veces de barrera contra los incendios ocurridos en aquellos sectores próximos en los que es usual
la utilización del fuego para tareas de limpieza.
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La floresta amazónica es una plataforma para innovaciones en la gestión comunitaria de los recursos
naturales y de la protección forestal pública, pero la extracción ilícita de madera en gran volumen actúa como un
impedimento significativo en la adopción de prácticas apropiadas de corte, con deflación todavía mayor de los
precios y la cualidad. Gran parte de la madera tropical brasileña es proveniente de la deforestación: cerca de 2,3
millones de hectáreas de florestas son anualmente cortadas para expansión de la agricultura y otros fines (FAO
2000).
Ante semejante panorama, las exigencias de que los productos y servicios forestales sean producidos de
manera sostenible se fundamentan en la preocupación mundial por la protección de la biodiversidad, hallándose
en un buen proceso de desarrollo la incorporación de la certificación del manejo forestal.
En 1993 se reunieron en Toronto representantes de organizaciones no gubernamentales, de productores
y de compradores de madera, para dar inicio a un proceso que llevó a la creación del Consejo de Manejo Forestal
(FSC). Desde su fundación, el Consejo de Manejo Forestal ha conseguido que alrededor de 31 millones de
hectáreas de florestas sean certificadas bajo el control de cerca de 450 compañías que operan en 56 países y más
de 2500 líneas de productos ahora tengan el sello de la cadena de custodia del Consejo.
Esta es una cuestión concreta en la que la educación, la toma de conciencia y la consideración racional de
aspectos comerciales, sociales y ambientales, lleva a que todo aquello vinculado con la industria maderera haga
que ésta comprenda que su imagen y la evolución del negocio no pueden dejar de lado los cambios e innovaciones
en la tecnología de producción y en el manejo de floresta sostenible. La sociedad puede conocer y aprobar el
proceso de cambio en la medida en que tales acciones se difundan mediante inspecciones y certificaciones
confiables.
El gran desafío de la educación para hacer frente a estas problemáticas es encontrar la manera de no
convertirse en un mero instrumento limitado a generar información y difundirla. Leemos en la reciente encíclica
papal Laudato Si’ que “la existencia de leyes y normas no es suficiente a largo plazo para limitar los malos
comportamientos, aun cuando exista un control efectivo. Para que la norma jurídica produzca efectos importantes
y duraderos, es necesario que la mayor parte de los miembros de la sociedad la haya aceptado a partir de
motivaciones adecuadas y que reacciones desde una transformación personal.
Si hay precisamente un tema en el cual se podrían dejar de lado las palabras, las generalidades, y verificar,
en el terreno mismo y con la propia acción, si existe voluntad de interactuar, es, a mi entender, el de la zona de
influencia del río Amazonas -la Amazonia-, el bosque tropical más grande del mundo y, como tal, el gran generador
de oxígeno hacia la atmósfera; una cuenca amazónica que, con el agua, los bosques, la oxigenación del medio
ambiente, está a disposición de las necesidades de la humanidad.
Todo lo que se ha dicho sobre la acción interdisciplinaria, la capacitación, la toma de conciencia, tiene aquí
su desafío concreto para determinar su real valor y dimensión. Aquí se podrá discernir si la responsabilidad de
actuar recae exclusivamente en los estados de la región (Tratado de Cooperación Amazónica de 1978), que
deberán sopesar el desarrollo económico, por un lado, y, por el otro, la preservación de la zona; o si, en cambio,
hay una responsabilidad compartida con la comunidad internacional en la generación de instrumentos que
coadyuven en la tarea. Es decir, determinar si un bien de la humanidad (“una región estratégica para la
humanidad”, “pulmón del planeta” -más allá de que el oxígeno liberado por la floresta sea utilizado para la
subsistencia de su propia biodiversidad-, “sostén del futuro de la humanidad”, entre otras definiciones que
pretenden resumir en pocas palabras su significado) le permite a ésta participar de sus beneficios pero sin asumir
responsabilidad alguna en su preservación.
Siempre que no haya un enfoque conjunto para establecer pautas de desarrollo para el Amazonas,
considerada como una región antes que como un simple territorio parte de un país, todo lo que se vincule con la
preservación y el uso adecuado de los recursos naturales estará en controversia. Por eso adquieren relevancia
proyectos regionales como los que sostiene el Tratado de Cooperación Amazónica y que persiguen, entre otros
aspectos, lograr compromisos institucionales para coordinar el seguimiento de las acciones y la adopción de
procedimientos de interacción institucional a nivel nacional para fortalecer el alcance regional; mejorar la
capacidad técnica de quienes tengan la tarea de monitorear la deforestación y el uso del suelo en la región;
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conformar mapas regionales con respecto a la deforestación (2000-2010 y 2010-2013). Entonces, quienes tienen
a su cargo la toma de decisiones tendrán también más y mejor información, y podrán formular respuestas políticas
adecuadas, establecer marcos reguladores y evaluar, con todos esos elementos, la corrección de aquellas
decisiones.
En sus líneas finales (“El camino hacia adelante”), la Carta de la Tierra da valor a la esperanza; “Que el
nuestro sea un tiempo que se recuerde por el despertar de una reverencia ante la vida; por la firme resolución de
alcanzar la sostenibilidad; por el aceleramiento en la lucha por la justicia y la paz; y por la alegre celebración de la
vida.”
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Yvy Maraey y el éxodo del pueblo guaraní
Marcelo Amílcar Ortiz Espinoza
Bolivia
1. Introducción
Lo que encierra la Amazonía
Amazonia, palabra que pinta en nuestra mente la imagen de una hermosa y serena e imponente selva, la
más extensa del mundo y el sistema fluvial más grande del planeta. La Amazonía el rincón más verde y pulmones
del planeta, con el río más caudaloso del mundo, es un inmenso territorio que ocupa la parte central y
septentrional de América del Sur extendiéndose hasta la selva tropical de la cuenca del rio amazona, se considera
que este territorio llega a los 6 millones de km2 y está repartido entre nueve países de los cuales Brasil y Perú
tienen la más grande parte.
Debido a que la selva amazónica se desarrolla alrededor del rio amazonas y de su cuenca fluvial y con las
altas temperaturas se desarrolla ahí una vegetación exuberante y única y por eso se le ha dado el título de pulmón
del planeta ya que mantiene un equilibrio climático en el planeta.
El bosque de la Amazonía influye sobre la vida en la Tierra a través de varios procesos, muchos de los
cuales aún estamos tratando de comprender plenamente. Este bosque el acondicionador solar más grande del
mundo, transformando la mitad de toda la energía solar que le llega por medio de la evaporación de grandes
cantidades de agua del follaje y otras superficies de manera que nuestras vidas están conectadas directamente
con la Amazonía.
La Amazonía también es la región de mayor biodiversidad del planeta que aloja al 10% de los mamíferos
del planeta y un sorprendente 15% de todas las especies vegetales. En pocas hectáreas de este vasto rincón del
mundo hay más especies de árboles que todas las especies vegetales de Estados Unidos y en una sola hectárea
viven tantas especies de hormigas como todas las hormigas de Europa.
La superficie que ocupa la Amazonía en el planeta es del 7% pero constituye más de la mitad del
patrimonio biológico Sus ríos tienen la quinta parte de toda el agua dulce del planeta, y el sistema hídrico del
Amazonas es el tributario mayor de todos los océanos. En este reducto de paraíso terrenal emerge una gran
abundancia de vida, diversidad cultural y biológica entremezclada e interdependiente en la Amazonia viven más
de 20 millones de personas acogidas en este enclave de sueño y fascinación, la madre selva cobija también a
220,000 indígenas pertenecientes a 180 pueblos diferentes cobijados en lo profundo de la selva como también en
la cuenca amazónica, importantes sociedades indígenas herederas de una cultura ancestral y milenaria.
Pero la Amazonía no es tan superficial como parece ser, bajo la sombra de esos bosques mágicos en el
verdor y calor de la selva en medio a la cuenca más grande del mundo se forjaron y crecieron pueblos ancestrales,
grupos de indígenas que fueron y siguen siendo testigos de otras formas de comprender la vida y de relacionarse
con la naturaleza con una organización, pensamiento, espiritualidad, economía y cultura integral una forma de
existir armónica la vida, un conocimiento y sabiduría que aún vive pero que quizá están próximas a tener un nuevo
significado. Estos pueblos originarios junto con muchas más comunidades tradicionales dependen del bosque de
la amazonia, el bosque les da todo lo que necesitan desde alimento, cobijo, herramientas y medicinas y juega
también un papel crucial en la vida espiritual de los indígenas. Más hoy esta forma de vida y el conocimiento
ancestral que tardó varios siglos en adquirirse está a punto de tener un nuevo significado. Por qué son tan
importantes los pueblos indígenas de la Amazonía, cuál es su situación actual, tendrá solución. Juntos podemos
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responder estás preguntas con el lente de la historia y andando por los caminos de la Amazonía esta mágica selva
que guarda sin olvidar mil historias de luz y de oscuridad.
2. Érase una vez la tierra sin mal
Para comprender entender el presente y poder cambiarlo es inexorable comprender también el pasado.
Toda historia tiene un inicio, un porqué y detrás de los pueblos amazónicos existe un amplio proceso y desarrollo
histórico, una comprensión profunda de la vida que se manifiesta en su manera de vivir y constituye su ser
colectivo y su identidad. “La identidad cultural emerge de la profunda relación que tiene un pueblo con su entorno.
De ella nace una forma de vida, un idioma, las danzas la música la vestimenta, etc. Comprender esa identidad es
recuperar la memoria y la historia en el tiempo presente y sirve para ver el sentido la expresión de la vida para un
pueblo.
“Un pueblo sin conciencia y sin identidad es un pueblo dominado o que fácilmente se deja dominar”
Pero también debemos saber y tener presente que una conciencia sin fundamentos es una conciencia
nula o una conciencia estéril que no sirve. Es entonces preciso si deseamos comprender la grandeza de estos y el
porqué de su fortaleza, entender su origen, su origen más allá de los datos históricos genéricos o simples datos
estadísticos, al origen de su conciencia colectiva y sus principales fundamentos, el conocimiento y sabiduría
forjada por varios siglos.
El origen de la tierra, Ñamandu el creador
Al principio de los tiempos existe el caos y las Tinieblas formados por la neblina primigenia y los vientos
originarios hasta que apareció Ñamandú (El primero, el origen y principio) quien había emergido en medio de
todo aquel caos. Entonces Ñamandú se manifestó en la tierra y lo hizo a la manera vegetal, las divinas plantas de
sus pies se afirmaron como raíces, extiende sus brazos como ramas florecidas, después construye su copa y se
yergue como árbol en una elevación celestial, entonces su corazón comienza a resplandecer tan fuerte que elimina
las tinieblas primigenias y todo el caos del mundo, y así después en este proceso Ñamandú concibe la palabra
creadora ”Ayvú” que después es llegada a los humanos para que desarrollen su lenguaje.
Ñamandú no había terminado la tierra y para la difícil tarea crea a las otras divinidades para que le ayuden
en su labor y así crea primeramente al dios de las palabras “Ñanderú Pi`aguasu” el padre de corazón grande,
segundamente crea al dios del fuego y de la energía solar “Karai”, después crea al dios de los chamanes y al que
maneja el humo y la neblina, “Yakairá” y finalmente crea al dios de las aguas, de las lluvias y del trueno “Tumpa”.
Y así fueron creadas las “divinidades sin ombligo” ya que no habían sido engendradas por ninguna mujer,
Ñamandú les impartió conciencia de su divinidad y de su “Ayvú” la palabra creadora.
Los cuatro compañeros también tuvieron sus esposas e iniciaron la labor de construir la primera tierra.
Ñamandú cruzó dos varas indestructibles y sobre ella asentó la tierra. Para asegurar que los vientos originarios no
la movieran, la sostuvo con cinco palmeras pindó sagradas: una en el centro y las otras cuatro cada una en un
extremo. Una hacia la morada de Karaí (al Poniente), la segunda hacia el origen de los vientos nuevos (al Norte),
la tercera hacia la morada de Tumpa (al Oriente) y la cuarta hacia el origen del tiempo-espacio primigenio (al Sur,
desde donde vienen los vientos originarios fríos). El firmamento descansa sobre esas columnas.
Junto a esta tierra, llamada Yvy Tenonde (Tierra Primera) se crea también el mar, el día y la noche.
Comienzan a poblarla los primeros animales el primer animal en volar fue el colibrí, la víbora fue la primera que
se arrastró, la primera en cantar fue la cigarra y comienzan a crecer las primeras plantas.
Había hecho la tierra toda cubierta de árboles, y para que hubiera campos sin arboles creó la langosta,
ella iba por todos lados, en algunos cavaba con la cola en el suelo y allí crecía el pasto y desaparecían los árboles,
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así se formaron las llanuras y cuando estuvieron listas llegó la perdiz y se quedó feliz ahí. Después inventó al tatú,
que se puso enseguida a escarbar la tierra, después hizo la lechuza que se volvió en la dueña de la oscuridad, por
eso duerme día y despierta en la noche.
Después vinieron muchos animales y también los primeros hombres y mujeres .Entonces Ñamandú volvió
a su morada “Yvagá” y dejó la tierra al cuidado de los cuatro dioses, más pasó el tiempo y algunas personas se
habían vuelto muy malas, y muchas cosas estaban mal.
Y es así que encomienda a Tumpa el que era inicialmente dios del agua y del trueno a limpiar la tierra de
todo mal y así cae un diluvio y después crea la nueva tierra. Esta segunda tierra ya no sería tan perfecta así que la
gente podría cometer unos cuantos errores antes de encontrar su redención y es así que los hombres que la
habiten tendrían que buscar y encontrar con sus méritos “yvy Maraey la tierra sin mal””
Es aquí donde inicia la historia realmente, Tumpá con la misión de crear la nueva contrae nupcias con
Arasy consagrándola, como su nombre sugiere, "la madre del cielo". Le asigna la luna como morada.
Tumpá y Arasy descienden a la tierra una mañana al cerro de Areguá y desde ese lugar crean la selva, los
ríos, los mares y a todos los seres vivos. Tumpá también creó la primera pareja de seres humanos. Para lo cual
tomó un poco de arcilla y la mezcló con jugo de ka'á ruvichá (yerba fabulosa), sangre de yvyja'ú (Caprimulgidae),
hojas de plantas sensitivas (entre ellas el jukeri: Mimosa sepiaria) y un ambu'á (Miriápodo). Con la mezcla hizo
una pasta que remojó con el agua de un manantial cercano: Tupâykuá (hoy Tupaikuá, lago Ypakaraí) para después
formar dos estatuas a su semejanza que expuso al sol para que se secaran y darles entonces vida.
Llamaron a los recién creados ante su presencia y Arasy habló: -Mujer, que de mi naciste a mi semejanza,
te doy por nombre Sypavé (madre de todos). Al varón, le dijo Tumpá: -te doy por nombre Rupavé (el padre de
todos). Tumpá les dió consejos para que vivan en amor y puedan pacíficamente procrear.
También puso a disposición de ambos todos los seres y productos de la tierra para que los puedan utilizar
sin desperdicios. A Rupavé le obsequió mbokajá (cocotero:), y Arasy a Sypavé la fruta del arasá (guayaba:).
Finalmente les anunció que algún día llegarían los Karaieté (señores del mal), y marcarían el destino de estas
tierras. Tumpá también creó junto a la pareja a Angatupyry (espíritu del bien) y a Taú (espíritu del mal), para
guiarles en la vida, y así iniciaron su vida los hombres buscando por siempre retornar a la tierra sin mal.
3. Ñandereko, Teko Kavi En busqueda del Yvy Maraey
Una de las mejores maneras de lograr comprender a los pueblos indígenas originarios de la Amazonía es
entendiendo lo que “Yvy Maraey”, La tierra sin mal y el profundo sentido que trasciende este concepto en sus
vidas, de manera que sería inútil continuar hablando de los pueblos originarios de la Amazonía sin hablar de su
búsqueda incansable de la tierra sin mal, una búsqueda que ha trascendido de tal manera que hasta hoy se
manifiesta en su forma de vida y su espiritualidad.
Tierra, territorio y la ecologia indigena tekoha
Solos e indefensos, habían sido creados por Tumpá en esta nueva tierra pero con el ideal de retornar al
paraíso perdido “Yvy Maraey”, la tierra sin mal, forjan un modo de vida y modelo cultural de acuerdo a ese
horizonte, el de alcanzar una vida buena en la tierra sin mal. Es así que los indígenas de la Amazonía inician
adaptándose a tierras tropicales y subtropicales y tiene un modo de vivir que se llegaría a dominar “una agricultura
itinerante” y tienen también un sedentarismo “semipermanente” ya que hacían migraciones periódicas en
búsqueda del mejor lugar para consolidar el ideal de la tierra sin mal. Se situaban siempre preferentemente a lado
de ríos, lagunas, y lugares con características ecológicas constantes: tierras aptas para sus cultivos de maíz,
mandiocas, barata, porotos y calabaza.
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Entonces los índigenas empiezan a adaptarse a la tierra que vive junto a ellos ya que van avanzando su
vida de acuerdo a los ciclos de la tierra y del cosmos alcanzando un avance profundo y así comienzan a convivir
con ella. El territorio es extendido al concepto de Tekoha que significa una práctica ecológica que al mismo tiempo
produce: relaciones económicas, relaciones sociales y relaciones político-religiosas que es en sí una ecología en
constante interacción que integra y une, no una ecología que solo produce y ya, sino una ecología con sentido de
productividad, reciprocidad y comunidad. El sentido del Tekoha es una ecología dinámica y comunitaria de manera
que la propiedad privada pierde su valor y se desarrolla sin el sentido de venta ya que los alimentos producidos
son producidos sin ningún sentido de ganancia, ni acumulación. De esta manera se concreta el Tekoha como parte
de un proceso de constante interacción y reciprocidad. La TIERRA constituye un espacio de comunidad, en
interacción, es en sí un lugar sagrado y TERRITORIO constituye el espacio de la tierra como una estructura
organizativa y dinámica en los distintos procesos que ella comprende y que va de acuerdo a la al proceso de
reciprocidad y comunidad de los pueblos originarios.
La forma de trabajar la tierra es muy sencilla Se promueve un modo de vivir dentro del ecosistema natural;
la armonía con la naturaleza es la norma; siempre se pide permiso aun para leves asuntos, piden permiso al
espíritu del agua y del bosque para entrar a cazar, con el único fin de satisfacer necesidades inmediatas de
alimento, vestimenta, cobijo, de manera que nunca se producen daños permanentes, porque tienen la conciencia
de que el mundo en su totalidad está vivo: las plantas, los animales, la gente, las rocas. La especie humana no es
superior sino una parte de igual importancia en la interacción de la vida, todos somos hermanos, y aquí también
podemos verla relación recíproca con la vida.
La preparación de los campos se hacía tan solo derribando los arboles necesarios, un ejemplo es el pueblo
guaraní que generalmente no hacían grandes chacos contiguos entre sí, tampoco necesariamente muy cercanos
al poblado, a no ser para los cultivos de yuca cuyo transporte, siendo más pesado, así lo exigía. Por supuesto en
la época no existía la amenaza del ganado, más siempre intentaron hacer el menor daño posible y es por eso que
suelen ser colonos migratorios con fin de “no gastar mucho la tierra” y preservar el medio sagrado en el que se
desenvuelven. La agricultura que desarrollaron es en fin orientada a la autosuficiencia, la tierra les da lo que
necesitan, ya que no existe entre ellos la necesidad de acumular, de buscar más y más.
La tierra buena
“La tierra buena, la que produce fiesta y palabra comunicada, es la misma que trae consigo la perfección
y la plenitud: aguyjé. Tanto los frutos, que alcanzan su plena madurez, como las personas, que alcanzan la deseada
perfección, tienen aguyjé” (Medina, 2002)
En esta perfección está expresado el ideal de La persona humana, con sus virtudes y ejemplos. Las grandes
virtudes del guaraní son el “buen ser”: tekô porâ; la justicia: tekô jojá; las “buenas palabras”: ñe’ê porâ; las
palabras justas: ñe’ê jojá; el amor recíproco: joayhú; la diligencia y la disponibilidad: kyre’y, la paz entrañable: py’á
guapy; la serenidad: tekó ñemboro’y, un interior limpio y sin dobleces: py’á potî (Op. cit.).
Todas estas virtudes que no solo representa un ideal sino una vivencia hecha y que continua viva ya que
la espiritualidad en los pueblos originarios de la Amazonía la experiencia se da entre el mundo no tangible y el
tangible y para ellos existe un enlace entre todos los elementos de la vida: el individuo, la cultura y la tierra ya que
vivimos en una constante interacción y reciprocidad Es así como los indígenas conviven con la tierra. Los indígenas
llevan una vida serena y armónica y comienzan a convivir con la tierra con el rio con los animales, se acostumbran
al bosque y el bosque se acostumbra a ellos. Inician en si a desarrollar una forma de vida, una “vida buena”
denominada en el idioma guaraní “Teko Kavi”: “Tú estás bien cuando estás bien con la naturaleza, con los espíritus,
con los ancianos, con los niños y con todo lo que está a tu alrededor, eso es una vida buena”.
La vida buena, Teko kavi, Ñandereko el bien es algo que se fue desarrollando en los pueblos indígenas de
la Amazonía desde un inicio, en búsqueda de alcanzar el ideal de la tierra sin mal es entonces que emerge esta
concepto de vida buena en la vida de los pueblos originarios de una manera totalmente colectiva no reduciendo
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este sentido de vida tan solo al bien de la gente del pueblo, limitándolo solamente a los seres humanos, sino
ampliando este paradigma a todo cuanto existe al bosque, al rio , a los pájaros, a los gusanos, a las piedras, en fin
a todo ya que una vida buena es la que preserva el equilibrio y la armonía entre todo lo que existe ya que todo
está conectado, todos somos interdependientes y el cuidado de uno es el cuidado de todos. Es de esta manera
que los pueblos indígenas desde el inicio de su historia adoptan esta manera de vivir y coexistir respetando los
ciclos de la naturaleza, del universo y manteniendo siempre el equilibrio con toda forma de existencia, de esta
manera de convivir en su existencia, una forma de alcanzar el paraíso y la tierra sin mal.
Ñandereko significa reciprocidad, unión y amor. Es la manera de convivir con solidaridad, compañerismo.
Ñandereko es respetar el espíritu del monte, es respetar el agua, respetar a los seres del monte, a los árboles, a
los animales, Ñandereko es respetar y amar a Dios…Todo eso es Ñandereko para los indígenas de la Amazonía.
La tierra-sin-mal como tierra nueva y tierra de fiesta, espacio de reciprocidad y de amor mutuo, produce
también personas perfectas, que no sabrían morir. Tras esta meta, nada utópica, ya que tiene lugar bajo nuestros
pies, han ido generaciones de guaraníes. Para el guaraní hay una relación directa entre tierra-sin-mal y perfección
de la persona; el camino de una lleva a la otra. Y así como la tierra-sin-mal es real y está en este mundo, la
perfección, que en su grado por excelencia incluye el no morir, es también real y se da en la tierra. La tierra-sinmal como tierra nueva y tierra de fiesta, espacio de reciprocidad y de amor mutuo, produce también personas
perfectas, que no sabrían morir. Tras esta meta, nada utópica, ya que tienen lugar bajo nuestros pies, van viviendo
todavía los pueblos indígenas en la Amazonía, la esperanza no se ha perdido.
4. El encuentro de dos mundos
Indudablemente en el mágico rinconcito verde del planeta ser habían desarrollado los pueblos originarios,
quienes también habían forjado una maravillosa cultura de la vida. Por mucho tiempo estos pueblos vivieron
plenos y felices en todos los aspectos en su sociedad, con un horizonte de una vida armoniosa y equilibrada su
tierra fue amada y protegida por siglos y vivieron en paz y amor, hasta que en el siglo XV surge el imperio colonial.
Los españoles enterados del mito de “”El Dorado”, una ciudad con cantidad de oro desorbitante, van buscando
por varios lugares saltando de región en región detrás de su ambición hasta que llegan a la Amazonía y con espada
y cruz en mano toma parte en la historia de los pueblos originarios de la Amazonía el mundo occidental, un mundo
del que nada sabían, del que nada malo esperaban. Cuando los que habían llegado se dan cuenta de su forma de
vida y sus paradigmas, les parece totalmente ridículo y es entonces que comienzan a someter a los pueblos
indígenas de la Amazonía, los cuales comienzan a ser despojados de su tierra, de sus mujeres y poco a poco de su
forma de vida.
[…] Desde el mismo momento de la conquista hispánica, llamó la atención de los conquistadores
y colonizadores el hecho de que los guaraníes no poseyeran templos, ni ídolos o imágenes para
venerar, ni grandes centros ceremoniales. No dudaron en concluir que se trataba de un pueblo
sin ningún tipo de creencias religiosas. La verdad era otra, la religiosidad existía y era
profundamente espiritual, a tal punto de no necesitar de templos ni de ídolos tallados.
Creyendo ignorantes y tontos a los indígenas guaraníes los españoles comienzan a poner un yugo sobre
los pueblos indígenas y los someten inicialmente con el QUID PRO QUO “Favor, por favor”. Niegan la autoridad
de los jefes de los pueblos indígenas y les despojan sus tierras, pero no pues no pueden entablar ningún convenio
con los indígenas ya que no lograr entender el propósito colonizador de los invasores. Los indígenas no entendían
la privatización de la tierra por parte de la administración del poder colonial.
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[…] Para ellos la tierra es una fuente de subsistencia que fue creada para el uso de todos. Sólo
Dios posee la tierra. El cultivo de la tierra como el fruto de la tierra es lo mismo que crear hijos.
Comprar la tierra por consecuencia sería la misma cosa que comprar al hombre, lo que significaría
la pérdida del concepto moral del ser humano y por consiguiente de la dignidad trascendental
del ser del hombre (GRUNBERG, 1975).
En las comunidades destrozan su campo agrario también se cometen varios actos de violencia, de manera
que para normalizar la situación comienzan a hacer tratos y alianzas con los indígenas quienes les dan sus tierras
e inclusive les dan a sus mujeres para que les sirvan, Los guaraníes no comprenden que los españoles, que aceptan
sus dones, no se sometan a su autoridad; es más, que sin dar nada y recibiéndolo todo, los traten como a sirvientes.
Según Meliá (1988a):
Los españoles aceptan el ofrecimiento de mujeres y el servicio de sus familias, pero no reconocen
la autoridad de los jefes guaraní. Domingo Martínez de Irala, en su relato de 1541, manifiesta así
este equívoco: “Tenemos de paz con vasallos de su majestad los indios Carios que viven 30 leguas
alrededor de aquel puerto, los cuales sirven a los cristianos así con sus personas como con sus
mujeres en todas las cosas del servicio necesarias, y han dado para el servicio de los cristianos
setecientas mujeres para que les sirvan en sus casas y en sus rozas”. Mas el problema no fue que
tomaran como sirvientas a las mujeres de los pueblos, sino que tales eran tratadas como piezas
de ganado despreciable (p. 18).
Aun de acuerdo con Susnik (1965, p. 12 apud Meliá, 1988b,):
“La documentación que existe de acuerdo a este respecto, es abrumadora y continuada. Poco a
poco, Asunción y sus alrededores, así como las pequeñísimas ciudades de Guayra se estaban
convirtiendo en campos de concentración de mujeres guaraní humanamente prostituidos,
físicamente violentadas, gimiendo bajo el peso de trabajos forzados. Como un caballo o como un
pedazo de tela, la mujer es una pieza: una pieza que puede ser comprada, vendida, trocada,
jugada, junto a una mesa de naipes. “Los españoles han tomado una mala costumbre en sí de
vender estas indias unos a otros por rescate”, decía un tal Andrada en 1545. Y una relación
anónima de aquel siglo habla asimismo de las muchas indias que los españoles tienen y “las
venden, y juegan, y truecan y dan en casamiento: habrá en la ciudad de Asunción de 20 y hasta
30 mil indias que se contratan por puercos y ganados y otras cosas menores, de las cuales se
sirven para las labores del campo.” A veces se recurría a una venta larvada como lo testifica el
padre Gonzáles Paniagua. “Los comuneros hacían venir a palos (a los indios) a trabajar y les
tomaron sus mujeres e hijas por fuerza y contra su voluntad, vendiéndolas, trocándolas porropas
y rescates” (p. 82).
De esta manera los invasores se apropian de su territorio, usurpan las tierras cultivadas, el trabajo de la
tierra se convierte después en esclavitud. Posteriormente van dividendo el territorio y creando encomiendas.
Guiados por su deseo de poder el sentido de acumulación los españoles dominan a los pueblos, los cuales deciden
sublevarse ante tanta injusticia, Pero la rebelión es tal, que el gobernador de Asunción, Pedro de Orantes, debe
pronto instaurar la “mita”: los guaraníes pueden vivir con sus familias, pero están obligados a trabajar al servicio
de los colonos en las épocas de siembra y de cosecha.
Finalmente con la invasión europea en la zona, llegaron los jesuitas, que, en cierto sentido, vinieron a
competir directamente con los españoles. Aunque extranjeros, traían un mensaje unificador y, sobre todo,
ofrecían algo muy importante: los guaraníes que aceptasen su convivencia pasarían automáticamente a estar
cubiertos por las leyes del rey de España.
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Una transformación cultural
La religión guaraní, dice Bartolomé Mejía:
[…] No era un religión de templo ni la imagen, ni de culto, menos todavía una religión, pero si un
religión de palabra, y que el más duro enfrentamiento empezó en la misión siendo esta entre el
misionero y cantor brujo, no hay que confundir a los antiguos guaraníes al jefe Tubicha con el
conductor del canto y de la danza, los misioneros han respetado a los primeros que ellos mismos
han incorporado a la organización social de las reducciones; a los segundos los han atacado. Había
que eliminar a los cantores del seno de las reducciones y se hizo posible gracias al reemplazo del
chaman por el misionero, reemplazo que este pudo no haberlo tomado en serio, pero que no ha
dejado de ser una realidad.
Los jesuitas en nombre del rey y de la santa madre iglesia, vienen y hacen frente al poder despótico
colonial que tanto había afectado a los pueblos originarios y definen una nueva sociedad para los indígenas, un
nuevo sistema con nuevas condiciones.
“La defensa del indio contra el servicio personal que exigían los encomenderos Consistía un
principio básico del plan jesuítico de reducción. Los padres que se Fueron a fundar las reducciones
del Guayra, llevaban instrucciones precisas de su provincial Diego Torrez Bollo, para que se
controlara la entrada de españoles y de ningún modo se permitiera que estos sacaran “piezas”;
es decir indios de servicio” (Melià, 1988b, p. 180).
Entonces los indígenas hacen una alianza con la iglesia, y se lleva a cabo un proceso de evangelización
difícil ya que los misioneros se dan cuenta que su manera de vida estaba fuertemente arraigado a ellos. La
evangelización en la amazonia fue la lucha de 15 siglos de cristianismo contra miles de años de una cultura
ancestral, de manera que pronto los misioneros se vieron imposibilitados de continuar su labor tal como hubieran
querido, y entonces deciden tan solo darle un nuevo rostro a la identidad de los pueblos originarios, y de alguna
manera se mantiene su forma de vida, su producción su convivencia “Se sabe por datos etnográficos que el
máximo valor cultural de los guaraní es la religión en la cual se estructura su modo de ser auténtico y específico.
De acuerdo con Melià (1988a):
[…] Su religión es una religión de palabra “soñada” y dicha por los chamanes y “rezada” en
prolongados rituales...”. La religión de Jesucristo que también es una religión de la palabra, en el
siglo XVI, en pleno estilo y cultura europea barroca, era preferentemente palabra localizada en
un templo y se apoyaba enormemente en la representación plástica, pintura y escultura, hasta
tal punto que, para muchos misioneros, un pueblo como el guaraní que no mostraba ni templos
ni ídolos, prácticamente no tenía religión (p. 202).
Se mantiene el sentido de comunidad y de acuerdo a la transformación cultural a través de la iglesia se
desarrollan las “reducciones” que a la par de un proceso de aprendizaje.
[…] Los jesuitas reconocieron que el don de los guaraníes merecía traducirse por una dignidad
superior. Esta dignidad, la expresaron en la liturgia, las fiestas, las danzas, las artes, incluyendo
las artes plásticas. Los jesuitas supieron traducir el prestigio guaraní dentro de las categorías
cristianas (Dominique Templo, 2002).
Y así se va desarrollando un espléndido arte en las reducciones jesuitas, que aún hoy se ve en varias
ciudades artesanales. El sistema jesuita de producción se centró en varias industrias como las tejas, los ladrillos,
la agronomía, la ganadería, etc.
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Los jesuitas lograron captar varios pueblos ya que mediante la evangelización ellos también hablaban del
“camino al paraíso” algo que impacto a los indígenas que permanentemente estaban en la búsqueda de La Tierra
sin Mal y de esta manera pronto lograron cambiar de forma permanente la organización política y espiritual en
una gran cantidad de naciones indígenas. Todas estas misiones se desarrollaron hasta fines del siglo XIX cuando
llegan a su declive y abandonan la región amazónica al igual que otras misiones.
5. El reino del mal en la tierra
El escenario tras el abandono de la misiones de las reducciones que existían fue totalmente diferente los
pueblos indígenas quedaron solos y desprotegidos y los diversos grupos que habían se aislaron entre sí, todos
intentaron recuperar el trabajo rural que habían tenido durante tanto tiempo y sobrellevar la situación en la que
estaban, mas ya en el siglo XIX se va consolidando el poder hacendal en la región amazónica despojando
nuevamente a los indígenas de sus tierras es así que ellos presenta una heroica resistencia y se da una lucha entre
los guaraníes y el propio estado en el país de Bolivia, una lucha gestada y guiada por un inminente líder Apiaguaiqui
Tumpá, que hace que todos recuerden su horizonte.
La Batalla de Kuruyuki
El pueblo guaraní estaba siendo nuevamente despojado de sus tierras y esta vez por el poder hacendal de
aquel entonces. Se mantenían conflictos constantes entre los pueblos indígenas y el gobierno y nadie daba una
solución, más el pueblo guaraní tenía fe en la llegada de un Tumpa, una encarnación humana de su divinidad, un
“Hombre- Dios “que traería la solución a sus conflictos.
Es entonces que después de una de las muchas batallas que tuvieron los guaraníes contra los hombres
blancos, al recoger los restos de la batalla encontraron a un bebe al cual acogieron en la comarca y lo dejaron al
cuidado del sabio “Guarariyu” ya que este será un ser especial y entonces el niño aprendió rituales, magia, a curar
con las hierbas, a comunicarse con sus antepasados. Entonces al crecer se volvió en un buen hombre y tras visitar
varias regiones y teniendo una gran aceptación entre todos los indígenas se hace conocer como Tumpa el de la
leyenda. Los guaraníes que para entonces reclamaban al gobierno que les otorguen tierras para su asentamiento,
y como el gobierno boliviano de aquel entonces no respondía los indígenas decidieron ayudar a Tumpa.
Apiaguaiqui Tumpa enseño a su pueblo el horizonte de ser “iyambae“, seres libres y en armonía. Enseñó
también la resistencia desde la espiritualidad y afirmó que toda lucha debe ser en alianza con la naturaleza. Es así
que tras reunir un ejército de guaraníes encabezó el levantamiento de Kuruyuki en 1892, el cual avanzo
exitosamente hasta que Apiaguaiqui es traicionado por el cacique de Caruruti. Entonces fue torturado
posteriormente fusilado. Con esto concluyó definitivamente las insurrecciones indígenas y se dio paso al despojo
de sus territorios.
La creación de la miseria en los pueblos amazónicos
Ya cuando el estado colonial republicano logra diezmar al pueblo guaraní se da un ciclo de caída y pérdida
de los pueblos indígenas quienes sufren con dolor la pérdida de su territorio. La institución de la hacienda se
consolida, y estructura también un sistema de producción de goma, quina, castaña y madera y llevando adelante
definitivamente el despojo del territorio indígena, también se da un trabajo forzoso y se somete la estructura
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indígena varias familias se dedicaron a la recolección y otros indígenas fueron desplazados por varios empresarios
alemanes, portugueses, ingleses y japoneses.
[…] Es sabido que los indígenas eran obligados a servir por una exigua paga, que en muchos casos
solo alcanzaba para el sostenimiento del siringuero, pero no así de su familia, cuando la tenían.
Especialmente teniendo en cuenta los precios exorbitantes de las mercancías que recibían a
cuenta. En otros casos, por cierto los más Frecuentes, eran inducidos con el cebo del alcohol para
que tomaran otros adelantos y artículos del almacén, Con el propósito falaz de amarrarlos a
perpetuidad al yugo de la explotación. Con lo cual las cuentas siguieron creciendo, estirándose
de forma mentirosa como chicle […] Y lo peor aún, cuando el siringuero moría, los adeudos de la
consabida cuenta pasaban a su mujer o a sus hijos, en calidad de herencia abusiva, impuesta por
los patrones y contratistas, en función de la Ley de Deudas vigentes en esos días. […] En 1914, (el
periódico) La Voz del Pueblo, acerca de esta trapaza leguleya informa que: “Ha habido casos en
que se han llevado indígenas a las regiones gomeras, allí han fallecido, y Regresando el patrón al
pueblo domiciliario del difunto, presentarle a la viuda la imaginaria cuenta, y por esto quitar
violentamente los hijos de mayor edad; y a falta De la familia despojarle de su miserable cabaña
en pago de lo adeudado (Justiniano, 2010, p. 12 apud Linera, 2013, p. 19).
Las naciones indígenas quedaron desposeídas, dependientes de un orden despótico y genocida, el
hacendado o finquero vino a ser el dueño de todo lo que se movía a su alrededor, los indígenas trabajaban la
tierra incesantemente, y también tenían el permiso del patrón para trabajar la tierra para sus familias, pero no
más de una hora.
El orden despótico hacendal o latifundio tuvo su declive en cierto momento pero la historia de los males
continuo y la miseria no dejo de cesar tan pronto como dejan de ser siervos del patrón, llegaron las empresas
extranjeras las cuales continuaron este desorden natural en la historia del pueblo guaraní en la Amazonia´. Y hoy
en nuestros días pese a los muchos intentos que han hecho los gobiernos de restaurar este pueblo guaraní, la
miseria continua de una forma u otra. Varias comunidades guaranís hoy están sufriendo problemas que podrían
llegar al extremo de la desaparición del pueblo las causas son la falta de tierra, desnutrición, tuberculosis, este es
un problema de miles de guaraníes, ya que la urgencia alimentaria y sanitaria causadas por el problema territorial
no tienen respuesta todavía.
La situación del mal y la miseria no se quedó solamente con el pueblo guaraní sino también ha ido
desarrollando de manera muy similar en todos los pueblos indígenas que sufren de este holocausto. ¾ partes de
la amazonia son territorios indígenas y pese a que algunas áreas se encuentran “protegidas” hay poco control
legal sobre ellas y este es un proceso que fragmenta y desintegra los pueblos indígenas.
Bajo el titulo dorado del desarrollo los monocultivos de soja y trigo van creciendo en Brasil. Un desarrollo
que para seguir avanzando fácilmente, utiliza mano de obra esclava para preparar los terrenos. La industria de la
soja en Brasil es responsable de más de la mitad de mano esclava en dicho país, el cual a falta de control y un
sistema débil hace que la usurpación de las tierras sea fáciles y con un riesgo mínimo.
“Ellos nos dijeron que la tierra era suya y que teníamos que irnos. Llegaron y quemaron nuestras
casas uno de nuestros amigos fue asaltado y le pusieron una escopeta en el pecho. Otros fueron
forzados a quedarse ahí viendo cómo se quemaban sus pertenencias vivimos en tiempos de
terror” (Zezinho, Santarém).
Estos monocultivos de soja además de la mano de obra esclava requieren grandes cantidades de
productos agroquímicos para fertilizarlas rápidamente. Este uso de fertilizantes y varios productos agroquímicos
ha estado vinculado al crecimiento de los niveles de nitrógeno y fosforo en varias cuencas fluviales de la Amazonia,
y los más afectados son obviamente los pueblos rurales.
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“La mayor amenaza para la vida tradicional proviene de la gran industria de la soja. Los pesticidas
e insecticidas han comenzado a contaminar el agua matando a miles de peces” (The Guardian,
11 Feb/2006)
Hoy en día más de la mitad del parque indígena de Xingú está completamente rodeada de campos
agrícolas. Y los indígenas que viven ahí se ven enfrentados a la disminución de peces debido al uso de productos
químicos. Según Lonaluka “cada vez que salgo de Xingú ya no reconozco la zona debido a que nuestro bosque está
desapareciendo.”
En Ecuador se da el mismo asunto con las empresas petroleras como Texaco que ha despojado el territorio
a sus indígenas. Texaco contamino los ríos, fuentes de agua, deforesto grandes extensiones ocasionando una
tremenda perdida de fauna y flora. La empresa y sus trabajadores implantaron costumbres y un proceso de
aculturación forzosa sin ningún respeto por los pueblos que habitaban la selva ni su cultura. La existencia de las
naciones que Vivian de la tierra para la tierra y que han habitado las tierras ocupadas por Texaco por siglos hoy
ve amenazada su existencia.
Hasta donde se ha llegado con el afán del dinero, con el ideal del consumo con el horizonte del progreso
hemos iniciado la destrucción de los tiempos y se va sepultando a los milenarios pueblos hoy en la miseria
6. Conclusiones
¿Dónde reside el verdadero mal de la tierra?
Los pueblos indígenas de la amazonia tienen una experiencia innegable del mal en la tierra, pero ¿por qué
ha tenido que ser así? Será porque su Dios Ñamandú decidió hacer de esta tierra una tierra imperfecta, pero más
allá del cuento ¿Dónde reside el verdadero mal en la tierra? Aquel que ha causado la pérdida de una gran parte
del patrimonio indígena en la Amazonía es responsable de su miseria.
El mal reside en el pueblo mismo, haciendo referencia al pueblo como parte de nosotros también que
somos responsables hoy por permitir la atrocidad de los siglos con los pueblos indígenas. Todo esto puede tener
un alto, creando las áreas protegidas adecuadamente y apoyando a los pueblos indígenas. Proporcionando un
respaldo ecológico que frene la producción desorbitante de las empresas extranjeras en nuestra América Latina,
Dando propuestas para la acción y así poder seguir caminando juntos en estos caminos, por los senderos de la
amazonia para ver si unidos podemos llegar a un nuevo horizonte Yvy Maraey a esa tierra sin mal que de alguna
manera todos vamos buscando y si trabajamos duro quizá pronto, alcancemos la verdadera esencia de la vida, la
de estar en armonía y equilibrio con la madre naturaleza que es el inicio, parte y fin de nuestra existencia.
Por lo tanto cuidarlo y protegerlo debe ser nuestro estilo de vida y nuestra responsabilidad
incuestionablemente.
Valorar la naturaleza de la amazonia es vital e imprescindible, donde viven los diferentes pueblos por ser
ellos el génesis de nuestra historia, por lo que debemos preservar y apoyar a su lucha de preservar su estilo de
vida. Seamos parte de ésta preservación evitando la infiltración de las empresas angurrientas de dinero, que solo
piensan en exportar desmedidamente sin pensar en el futuro de las generaciones que nos reclamarán de aquel
paraíso perdido.
En 1492 los indígenas eran expulsados de sus tierras a una vida incierta y desolada. Hoy en 2015 también…
hay mucho por hacer.
Caminhos do MERCOSUL 2015
7. Bibliografia
DOMINIQUE
TEMPLE.
El
Quid
pro
quo
misionero.
2002.
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http://dominique.temple.free.fr/reciprocite.php?page=reciprocidad_2&id_article=351>.
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<
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GRUNBERG, G. & F. Proyecto “Pa’ï Tavytera. Programa de Desarrollo de Comunidades Indígenas, Asunción del
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LINERA, A. G. Geopolítica de la Amazonía: Poder hacendal-patrimonial y acumulación capitalista. Vicepresidencia
del
Estado
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La
Paz,
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Disponible
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http://www.vicepresidencia.gob.bo/IMG/pdf/geopolitica_de_la_amazonia.pdf>.
MEDINA, J. Ñande Reko: La comprensión guaraní de la Vida Buena. La Paz: FAM - Bolivia PADEP: Programa de
apoyo a la gestión pública descentralizada y lucha contra la pobreza, 2008. Disponible en <
http://www.unicefninezindigena.org.ar/pdf/Legislacion/comprension_guarani.pdf>.
MELIÀ, B. El Guaraní Conquistado y Reducido: Ensayos de etnohistoria. Centro de Estudios Antropológicos, vol.
5, Asunción del Paraguay, Universidad Catolica, Biblioteca Paraguaya de Antropologia, 1988a, p. 18.
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Anexos
Principios y valores establecidos en el estatuto autonómico del pueblo indígena guaraní iyambae:
1. Principios
a) yaiko kavi - vivir bien.
b) teko kavi - vida armoniosa.
c) ivi maraei - tierra sin mal.
d) iyambae - sin dueño
e) meteiramiño - unidad.
f) yoparareko - reciprocidad.
g) ñomoiru - complementariedad.
h) jupigue opaetepe - justicia social.
i) yopoepi - intercambio.
j) motïro - trabajo mancomunado.
k) aguiye mökoirova - no seas traidor
2. Valores
a) mbaeyekou toyeporu - que las riquezas naturales se utilicen según
yemboetereve la necesidad, en el marco del respeto.
b) mboroguirovia - creencia.
c) mboroaiu - amor al prójimo.
d) yemboete - respeto.
e) yeyora - libertad.
f) yombori - solidaridad.
g) yerovia - alegría.
h) jupigue - transparencia.
i) oyovake - igualdad entre mujeres y hombres.
j) ñemoäta gätu - ser valiente.
a) pia kavi - ser bueno.
b) jupigue yayapo mbae - ser honesto.
c) ikui mbae - incorruptible.
Se reconocen todos los principios y valores contemplados en la constitución política del estado boliviano.
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El devenir histórico de las comunidades indígenas de la amazonia brasilera: entre lo exótico y el
respeto a la conservación e identidad de los pueblos nativos
Andrés Felipe Escorcia Morales
Colombia
“La mayor cosa después de la creación del mundo, sacando la encarnación y muerte del que lo
crio, es el descubrimiento de Indias; y así, las llaman Mundo Nuevo. (…) Comenzaron las
conquistas de indios acabada la de moros, porque siempre guerreasen españoles contra infieles”
(Francisco López de Gómara, 1552).
En el texto “Los Mocanás”, de Aquiles Escalante Polo, el cual es citado por María Trillos nos relata cómo
los indígenas Carib o Caribe, se fueron desplazando por el rio Xingú hasta llegar al Amazonas, desembocaron en
el Océano Atlántico, recorrieron las Antillas Menores y Mayores, la península de la Florida, el golfo de México,
Centro América, luego el norte de Colombia y Venezuela.
Estos nativos de América se distinguieron por dos cosas, por su habilidad para navegar en cayucos o
canoas y por ser excelente guerreros para imponerse en aquellos lugares donde iban encontrando poblados.
Comencé con el recorrido de los caribes porque fueron los pobladores nativos de mi región Caribe y además he
tratado de encontrar esos lazos de consanguinidad muy diluidos con los grupos que se trasladaron desde el
Amazonas, que es nuestro tema central con relación a los nativos de la región norte de Colombia. También les
quiero decir que nuestros indígenas de la Guajira, de la Sierra Nevada de Santa Marta y de Córdoba no se parecen
a los del Amazonas, son dos situaciones opuestas. Los primeros están diezmados y envejecidos por la colonización,
los segundos conservan gran parte de su territorio y de su cultura como lo demuestra la película “La serpiente”.
En este orden de ideas, quiero establecer que mi ensayo lo he dividido en cuatro partes con el fin de tratar
de responder a un numero de preguntas que revolotean en mi mente relacionadas con el futuro de la amazonia
como región de todos y del devenir histórico de las comunidades indígenas que pueblan ese pulmón del mundo,
no voy a mencionar todas las comunidades nativas porque sería casi imposible, seleccionare unas para tratar de
explicar mi punto de vista.
La primera parte del escrito está centrado en la importancia de conservar la selva mediante el
conocimiento de la flora y la fauna como la mayor reserva de ecosistemas en la tierra. La segunda parte la
desarrolla teniendo en cuenta los ecosistemas amazónicos y las comunidades indígenas. La tercera está centrada
en la dicotomía de la culturización de los indígenas y su estado natural. Por último, tratare sobre la protección de
los indígenas en su estado natural y la conservación de su identidad.
Una mirada citadina a la amazonia brasilera
Cuando escuchamos hablar de la amazonia nos imaginamos dos cosas, un lugar exótico con miles de
ecosistemas y si tenemos mayor información una región que es parte del pulmón de la Tierra. Sin embargo, ello
va más allá, ya que este lugar es parte de la vida de nuestro planeta. Los datos que se registraran tienen como
objetivo conocer la variedad de plantas, árboles y animales que no han sido intervenidos en su estado natural por
la colonización del hombre occidental como se ha dado en los casos de África, Australia y Asia.
Comencemos con la flora, la cuales un auténtico invernadero. La cuenca del rio Amazonas se halla cubierto
en todo tiempo de una vegetación lujuriante, debido a que solo existen dos estaciones pluviométricas, húmedas
y secas. El alto amazonas es un lugar limpio y en penumbra, con espacios amplios y senderos bien trazados, el
bosque amazónico no permite que los rayos solares lleguen al suelo, dicha estructura consta de cinco pisos, el
número 5 está conformado por los arboles más latos, el cuarto está constituido por arboles de tamaño medio y
situados a considerable distancia unos de otros, en el tercero, la vegetación se cierra e impide la penetración solar
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a niveles inferiores de árboles muy apiñados que alcanzan hasta los diez metros de altura, los dos niveles más
próximos al suelo los componen arbustos y matorrales, hierbas, helechos y renuevos entre otros. Algo muy
importante son las conocidas lianas, tan flexibles como cuerdas, crecen y se estiran en busca del sol, retorciéndose
como serpientes y apoyándose en los árboles como los monos. También abundan algunas orquídeas, sin olvidar
que la Amazonia es también anfibia, y a lo largo de las cenagosas orillas de los ríos, las raíces de los árboles se
elevan formando manglares que se acompañan con el helecho acuático. La fauna la conforman pocos animales
grandes por la poca vegetación a nivel del suelo, entre ellos están depredadores como el jaguar, felinos como el
ocelote, el jaguarundio y el tigrillo, el kinkajú o poto, las anacondas y boas constrictoras, el venadillo o mazama,
el tapit, el pécari y roedores como el capibara, las pacas y los coipús.
Los insectívoros terrestres está representado por el oso hormiguero gigante y el tamandúa. Sumado a
este mundo animal viven resguardados por el alto follaje otros animales como el perezoso tridáctilo, el poto, el
puerco espín, el yapokmarsupial, y miles de especies de pájaros de vistosos colores, también los acompañan los
insectos, las grandes mariposas, los mosquitos, los escarabajos, las orugas, arañas y múltiples hormigas y moscas.
En lo concerniente a la vida acuática del sistema hidrológico del Amazonas están más de 1.500 especies de peces
entre ellos la anguilla eléctrica, el piracurú o arapaima, la raya de agua dulce; los peces gato, como el candirus, la
temida y voraz piraña, y mamíferos como los delfines, los manatíes o sirenas, por otra parte las tortugas y por
supuesto los caimanes. Esta conformación biótica de especies vegetal y animal hacen de la región su generis en
el planeta para conocerla, estudiarla, conservarla en su estado natural y entender la relación hombre (nativos) –
naturaleza.
La relación de la sociedad indígena y la naturaleza
En esta parte del escrito trato de demostrar la armonía que debe existir entre los ecosistemas amazónicos
y las comunidades indígenas para la subsistencia de ambas partes, a pesar de esas pequeñas lagunas de
colonización en ese mar verde que es la selva y la pérdida de algunas tradiciones de la Amazonía. Quiero comenzar
hablando un poco sobre los elementos distintivos de las poblaciones tradicionales en la amazonia a través de su
forma de comunicación, del uso de la representación de los lugares, de la aplicación del tiempo, de su integración
con el agua y de sus conocimientos de los sistemas clasificados de la fauna y la flora que conforman su extenso
patrimonio cultural, como un referente conceptual que en cierta medida está relacionado con el de cultura,
basado precisamente en la relación hombre — naturaleza como un flujo de trasmisión constante en la historia
humana. Lo anterior nos permite inferir que en la medición de estos diversos ecosistemas amazónicos (entiéndase
además de la naturaleza, toda su cosmogonía como ecosistemas), está el quehacer diario de estos grupos
humanos en su área o hábitat, en el conocimiento y aplicación de las leyes naturales sin perjudicar los ciclos de
vida de su entorno. Esta posición es determinante en el papel armónico de hombre — naturaleza y los nativos o
indígenas de esta región sí que lo tienen bien claro para su vida, mas no para su subsistencia.
En este orden de ideas, afirmamos que el entorno y el desarrollo de estas sociedades, paren al indígena
como un producto de la misma naturaleza, es decir, la amazonia es una fuente de fuerzas selectivas que conspira
en la preservación del hombre que la habita. Sin embargo, la relación armónica entre ecosistema amazónicos y
comunidades indígenas se rompen atreves de esas pequeñas lagunas de colonización.
Entre hostilidades y aculturización de los indígenas de la región brasilera
Al llegar a esta parte tratare de asentar el escrito entre la aculturización y el estado natural del nativo de
la selva brasilera como una autodeterminación, además de ser un derecho a la autonomía de los pueblos
aborígenes de América.
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Comencemos esbozando que actualmente la relación hombre – naturaleza en la región amazónica sufre
una fuerte presión por parte de las diversas fuerzas en la que están presentes tensiones reales y simbólicas
impuestas por la sociedad capitalista con demandas crecientes de explotación de los recursos naturales como
materia prima para la producción industrial y obtención de un lucro .
Para demostrar este embate de la intromisión cultural a estas comunidades indígenas había dicho
anteriormente que era imposible tomar más de dos grupos nativos de la selva amazónica que han sido sometidas
al contacto de la cultura occidental. El primer caso de hostilidades y aculturación es el de los Kayapó, grupo que
está ubicado en las orillas del rio Xingú, en el Estado de Pará, los cuales practican la agricultura de corte y quema,
la caza, la pesca y tiene unas aldeas de 100 a 1000 habitantes que han tenido poco contacto con el resto de la
sociedad brasileña hasta la construcción de caminos para el interior de la Amazonia en los años 70. Ellos conservan
sus estructuras sociales mediadas por la tradición, sin embargo, el uso de vestidos confeccionados de forma
industrial y de instrumentos cartográficos digitales perteneciente a un proyecto de una ONG extranjera para
demostrar el grado de deforestación alrededor de la aldea nos demuestran la penetración un poco difícil hacia la
comunidad, pero al final conquistada, de igual forma las vastas praderas pertenecientes a grandes haciendas
(fazendas), y áreas más pequeñas de praderas plantadas por emigrantes a su alrededor. El otro grupo son los
huaorani, cuyo contacto se inicia con el ingreso de misioneros del Instituto Lingüístico de Verano en la segunda
mitad del siglo XX. La primera etapa de acercamiento estuvo dominada por el rechazo a los Cohuori o extranjero,
sumado a la muerte de varios misioneros, posteriormente se produjeron varias incursiones que ocasionaron la
muerte de varios misioneros.
La otra postura de este punto está centrada en la organización social, ya que los pueblos indígenas se
conducen dentro de patrones bastantes sobrios con muy pocos bienes, donde sus deseos, intereses y
motivaciones son otros. Ellos trabajan pocas horas diarias para asegurar el alimento y las jornadas son intercaladas
con tiempo libre y ocio, el tiempo es dispendiado en conversaciones, baños de rio, paseos y horas para el descanso.
Así la actividad productiva entre los pueblos indígenas esta intermediada por reposo, juegos y descanso (Ibíd.,
Vera Nogera p. 552.), situación que se altera cuando llega el extranjero con unos patrones culturales totalmente
diferentes que parte o quiebran esa relación hombre – naturaleza, solo mediada por su cosmogonía.
Entre el invasor y el nativo se pude convivir
Este trazo del escrito lo abordare desde la perspectiva de la invasión y el sometimiento del indígena desde
el inicio de la colonización y la conformación de la república como producto de la independencia, pero a la vez
como la violación a los derechos de autodeterminación de los pueblos indígenas de la amazonia del Brasil.
La historiografía del Brasil nos dice que el territorio fue invadido por las fuerzas de las armas y el
conquistador impuso su poder, y es a partir de 1531 que se da inicio a la esclavitud indígena, sin embargo, hasta
el día de hoy los indios continúan siendo perseguidos, humillados, asesinados, y los pocos derechos que
consiguieron en arduas luchas son constantemente amenazados. De igual forma nos dice Rafael Valladares
Ramírez en su ensayo “El Brasil y sus Indias españolas durante la sublevación de Portugal 1640 – 1688), que a
partir de 1590 se dieron batidas al interior de la selva para apresar indios que quedaban esclavizados con el
beneplácito de los jesuitas en su proceso de evangelización, de igual forma en 1626 y 1633 se dieron expediciones
al interior del Amazonas para colonizar, los cuales, son contactados y reducidos a través del periodo republicano
y aun durante gran parte del siglo XIX y XX .
Por otra parte, entre los datos que hemos encontrado, para 2007 el comité sobre el Patrimonio Mundial
reconoció ‘… la importancia crítica de implicar a las comunidades indígenas, tradicionales y locales, en la
implementación de la Convención, [y], más allá, decidió añadir “Comunidades” como un quinto Objetivo
Estratégico junto con los otros cuatro pilares del Patrimonio Mundial: Credibilidad, Conservación, Capacitación y
Comunicación. El análisis que he hecho del primer párrafo nos ilustra sobre el poder del invasor, con todas sus
armas materiales e ideológicas. El segundo, sobre las campañas de evangelización para someter a través de la cruz
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y la espada a las almas que necesitan de la palabra de Dios o evangelización, que también está relacionada con
los proceso de explotación de la tierra. El tercer párrafo, trata sobre las luchas arduas de estas comunidades para
su conservación, que fue lo que plantee al principio. Ahora bien, la pregunta que propongo tiene que ver con la
nueva conquista del capitalismo salvaje de estos territorios ancestrales para la humanidad. ¿Qué sucede con los
megaproyectos de extracción, agricultura y ganadería en la amazonia del Brasil en relación con las comunidades
nativas que la pueblan?
La respuesta está direccionada en dos partes. Una, estos procesos han traído ganancias para los
inversionistas nacionales y extranjeros y para medio cumplir con los programas del gobierno. Dos, en lo
concerniente a las comunidades indígenas y pequeños pablados sus vidas se han centrado en una supervivencia
debido a la trasformación de su habitad. Como dice Assies Willem, “los rasgos más relevantes y conocidos de esta
política estatal fueron la promoción de la ganadería a gran escala, la construcción de la autopista transamazónica
–acompañada de múltiples proyectos frustra – silvicultura a gran escala.
La otra apuesta a esa conservación del territorio y de la identidad de sus comunidades está centrada en
el agua, es decir, en los ríos como parte del complemento para la subsistencia de esas poblaciones, como dice
María Rodríguez, “a veces para la propia vida, el río ofrece no sólo el alimento sino también el abrigo a los mitos
una vez que las entidades como mae –d’ agua, cobra grande y otros personajes son considerados protectores por
los indígenas y ribereños”. Es así como estas sociedades de la amazonia heredaron de los indígenas una estructura
cultural sólida, aunque hayan sufrido duras imposiciones por parte de un modo de vida de otras culturas. Quiero
terminar afirmando que el desarrollo que proponen los gobiernos no riñe con la cultura y la autodeterminación
de estos pueblos cuando se respetan sus derechos para la conservación de su habita y su cultura.
Concluiría resaltado la diversidad étnica que existe en el Brasil, la cual está conformada por 33 familias
indígenas que hablan 181 lenguas distintas agrupadas en áreas culturales que reúnen grupos que comparten en
mayor grado elementos culturales semejantes. Se tiene 10 áreas culturales desde las amazonas hasta el sur con
un total de 185, 485 indígenas más se habla de que son 236 mil, esta región la conforman Brasil con el 60%, Bolivia,
Colombia, Ecuador, Guayana Francesa y Perú.
De acuerdo a las estadísticas presentadas de la población indígena y la situación entre la región amazónica
con estas comunidades podríamos enumerar tres tópicos. Uno, el avance paulatino y meticulosamente estudiado
y presentado por el gobierno y compañías para extradición de metales preciosos, madereros y petróleo. Dos, el
deterioro de los ecosistemas y estructuras socio –culturas de las comunidades indígenas por efecto de lo
enumerado en el punto anterior, es decir, la extracción de recursos. Tres, el trabajo estatal, de la comunidad
internacional, de Mercosur, de las ONG y las asociaciones indígenas en post de los derechos de estas comunidades
y de la preservación de la selva como patrimonio de la humanidad.
Por último, si bien hoy se ha avanzado en salvaguardar los derechos de este territorio y sus comunidades,
también es cierto que se sigue mirando como despensa de la humanidad por lo exótico en la diversidad de su
fauna y por el suministro de materias primas para el capitalismo voraz.
Caminhos do MERCOSUL 2015
Bibliografía
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Disponible
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Videos:
CIUDAD LUNAR PRODUCCIO. Abraza la aventura:
<https://www.youtube.com/watch?v=XTgjVCv15Tg>.
el abrazo de
la serpiente. Disponible en:
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Amazonia: Agua que da vida al mundo
Edilber Andres Torregroza Coronado
Colombia
Escribir acerca de uno de los patrimonios más vitales, y no decir del más importante que posee la
humanidad a lo largo de su historia como lo es la selva amazónica no es una tarea fácil, es una práctica que
requiere de compromiso y dedicación, y más si de lo que se está enfatizando es de la importancia que tiene el
ciclo del agua como motor que sostiene la vida en la región y en todo el mundo; y de temas tan cruciales y álgidos
que tocan el andar económico de los países de la región pero que dependen de la existencia de un monumento
mucho mayor “la Amazonia”. Es un gran orgullo y a la vez un enorme compromiso presentarles este ensayo a los
encargados del concurso caminos del Mercosur Brasil 2015.
Siguiendo con la presentación del escrito, este lo he dividido en tres partes, para tratar de explicar de
manera detallada y secuencial la dinámica integral del proceso del ciclo del agua en la selva amazónica, además
de los componentes naturales que hacen parte de este y que cumplen una función primordial en su realización,
con razones por las cuales su conservación es vital.
La primera parte describe el ciclo del agua amazónico como un proceso natural en donde convergen la
atmósfera, los procesos superficiales, subsuperficiales y ecosistemas de la región que determinan la distribución
del agua en las diferentes unidades hidrográficas, la segunda parte busca una reflexión sobre el gran beneficio
biológico que trae el ciclo del agua para la estabilidad natural de la región y el planeta, y finalmente, la última
parte se enfatiza en las funciones que caracterizan a los árboles para regenerar el ciclo del agua.
Una historia desde los andes hasta el atlántico
El ciclo del agua amazónico se da en una compleja red de ecosistemas, en diferentes zonas del continente,
razón por la cual hablar de este ciclo no solo se remonta solo a la región de la Amazonia, sino a toda una red de
formaciones geológicas y fenómenos atmosféricos que intervienen en su dinámica.
La cordillera de los Andes es uno de los principales elementos de la cuenca amazónica, ubicada en el
occidente de la cuenca se extiende desde Colombia, al norte del ecuador hasta Bolivia a 20° latitud sur. La parte
oriental de esta cadena de montañas elevadas intercepta los vientos húmedos desde la selva amazónica en el
oriente, que al elevarse generan intensas precipitaciones entre los andes y el bosque tropical; aproximadamente
el 80% de la descarga total del río Amazonas se genera en esas laderas por las precipitaciones, el resto de las
lluvias se producen en la misma llanura Amazónica. Diferentes cursos de agua que recorren la escarpada
topografía y generan niveles altos de erosión caracterizan a la región Andino- Amazónica, que más abajo forman
los ríos de alta turbidez de la Amazonia. Esos se encargan de recoger el agua que proviene de la atmósfera y la
distribuyen por la cuenca, la cual nuevamente retorna a la atmósfera por procesos de evaporación continuando
así el ciclo del aguavii.
El río Amazonas cuenta con una longitud de 7.100 km desde su nacimiento un río peruano llamado el
Apurímac, a unos 5.700 metros de altura, hasta la costa atlántica de Brasil (Apostolova, 2011). El 65% del caudal
total de toda la cuenca es alimentado por dos subcuencas la del Solimões y la del Madeira y aproximadamente el
15% restante es de la subcuenca del río Negro, un sistema de agua negras que confluye con el sistema de aguas
blancas del Solimões, donde se genera el famoso encuentro de las aguas cerca de Manaos, en Brasil. El sistema
del río Amazonas es dividido en tres regiones: montañosa, mixta, y tierras bajas tropicales, la zona mixta incluye
ríos que se han originado en los Andes y fluyen por las planicies bajas del Amazonas. Y por último, la zona tropical
que incluye ríos provenientes de los macizos de la Guyana y de Brasil, al norte y sur de la cuenca (Landazuri, 1987).
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¿Qué incidencia tienen los ecosistemas que convergen alrededor de la selva amazónica para alimentar su ciclo del
agua?
Vale la pena destacar el papel de los Andes como parte de la cuenca amazónica y factor que interviene en
su ciclo del agua, este es fundamental porque se convierte en una barrera natural al momento de que las
corrientes de vapor de agua emanadas por los bosques amazónicos se desplazan hacia el oeste de la masa
continental, capturándolas y dejando que están caigan a través de precipitaciones para dar forma a los primeros
afluentes andinos que conforman los ríos de la llanura amazónica; además, los afluentes que provienen del macizo
guyanés y del Orinoco colombiano proveen grandes aéreas de drenaje al río Amazonas, en Colombia el río Caquetá
afluente del Solimões constituye un área de drenaje de 289.000 km2; es importante destacar la producción de
agua de los territorios amazónicos que hacen parte de los ocho países que conforman la cuenca y de sus
respectivos ecosistemas, porque regulan los volúmenes de agua que circulan por la cuenca, produciendo una capa
de nubes constantes, por la evaporación del agua con alto número de precipitaciones que disipan el calor.
Las masas de aire que circulan influyen en el clima de la región, debido a que afectan a las lluvias y niveles
de temperatura actuales. La mayor parte del año el sur de la Amazonia recibe los vientos surorientales del
atlántico, a lo largo de un periodo igual, el norte de la selva recibe los vientos nororientales del atlántico. Durante
los meses de verano desde agosto hasta septiembre el sur de la Amazonia recibe los vientos nororientales que
llevan altas cantidades de vapor de agua causando lluvias fuertes sobre la región. Por otra parte los vientos
surorientales secos, ingresan a la zona en marzo. A medida que esos se dirigen hacia el ecuador, absorben masas
de aire húmedo que fusionadas con temperaturas calientes que ascienden desde abajo, logran cambiar la capa
de inversión inicial, y generan un nuevo ciclo de precipitaciones (Landazuri, 1987).
¿Cómo el atlántico potencia el ciclo del agua en la llanura amazónica?
Es inevitable no hablar del océano Atlántico como una gran fuente de almacenaje que provee el agua de
gran parte de las precipitaciones que se presentan en la selva amazónica, y el impacto de sus vientos alisios en la
configuración de las temporadas lluviosas, que alimentan de agua a los ríos y demás cuerpos de agua de la cuenca,
así como sustento de la espesa vegetación que posteriormente será el reservorio más eficaz de la humedad en las
corrientes de aire que la radiación solar evapora de las hojas de los árboles. Pero no hay que olvidar que gran
parte del agua que se evapora en el atlántico fue drenada por el río Amazonas.
Aguita para la region y el mundo
Lo que se ha dicho de la Amazonia es relevante, desafiante e incluso incomparable. Para que se actué en
beneficio de esta región se deben conocer sus peculiaridades y aspectos. La Amazonia abarca el 6% de la superficie
del planeta y ocupa el 40% de América latina y el Caribe, sus 7,5 millones de km2 son de magnitud continental.
Sus ríos descargan el 20% del agua dulce del mundo en los océanos, mucho más que los ríos Mississippi, el Nilo y
el Yangtzé. Su cuenca alberga 25 mil kilómetros de ríos navegables, con sus 7.100 kilómetros de longitud, el río
Amazonas es el más extenso del mundo, contando con más de mil afluentes y descargando cerca de 220 mil
metros cúbicos de agua por segundo (OTCA, 2014, p. 5). Utilizando datos de evaporación recolectados por las
torres de monitoreo del proyecto LBA (The Large-scale Biosphere-atmosphere experiment in Amazonia), 3,6 litros
por m2, se estimó la cantidad diaria total de agua que fluye desde el suelo hacia la atmosfera a través de los árboles.
Aplicando dicho monitoreo a 5,5 millones de km2, el cálculo para la selva Amazónica resulto en 20 billones de
litros de agua transpirados al día. Para comparar este dato, el río Amazonas vierte por día en el atlántico 17.000
millones de toneladas de agua (Nobre, 2014, p. 13). La humedad que es evaporada por la transpiración, contribuye
a la generación de precipitaciones. Se estima, que entre el 50% y el 80% de la humedad en la zona central y
occidental de la Amazonia, permanece en la selva por el ciclo del agua que se produce en este ecosistema
(Amestoy, 2010, p. 45).
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¿Cómo el mundo se sustenta del vapor de agua amazónico?
El gran territorio verde es imposible que pase desapercibido delante de los ojos de la humanidad, debido
a que sus grandes dinámicas en el ciclo del agua se deben a la gran amplitud de su extensión, este es básicamente
el generador de agua tanto para el océano Atlántico, como para zonas que están alejadas de la cuenca amazónica,
como lo son las grandes llanuras al sur del continente y regiones templadas de todo el planeta, donde el ciclo del
agua amazónico interviene en los cultivos y lo más sorprendente es que gran parte de toda esa agua que se emana
como vapor del amazonas regula la temperatura del aire y del suelo, y protege la capa terrestre de los rayos
solares.
Los territorios de sabanas localizados al sur de la Amazonia, donde actualmente existen los cultivos más
grandes de producción de granos y bienes agrícolas, reciben de la selva amazónica el vapor de agua que forma las
precipitaciones reguladas, el insumo más importante para la agricultura. Si no fuese por el vapor de agua que, en
el verano del hemisferio sureño, son dirigidas desde la Amazonia hacia áreas lejanas, exportando lluvias esenciales
e influencias benéficas, probablemente el clima inhóspito se apoderaría de las regiones sureste y sur de Brasil
donde actualmente se encuentra su infraestructura productiva más grande, y también otras regiones como el
Pantanal, el Chaco y regiones para la agricultura en Bolivia, Paraguay y Argentina (Nobre, Op. cit., p. 13).
Consideraciones previas realizadas con las aguas de lluvias recolectadas en épocas lluviosas en el Brasil,
más exactamente en la ciudad de Río de Janeiro, se encontraron señales de que parte de esas lluvias provenían
del interior del continente, y no del océano Atlántico. Y de manera más detallada, que habían pasado por la
Amazonia. Esa investigación fue la primera que sugirió que las lluvias en América del sur, fuera de la Amazonia,
podrían haber sido alimentadas por las corrientes continentales del vapor de agua (Nobre, Op. cit., p. 18).
¿Cómo el ciclo del agua amazónico regula el clima de Suramérica?
Sin duda alguna a nivel regional el ciclo del agua de la Amazonia saca de apuros a las economías
Suramericanas que dependen de la producción agrícola, este por consiguiente evita la extinción de las grandes
especies arbóreas que fijan los nutrientes al suelo evitando que este se degrade y que además se mantenga a una
exposición constante con la radiación del sol que lo endurece. Los cultivos para su crecimiento y desarrollo en las
extensas llanuras al sur del continente dependen de las temporadas de lluvias que la Amazonia con sus vapores
de agua emanados a la atmósfera vierte en ellas.
Arboles pieza fundamental en la gran selva
En 2005, Victor Gorshkov y Anastassia Makarieva, físicos rusos, profundizaron su teoría sobre la regulación
biótica del medio ambiente, examinando los procedimientos que conectan la transpiración de los árboles con los
efectos meteorológicos en la atmósfera, desarrollaron su teoría llamada la bomba biótica de humedad,
exponiendo físicamente que los procesos de transpiración y condensación, mediados y manipulados por los
árboles, son capaces de cambiar la presión y la dinámica atmosférica, resultando en una mayor oferta de humedad
desde el océano Atlántico hasta el interior, donde los territorios son boscosos (Nobre, Op. cit., p. 16). Las
conclusiones de aquel estudio a partir de imágenes satelitales que ya contaban con el apoyo de mediciones en
tierra de las torres de flujo del proyecto LBA, ya habían constatado que no ocurre una disminución de la
transpiración de los árboles en temporadas secas. Por consiguiente, pareciera que cuando la sequía llega, los
árboles con raíces profundas y acceso a gran cantidad de aguas subterráneas llevan a cabo un programa para
estabilizar o aumentar la transpiración. Es decir que con el flujo del vapor de agua de la transpiración en la
superficie y la correspondiente condensación en las nubes se mantendrá la succión de aires húmedos sobre los
océanos próximos, lo que convendría a la importación de humedad por la atmósfera, contraponiéndose a la sequía
y asegurando la continuidad del bosque (Nobre, Op. cit., p. 17).
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¿Cómo los árboles contribuyen en el funcionamiento dinámico del ciclo del agua en la selva amazónica?
Claramente se evidencia que la cobertura vegetal incide en todas las fases del ciclo del agua, artífice del
proceso de evapotranspiración, esencial para que en la atmósfera allá vapor de agua, traído del océano Atlántico
o simplemente por emanación arbórea de la misma selva, para engrosar los grandes volúmenes de precipitaciones
anuales, sin estas lluvias a lo largo de gran parte del año, el riesgo de sequias sería mucho mayor afectando los
suelos. Además los árboles se convierten en un sistema autoeficiente para la selva permitiendo en periodos de
sequía, disminuir la presión de aire en la selva para que las corrientes de humedad entren en el territorio y
retornen los periodos de lluvias torrenciales. Comprobamos así que la pérdida de los bosques amazónicos
ocasionaría un desbalance interno en el ciclo del agua y simultáneamente afectaría la contribución global del agua
atmosférica en las zonas aledañas (IICA, 1995, p. 15).
En promedio, un árbol grande en la Amazonia puede bombear del suelo y transpirar cerca de mil litros de
agua en un solo día. La selva Amazónica sustenta cientos de miles de millones de árboles. Veinte mil millones de
toneladas de agua por día son transpiradas por todos los árboles en la cuenca amazónica. En conjunto, los árboles,
esas enormes estructuras, similares a geisers, vierten hacia la atmosfera un río vertical de vapor de agua mucho
más caudaloso que el río Amazonas (Nobre, Op. cit., p. 13). Verificando estos hechos que nos sorprenden,
encontramos que la revista científica Nature publicó un descubrimiento sobre la importancia de la vegetación
mundial en el proceso de transferencia del agua a la atmósfera, casi el 90% de toda el agua que llega a la atmósfera
provenientes de las masas continentales se llevó a cabo por medio del proceso de transpiración de los árboles,
solo apenas el 10% restante por evaporación simple, sin mediación de los árboles. Debido a que esa transferencia
por transpiración se da con gran absorción de calor en la superficie, las plantas influyen en las lluvias, los vientos
y el clima de las regiones (Nobre, Op. cit., p. 14).
¿Son los árboles el factor esencial que conserva el ciclo del agua en la selva amazónica?
Por lo citado, se podría afirmar que sí, que las especies vegetales en la selva Amazónica son un factor
biótico que constituyen un eslabón importante en la cadena continua del ciclo del agua; estas estructuras emanan
en su proceso de transpiración la mayor cantidad de humedad que se encuentra en las corrientes de aire, que
posteriormente serán vertidas en la selva o en territorios colindantes, cuando la condensación genere las
precipitaciones, permitiendo que los árboles otra vez reinicien el inagotable ciclo del agua.
En conclusión, el ciclo del agua en la Amazonia es un proceso biogeoquímico de una importancia
fundamental en la conservación de la vida en la llanura amazónica, gran parte del territorio Suramericano y el
resto del mundo, con innumerables beneficios para la economía de los países de la región, capaz de sostener al
menos el 10% de la biodiversidad en el mundo, incluyendo flora y fauna endémica y en peligro de extinción y
proporcionar toda el agua que necesita el río Amazonas que se extiende a lo largo de más de 7.100 km, que junto
con sus cientos de afluentes, contiene el número más grande de especies de peces de agua dulce en el mundo, es
un ciclo que interconecta tanto a factores bióticos y abióticos de toda una cuenca para que este transcurra de
forma natural.
En parte, los seres humanos tenemos la responsabilidad de valorar y conservar el complejo, íntegro y
dinámico del ciclo del agua que se presenta en la selva amazónica como proceso fundamental para la generación
y preservación de vida natural tanto en el subcontinente suramericano como en todo el mundo, con la generación
de patrones de lluvias en toda la región, biodiversidad de fauna y flora desde los Andes hasta la extensa llanura y
ecosistemas circunvecinos, corrientes de aire, balanceo de oxígeno y dióxido de carbono en todo el mundo y la
regulación del clima global, como parte para sostener la vida en el planeta Tierra. Devolvámosle a la región del
Amazonas el gran esfuerzo que este gran patrimonio natural ha tenido para mantener estable la vida de todos los
seres vivos que habitan la Tierra.
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Indígenas, biodiversidad y atropellos en la selva amazónica
Maria José Mouthon Chamorro
Colombia
Hablar de la historia de los pueblos originarios tradicionales de la Amazonía, es encontrarnos con las raíces
culturales de sus ancestros, conocer sus costumbres, sus quehaceres, sus danzas, sus juegos, sus tradiciones y en
general su estilo de vida que hoy transcienden en el mundo como Patrimonio Cultural de la Humanidad, debido a
que la Organización de las Naciones Unidas para la Educación, la Ciencia y la Cultura (UNESCO), mediante la
Convención para la Salvaguardia del Patrimonio Mundial, adoptada en 2003, dentro de sus objetivos tiene
“garantizar el respeto del patrimonio cultural inmaterial de las comunidades, grupos e individuos interesados”.
En la región amazónica encontramos aproximadamente cincuenta grupos indígenas. Entre ellos: Andoke,
Bara, Barasana, Bora, Cabivarí, Carapana, Cocama, Coreguaje, Desano, Hupdu, Inga, Juhup, Kakua, Letuama,
Makaguaje, Ocaina, Piaroa, Siona, Yagua, Yurutí, Yauna, Yuruparí, Uitoto.
Además, la Selva amazónica, es un lugar lleno de gran diversidad tanto de fauna como de flora, que la
convierte en la selva tropical con más biodiversidad en el mundo. El Amazonas, cuenta con uno de los ríos,
catalogado como, el más grande del planeta, que abarca una gran parte de América del Sur con 1.4 millones de
hectáreas. Se encuentran divididas entre nueve países, que son: Brasil, Perú, Colombia, Venezuela, Ecuador,
Bolivia, Guyana, Surinam y la Guayana Francesa.
Sin embargo, Brasil desde la llegada de los primeros colonos europeos ha conservado la mayor fracción
del Amazonas, correspondiendo el 60% al territorio brasilero.
La ambición de los colones portugueses por estas tierras, que tenían una gran producción de caucho, era
tan grande que hizo que se fijaran más rápido los límites, todo con el propósito de tener una gran economía con
base en este recurso, que tuvo muchos años de prosperidad hasta su declinada en el siglo XX. La cual, se originó
por la búsqueda de recursos auríferos, tales como, el oro y el mercurio, entre otros.
El mercurio es perjudicial para la salud y los pueblos indígenas habitantes del Amazonas, fueron afectados
por los excedentes de los residuos del mercurio que se depositaban en las aguas, ocasionándoles enfermedades
a esta población. Pero esta, es sólo una de las muchas formas en la que los indígenas se vieron afectados, pues
desde la llegada de los primeros españoles y portugueses, que es como se decidió ser dividió según la bula papal
en 1493, entre los reinos de Portugal y España, se vino generando su maltrato y la explotación ilegal de sus tierras,
no solo con los elementos mencionados anteriormente sino también con el árbol de caoba, el cual, hoy en día en
el territorio brasilero es prohibida su extracción.
La población de tierras americanas se puede considerar un misterio, porque debido a las glaciaciones, se
veía imposible que se pudieran cruzar fronteras o ser capaz de sobrevivir a viajes tan largos. Aunque estudios,
también, demuestran que podrían provenir de Europa obviamente mucho antes de que llegara Colon a tierras
americanas. Esta hipótesis se hace valer gracias a que se encuentran armamentos con técnicas de fabricación muy
similares a las del sur de Francia y España. Pero aún más inexplicable se veía el poblamiento de sur américa.
En la amazonia según Lathrap (1968 apud. Mora, 2013):
[…] existían dificultades ecológicas para la adaptación de los humanos; una adaptación adecuada,
para él, sería la desarrollada por grupos de agricultores que llegan y utilizan las zonas de várzea.
Allí se encuentran los mejores suelos para la producción agrícola. El uso de estos suelos crearía
recursos y a su vez estos recursos estimularían el aumento de la población (p. 46).
Muchos de estos pueblos vivían y aún continúan viviendo cerca y a lo largo del río en donde tenían una
forma eficaz para transportarse, una buena pesca y suelos fértiles para cultivar sus alimentos. Aun así, con todo
esto a su favor, fueron unos de los primeros en sufrir las consecuencias con la llegada de los europeos, debido a
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que estos utilizaron los ríos más importantes como rutas para la arribar hacia el interior, haciendo que los
pobladores originales que habitaban cerca de los ríos se redujeran un 90%.
Lo anterior, claramente fue una ventaja para que las colonias europeas aprovecharan con más facilidad
las tierras ya que se podían considerar vírgenes, debido a que los indios originarios de la Amazona, tenían un
manejo de mucho cuidado hacia la biodiversidad que se encontraba en la Selva Amazónica, donde ellos se
adaptaron a el ambiente durante cinco milenios de experimentación y dieron un uso razonable a este bosque para
respaldar sus necesidades, por el contrario los agricultores utilizaron técnicas modernas de extracción de recursos
que afectaban notoriamente dichas tierras.
Es de anotar que estos no son los únicos pueblos indígenas, también están aquellos que se consideraban
sociedades sedentarias. Los cuales, se dedicaban más que todo a la producción de cerámica, la nivelación de los
bosques para cultivar y lo manipulaban así para optimizar la distribución de algunas especies útiles.
El indígena nativo de la amazonia siempre tuvo que vivir desde la conquista de Europa a América, al
margen y régimen de ésta ya que el europeo se consideraba de una “sangre” superior o pura a la del indio y los
despojaban de sus tierras, le quitaban todos sus recursos y trabajaban para ellos con muy mínimos beneficios a
punto de que eran explotados en todos los sentidos.
Los indios vivieron muchos siglos de esta forma y los únicos que se podían considerar a salvo eran aquellos
que encontraban en lo más recóndito de la selva tropical aprovechando todos los recursos que esta les ofrecía,
desde agua por parte de los ríos hasta vegetación por parte de la flora.
Como es de saber el indio autóctono cuenta con una considerable cultura, pues él no solo hace un buen
uso del suelo, sino que también sus creencias, sus rituales y sus danzas son hoy día patrimonio inmaterial. En su
momento, a las colonias europeas les pareció muy interesante y sus danzas fueron especie de espectáculos para
ellos a principios del siglo XVI, haciéndolas parte de su distracción, un ejemplo de ello se puede ver en 1550, donde
los Tupinamba, danzaron con maracas en una “fiesta brasilera” celebrada para el rey Henry II en Rouen.
El europeo siempre con mentalidad ambiciosa y deseo de poder no solo obligó al indígena a trabajar para
explotar sus tierras, sino que lo introdujo a nuevos procesos económicos, instrumentaría metálica y armas de
fuego que hacían se redujeran las poblaciones autóctonas y a su vez se desocuparan dando disponibilidad para
tomar esas áreas llenas de recursos. Después de varios siglos en el que el indio se ve sometido a trabajar y sobre
explotar sus tierras siempre para alguien llegan las independizaciones de los países y también las reformas agrarias
en las cuales los indígenas comienzan a exigir sus derechos sobre las tierras que le fueron arrebatadas con
anterioridad y a pedir un trata más justo por parte de la población (1968 apud. Mora, 2013).
Es de resaltar la labor realizada por los chamanes curanderos de las distintas Etnias Amazónicas, quienes
al convivir mucho tiempo en medio plantas, adquirieron habilidades para utilizarlas en curaciones, crear medicinas
en pro de su bienestar. Proceso que abuelos, padres y madres enseñas a sus progenitores. Este saber tradicional
de los chamanes jaguares del Yuruparí, en la Amazonía Colombiana, hace parte desde el 2011 de la lista
Representativa del Patrimonio Inmaterial de la Humanidad de la UNESCO.
Sin embargo, esta tradición también ha sido objeto de explotación y es conocida como la bio-piratería; ya
que los nativos tienen conocimiento sobre las plantas y los miles de usos medicinales que se le podían dar. Ellos
aprendieron a utilizarla y aprovecharon la sabiduría ancestral para revitalizar la naturaleza, realizar dietas, rituales,
prevenir y curar enfermedades, entre otros.
Pero, una vez más han robado los conocimientos de estas comunidades que las venían practicando hace
siglos atrás, donde los indígenas no reciben ninguna ganancia de tanto dinero que recibían los laboratorios, sin
importar que fueran ellos los que hicieran todo el trabajo y pusieran su conocimiento.
Para las poblaciones que se encuentran en la selva además de los indígenas, también se encuentran
algunos campesino,
[…] cuando no están desposeídos de su tierra por las firmas nacionales o internacionales, los
pequeños productores agrícolas se encuentran excluidos de los beneficios generados por la
explotación de tierras amazónicas (Urrego, 2009, p. 6).
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Todo abuso a los subsuelos se convierte tan extremadamente nocivo para el medio ambiente y los
pobladores de la selva, causando que la contaminación de aguas y la deforestación se mantengan en constante
crecimiento y haga daños definitivos, haciendo que los pueblos se organicen para demandar un modelo diferente
de desarrollo que respete el medio ambiente y a su vez involucre a grupos de la población amazónica, también
ante la invasión de su territorio, los pueblos crean distintas maneras para resistir y exigir la conservación de su
cultura, al unísono negándose a la ocupación y despojo de sus tierras. Este fue un proceso que se instaló poco a
poco en los años 80 y se ha ido afianzado como un movimiento organizado.
En estos momentos muchos de los pueblos indígenas, me atrevería decir en todo el continente, han
perdido ya sus costumbre tanto de vestimenta como, rituales y demás. En el Amazona un ejemplo de esta
situación se vería reflejado en la frontera que se encuentra entre Tabatinga (Brasil) y Leticia (Colombia) donde
tuve la oportunidad de visitar en 2012 y se veía como los indios ya han cambiado su forma de vestir dejando de
lado su vestimenta tradicional y comenzando a utilizar con más frecuencia la ropa del diario vivir para uno,
también cambiaron sus utensilios y usan muchos de los que uno usa, tales son ollas de metal, cacerolas y otros
trastos en su vida cotidiana.
Son muy pocos los pueblos que han mantenido sus costumbres, tradiciones y vestimenta, pues no todos
viven en el bosque de una manera tradicional sólo algunos pequeños grupos de la cuenca amazónica pueden
hacerlo. Tales son los Tageri (parte del grupo de los Waorani), los cuales se encuentren levemente amenazado
por el desarrollo petrolero del Ecuador. En donde esta situación se ha convertido en una batalla internacional
entre ecologistas, defensores de los derechos humanos, el gobierno y la industria petrolera.
Años atrás, en la región de la amazonia se hablaba del booms del caucho, el petróleo, oro, mercurio, coca,
entre otros, hoy se habla de la bonanza del turismo y es la expresión utilizada por algunos indígenas al referirse a
la actividad turística que crece día a día. En ella, se resalta la belleza característica de la selva amazónica, la cultura
de la población indígena que habita la región y se aprende a valorar y convivir con la naturaleza.
Si en 1908, Alberto Rangel, novelista brasilero, autor de infierno verde, relata entre otros cuentos el caso
de un ingeniero que muere en las selvas amazónicas y expresó: “Estoy en un Infierno verde, estoy en un infierno
verde” y la Selva, declara:
[…] Perdón, comprendo el estigma que me lanzas, fui un paraíso para la raza indígena, una patria
no muy buena para el caboclo. Soy hombre viril, pero tú el explorador moderno, vive este infierno
verde, yo respondo a la violencia de los que han usurpado, de los que han violado, oh infeliz
invasor (Rangel, 2001 apud Camacho, 2013, p. 8).
Hoy, lamentablemente, vemos que el tiempo no se ha detenido, ni se detendrá, como tampoco se han
detenido los devastadores ataques en contra de la selva amazónica y de las tradiciones culturales de los indígenas
que aún la habitan. ¿Qué dirán las nuevas generaciones de seguir viviendo en un infierno verde? Al respecto,
resalto y dejo a manera de reflexión, lo siguiente:
[…] Mientras «labrar» significa cultivar, arar o trabajar, «cuidar» significa proteger, custodiar,
preservar, guardar, vigilar. Esto implica una relación de reciprocidad responsable entre el ser
humano y la naturaleza. Cada comunidad puede tomar de la bondad de la tierra lo que necesita
para su supervivencia, pero también tiene el deber de protegerla y de garantizar la continuidad
de su fertilidad para las generaciones futuras. La desaparición de una cultura puede ser tanto o
más grave que la desaparición de una especie animal o vegetal. La imposición de un estilo
hegemónico de vida ligado a un modo de producción puede ser tan dañina como la alteración de
los ecosistemas (Vaticano, 2015).
Lo anterior, invita al hombre a pensar en las consecuencias que se generan por la contaminación,
destrucción y atropellos ocasionados a la biodiversidad de la Selva Amazónica y a valorar el pulmón más grande
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del mundo, que hoy lo necesitamos a grito. Sumado a ello, pero no menos importante son las tradiciones indígenas
y culturales que representan el patrimonio inmaterial de la humanidad.
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Bibliografia
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La densa y frondosa selva de la educación
Nataly Marcela Dias Gómez
Colombia
Resumen
Este trabajo es un análisis crítico desde una perspectiva juvenil basado en el tema “La educación como un
proceso de preservación de la selva amazónica”, enlazado con la falta de transcendencia de la educación
ambiental en Colombia y algunas posibles soluciones frente a esto. Se incluyen imágenes y se citan textos.
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Para iniciar, sería interesante preguntarnos si en los colegios donde cada uno de los lectores estudió: ¿Qué
tipo de enseñanzas recibió acerca del cuidado del ambiente o educación ambiental? Interrogante que es válido
para seguir haciendo la crítica y la autocrítica: ¿si también sus, hijos, nietos, sobrinos, yo siendo estudiante aun,
tengo dentro de mi currículo escolar, educación ambiental? Independientemente a su respuesta, o la mía, vale la
invitación a reflexionar un poco más sobre esto, teniendo presente el acto de preguntar que motiva la
participación e inquieta en la búsqueda responsable de soluciones: ¿Cuál será la orientación y la disposición de la
Escuela en Colombia y en otros países de esta zona del Sur para una autentica formación ambiental? Ahora bien,
tal vez ésta cuestión de suma importancia, ¿alguna vez le hablaron en la escuela sobre la selva amazónica como
el pulmón del mundo, además fuera de saber su ubicación y extensión en el área geográfica, sabes que allí hay
una inimaginable cantidad de especies de animales como el delfín rosado? Y como pregunta final: ¿Cómo desde
el ambiente escolar al cual puedes pertenecer, han trabajado a través de debates de alguna manera el reclamo
del Papa Francisco: “El auténtico desarrollo humano posee un carácter moral y supone el pleno respeto a la
persona humana… toda pretensión de cuidar y mejorar el mundo supone cambios profundos en los estilos de vida,
los modelos de producción y de consumo, las estructuras consolidadas de poder que rigen hoy la sociedad”? ¿Le
están enseñando a, valorar y respetar la riqueza ecológica de su país y sus paisajes naturales dignos de ser los más
hermosos del mundo? ¿Usted hace o piensa como algunos colombianos indiferentes e insensibles que prefieren
ir a otros lugares por satisfacer sus necesidades de consumo que visitar y contemplar la riqueza y maravilla de la
naturaleza?
Ahora bien, Bueno, cabe resaltar que en la mayoría de colegios, escuelas, instituciones educativas de
Colombia por cumplir con los ejes transversales, son muy comunes las campañas ecológicas, la recolección de
papel, latas, tapas, cartón, seguramente mostrar un documental, película o video acerca de cómo sería el mundo
en unos años si no cuidamos el medio ambiente, además también de las sin número de obras de teatro, poesías,
canciones y bailes para conmemorar el día de la tierra, del agua, entre otros. Todo eso está muy bien solo que, si
nos ponemos a pensar, seguramente recordemos que por haber asistido, participado o colaborado en este tipo
de campañas recibimos una muy buena nota, o nos eximieron de alguna evaluación o nos amenazaron de que si
no lo hacíamos, muy seguramente en la planilla de notas en nuestra casilla justo al lado del apellido iba a aparecer
una muy mala nota, entonces ahí es donde ese incontable número de campañas ecológicas que vivimos a lo largo
de nuestra vida escolar se viene abajo y fracasa de una manera muy común, valiendo una calificación.
Frente a esto creo que los esfuerzos por hacer verdadera educación ambiental en las escuelas y colegios
del país son mínimos y dejan sin comprender, y aunque se presenten individuales esfuerzos de estudiantes
consientes o maestros comprometidos, en la mayoría de casos estos esfuerzos se van hundiendo poco a poco en
vista de no encontrar apoyo ya sea de directivas o el mismo estado ya que las directivas se ven obligadas a cumplir
con cantidad de deberes que les exige el estado en los cuales, cabe resaltar que la educación ambiental en muy
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pocas veces es el tema principal. Quizás el problema se encuentra sólo en la poca o casi nula difusión y
socialización de información basada en leyes, decretos y hasta políticas públicas que muestran a la educación
ambiental como pilar importante en la educación primaria, secundaria y media en el país y que actualmente
existen, como ejemplo importante, la política nacional de educación ambiental, la cual cito textualmente, en sus
antecedentes y justificación señalado en el ámbito nacional y específicamente en el sector educativo, menciona:
“Desde 1991 Colombia ha venido desarrollando una propuesta nacional de Educación Ambiental, cuyos esfuerzos
fundamentales han estado orientados a la inclusión de la temática, tanto en el sector ambiental como en el sector
educativo específicamente. En el sector educativo, la Educación Ambiental se ha venido incluyendo como una de
las estrategias importantes de las políticas, en el marco de la reforma educativa nacional y desde los conceptos
de autonomía y descentralización. En el contexto anterior, se han logrado avances significativos en lo que tiene
que ver con el proceso de institucionalización, tanto a nivel nacional como a nivel regional o local”. Si, muy cierto
todo, pero, por qué todo esto no lo saben los estudiantes de Colombia, es más, por qué no lo sabe Colombia en
general, es que nuestro problema es ese, se piensa que con hacer y deshacer leyes, decretos, normas y políticas
todo se soluciona pero no es así, cuando los encargados de esto entiendan que la verdadera solución a los
problemas tanto de educación como demás ámbitos en el país está en la socialización, difusión y divulgación de
lo que el gobierno hace, de las leyes y demás recursos en Colombia todo será mucho mejor, porque si el pueblo
en general está informado de esto, para la educación será mucho más fácil llevar a cabo proyectos y demás ideas
maravillosas que surgen en las escuelas y colegios del país, tanto padres, estudiantes y directivos tendrán una
mentalidad distinta, es muy bonito todo lo que en la constitución de 1991 y la ley 1549 de 2012 promueven, pero
si todo se queda en eso, papel y letras nada más, estamos perdidos, perdidos en el olvido crucial de la educación
ambiental en Colombia, el olvido trágico de cómo salvar y preservar uno de los recursos hídricos y naturales más
importantes del mundo y de Colombia, nuestra selva amazónica. Pero sabe, todo este cuento de la divulgación de
leyes y políticas se encuentra en la misma política nacional de educación ambiental, en sus estrategias y retos se
encuentran como puntos 2, 3,4 y 5 respectivamente: Inclusión de la dimensión ambiental en la educación formal.
Inclusión de la dimensión ambiental en la educación no formal. Formación de educadores ambientales. Diseño,
implementación, apoyo y promoción de estrategias y acciones de comunicación y divulgación. Será que todo esto
por lo menos se ha intentado llevar a cabo, yo creo que no, y lo peor del caso es que esta misma política se ve
afectada, es algo así como la enfermedad común de los que tienen el poder en el país: “predica pero no aplica”
ésta enfermedad es curable pero al parecer algunos sectores del país no quieren tomarse la medicina del “gano
yo pero ganan todos” porque les venden la del “gano y yo y los demás pierden” ya que es más fácil de tomar y
más barata, eso es lo que aprendemos los estudiantes en Colombia, que son sus hijos, nietos, sobrinos, primos,
etc. Tenemos un problema serio en el país, la cultura ciudadana, la cultura que nos vuelve destructores de nuestro
hermoso país, esa cultura de la mano que arroja papeles desde el automóvil o cuando va caminando, de la mano
que mata animales, la mano que corta de manera indiscriminada y delincuente flora de vital importancia para el
ambiente, la que inicia una fogata y no la apaga, la que esparce su basura por todo el barrio, la que abre la llave y
no la cierra o la mano que recibe dinero por un negocio que destruye bosques o seca ríos, pero hay algo aun peor
que esas manos, la mente del que piensa que todas esas manos hacen lo correcto o las mentes que piensan que
no, pero no hacen nada para cambiarlo.
¿Cómo cambiar la cultura de los colombianos? ¿Cómo convertirnos en ciudadanos ambientales? La
respuesta a estas preguntas está en la educación, en donde se le debe dar a conocer a los estudiantes las grandes
riquezas que tiene este país, empezando nada más por la gran Selva amazónica, la más extensa zona forestal del
mundo y la cual compartimos con Brasil, Ecuador, Guyana, Bolivia, Venezuela, Perú y Surinam.
La educación en Colombia se está privando de conocer y aprender acerca de este tesoro que
privilegiadamente tenemos. Si todos entendiéramos que la preservación de la selva amazónica empieza desde
cada una de las escuelas y colegios del país, ésta sería inmortal, pero la educación ambiental es casi nula y como
lo mencionaba en párrafos anteriores, se cree además que con solo campañas de reciclaje es suficiente, tanto
gobernantes, directivas, maestros, padres de familia y estudiantes, debemos re articularnos y trabajar con medios
distintos pero todos hacia un fin común, como el Papa Francisco lo menciona en su encíclica sobre el medio
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ambiente: “Hace falta la conciencia de un origen común, de una pertenencia mutua y de un futuro compartido
por todos. Esta conciencia básica permitiría el desarrollo de nuevas convicciones, actitudes y formas de vida”.
Necesitamos cambiar nuestros estilos de vida, esto de una u otra manera ejercerá cierta presión en los que tienen
“el poder” y no hay medio más eficaz para esto que la educación.
A mi concepto, para amar algo hay que conocerlo primero y conocerlo a profundidad, para cuidar y
preservar algo hay que amarlo, ahí es donde encontramos el sentido de pertenencia, que es lo que nos mueve o
motiva a no dañar o perjudicar lo que es nuestro lo que amamos, entonces, es primordial conocer a profundidad
la selva amazónica, su estructura y riqueza natural, sus fuentes hídricas, su cultura ancestral, pero, como no todo
lo que se ama es perfecto, en la selva amazónica también encontramos, deforestación, caza indiscriminada,
extinción de animales y disminución de caudales de agua , temas de gran critica que hay que conocer. Todo esto
es misión de la investigación, la investigación de todos los miembros de una comunidad educativa, esto promoverá
el conocimiento por lo autóctono y así su preservación, necesitamos hacer cambios de cultura ciudadana por eso,
no solo podemos quedarnos en esto, información, información y más información, de nada sirve conocer y amar,
si no hacemos algo para cuidar lo que amamos, por eso se necesitan espacios de participación en donde la
comunidad educativa en general promulgue al resto de la población sus aprendizajes haciendo transcender sus
ideas y proyectos para la preservación de la selva amazónica y cualquier fuente de vida en su ciudad, región, país
y por qué no el mundo, la participación política la cual debe ser enseñada y promulgada en la educación a niños,
niñas y jóvenes como al resto de la comunidad educativa, gracias a la constitución de 1991 los colombianos
tenemos muchos recursos con los cuales defender nuestros derechos y hacer cumplir los deberes de los demás o
hasta los nuestros, porque cuidar la selva amazónica dará una calidad de vida muy buena y segura para las futuras
generaciones que también tienen derecho a como nosotros vivir sanamente, de esta manera debemos dejar a un
lado las excusas, las quejas y los afanes de nuestro día a día para participar activamente en la toma de decisiones
frente a temas ambientales en nuestras ciudades o pueblos. Esto impulsara a cada habitante a pensar y actuar
responsablemente y si todo lo iniciamos en la escuela, desde niños, generación tras generación, pensara y actuara
con responsabilidad ambiental y la selva amazónica perdurará.
Se necesita un fin en común, el cual es cuidar de nuestra selva amazónica, pero lógicamente sabemos que
no todos las puntas del país pueden realizar esfuerzos de la misma manera, por eso, cada colombiano debe desde
su labor diaria, ayudar a la conservación y preservación del 29 por ciento de la superficie de su país, la amazonia,
hoy la región menos poblada, pero con la riqueza más grande del país. Gobierno, sector educativo y población en
general, debe cambiar su visión de individualismo, ese individualismo que agota día a día la esperanza de millones
de colombianos.
La educación como proceso de preservación de la selva amazónica es sin lugar a dudas el boleto de
entrada a un cambio de mentalidad y cultura, por hacer perdurar por años su riqueza ecológica y ambiental, pero
esto solo será posible si quien lidera o quiere hacerlo, deja a un lado sus intereses personales, se enfoca en
promover y difundir lo que consigue y lo hace trascender, solo así la educación ambiental será fructífera en
escuelas, colegios o instituciones educativas de cualquier tipo, recordando siempre que todos tenemos derecho
a una educación de calidad, digna para educarnos en valores, valores que nos hagan conocer, amar y por lo tanto
cuidar lo que tenemos y con nuestro empeño y capacidades hacer que sea mucho mejor y como Paulo Freire dijo:
“La educación no cambia a el mundo, cambia a las personas que van a cambiar al mundo”. Nuestra selva
amazónica necesita que cambiemos y eso es posible por medio de la educación.
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Viaje con letras por la ancestral amazonia
Yelena Tete Osorio
Colombia
Cuando la anaconda comenzó a nadar por la tierra, desde ese entonces comienza la historia de los pueblos
pertenecientes a la maravillosa Selva Amazónica. Lastimosamente los pueblos que una vez fueron tradicionales
en el amazonas hoy ya son historia. Son más de 20.000 años los que lleva de habitada esta inmensa creación, más
que hacer un recuento del pasado se trata de hace una conexión entre dos mundos, entre dos especies humanas
totalmente distintas el hombre blanco y el hijo de la naturaleza; cada rincón, cada hoja, cada milimétrico insecto,
peligroso felino o pedazo de suelo posee un inmenso valor y en él un riqueza histórica heredada de sus ancestros.
“La Región Amazónica significa no sólo una importante reserva de la biosfera del planeta, sino también,
un depósito invaluable de tradiciones, costumbres, sistemas de representaciones, visiones del mundo, en fin, de
las manifestaciones que hacen de los individuos aquello que realmente son, esto es, seres humanos”. Una mirada
de culturización que tanto nos hace falta y que ellos por naturaleza poseen.
Si bien todo empieza desde la última glaseada, el momento en el que pasan nuevos pobladores a nuestro
continente, según estudios a restos indígenas los cuales arrojan tener descendencia asiática. Con respecto al
porqué se adaptaron tan fácilmente la vida en el bosque se da debido sus raíces indígenas, ya que científicamente
los hoy ancestros amazónicos también de una dinastía étnica.
Como etnia por el simple hecho de vida adhieren la gran responsabilidad de mantener y serle fiel a su
madre naturaleza, característicamente como pueblos amazónicos pueden coexistir fácilmente con toda clase de
animales desde el jaguar hasta la hormigas, una vida espiritual conectada con la naturaleza. Acobijada de misterios
la Amazonia guarda en su nombre parte de su historia, ahora bien esto es solo una parte de ella.
Luego de hacer un breve recorrido de la llegada de estas poblaciones a nuestra selva, la cual fue mucho
antes de la conquista española, por lo que sigue, muchos de estos pueblos lucharon por no ser colonizados y
muchos ganaron la batalla tanto así que hoy existen tribus en lo más dentro del bosque, no contactadas las cuales
tienen sus costumbres, creencias o prácticas tradicionales intactamente y desconocen quizás del mundo actual.
“El Amazonas” lleva en su nombre parte de su pasado según los primeros exploradores españoles
Francisco de Orellana y Gonzalo Pizarro en su búsqueda de riquezas son atacados por un grupo de indígenas
predominantemente mujeres quienes defienden su territorio de estas invasiones, logrando expulsarlos por un
momento de sus tierras; para el hombre blanco su significado es “mujer guerrera” naciente de una leyenda griega
“amazonas” trata de un gobierno exclusivamente femenino, las que siempre salían al campo de batalla a luchar
por su reino.
Son ocho países los que cuentan con esta selva y en ella más de 500 tribus indígenas. Comenzando con
“los zápara o nacionalidad zápara” habitantes de la selva ecuatoriana y peruana, quienes son reconocidos como
patrimonio oral e inmaterial de la humanidad, hoy solo quedan los últimos representantes de este gran grupo
etno-lingüistico, el termino gran es referido a que mucho antes de la llegada de los españoles era uno de los más
poblados; los záparas según sus ancestros afirman ser descendientes de los Monos Coto, quienes cuentan que un
día un mono coto se dirigió al rio Conambo a beber agua y se convirtió en hombre humano, luego una mona cota
también fue al rio y allí se convirtió en mujer, desde entonces nace el primer hombre zápara que se llamó Tsitsanu,
después de crecer se casa con la hija de Tayak un poderoso shimano(chaman); esta es la historia de su nacimiento
como cualquier nativo han sobrevivido del bosque, la caza, pesca, recolección de frutos y solo se abastecen de lo
necesario buscando siempre preservar sus ecosistemas.
Muy popular para ellos fue el trueque el cual les servía para intercambiar alimentos entre familias. Tras
miles de año de vida en el bosque hoy sus mayores poseen un gran conocimiento con respecto a las plantas son
reconocidos por su don de curar enfermedades o limpiar, según ellos las plantas están conectadas con el mundo
de los espíritus y agregándole su sabiduría pueden llegar a sanar a una persona. Hoy luchan por que su arte, sus
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mitos y costumbres milenarias no queden olvidadas en el tiempo, que así como heredaron de sus abuelos puedan
ellos dejarlos a sus futuras generaciones.
“Los Waorani” también pertenecientes al ecuador conocidos como los hijos del jaguar, son unos de los
únicos pueblos que a pesar del tiempo mantienen su cultura y sus prácticas de hace millones de años. Paridos por
el jaguar y el águila a quienes guardan un profundo respeto, sus creencias están basadas a la naturaleza, para ellos
la tierra tiene vida es un ser mas, cada animal es un espíritu, su infinito ángel guardián y también abuelo el águila
majestuosa que desde el cielo les advierte del peligro.
Al igual que los záparas “Los Yanomami” hacen parte importante de esta selva un pueblo ancestral que se
ha mantenido hasta ahora, expandido por Brasil y Venezuela, se dice que su historia comienza casi al tiempo de
la creación de este inmenso bosque. Son una de las últimas y aun así las más pobladas tribus del Amazonas,
reconocidos por su excelente labor al manipular el arco y las flechas todo esto gracias a sus raíces de pueblo fiero,
luchador por naturaleza.
Mitológicamente ellos provienen de la sangre derramada por la luna, un hombre llamado “Periborea” que
comió a su hija y luego de ello fue castigado clavándole flechas en el pecho, así describen su nacimiento ya que
esas gotas de sangre derramadas fueron ellos los hoy conocidos como yanomamis. Mas tardes se procrearon
dando a luz a hombres y mujeres quienes son los pertenecientes a distintas subfamilias de los yanomamis, cuenta
la historia que uno de los próximos descendientes de periborea pesca a una mujer en un arroyo cercano, a la cual
le faltaban sus genitales quien procede a crearlos, terminado su trabajo se casan y allí obtienen muchos hijos por
eso explican ellos hoy su tan numerosa población.
No solo su historia fue heredada también su cultura y tradiciones, entre ellas está la más representativa
que es adornar sus rostros incrustando palitos en orejas, nariz o labios, generalmente en su rostro las cuales
representa una señal de madurez. Otra representación de su etnia la cual es cuestionada por el hombre blanco,
es su ritual sagrada considerado como canibalismo endogámico, esta es una de las más importantes ceremonias
que consiste en el funeral de alguien de la familia sean consumidas los restos en cenizas de estas personas las que
consideran tener aun la energía del fallecido, logrando así poder trasmitirla de generación en generación.
Los indígenas colombianos poseen gran riqueza étnica y ancestral, a orillas del río Pirá Paraná se
encuentran los hoy reconocidos como patrimonio inmaterial de la humanidad, pueblos representados por los
jaguares del yuruparí; quienes según sus tradiciones y creencias poseen una gran misión en la tierra se hacen
llamar “los guardianes de la naturaleza”. Su origen mitológico es sustentado gracias a la formas de sus ríos, los
cuales manifiestan ser el recorrido hecho por su ancestros o abuelos boa. Su sitio sagrado su “Maloca” la casa del
universo en representación de sus cuerpos, donde practican sus ritos, donde son llenados de vida por los espíritus
y de conocimiento por sus dioses; las plantas juegan un papel para esos ritos entre ellos la coca, que de manera
significativa ha viajado por el tiempo desde las primeras generaciones hasta hoy, ella es utilizada para la
facilitación del aprendizaje, es el pensamiento mismo como suelen manifestarlo. También el tabaco es utilizado
con el mismo fin, el de comprender mejor las ordenanzas de sus ancestros. “el conocimiento está ahí en cada
árbol, lago, montaña, luz. Todo está conectado ligado el humano y la naturaleza”.
El Brasil tiene la mayor extensión de selva tropical y en ella la mayor parte de las poblaciones indígenas,
se estima que existen más de 200 tribus que cuentan con una población promedio a 900.000 nativos. Cabe resaltar
que aún en territorio brasileño existen pueblos no contactados, que han vivido aislados toda su vida hasta ahora.
“Los kayapó” uno de los tantos pueblos indígenas sobrevivientes, recolectores, cazadores y agricultores se les
considera aunque no son tan numerosos poseen una gran diversidad étnica; sus ancestros han trasmitido la
historia que da origen a sus vidas, según ellos existe otro planeta del cual es proveniente el humano, los primeros
pobladores de la tierra bajan en una cuerda desde su mundo hasta este, luego ven un animal extraño que deciden
seguir, adentrándose a un agujero ven la maravillosa selva descendiendo a ella encuentran a los hijos de jaguar
entre otros, ellos deciden quedarse y traer del antiguo planeta plantas para cultivar. Así y muchas otras
sustentaciones de vida da este maravilloso pueblo gobernado por su mayor o chaman. Comúnmente guarda una
gran relación con la naturaleza a la cual le tienen mucho respeto se lo demuestran por medio de sus ritos y bailes
más populares. La decoración de sus cuerpos es fundamental en sus culturas es practicada desde el más niño al
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anciano. En la parte superior de su cabeza van rasurados, se decoran el cuerpo con muchas pintura cada una con
una importancia o significado distinto.
Finalizando el recorrido encontré a muchos pueblos extintos y no contactados que son un enigma para el
hombre blanco, como el misterio de “los akuntsu” grupo lleno de cultura hoy extinto poco se conoció de ellos ya
que cuando hizo su primer contacto con los humanos a los finales del pasado siglo ya solo quedaban escasamente
7 nativos de ella. Adornaban su cuerpo con pinturas, su ultimo mayor Ururu muere en 2009 y desde ahí comenzó
a morir toda sus esperanzas de formar nuevamente esa tribu.
Como patrimonio de la humanidad son reconocidos pueblos indígenas Amazónicos ellos día a día buscan
mantener viva su cultura, la historia de los pueblos tradicionales del Amazonas son muchas e infinidades, su
mitología y cosmovisión es milenaria. Todos estos pueblos están unidos por un mismo propósito, son una sola
familia a pesar de sus distintas culturas o formas de ver el mundo hoy luchan juntos por preservar su casa la fuente
de su sabiduría la que les ha sido entregada por sus dioses para que sea cuidada con su vida.
Este ha sido uno de mis más largos viajes, desde un extremo de la selva hasta su corazón, mi único medio
de transporte para alcanzar la meta fueron las letras escritas por el curioso hombre blanco, por el aventurero, por
el que según el destino los llevo allí y quedaron totalmente fascinados con lo que vieron. Personalmente ellos son
una representación de lo que el ser humano debe ser en su totalidad, lo de guardar sus culturas, tener
responsabilidad por su hogar, vivir en familias felices con lo que tienen.
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Todo comienza sabiendo educar
Carolina Liseth Mena Jácome
Ecuador
"La educación es el arma más poderosa que puedes usar para cambiar el mundo" (Nelson
Mandela).
La Amazonía fue declarada una de las siete maravillas del mundo el 11 de noviembre de 2011. Tiene una
extensión aproximada de 6 millones de km2 y se encuentra repartida en 8 países de Latinoamérica, en donde Perú
y Brasil tienen las mayores extensiones, seguidos de Ecuador, Colombia, Venezuela, Bolivia, Guyana y Surinam.
Esta región comprende varias selvas tropicales de la cuenca del Río Amazonas, además sobresale por ser
biodiversa, y tener varias fuentes de materia prima y recursos naturales que ayudan al progreso de industrias
como también al desarrollo del país. Pero con el paso del tiempo hemos abusado de todas esas fuentes y recursos
que nos ofrece esta hermosa selva, así poco a poco la hemos ido destruyendo, sin darnos cuenta de que vamos
perdiendo algo muy valioso e importante para el mundo, siendo seres inconscientes y que con la simple
introducción de una especie no endémica del lugar puede afectar en un gran porcentaje a la selva amazónica, o
que una petrolera no tome las suficientes medidas de seguridad para la extracción de petróleo, ocasionando una
contaminación en los suelos y aguas de esta región, hay que tomar en cuenta que tribus indígenas y animales
beben el agua de los ríos, si esta agua se encuentra contaminada afecta en gran cantidad a toda la vida silvestre y
lo que hay en ella. No olvidemos que: "Un pequeño error puede causar grandes desastres."
Todo esto lo podernos enmendar, siendo personas más conscientes y tomando en cuenta que mediante
la educación, podemos crear varios proyectos y campañas de concientización para proteger y preservar este
hermoso paraíso, previniendo contaminaciones y deforestaciones innecesarias.
"Los niños son el recurso más importante del mundo y la mejor esperanza para el futuro" (John
Fitzgerald Kennedy).
Como dice la frase de John Fitzgerald todos los niños y jóvenes somos el futuro, somos el cambio para
enmendar los errores del pasado. Pero todo esto comienza sabiendo educar. ¿Cómo saber educar? una pregunta
fácil de responder: "Eduquemos a los niños y jóvenes con valores, en especial et valor del respeto porque esto
demuestra mucho más que educación, significa que somos capaces hasta de proteger al más pequeño ser vivo del
planeta, porque si nosotros nos respetamos, respetamos a las demás cosas, así sean las más insignificantes. Todo
esto comienza desde el hogar, nuestros padres son nuestros primeros profesores, los que con amor nos enseñan
esas pequeñas cosas como caminar, saber cómo coger la cuchara, como se debe saludar y comportar frente a las
personas, muchas cosas que nos servirán demasiado para un futuro a pesar de ser cosas sencillas. También
sabremos educar enseñando esas pequeñas lecciones de la vida que uno aprendió por haber cometido errores,
pero que supo reconocerlos y como saberlos afrontar. Uno es sabio porque aprende de las lecciones que le va
dando la vida y así va ganando experiencia."
No esperemos a que las cosas malas pasen. Nosotros como seres humanos racionales debemos
Prevenir, debemos ser conscientes de lo que hacemos y del daño que causamos. Todos y cada uno de nosotros
estamos siendo educados y en esa educación aprendemos que hay que respetar para ser respetados, yo pienso
que llagara algún momento en que la naturaleza nos rendirá cuentas de todo el daño que le hemos causado. Si
todos fuéramos consientes y respetáramos a la naturaleza no existirían especies extinguidas y en peligro de
extinción.
Yo personalmente utilizaría el medio de la educación como una forma o estrategia de comenzar a
concientizar a las personas y a las nuevas generaciones sobre lo que está pasando con la naturaleza y en especial
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con nuestra selva amazónica que es una gran fuente de recursos y también es una fuente de equilibrio
ambienta[ para todo el planeta.
Si nosotros nos descuidamos y no concientizamos, podemos perder lo más hermoso que nos ha dado este
maravilloso planeta, como: hermosos y únicos paisajes, plantas y animales realmente esplendidos, arcoíris
productos de la lluvia y el sol, volcanes, ríos, nevados, y océanos con grandes secretos por ser descubiertos.
Si tuviera el apoyo suficiente crearía un gran proyecto en las instituciones educativas, para que desde los
más pequeños aprendan que una flor se ve más hermosa en su planta que separa de ella, y que los más grandes
sepan que con un pequeño cambio se pueden generar revoluciones.
El nombre de mi proyecto o campaña seria RESPETO AMAZONAS, teniendo como principal fundamento
el valor del respeto, ya que como lo dije antes una pequeña señal de respeto es significado de educación.
Los objetivos principales de ese proyecto serian:
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Fomentar el respeto por uno mismo y hasta por el mas pequeñito ser vivo;
Determinar tos principales problemas para crear micro proyectos que se pueden volver proyectos
exitosos;
Buscar formas de prevención en la deforestación de los bosques y la contaminación de los suelos y agua
amazónicos;
Concientizar a los estudiantes y ciudadanía entera que los pequeños errores causan grandes problemas.
Concluyendo con este trabajo, la educación como un proceso de preservación de la selva amazónica es
un gran medio donde se puede empezar a trabajar con las nuevas generaciones las cuales son la esperanza del
futuro, que con el desarrollo de la tecnología buscaran nuevas formas de extraer el petróleo sin causar daño al
ambiente y así mismo buscaran reconstruir esas áreas que han sido deforestadas en la selva amazónica.
Todo tiene un comienzo y este concurso lo es, pienso que todos los jóvenes que hemos participado hemos
hecho un poco más de conciencia, y nos hemos dado cuenta de que a todo ambiente natural que vayamos, la
basura que ocasionamos debe regresar con nosotros porque no pertenece ahí. La basura es producto de los
humanos no de la naturaleza o animales.
"Nuestra recompensa se encuentra en el esfuerzo y no en el resultado. Un esfuerzo total es una
victoria completa" (Mahatma Gandhi).
Caminhos do MERCOSUL 2015
Bibliografía

Sites:
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<http://amazonconservationsite.blogspot.com.br/2010/11/how-important-is-rainforest.html>.
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BITTAN, M. La Amazonia y otras selvas: rol en la vida del planeta. In: El mundo: Venezuela: 2013. Disponible en:
<http://www.elmundo.com.ve/firmas/moises-bittan/la-amazonia-y-otras-selvas--rol-en-la-vida-del-pl.aspx>.
MONGABAY.COM. La Conservación del Amazonas: ¿Cómo Salvar el Bosque Lluvioso Amazónico? 2007.
Disponible en: <http://es.mongabay.com/rainforests/amazon/amazon_conservation.html>.
VELASQUEZ,
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2014.
Disponible
<http://es.slideshare.net/lierave.lasquez7547/1a-educacin-proceso-social-teneral-31717066>.

Verbetes:
Amazonia. In: WIKIPEDIA. Disponible en: < https://es.wikipedia.org/wiki/Amazonia>.
em:
Caminhos do MERCOSUL 2015
La Educación como proceso de la preservación de la selva Amazónica.
Yamile Sindel Aguilar Lengua
Perú
La amazonia sudamericana, el pulmón del mundo, es uno de los lugares más bellos por la diversidad que
tiene en fauna y flora, uniendo países que comparten su ventaja de aire totalmente limpio, y uno de los ríos más
extensos y caudalosos del mundo.
Como resaltar la importancia que tiene no solo para Sudamérica, sino para el mundo, iniciar diciendo que
las personas más desarrolladas no son las que tiene una Tablet o el mejor celular de última generación, sino que
en un momento de la vida tendrán que cargar también con un lujoso balón de oxígeno, una colorida sombrilla,
que los cubra de los cargados rayos del sol que quemaran su piel, eso es un futuro sobre el cual tenemos que
comenzar a educarnos.
La persona educada cuida su ambiente, el futuro que dejara a sus hijos y nietos, la educación del ser
humano debería iniciarse desde el mismo seno familiar, el padre criado en un ambiente amigable con la naturaleza,
criara a su hijo en el mismo.
Cuantos de los 31 millones de peruanos, 240 millones de brasileños o los 48 millones de colombianos
conocen su amazonia, ¿cuál es el porcentaje de visitantes de cada país? La indiferencia reflejada quizás sea por
no conocer los que otros en el mundo añoran visitar.
¿A cuántos niños los educamos para preservar y conservar su ambiente?, ¿Acaso no es para sus propios
beneficios tanto para ellos como para las familias que tienen?, La educación no es algo difícil de enseñar o de
poner en práctica, le somos indiferentes a la problemática ambiental para luego corrernos de las consecuencias.
No es algo de dar charlas y que todo quede en una tesis o un ensayo, es poner en ejecución lo que se ha
ido enseñando y transmitiendo desde generaciones.
Porque el problema está ahí aunque creamos que todavía falta mucho para que todo se confirme , y a la
hora que nuestro patrimonio este destruido recién sensibilizarnos y querer reparar lo que hace muchos años
estaba al alcance de todos nosotros . ¿Acaso queremos ver que en vez de agua lo que corra en los ríos sea sangre
por las guerras que más adelante iniciaremos por un vaso de agua o un poco de oxígeno para luego ir a rezar a
santos y que nos cumplan el milagro de devolvernos la naturaleza tal y como lo era a sus principios?, ¿Para qué?,
¿Para luego volver a lo mismo y otro mundo más destruido?
Acaso no vemos lo valioso y único que es nuestro planeta en todo el sistema solar. Donde encontraremos
un planeta que nos proporcionen lo que necesitamos la vida misma como la conocemos hoy en día.
Porque debemos llegar a consecuencias irremediables cuando tenemos la solución en la punta de nuestra
nariz pero preferimos segarnos y esperar a que otro se ponga las pilas para iniciar la ayuda.
En vez de eso preferimos echar la culpa a otros como si fueran a solucionarnos. ¿Que esperamos?
Iniciemos con los niños no podemos ponerle en una mesa una hoja y que la lean y se lo aprendan porque
en la vida lo harán en vez de eso se pondrán a jugar con ella.
Lo primero que una hace al ser un niño es interactuar comenzar a reconocer nuestro entorno y es así
donde nosotros debemos intervenir en vez de una mesa pónganle un pequeño campo en vez de una hoja ponle
una planta y en vez de un lápiz para llenar preguntas absurdas ponle un vaso de agua.
Es obvio que su primera reacción será observar los materiales que tienen a su alcance y con forme lo van
haciendo ir a enseñándoles paso a paso y de forma divertida como plantar y sembrar. Ahí estamos haciendo la
diferencia porque esos niños comenzaran a identificarse con la naturaleza a imaginarse un entorno que tal vez un
adolescente o un adulto no podrá. Tratar de jugar con la imaginación de un niño hará que crezcan con otra
perspectiva sobre la vida misma corrigiendo lo que hemos estado haciendo mal con las generaciones ya existentes.
No hay que olvidar que la amazonia es un lugar interesante y llamativo en el cual un niño quisiera
interactuar (jugar) aprendiendo y llenándose de experiencias lindas y divertidas de las cuales sacara provecho en
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sus siguientes años de vida promoviendo y fortaleciendo sus conocimientos es como decir que ellos son la semilla
nosotros solo debemos cuidar su crecimiento.
Porque de que nos sirve niños que tengan la cabeza llena de teorías, es mejor que vayan reteniendo
información conforme a la práctica.
Recuerdo que un día escuche a mi profesor decir “el niño siempre viene con la mochila vacía” aunque al
comienzo no lograba entenderlo hoy logro saber a lo que se refería: un niño siempre vendrá con ganas de
aprender y si uno logra llenar el vacío que tiene con cosas buenas él lo usara para algo bueno.
Nuestros niños son la generación que traerán a más generaciones al mundo y es nuestro deber tomarlos
en cuenta cuando nos referimos a un patrimonio cultural como lo es la amazonia. Ellos serán los que corregirán
los errores que hemos cometido en el paso del tiempo con la naturaleza.
Comenzar desde cosas pequeñas trae grandes logros.
Ellos son nuestra visión, el mañana y debemos educarlos para que cuiden lo que la naturaleza tan
fácilmente nos ha regalado.
Para que cansarnos haciendo todo un programa para el aprendizaje de un niño, llévenlos a visitar la
amazonia y mientras van jugando y conociendo explíquenles lo importante que es conservar su patrimonio y
tengan por seguro que aprenderán más rápido que encerrarlos en cuatro paredes sentados escuchando y
escribiendo durante horas teorías que se les olvidara con el tiempo.
Estoy segura que es momento de empezar de cero que la gente vea lo maravilloso que se ve el país con
plantas arboles chacras en diferentes zonas, a quien no le gusta ver un parque lleno de flores colorido lindo, que
se sienta un ambiente sano amigable para compartir.
Cuantos niños vemos por las calles maltratos o abandonados por que no iniciar por ellos, porque no
proporcionarles educación para que puedan marcar la diferencia. La amazonia es rica en todos sus aspectos por
que no se llevan a niños a visitarla y que de paso planten arboles ahí como una actividad recreativa.
Algunos se preguntaran, ¿por qué niños? Ellos recién están aprendiendo a convivir ¿cómo podrán
ayudarnos? Claro recién están aprendiendo es por eso porque ahí que comenzar desde ahora fomentar
sensibilización ambiental con ellos será fácil y será un paso grande para nosotros como comunidad.
Sigamos con los adolescentes, nosotros como adolescentes también al igual que los niños somos
didácticos pero tampoco rechazamos un poco de teoría porque sabemos que de ahí podremos buscar diferentes
métodos y soluciones para diferentes problemáticas.
Yo como adolescente me gustaría talleres socio cultural sobre la misma amazonia y los diferentes grupos
indígenas que ahí haciéndonos ver sus costumbres y creencias.
Sé muy bien que uno como adolescente estoy en plenos cambios y antes de centrarme en todo este tema
pensaba al igual que muchos. ¿Para qué me sirve?, ¿Porque hago esto?, ¿No es algo que los adultos deben
solucionar? Era una ignorante más que solo buscaba escusas para evitar el tema.
Pero a quien no le gustaría conversar con muchachos de nuestra edad socializar con personas de
diferentes culturas como las que hay en la amazonia. Aquellas personas que están aisladas de la tecnología y aun
usan métodos ancestrales de supervivencias. Compartir nuestras experiencias después de un día en la famosa
selva amazónica y comenzar a señalar lo que aprendimos y lo que más nos gustó sería algo que uno como
adolescente quisiera tener en su historial de vida. Promover viajes turísticos o recreativos para las escuelas sería
una gran forma de llamar la atención de los jóvenes y que se centren en la conservación de la amazonia.
A quien no le gustaría ver una comedia o una de esas hermosas leyendas que pocos conocen sobre la
amazonia.
Somos nosotros los adolescentes los que queremos involucrarnos pero nos falta el incentivo el motor que
nos impulse. Tal vez en una escuela se encuentre el próximo chico que dará soluciones eficaces para diferentes
aspectos ambientales. Tal vez ahí un chico escondido por ahí escondiendo una tesis que podría llegar hacer el
mejor proyecto de la década. Si no explotan nuestros potenciales como se pretende usar nuestro talento.
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Tal vez en vez de estar un fin de semana sentado frente una computadora o pasando tiempos con grupos
haciendo dios sabe qué. Deberíamos comenzar a llamar gente. Porque las cosas se realizan con la ayuda y la ayuda
ahora es la comunidad.
La mitad de nuestra maleta está llena pues entonces hay que seguir llenándola con la educación ambiental
porque aun que queramos o no es un tema que nos compromete a todos.
Es algo bonito ver plantar un árbol en la amazonia, ver su crecimiento y que llegue un momento en que
nosotros llevemos a nuestros hijos y digamos: esto plantamos nosotros de jóvenes con ayuda de nuestro colegio
y sentirnos orgullosos de la diferencia que marcamos y de lo que pudimos lograr para enseñarle a nuestra
descendencia lo que en algún momento nosotros hicimos y aprendimos.
Por qué en algún momento nosotros ocuparemos puestos en la sociedad y fomentaremos la educación
ambiental que recibimos de jóvenes y acordarnos y sentirnos bien y poder decir: un día yo hice tal cosa por mi
colegio, por mi ciudad, por mi país, por el mundo en el que vivo.
Nosotros lograremos dejar huella donde vayamos haciendo que en unos años haiga más gente
comprometida.
Y nos esforzaremos tanto que aprenderemos a valorar la Amazonia siempre. Por qué el adolescente
funciona así valora lo que le ha costado su esfuerzo realizar.
Y si las autoridades siguen nuestro ritmo dándonos accesoria nosotros podremos abarcar varios aspectos
siendo la selva amazónica el primer factor que nos motivara.
Somos nosotros quienes queremos identificarnos con este tema, la amazonia es parte de nuestro hogar
de nosotros y no cuidarlos y hacerles daño es hacerlo a nosotros mismos.
Concluimos con los adultos la generación experimentada obviamente a ellos no se les pondrá un juego o
teoría con juegos didácticos.
A ellos se les pondrá propuestas sobre la mesa para que actúen porque lo que no está al alcance tal vez
para un niños o un adolescente está al alcance de ellos.
Tienen poder tienen recursos y su voz va ser escuchada. El de ellos esta solamente actuar antes de que
sea tarde y dejar todo lo bueno a las generación existentes y las que van a venir.
Dejar el planeta educado para que nosotros podamos cuidarlo y hacer todo lo que debimos hacer unos
años atrás.
No hay que esperar a que las cosas se pongan en su lugar solas debes actuar antes de que nos
arrepintamos.
Fomentar la reforestación, capacitación continua sobre la conservación de la amazonia y no solo de ella
si no sobre todos los lugares donde se pueda plantar aunque sea un árbol.
Las carreras técnicas deberían basarse únicamente en lo que es la valoración y cuidado de la
ambiente ya que será un tema que más adelante se abarcara a nivel mundial.
Porque mientras la tecnología siga avanzando la problemática seguirá.
Es más los adultos deberían saber que no solo en la amazonia ahí recursos como el oro , el petróleo , gas
natural si no también usar y exportar recursos como lo son sus frutos como el plátano , piña , aguaimanto , mango
y el rico cacao que cada año se utiliza mucho más.
Promover la participación activa llamara la atención de diferentes comunidades sobre todo a las más
cercanas a la selva amazónica ya que los adultos son el ejemplo el modelo que nosotros seguiremos.
Con solo plantar árboles en algún lugar de la amazonia donde se evidencia la deforestación estamos
haciendo un cambio para el planeta y para nosotros.
Ellos ya tienen la maleta llena ya tienen hábitos y costumbres que se les ha infligido desde niños y no
podemos cambiarlos de la noche a la mañana.
Con tener la iniciativa y voluntad ya es algo.
Las autoridades están involucrados pero no solo ellos también se debe convocar a los padres de familia a
los adultos que ahí en la comunidad.
Ellos son nuestra mano de obra, la ayuda y soporte que nosotros necesitamos.
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Podríamos decir después de ver tantos aspectos no solo de la amazonia si no de la influencia que tiene la
educación de las personas sobre ella tanto niños, adolescentes como adultos.
Para mi punto de vista la selva amazónica es un lugar excitante para diferentes tipos de persona desde un
amante de la naturaleza hasta un amante fotográfico de los ambientes.
Estoy segura que si pusiéramos pistas y rutas turísticas de diferentes niveles la amazonia sería un gran
centro turístico para mostrar a la sociedad.
Esto no es de ganar un concurso de tesis o ensayos esto va mucho más que un premio es tomar a
conciencia propia las consecuencias desfavorables que podrían haber más adelante.
La amazonia es el pulmón del mundo no lo dañemos no lo contaminemos y no lo destruyamos como
directa o indirectamente nos estaremos destruyendo.
Y si alguien dice que no se puede pues entonces se podrá y mucha más porque el Perú tiene la ventaja de
tener un alta tasa de mortalidad con la que podría trabajar para las mejoras de áreas verdes.
La ayuda de todos es indispensable porque por más pequeño que sea el aporte se está favoreciendo.
Y cuidar nuestro hogar es una forma de darle gracias a la naturaleza por todo lo que nos brinda por hacer
posible la vida en el planeta. Porque no estamos para pelearnos entre países estamos para unirnos y comenzar a
ejecutar proyectos que se tienen olvidado al final será para el beneficio de todos.
Y no es cosa de simplemente decir y decir o llenar hojas con miles de palabras ahí que hacer hechos
ponernos de pie y decir : ya es hora de que comencemos a esforzarnos por nuestro hogar ya es hora de no dañar
lo que tanto esfuerzo nos costara recuperar.
La amazonia no es más que una prueba de que el planeta nos ayuda nos fortalece pero sobre todo nos da
oportunidades para corregir nuestros errores, porque si una generación no lo hizo la siguiente lo puede hacer.
Tener experiencias sobre educación ambiental es algo lindo del cual aprender y compartir.
Con los niños comenzaremos de cero con los adolescentes implementaremos y desarrollare potenciales y
talentos ambientales en diferentes aspectos y con los adultos corregiremos errores que antes no hemos corregido.
Implementar áreas verdes no es algo imposible de hacer, tratar de fomentar participación es el comienzo
de todo.
Y comenzar por los adolescentes sería un gran paso buscar e identificar lideres con el talento y capacidad
de conseguir seguidores y gente que lo apoye y lo asesore es un gran proyecto con el cual se debería comenzar.
La selva amazónica y el mismo planeta tierra nos está pidiendo que comencemos actuar.
¿Qué nos pasa? ¿Acaso aun no entendemos?, Aparte de contaminar nuestro oxigeno queremos destruir
la ayuda que nos está dando el mismo planeta para conservar la vida como lo es la Amazonia.
El cambio climático y el calentamientos global es un sobre aviso que nos está poniendo para ponernos
derechos y comenzar a ejecutar planes y no teorías.
Tenemos recursos, tenemos asesoría, tenemos mano de obra, pero sobre todo, tenemos nuevas
generaciones comprometidas, ¿qué más no falta para proteger nuestro patrimonio acaso necesitamos vivirlas las
consecuencias para decir, porque no hicimos esto y esto antes? ¿Para lamentar lo que ya se hizo? No se supone
que debemos cuidar lo nuestro no sentarnos a decir tu hiciste esto soluciónalo porque las cosas no funcionan así.
Cualquiera puede decir y dar órdenes pero solo los grandes líderes pueden sustentar y llevar a cabo lo que
dicen.
No son las autoridades, no es la comunidad, no es cada uno hace lo suyo, es todos nosotros hacer algo en
beneficio a esta gran maravilla que es la selva amazónica.
Cuidar la selva amazónica nos traerá beneficios debes centrarnos poner los pies en la tierra y no seguir
fingiendo que todo es color de rosas y que no pasa nada. Debemos seguir con la iniciativa porque pruebas
científicas hay como para que no haya excusas.
Todo esto viene desde décadas que le seamos indiferentes es otra cosa el colegio, la comunidad el país y
el mundo en general necesitan aportar.
Porque el día en que la amazonia pierda toda su biodiversidad no habrá nada que hacer y comenzaran las
guerras por los recursos naturales.
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Como vemos, iniciativas y políticas de conservación se dan, contamos con un ministerio de ambiente, con
legislación que nos dice que: “en el Perú el derecho a un ambiente adecuado y equilibrado para el desarrollo de
la vida se encuentra recogido como un derecho fundamental en el numeral 22º del Artículo 2º de la Constitución
Política. Asimismo, la Ley Nº 28611 - Ley General del Ambiente, califica a este derecho como irrenunciable y señala
que viene aparejado con el deber de conservar el ambiente”, asimismo de contar con la Ley de Aprovechamiento
sostenible de los Recursos Naturales Ley Nº 26839 y la Ley de Conservación y Aprovechamiento Sostenible de la
Diversidad Biológica, que “Impulsa la conservación y aprovechamiento sostenible de la Amazonía teniendo en
cuenta su variabilidad, complejidad, fragilidad y ubicación geoestratégica, también se pretende proteger los
bosques primarios amazónicos y reducir gradualmente la tala, roza y quema para fines agropecuarios,
desarrollando alternativas productivas de uso del bosque en pie, como el ecoturismo, manejo de bosques y otras
actividades”. Pero todo esto, no será posible de alcanzar si las personas especialmente las que viven y sobreviven
en nuestra bella amazonia se sensibilizan y comprometen con su preservación; pero esto claro con el apoyo del
Estado, pues la situación de pobreza, la poca tecnificación y la situación de violencia como los rezagos de
terrorismo, mafia de tráfico de drogas, traficantes de madera, entre otros, aunadas a las escasas oportunidades
productivas sostenibles hacen que los pobladores vean la tarea de conservación secundaria e insignificante frente
a su realidad y necesidades cotidianas.
Por eso, repito mi posición no es que falte iniciativas, que las leyes no protejan, ni incentiven su
conservación, sino más bien que en una situación de abandono, de poca presencia del estado, de masificación de
experiencias exitosas, de inversión, de promoción e implementación de procesos productivos sostenibles, se hace
inviable muchas de esas buenas propuestas ambientales, porque el poblador amazónico ve sus necesidades y a
veces, poco motivados, a pesar de saber ancestralmente los beneficios de conservar sus bosques, participan
directa o indirectamente de su deforestación y explotación.
Pero ya lo he dicho anteriormente, solo con la educación, con la sensibilización se conoce y valora, se
genera amor por lo que se tiene, se compromete y busca alternativas, se compromete y puede ser parte de los
cambios que tanto los necesitamos. Y como muchos lo dicen en educación, son los niños a través de la educación
los motores del cambio. Y no hay más pretextos, para que cada quien apoye desde el rol que le toque la educación
ambiental que tanto nos falta, no solo del maestro se aprende porque también debe ser compromiso de las
familias y los líderes de la sociedad; recordemos sin ambiente no hay futuro.
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Hasta lograr un mar de sangre corriendo por recuerdos
Manuela Carrancio
Uruguay
“Nosotros no somos mitos del pasado, ni del presente, sino que somos pueblos activos. Mientras
que haya un indio vivo en cualquier rincón de América y del mundo, hay un brillo de esperanza y
un pensamiento original”. Rigoberta Menchú.
En la cuenca del Amazonas y del Orinoco la mayor parte del territorio cuenta con tierras de baja pluviselva
y con gran diversidad de alimentos vegetales y animales. Se estima que entre 32.000 y 39.000 años atrás
aparecieron los primeros asentamientos humanos. El completo poblamiento del área habría llevado tan solo un
par de milenios. Desde entonces, los pueblos amazónicos han desarrollado estilos de vida integrados con los
beneficios y restricciones del bosque tropical.
Generalmente, las presas locales contienen animales que habitan cerca de los ríos, como peces, tortugas,
capibaras y cocodrilos. La principal fuente de proteína es el pescado, suplementado con la caza de pecarís, tapires,
roedores y monos. Hasta hace poco era común manipular cerbatanas, flechas con puntas envenenadas y lanzas
para cazar, pero estas armas primitivas han sido progresivamente reemplazadas, cuando pueden ser adquiridas,
por armas de fuego. La domesticación de plantas, centrada inicialmente en la mandioca amarga, data de 5.000
años. La expansión de la agricultura, en su versión de roza y quema, empezó en las laderas de los Andes orientales
y se produjo a lo largo de los principales ríos. Los pueblos cazadores - recolectores fueron relegados a las áreas
más inaccesibles.
De acuerdo con la información disponilizada por Wikipedia, cada conjunto lingüístico de estos indígenas
tiende a compartir ciertas características relativas al tipo de territorio que ocupan, el modo de producción y el
tipo de cultura material. Por ejemplo, prácticamente todos los grupos étnicos de las familias Arawak, Caribe y Tupí
ocupan áreas de pluviselva, usan extensivamente la agricultura y fabrican canoas, hamacas y cerámica. Por otro
lado, los grupos étnicos de la familia Yê viven mayoritariamente en praderas, tienen poca agricultura y no fabrican
canoas, hamacas, ni cerámica. No obstante, cuentan con una organización social más compleja. Esparcidos entre
los pueblos agrícolas, en el corazón de la selva, quedan cazadores recolectores pertenecientes a familias
lingüísticas menores, como los pueblos de la familia Makú, Mura Pirahã y Guahibo, que serían los descendientes
casi directos de los primeros cazadores - recolectores.
Algunos grupos, especialmente los que cuentan con agricultura intensiva, han sido conflictivos y
propensos a atacar a sus vecinos. Aunque también existen relaciones asociantes entre diferentes grupos: por
ejemplo los Tukanos, que son agricultores, mercantilizan con los Makú, que son cazadores y recolectores. Estos
últimos suministran carne de animales de la selva y veneno obtenido de los peces, y a cambio reciben harina de
mandioca de las plantaciones Tukanas y cerámica. Aun así los Makú son considerados "inferiores" por los Tukano
y no son tenidos en cuenta en el sistema de matrimonio interétnico en que participan los Tukano con otros grupos
étnicos.
Los grupos de cazadores-recolectores alguna vez fueron habitualmente nómades y vivían en pequeños
asentamientos temporales hasta que se acababan los recursos naturales; entonces, cambiaban de lugar. Pero,
debido a las colonizaciones de pueblos no indígenas, muchos grupos locales fueron obligados a adoptar estilos de
vida sedentarios y se convirtieron en campesinos.
Estos cambios no solo devastaron los estilos de vida tradicionales, sino que también provocaron que los
pobladores perdieran el control de su territorio.
Los europeos invadieron la región en el siglo XVI, tomando un control rápido de las zonas costeras y los
principales ríos, hasta donde eran navegables. La población autóctona se comenzó a reducir notoriamente hacia
1900; se estima que la población era solo una décima de la parte de la que habría existido hacia 1500 (estimada
entre 2 y 5 millones). Brasil actualmente cuenta con una población aproximada de 330.000 indios (1% de la
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población total del país); antes de la llegada del hombre blanco eran aproximadamente 6.000.000. La mayor parte
de esta matanza fue involuntaria. Los invasores blancos trajeron con ellos varias enfermedades ante las cuales los
autóctonos prácticamente no tenían inmunidad: sarampión, gripe y otras similares. Los europeos también
esclavizaron a los indios amazónicos. Existen testimonios de cómo los europeos navegaban desde la
desembocadura del Amazonas río arriba, capturaban tribus enteras y los llevaban de nuevo río abajo hasta
plantaciones donde, debido a las durísimas condiciones de trabajo, fallecían a los pocos años. Los europeos gracias
a su superioridad en cuanto a armamento tomaron, por la fuerza, casi cualquier pedazo de tierra que les interesó.
Posteriormente las irrumpas de colonos y europeos estuvieron motivadas por la tenencia de recursos como el
caucho o ciertos minerales, que con frecuencia iban antepuestos de acciones violentas contra los indígenas
amazónicos.
Numerosas veces ante la extinción inminente del propio grupo étnico varios grupos humanos se
fusionaron. La población indígena a finales del siglo XX era de unos 400.000 individuos. En el pasado 1.300 eran
las lenguas indígenas habladas; actualmente son 170 de las cuales en Brasil cerca de 2.000, 115 tienen menos de
1.000 hablantes y sólo 4 de estas lenguas superan los 10.000 (estando todas por debajo de los 20.000). En los
otros países de la Amazonia la situación es similar. La extensión de las carreteras al interior de la selva amazónica
ha favorecido fuertemente la asimilación cultural de los pueblos indígenas. Entre las personas de descendencia
indígena cada vez es más utilizado el español y el portugués; en consecuencia, las lenguas tradicionales de estos
indios año a año van desapareciendo en forma triste y alarmante. Por lo que se prevé que en unos cien años solo
una pequeñísima fracción de las lenguas habladas actualmente tenga continuidad.
Algunas de las tribus amazónicas más tradicionales y fascinantes están situadas en el Valle del Río Javarí
en la frontera de Perú con Brasil. Una de estas tribus es la de los Matses que, a pesar de la gran amenaza que
significa el hombre blanco sobre su cultura y sus derechos, siguen viviendo de modo muy similar a como lo hacían
antes de que Colón llegara a América; aún son cazadores y practican ceremonias amazónicas tradicionales. En
ninguna otra región de la selva amazónica se encuentran pueblos indígenas tan tradicionales, que, a pesar de todo,
hayan conservado sus culturas nativas originales.
“Los pueblos indígenas hemos sabido ocultar nuestra identidad porque hemos sabido resistir”
Para continuar con esta historia de los pueblos tradicionales de la Amazonia me voy a basar en esta frase
de una gran líder indígena guatemalteca, defensora de los derechos humanos y ganadora del Premio Nobel de la
Paz: Rigoberta Menchú.
Ella afirma que en la actualidad hay pueblos indígenas que aún cuentan con su identidad natal porque han
sabido “resistir”…
Sin dudas, al leer este pensamiento lo primero que se nos transmite es el sufrimiento que estos pueblos
han tenido que sobrellevar a lo largo de los años para poder resguardar sus costumbres, culturas, idiomas, etc.
Pero… ¿no es un derecho humano poder resguardar nuestra identidad? Entonces... ¿por qué a estos maravillosos
pueblos indígenas se les viola este derecho?
Desde que los europeos llegaron a estas tierras, hasta el momento perteneciente únicamente a los
indígenas, indios y hombres blancos han tenido innumerables enfrentamientos, en su mayoría masacres
extremadamente sangrientas; el principal motivo de estas matanzas salvajes es que los indios defienden lo que
es suyo y los blancos codician lo ajeno.
El hombre blanco, en su mayoría, afirma que dichos pueblos indígenas deambulan por la selva siendo una
amenaza para ellos, ya que son caracterizados como “violentos y asesinos”; por lo tanto buscan a toda costa su
desaparición.
Por otro lado, científicos interiorizados en el tema afirman que estos pueblos constan de normas
diferentes a las nuestras. Son sociedades completamente tranquilas en donde no se ve nunca a un marido pelear
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con su mujer; a un indio discutir con otro; a un padre pegarle a sus hijos; a un padre decirle “no” a sus hijos. Los
niños son completamente libres como el ambiente que los rodea.
En estas sociedades no existen las grandes y horrorosas problemáticas sociales que nos aterrorizan día a
día, como, por ejemplo, la violencia en todos sus aspectos; el aterrador y en aumento bullying; el estrés y otras
enfermedades mentales; etc. Entonces… ¿con qué motivo han sido catalogados, más de una vez, como “seres
inferiores” si estos indios han construido sociedades incluso más organizadas que las nuestras?
Existen cientos de pueblos indígenas diferentes. Cada uno de ellos con sus culturas, costumbres, idiomas,
etc. Pero tienen una importantísima semejanza… y es que sin importar las diferencias lingüísticas de estos
aborígenes todos saben decir “injusticia” en portugués pero generalmente no son escuchados.
Lamentablemente, muchas veces se nos olvidan estos pueblos milenarios, y que son seres humanos tal y
como nosotros, que compartimos derechos y que tenemos la obligación de hacerlos cumplir. Pero… ¿quién puede
luchar por los derechos de los indios?
La respuesta a esta pregunta es muy simple… absolutamente todos tenemos el poder de luchar por los
derechos de estos aborígenes; solo hace falta concientización ya que como dice Nelson Mandela “Nadie nace
odiando a otra persona por el color de su piel, o su origen, o su religión”.
Ningún ser humano nace odiando y/o discriminando a estas culturas milenarias. El rechazo hacia otra
persona por su origen, color de piel o religión es algo que aprendemos de nuestros adultos y que aplicamos de
manera sistemática y sin razón aparente.
Para cambiar esta realidad tenemos que cambiar el cuentito del indio malo, violento y asesino que les
contamos a nuestros niños.
Contémosles mejor parte del relato de la primera impresión que tuvo Cristóbal Colón al pisar América y
encontrarse frente a tan maravillosos seres:
“Son muy bien hechos, de muy hermosos cuerpos y muy buenas caras, los cabellos gruesos casi
como sedas de colas de caballos y cortos… son del color de los canarios, ni negros ni
blancos…aman a su vecino como a sí mismos y su manera de hablar es la más dulce del mundo,
siempre gentiles y sonriendo, son tan afectuosos, tan poco codiciosos y son siempre tan dóciles
que en mi opinión no hay mejor tierra en todo el mundo…”.
De lo contrario continuaremos con este horroroso genocidio en donde cada vez desaparecen más
poblaciones de indígenas, llenos de historia, llenos de vivencias, llenos de culturas originales, llenos de misterios…
Si perder una vida humana es algo irreparable, perder todo un pueblo es una verdadera tragedia que nos debería
deshacer el alma y nos debería llevar a cuestionarnos lo siguiente:
¿Valdrá en Brasil lo mismo la vida de un indio que la vida de un hombre blanco?...
No olvidemos que el hecho de tomar una postura indiferente frente a estas alarmantes situaciones nos
hace más que cómplices de cada muerte de un indígena a quien le han quitado sus derechos.
No olvidemos que como dice Martín Luther King Jr. “Nuestras vidas empiezan al terminar el día que
guardamos silencio sobre las cosas que importan”
No olvidemos que hay cientos de seres humanos sufriendo atemorizados en la selva porque no los
dejamos conservar su identidad; cuando en realidad el hecho de que aún existan pueblos indígenas es uno de los
tesoros más valiosos que tenemos en este planeta…
“Cambiar el mundo… que no es locura ni utopía, sino justicia”
Para finalizar me gustó citar esta frase del legendario Don Quijote de la Mancha, ya que la única forma de
salvar estos maravillosos pueblos indígenas es cambiando el mundo.
Caminhos do MERCOSUL 2015
Necesitamos de modo urgente cambiar nuestros pensamientos, tomar conciencia, justicia por quienes
hace años están viviendo en paz y así quieren seguir millones de años más sin correr riegos de extinción.
Tomar conciencia sobre lo importante que es conservar la historia de este mundo, sobre lo increíbles que
son estas culturas y la cantidad de cosas que podemos aprender de ellas.
Al hombre le urge aprender a valorar las cosas hermosas que nos regala la naturaleza, lograr ver un poco
más allá de la sociedad materialista que nos rodea y ver que existe un mundo fantástico por conocer, ver que en
la vida lo más importante no son las cosas materiales que poseemos, sino nuestros sentidos a través de los que
descubrimos este sorprendente planeta.
Es cierto que no sabemos exactamente cuál es nuestro fin en la tierra pero sin dudas no es ir por ahí
destruyendo historia como la que han construido durante cientos de años los pueblos indígenas.
Convirtámonos en kaetomones (indios valientes en una de sus lenguas tradicionales) y luchemos por la
conservación de estos indígenas y sus culturas tan valiosas.
“Yo creo firmemente que el respeto a la diversidad es un pilar fundamental en la erradicación del racismo,
la xenofobia y la intolerancia.” Rigoberta Menchú.
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Ensayo: Floresta Amazónica
Evert Emanuel Núñez Belotto
Paraguay
Amazonia
Su nombre evoca la bravura mítica de una nación especial de mujeres. La amazona es una mujer de raza
guerrera que los antiguos griegos suponían que existían. Dice la leyenda que eran mujeres de cierta raza guerrera
de la antigüedad que peleaban como hombres porque eran muy fuertes.
Nuestra amazonia, cual madre, da sustento a infinidad de hijos desde tiempos inmemoriales. La historia
nos habla de que dicho territorio fue poblado entre 20 000 a 12 000 años aC. Hacia el año -7000 se desarrolló la
cultura de la Selva tropical que sobrevivía de la caza, la pesca y la recolección de frutos, luego pasaron a fabricar
cerámica. Hasta la actualidad, en lo profundo en la selva, sobreviven grupos aborígenes que subsisten como sus
ancestros, en equilibrio perfecto con su hábitat.
Pero ¿De dónde surge la denominación del término?, — Es desde 1540, cuando el escribano Gaspar de
Carvajal inicia los relatos del navegante español Francisco de Orellana. Este escribano narra el ataque feroz de
unas indígenas que comparó con las Amazonas, el coraje y la habilidad guerrera de aquellas mujeres. Desde
entonces este río es conocido como el Río de las Amazonas.
Ya sea una mítica mujer, un río o una región selvática, el Amazonas protege a los suyos con todo su ser,
brinda abrigo y sustento a todos los pueblos que contiene, incluyendo a los civilizados descendientes europeos
que incivilizadamente van degradando sus tesoros naturales imprescindibles para la humanidad.
De belleza natural inexplicable, extiende su manto mítico abarcando cerca del 50% del Brasil. De lo mítico
a la utilidad concreta, la cuenca del Amazonas es la más grande del mundo, cubierta en gran medida por la
pluviselva tropical, por lo tanto, el Amazonas alberga gran variedad de plantas y animales, además que esa agua
es perfectamente potable mar adentro desde la desembocadura.
Por eso puede afirmarse que el río Amazonas es el más importante del mundo. Es muy relevante ya que
su caudal supone cerca de la quinta parte del agua dulce del planeta. Es el río más largo de todo el continente
americano.
Se ha mantenido con el paso del tiempo sin haber sufrido un cambio en su composición ni en su estructura.
Es una zona cubierta de por un cauce que se encuentra rodeado de inmensa vegetación que cruza este río de
oeste a este, en muchos lugares aún no ha llegado el comercio y mucho menos la explotación, pero en otros
lugares sí, han llegado a explorarla y expoliarla.
El Amazonas contiene mucha más agua que su hermana africana el río Nilo. Recorre una amplia llanura
aluvial cubiertas de espesas selvas vírgenes que despertó la codicia del despojo en tiempos coloniales y en la
actualidad sigue generando riqueza para las generaciones actuales y futuras, pero este futuro no está asegurado,
en el presente la ambición del vil metal hace que respiremos menos oxígeno, disfrutemos de menos plantas
medicinales, de menos animales que se perderán en la memoria, retrocediendo ante la tecnología sin alma, por
eso depende de nosotros cuidarla.
Esta serpenteante belleza puede considerarse como uno de los ríos de mayor importancia económica del
globo. Tanto en el pasado como en la actualidad, eso explica las numerosas expediciones de reconocimiento de
que ha sido objeto, ya que la importancia de una red fluvial navegable es excepcional, gracias a este sistema
pueden exportar sus productos y desde el pasado fueron muy apreciados la castaña, cacao, tabaco, salsaparrilla,
frutas exóticas, piel de animales y vegetales colectados por indígenas y caboclos.
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Deberíamos constituirnos en defensores de esta fuente inagotable de recursos para que continúe así, ser
los Francisco Caldeira Castelo Branco que en 1616 fundó un fuerte para protegerlo de posibles invasiones, o Pedro
Texeira hacia 1637 con el mismo objetivo. Pero protegerlas en la actualidad ¿de quién es? –De nuestros mismos
padres o de nuestros propios amigos que no toman conciencia de la importancia de su protección para la
supervivencia de nuestra misma especie.
La diversidad de esta región fantástica oculta entre meandros y selvas fue documentada con admiración
desde los inicios de la conquista europea, existió en toda la Amazonia una lengua general de origen tupí – guaraní,
que en tiempos coloniales auxilió la incorporación de indígenas a la empresa, pero los indígenas no se adaptaron
a las actividades económicas, así, en la segunda mitad del siglo XVIII, la mano de obra fue suplida por negros
traídos de África en condición de esclavos.
Muchos pueblos indígenas de la Amazonia siguen vulnerables ante el ritmo de vida y de trabajo
occidentales que no se corresponden con su visión del mundo y de la vida, además del deleznable hecho de que
a seres humanos se hayan tratado como objetos de producción económica, en la actualidad de manera encubierta,
en algunos recónditos lugares sigue una esclavitud disfrazada.
La narración anterior nos enseña de los errores del pasado, pero muchas veces tendemos a repetirla
debido a que la desconocemos. Por ello debemos liberar a los pueblos de la esclavitud disfrazada, educarles para
que todas las personas hagan uso de sus derechos. La mejor ayuda o auxilio así como en la colonia, en la actualidad
sería empoderar a los grupos autóctonos de sus derechos, uno de estos derechos es su lengua tupí – guaraní, o
cualquiera de sus otras lenguas maternas, por esto, para apreciar la riqueza del patrimonio cultural de los pueblos
indígenas es necesario considerar esa mixtura de aspectos materiales e inmateriales.
Lo mencionado corresponde al amazonas como crisol de seres vivientes, sujeto de derechos, pero el
amazonas también posee características físicas como el de ser una pendiente de menos de 2cm/km, donde la
humedad es permanente y el calor elevado es constante, dispone más de 5200 km navegables . Hay un clima muy
caluroso ya que la temperatura en el invierno oscila los 25 a 27 grados según los lugares con diferencias casi
insignificantes. La amazonia está cubierta por una vasta zona en la que predomina la selva tropical y una gran red
fluvial.
Su densa vegetación y volumen de agua que circula en su larga red de drenaje está compuesta por más
de 1100 afluentes, producen una alta nebulosidad, con altas precipitaciones que liberan calor, influenciando el
clima regional y global. Puede identificarse tres tipos de aguas, las blancas, negras y claras. Las blancas son por la
materia orgánica y sedimentos, las negras por la descomposición incompleta de hojas y frutos, las claras o verde
azuladas se deben a la presencia de algas de ese color.
Miles de años antes de la existencia de seres humanos se configuran las características hidrológicas de los
colores de los ríos que la conforman y que representaran a la misma diversidad biológica y cultural que vive en
ella.
Por ello puede afirmarse que el Amazonas tiene importancia en el equilibrio ecológico continental. Podría
decir que es pulmón del mundo ya que su densa selva purifica el ambiente y da gran cantidad de oxígeno al planeta.
El pulso hidrológico gobierna la vida de las poblaciones que viven en la región, como la pesca, la agricultura
del maíz, mandioca y banana; además de la extracción de látex. Muchas personas viven en palafitos y en época
de crecida inunda las regiones ribereñas.
La simbiosis entre las personas y su río es íntima, le da el sustento necesario para la subsistencia que por
cientos de años pudo contener en equilibrio, y debe continuar así, para poder disfrutar de sus beneficios por otros
miles de años más.
Los ríos son los caminos naturales de la región, que los pueblos ancestrales han cuidado y mantenido hasta
nuestros días, pero nuestra presencia la pone en riesgo con máquinas a motor y contaminantes derivados del
petróleo y que a pesar de la tecnología que poseemos, esa misma tecnología pone en riesgo de degradación al río
y su floresta. La embarcación más amigable es la rústica de los pueblos primitivos, con mínimo impacto al
ambiente natural.
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Cuando los desechos son lazados sin tratamiento en el cuerpo de agua, los efectos son sentidos
rápidamente por la fauna y flora. Los desechos domésticos poseen gran cantidad de bacterias que consumen
rápidamente el oxígeno del agua.
En la actualidad la presión producida por la masiva presencia humana ha degradado el ambiente natural,
por ejemplo, los pesticidas a productos agrícolas; es nuestra responsabilidad cuidar de las aguas de los ríos y
arroyos, disponer correctamente de los desechos que estén a nuestro alcance, porque es un círculo que volverá
al ser humano debido a que el agua contaminada es absorbida por los peces y de ahí vuelve al ser humano;
El Amazonas cuenta con grandes reservas de minerales y paisajes de extrema belleza. En la Amazonía la
naturaleza nos deleita con grandes reservas naturales que cuentan con una majestuosa belleza y constituye el
potencial del mayor país del subcontinente sudamericano y es admirado por las personas que tienen la
oportunidad de verlo.
Los recursos minerales y energéticos se encuentran ampliamente distribuidos en la cuenca amazónica
Esto representa una gran posibilidad de desarrollo económico ya que en dicha cuenca hay oro, magnesio, bauxita
zinc, hierro, también hay petróleo y gas natural. En la amazonia se encuentran varios minerales metales preciosos
que ayudan en parte a la economía brasilera, esto demuestra que en el amazonia existe mucha riqueza.
La explotación minera en la amazonia es de dos tipos gran minería y pequeña minería, por otro lado los
países de la región amazónica han hecho un esfuerzo sin parar para establecer un sistema de áreas protegidas o
unidades de conservación.
La primera se orienta a la explotación de los recursos minerales más importantes como el petróleo y el
gas; y la otra se limita a los lavaderos de oro y a la explotación de piedras preciosas y semipreciosas.
En ese sentido es importante recordar que la consecuencia de la explotación minera, a su vez produce
cierto grado de contaminación de las aguas, es por ello que es de suma importancia un estudio de impacto
ambiental y prever el tratamiento del subproducto de dicha extracción, aunque por otra parte el sistema
amazónico de unidades de conservación es uno de los mejores que se haya diseñado a nivel mundial y gracias a
eso se pude conservar un ambiente natural sin ser explotado comercialmente para el cuidado de especies de la
fauna y la flora nativas.
El destinar áreas para proteger la biodiversidad, es fundamental para promocionar el turismo y para el
manejo sustentable de recursos naturales. Es una forma creciente de gestión de la tierra en la región amazónica
que puede ayudar a mantener la amazonia sin causar tala o deforestación y con el turismo se pude sacar provecho
de los recursos naturales sin dañar a la floresta amazónica manteniendo una conservación natural y a la vez sacarle
provecho sanamente.
La alta biodiversidad en un mismo lugar y la gran diferenciación de las especies entre lugares, son los dos
factores biológicos más sobresalientes para el futuro de la amazonia y para el desarrollo sustentable. La
polinización y distribución de semillas por los animales es un elemento esencial para la sobrevivencia de las
especies de plantas.
Los animales al consumir una fruta trasladan los alimentos y de esta forma van esparciendo las semillas
por varios metros hasta kilómetros. Las aves por ejemplo trasladan las frutas por otros sitios, se les cae la semilla
o la suelta y la semilla se engendran en otro lugar y de esta forma se reproducen las plantas gracias a los animales
que habitan esa zona y de así ayudan a la amazonia a mantenerse naturalmente.
Gracias a la biodiversidad en una misma zona y la gran diferenciación de especies son los factores más
importantes para la biología para que el Amazonas pueda tener un desarrollo constante que la amazonia no se
pierda. Las especies útiles están relacionadas con las hiervas medicinales por sus propiedades alimenticias, como
productoras de aceites y también existen las que son maderables de esta forma la alta biodiversidad nos deleita
con cantidades útiles dentro de la amazonia.
En el bosque natural muchas especies están adaptadas a un habitad específico, lo que tiene implicancias
directas con el desarrollo de la región.
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De acuerdo con FAO (2010), los peces del Amazonas se destacan por la diversidad y constituyen el 10%
de la ictiofauna de agua dulce del mundo y el 80% de la ictiofauna brasileña. Lo más importante es que los peces
constituyen la fuente de alimentación y trabajo de las poblaciones amazónicas.
Pero la contaminación de las aguas pone en riesgo esta fuente de alimento y trabajo, por eso es necesaria
una comprensión crítica de la crisis socio - ambiental que nos dirija hacia una educación para la sustentabilidad,
siendo que la amazonia es la mayor selva tropical del mundo. Esta selva es el pulmón del mundo por su densa
vegetación y reserva biológica de gran importancia por la diversidad faunística.
Ésta es una región que comprende algo más de 3 500 000 de kilómetros cuadrados de una inmensa
vegetación, cuenta con unos enormes árboles que miden de 40 a 50 metros de altura y de 4 a 5 metros de
diámetros, es una de las tierras más ricas en recursos naturales del mundo.
En la Amazonia los árboles son de grandes dimensiones ya que tienen varias décadas y por lo tanto llegan
a ser bastante grandes, esto también gracias a que la tierra es rica en minerales. Cabe resaltar la increíble
conservación que cuentan estas selvas tropicales que se constituyen en reservas que en muchos lugares aun no
fueron explotados y estos árboles se conserven y ayudan al medio ambiente no solo del Brasil sino también del
mundo.
La cantidad impresionante de vegetación en perfecto estado es símbolo de riqueza natural porque gracias
a la amazonia respiramos aire puro todos los días y también una gran cantidad de animales se encuentran en su
habitad natural donde se reproducen y se conservan la especie sin alterar el orden ecológico.
Las cuencas fluviales como el Amazonas sitúan al Brasil en uno de los países con mayor potencial hidráulico
y el más drenado del planeta. El río amazonas descarga en el océano atlántico 175 000 m3 de agua dulce en cada
segundo y representa el 20% de toda el agua dulce que entra en los Océanos.
Al igual que el caudal hídrico y la variedad faunística, la vegetación es símbolo de riqueza. La diversidad
biológica es una de las características de la amazonia. Los bosques tropicales de la amazonia solo cubren el 7% de
la superficie de la tierra.
La riqueza biológica se estima que existen entre 5 y 30 millones de especies y el número de insectos es
inseguro pero se estima que hay más de 10 millones. Además constantemente surgen descubrimientos de nuevas
especies que hacen difícil cuantificar y cualificar todo el potencial amazónico.
A pesar que la amazonia solo cubre poco de la superficie terrestre es capaz de alimentar y sostener más
de la mitad del medio ambiente. Por más que sea inferior la cantidad de espacio que posee no le dificulta ayudar
al ecosistema ya que tiene una vegetación bastante espesa.
Pero la Amazonía tiene muchas dificultades que han de vencerse también tiene problemas de
sustentabilidad ambiental que deben conocerse para tratar en encontrar respuestas porque en las mismas está
la subsistencia de la misma raza humana.
En este sentido se propone el eco- desenvolvimiento propugna una estrategia muldimensional y
alternativa de desenvolvimiento que articula producción económica, preservación ambiental y participación social.
Persigue con especial atención medios para superar la marginalización y la dependencia política, cultural y
tecnológica de las poblaciones involucradas en los procesos de cambio social. Solo de esta forma sería posible un
desarrollo sustentable y sostenible.
El amazonas es fundamental para el hombre porque depende del agua para mantener sus funciones
biológicas, principal medio de transporte, y principal medio de producción de energía y de producción de
alimentos; además el sistema acuático amazónico tiene importante injerencia en el ciclo del carbono global.
Más del 60% del cuerpo humano es agua, es el líquido vital, nosotros somos hijos del agua, hijos del
Amazonas, debemos planificar otras formas de subsistencia menos agresivas con respecto a la pervivencia de
nuestra madre amazonas que lucha por sobrevivir.
La Amazonía se constituye un bien ambiental, económico y social no solo del Brasil, sino de toda los seres
humanos y si pertenece a todos, a todos compete luchar por su bienestar y que siga sano por generaciones por el
bien de la humanidad.
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Caminhos do MERCOSUL 2015
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Caminhos do MERCOSUL 2015
Una mirada a la selva Amazónica Boliviana y aportes para su preservación sostenible
Raquel Marcela Ticona Villca
Bolivia
1. Introducción
El Mercado Común del Sur (MERCOSUR) es un acuerdo entre países de América del Sur, tiene el objetivo
de lograr una mayor integración de sus economías y así mejorar la vida de sus habitantes. Mediante este acuerdo
los países pueden hacer negocios para aumentar el comercio entre ellos. También les permite a los países
desarrollarse y fortalecer los intereses de ellos en el mundo. Cuando los países se unen tienen más fuerza para
comprar y vender productos a otros países del mundo.
Ahora bien, me refiero específicamente la región Amazónica que despierta cada vez más interés a nivel
mundial; una de las razones fundamentales es porque posee la mayor superficie de bosque tropical del mundo y
la mayor biodiversidad del planeta. Asimismo provee servicios ambientales vitales para el bienestar de la
humanidad como la purificación del aire y la absorción de dióxido de carbono que posteriormente son liberados
como oxígeno limpio, contribuye al desarrollo del ciclo del agua, provee además alimentos, fibras, medicinas y
otros recursos naturales. Finalmente es un territorio que conserva y desarrolla una gran diversidad cultural y
étnica.
2. Objetivos
Sobre los antecedentes anteriormente señalados, el presente ensayo escolar tiene por objetivo investigar,
analizar y expresar alternativas viables para mejorar la preservación de la Selva Amazónica, de esta manera
contribuir al desarrollo sostenible de nuestra Bolivia Productiva.
3. Metodología
La metodología utilizada para el desarrollo del presente trabajo tuvo la siguiente secuencia:
a) Acopio de la información; para la recopilación de la información se acudió a las bibliotecas de la Facultad
de Ciencias Agrícolas y Pecuarias de la Universidad Autónoma Tomás Frías (UATF-Potosí), así como a profesionales
que disponen de información específica de la temática y por supuesto la bibliografía recomendada por los
convocantes y las diferentes páginas web;
b) Organización de la información; se elaboró la base de datos de la información consistente en una matriz
conteniendo información resumida de la realidad de la Amazonía Boliviana, principalmente de las áreas protegidas,
lo cual facilitó el trabajo;
c) Análisis y propuesta, el análisis y la propuesta están sistematizados tomando en cuenta dos indicadores
principales: a) la deforestación y b) las áreas protegidas
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4. La Amazonía boliviana en el aspecto ambiental:
En nuestro país, existen tres criterios principales que se pueden establecer para la delimitación de la
Amazonía: 1) el hidrográfico, 2) el ecológico y 3) el Político, aunque cada país miembro de la Organización del
Tratado de Cooperación Amazónica (OTCA) utilizan sus propios criterios para la definición de sus áreas amazónicas
nacionales. En esta ocasión el presente trabajo estará centrado en área ecológico o biogeográfico, que
corresponde al bioma bosque húmedo tropical y subtropical sudamericano, localizado al este de la cordillera de
los Andes, ésta área en Bolivia corresponde a una superficie de 475.278 km2, es un poco más del 43% del territorio
nacional. Para ello tomaremos en cuenta dos indicadores principales: a) la deforestación y b) las áreas protegidas
La Amazonía Boliviana involucra a cinco departamentos (La Paz, Cochabamba, Santa Cruz, Beni y Pando)
y 88 municipios de toda la región amazónica. Cabe destacar que el 15% de la población boliviana habita en la
región, con predominancia en el sector rural, los datos señalan que el 63% de la población amazónica vive en el
área rural, mientras que el 37% vive en la ciudad; éste comportamiento es a la inversa a nivel nacional, los datos
reflejan que el 35% de la población del país habita en el área rural y el 65% (INE, 2012).
a) Deforestación de la Amazonía
Sin duda podemos afirmar que los bosques toman el dióxido de carbono de la atmósfera para producir y
liberar oxígeno puro y es por esta razón la Amazonía cumple un rol fundamental en la regulación del clima, siendo
ésta región de vital importancia para el país.
La deforestación de la Amazonía ha sido reconocida como la principal causa de la reducción o perdida de
bosques tropicales. Se estima que a nivel global, la transformación de bosques tropicales húmedos en áreas
agrícolas, pecuarias o destinadas al desarrollo de algún tipo de infraestructura es responsable cerca del 15% de
las emisiones anuales de gases de efecto de invernadero. En Sud América, estos bosques están vinculados con la
extensa cuenca amazónica; no obstante, ellos no abarcan la totalidad de la cuenca. Los principales bosque
húmedos y las sábanas amazónicas de Bolivia están distribuidos desde el norte de los departamentos de La Paz,
Cochabamba y Santa Cruz hasta la porción norte del país, cubriendo la totalidad de los departamentos de Beni y
Pando. Este gran paisaje amazónico está conformado por un mosaico de bosques húmedos tropicales, sábanas de
inundación, bosques húmedos de transición hacia el cerrado y el chaco, y los bosques tropicales subandinos y
cubren cerca de la mitad de la superficie de Bolivia 475,278 km2, de esta cifra la pérdida de bosque en el periodo
2000 a 2005 fue cerca de 461.259 hectáreas, que corresponde al 0,87% del total de la superficie de la Amazonía,
en cambio en el periodo 2005 al 2010 la pérdida de bosque fue de 347.473 hectáreas (0,73%).
Por otro lado 11 áreas protegidas de las 17 existentes en el paisaje amazónico, que en conjunto
experimentaron una reducción de 41.050 hectáreas que corresponde al 0,49% de su superficie total. Durante el
periodo 2000 al 2010, las áreas protegidas que habrían experimentado mayores pérdidas de su bosque son: el
Parque Nacional Carrasco (PN Carrasco) con cerca de 12.200 hectáreas, el Territorio Indígena Parque Nacional
Isiboro Sécure (TIPNIS) con cerca de 13.800 hectareas, y el Parque Nacional Area Nacional de Manejo Integrado
Amboró (PNANMI Amboró) con aproximadamente 6.400 hectáreas, las restantes áreas protegidas Apolobamba,
Cotapata, Estación biológica del Beni Madidi, Manuripi, Noel Kempff Mercado, Pilón Lajas y Tunari, habrían
experimentado reducciones de su bosque en proporciones menores a las señaladas anteriormente.
Tal como podemos observar en cada periodo existe un grado importante en la deforestación, si tomamos
en cuenta simplemente el promedio del grado de deforestación de los periodos 2000 al 2005 y 2005 al 2010, el
bosque amazónico estaría sufriendo una pérdida de un promedio de 0,85% cada 5 años, si esta realidad persiste
la selva amazónica quedará enormemente afectado, repercutiendo negativamente en la degradación no solo del
medio ambiente nacional, sino también de todo el ecosistema.
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A nivel mundial se ha producido un aumento de un 42% de las zonas protegidas; sin embargo, la diversidad
biológica ha disminuido en un 12%. La lucha contra el cambio climático es un tema de especial preocupación pues
sus consecuencias se están viendo en la actualidad y pueden agravarse en los próximos años. Las emisiones de
CO2 han crecido un 36% en los países desarrollados y 64% en los emergentes) y las concentraciones de CO2 en la
atmosfera se han incrementado en un 9%. La temperatura media mundial aumentó en un 0,4 °C. Los 10 años más
cálidos jamás medidos han ocurrido desde 1998, (Rio+20, 2012).
b) Las áreas protegidas:
Las áreas protegidas éstas tienen carácter nacional, departamental, municipal, de tal manera que en toda
la Amazonía boliviana existen 17 áreas protegidas entre las de carácter nacional y de carácter departamental,
cubriendo una superficie de 9643.611 hectáreas; 10 de estas áreas fueron creadas después de año 1992.
Las áreas protegidas de la región amazónica boliviana, al igual que la del resto del país han tenido en
general, un progresivo mejoramiento en su gestión hasta el año 2000. También debo destacar que en los últimos
diez años se han ido incrementando los siguientes impactos y a la vez amenazas ambientales, tales como: Cambio
de uso de suelo, caza furtiva de la fauna silvestre, quemas extendidas, tala ilegal de la forestación, avasallamiento
de tierras, turismo desordenado, hidrocarburos y minería, trayendo como consecuencia problemas ambientales
negativos como es el caso del cambio climático en general. A continuación se hace conocer las obras
(construcciones) y/o actividades económicas que se desarrollan dentro de las áreas protegidas de carácter
nacional, las mismas que benefician a la sociedad pero que a la vez se constituyen en una amenaza para los
parques nacionales (Reyes E Herbas, 2012; LIDEMA, 2010):
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
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
RB-TCO PILON LAJAS: Amenaza de la Megarepresa de El Bala, avance de la colonización, riesgo de la
explotación hidrocarburífera PETROBRAS-REPSOL-TOTAL (bloques Rio Hondo Tiuchi), Explotación forestal
desordenada, avance de nuevas ocupaciones de colonización y avance de la frontera agrícola y pecuaria
en el borde Cascada-Yucumo-Rurrenabaque (LIDEMA, 2010);
PNANMI MADIDI: Proyecto camino Apolo Ixiamas; amenaza de la construcción mega empresa de El Bala;
implementación del complejo agroindustrial de San Buenaventura en la zona de influencia inmediata;
riesgo de explotación hidrocarburífera PETROBRAS-REPSOLTOTAL (bloques Rio Hondo Tuichi);
explotación aurífera en zonas cordilleranas; riesgo de la explotación de oro en la serranía del Tutumo (Rio
Tequeje). Procesos de explotación forestal (zona de San Fermín hacia la frontera peruana) así como
nuevos asentamientos en zonas de alta fragilidad;
PN CARRASCO: Avasallamiento de tierras frágiles; amenaza de construcción de camino SehuencasIvirgarzama que partirá el área en dos cruzando zonas de elevada fragilidad ecológica;
PNANMI COTAPATA: Aumento de explotación aurífera desordenada, asentamiento en la parte baja,
desvío de agua de ríos para la producción termoeléctrica, explotación de cultivos de coca en zonas de alta
fragilidad;
TIPNIS: Camino San Ignacio-Villa Tunari, ocupación de tierras por colonización, explotación forestal, riesgo
de nueva explotación hidrocarburífera (Bloque Sécure);
PNANMI ABORO: Avasallamiento de tierras frágiles por colonización, extracción de madera nuevos riesgos
de explotación hidrocarburífera;
ESTACIÓN BIOLOGICA DEL BENI: Avance de caminos y asentamientos en la región del sur, caza furtiva,
explotación de relictos, germoplásmicos de mara y cedro;
RESERVA MANURIPI: Explotación forestal desordenada, ganadería de reemplazo, nuevos asentamientos
de la zona de influencia Norte, riesgo de explotación hidrocarburífera;
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
ANMI APOLOBAMBA: Intensa explotación aurífera devastadora en las zonas cordilleranas (Flor de
Nevado); colonización y cultivos comerciales en zonas de bosques nublados de alta fragilidad.
5. Aportes para su preservación y desarrollo sostenible de la Amazonía Boliviana
A partir de la declaración de los principios de la conferencia de las naciones unidas sobre el medio
ambiente humano, realizada en Estocolmo el año 1972, se comenzó a trabajar sobre la temática ambiental; es así
que en el año 2012, un reporte de la ONU, denominado Río+20 del Proyecto Energía y Clima de la Fundación
Friedrich Ebert – FES, indica desarrollar actividades productivas sostenible que satisfaga a la población humana
sin comprometer los recursos naturales, en el sentido de que una generación deje a la siguiente un conjunto de
bienes que, cuando menos, sea el equivalente al que heredó.
Las áreas protegidas en nuestro país se encuentran reconocidas por la Nueva Constitución Política del
Estado Plurinacional (NCPE), asimismo debo destacar la promulgación de la Ley de Medio Ambiente, la creación
del Servicio Nacional de Áreas protegidas.
Para contribuir a la preservación y al desarrollo sostenible de la Selva Amazónica, propongo construir un
Plan de Acción Concreto Factible entre todos los países miembros del Mercado Común del Sur (MERCOSUR), que
contribuya efectivamente al desarrollo de toda actividad económica, social, cultural, ambiental y al bienestar de
todos los pobladores de la Amazonía. Este plan indudablemente deberá estar enmarcados según la Nueva
Constitución Política del Estado Plurinacional (NCPE), la Ley de Medio Ambiente, Acuerdos de la Conferencia de
las Naciones Unidas (Rio+20), objetivos del Servicio Nacional de Áreas Protegidas, acuerdos de la Cumbre
G77+China y por sobre todo la propuesta estará basado entorno al concepto del Vivir Bien: que da prioridad a la
naturaleza antes que al humano “Equilibrio con la naturaleza”.
Vivir Bien es llevar una vida de equilibrio con todos los seres dentro de una comunidad.
Igualmente considera que es más importante la vida y la armonía del hombre con la naturaleza.
Es por eso que Vivir Bien aspira a tener una sociedad con equidad y sin exclusión (Gamboa, S.
2010, p.6).
Específicamente es necesario destacar los principios de la sostenibilidad ambiental que se manifiestan en
la NCPE en su Capítulo Octavo: Amazonia.
Artículo 390. I. La cuenca amazónica boliviana constituye un espacio estratégico de especial
protección para el desarrollo integral del país por su elevada sensibilidad ambiental,
biodiversidad existente, recursos hídricos y por las ecoregiones. II. La amazonia boliviana
comprende la totalidad del departamento de Pando, la provincia Iturralde del departamento de
La Paz y las provincias Vaca Díez y Ballivián del departamento del Beni. El desarrollo integral de
la amazonia boliviana, como espacio territorial selvático de bosques húmedos tropicales, de
acuerdo a sus específicas características de riqueza forestal extractiva y recolectora, se regirá por
ley especial en beneficio de la región y del país.
Artículo 391. I. El Estado priorizará el desarrollo integral sustentable de la amazonia boliviana, a
través de una administración integral, participativa, compartida y equitativa de la selva
amazónica. La administración estará orientada a la generación de empleo y a mejorar los ingresos
para sus habitantes, en el marco de la protección y sustentabilidad del medio ambiente.
II. El Estado fomentará el acceso al financiamiento para actividades turísticas, ecoturísticas y otras
iniciativas de emprendimiento regional. III. El Estado en coordinación con las autoridades
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indígena originario campesinas y los habitantes de la amazonia, creará un organismo especial,
descentralizado, con sede en la amazonia, para promover actividades propias de la región.
Artículo 392. I. El Estado implementará políticas especiales en beneficio de las naciones y pueblos
indígena originario campesinos de la región para generar las condiciones necesarias para la
reactivación, incentivo, industrialización, comercialización, protección y conservación de los
productos extractivos tradicionales. II. Se reconoce el valor histórico cultural y económico de la
siringa y del castaño, símbolos de la amazonia boliviana, cuya tala será penalizada, salvo en los
casos de interés público regulados por la ley.
La propuesta no solo considera el cumplimiento de lo anteriormente expresado, sino también tomar en
cuenta los siguientes aspectos:





En el plan de acción deberá estar inserto las actividades de capacitación sobre educación ambiental,
cambio climático, género, gestión empresarial, mejores prácticas de manejo agrícola y manejo forestal
apropiado, entre otros, tanto para participantes del área urbana como del área rural.
Establecer centros de investigación para la conservación y recuperación de la Selva Amazónica, así como
realizar investigaciones sobre tecnologías para el procesamiento y transformación de productos de la
amazonia.
Reglamentar el desarrollo de actividades ganaderas y agrícolas, mejorando sus labores cotidianas actuales
para evitar la quema de pasturas, bosques y el uso irracional de agroquímicos.
Como una forma de preservación de la biodiversidad y salud humana en la Amazonía prohibir
radicalmente el uso de organismos genéticamente modificados.
Finalmente crear políticas y acciones de gobierno para reforestar la amazonia con plantas de la región.
6. Quienes son los posibles actores y/o ejecutores?
Ya que no son problemas aisladas ni pasajeras, pues todos los habitantes y no habitantes de la región de
la Amazonía debemos contribuir a la preservación de la Selva amazónica, encabezados:
a) a nivel municipal por los Gobiernos Municipales mediante la Secretaría Municipal de Desarrollo
Productivo;
b) a nivel departamental por los Gobiernos Departamentales mediante su Secretaría Departamental de
Desarrollo Sostenible y Medio Ambiente; y
c) a nivel nacional por el Gobierno Central mediante el Ministerio de Medio Ambiente y Aguas.
7. Conclusiones
En la Amazonía Boliviana el bosque y la biodiversidad en su conjunto están disminuyendo paulatinamente
a un ritmo creciente a causa de la deforestación indiscriminada, sobre todo esto es notable durante la última
década.
En la Amazonía de Bolivia el número de las áreas protegidas han aumentado en los últimos años, sin
embargo también han incrementado las amenazas.
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Con el nuevo modelo que nuestro país está desarrollando ha habido avances importantes en la legislación
ambiental y en la creación de áreas protegidas, a pesar de ello la deforestación en toda la región amazónica cada
vez va en aumento.
Es evidente que una población de un país que destruye sus bosques podrá mejorar sus ingresos
económicos del momento, pero no su entorno ambiental, trayendo como consecuencia el deterioro masivo
ambiental, dejando incierto su futuro.
Con la aplicación del mandato constitucional de Bolivia, acuerdos de la Conferencia de las Naciones Unidas
sobre Desarrollo Sostenible (Río+20), acuerdos de la Cumbre G77+China, Ley 1333 de medio ambiente y otros
relacionados con el respeto a la naturaleza, habremos contribuido a la preservación de toda la Selva de la
Amazonía Boliviana y remediado sustancialmente los problemas ambientales.
Caminhos do MERCOSUL 2015
8. Bibliografía consultada
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Monografias
La educación ambiental latinoamericana se ve fuertemente afectada por los diversos grupos
sociales que integran la sociedad a partir de la década del 70.
Francisco Javier Baez Torres
Argentina
Resumen
Con la llegada de la mitad del siglo XX, se empezaron a observar daños en diversos ecosistemas de
nuestro planeta, en su mayoría producidos por el hombre y el sistema capitalista enfocado en el progreso y el
desarrollo. Con esta situación nace una forma de combatir o disminuir estos sucesos, estamos hablando de la
Educación Ambiental.
A lo largo de los años, la definición de E.A. (Educación Ambiental) al igual que su concepto ha mutado
constantemente. En sus orígenes nace como reformista, se refiere a una educación crítica que únicamente intenta
resolver y prevenir los problemas medio-ambientales. Luego de cambios conceptuales, se la considera
actualmente como un aprendizaje de soluciones para los problemas que se enfrenta esta educación.
En Brasil, concretamente en la Amazonia se producen problemáticas ambientales de diversos tipos, los
más preocupantes son los problemas por las tierras amazónicas (desalojando tribus de indígenas y también
extinguiendo flora y fauna autóctona) como también los problemas por las aguas del Rio Amazonas
respectivamente. En toda L.A. la realidad medio-ambiental es precaria como también diversificada, pero las
soluciones no surgen efecto como deberían debido a la indiferencia de gran parte de la sociedad.
Con este trabajo se quiere lograr comprender como se relaciona la educación ambiental con la educación
social, como la sociedad forma parte de la E.A, cuáles son sus métodos y la situación actual en Latinoamérica.
Introducción
En 1972 en la reunión de la ONU de Estocolmo se comenzaría formalmente con la Educación Ambiental.
Luego mediante diversos congresos y encuentros, y gracias a instituciones y movimientos; Se daría a la luz al
ambientalismo junto con toda la materia de E.A como la conocemos hoy en día.
Se diría que actualmente nuestra realidad socio-ambiental es muy crítica y no da importancia suficiente
al ambientalismo, uno de los casos que demuestra eso es la región de la Amazonia la cual tiene importantes
problemas derivados del uso desarrollista de sus suelos y de su principal río: el Amazonas.
La enseñanza de E.A. si bien comenzó desde aproximadamente una década en la región, no brinda los
efectos que debiese obtener. Parte de la culpa es que la mayoría de grupos sociales no presta atención a las
problemáticas del entorno, pero también culpa es a los gobiernos que no acompañan a la enseñanza con acciones
políticas necesarias.
El material con el que se realiza el trabajo surge de una bibliografía de expertos de la región, de la cual
extraeremos las principales ideas, como también de entrevistas con la Dra. De Educación Ambiental Michéle Sato,
de la Universidad Federal del Matto Grosso.
Los objetivos del trabajo son:
• Definir la relación de la Educación Ambiental con la E. Social;
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• Reconocer la importancia de la sociedad en el ambientalismo;
• Comprobar la realidad de América Latina en los ámbitos social y ambiental;
• Descubrir como la educación preserva la selva del Amazonas.
Surgimiento de la Educación Ambiental en Latinoamérica
La Educación Ambiental Latinoamericana comenzó a desarrollarse por una reunión de la O.N.U
(Organización de las Naciones Unidas) en Estocolmo en 1972, en esta reunión participaron 103 estados y más de
400 organizaciones gubernamentales para comenzar a tratar la nueva problemática surgida: la destrucción de
ecosistemas naturales debido al accionar humano y su enfoque hacia el “progreso industrial”viii. En esta reunión
se acordó el inicio de un programa mundial en donde se trabajaría las posibles soluciones a los problemas
asociados al medio ambiente.
Gracias a la reunión celebrada en Estocolmo se constituyó un movimiento que se desparramó por
diversos lugares del planeta, este movimiento se ocuparía de dirigir el tratamiento del ambiente para lograr un
mayor conocimiento de los hábitats naturales y estudiar cómo mejorar el aprovechamiento de los recursos
naturales de las generaciones futuras. Con la creación del Programa de Naciones Unidas para el Medio Ambiente
(PNUMA) y la posterior puesta en marcha del Programa Internacional de Educación Ambiental se logró que la
región de América Latina desarrolle propuestas educativas, institucionales y legislativas para prevenir las
problemáticas medio-ambientales que venían ocurriendo.
En 1976 se realiza en Bogotá la Reunión Regional de Expertos en Educación Ambiental en la cual se
enfrenta a la realidad social vivida en la región, esto se manifiesta a través de la Carta de Belgrado, preparada en
el Seminario Internacional de Educación Ambiental. Entre los profesionales se especula que esta carta sentó las
bases de una E.A (Educación Ambiental) orientativa a todas las acciones mundiales sobre la materia. Más tarde
en la Conferencia Intergubernamental de Educación Ambiental de Tbilisi (Ex.: URSS) se precisaron las líneas que
darían forma a una educación dirigida a varias partes de la sociedad, desde la opinión pública a la de profesionales
del sector; también se incorporaría a esta formación los educadores de todos los sectores y niveles.
Llegamos a 1992, La Conferencia de las Naciones Unidas en Rio de Janeiro.
Esta conferencia realizada los días del 3 al 14 de junio de 1992, convocada por la Asamblea General de
las Naciones Unidas en diciembre de 1989 con sede en Rio de Janeiro, Brasil; tuvo a más de 100 jefes de estado
reunidos, 178 delegaciones de países pertenecientes a la O.N.U y cerca de 1,400 representantes de organizaciones
no gubernamentales; Además se realizó simultáneamente al Foro Global de ONGs y Movimientos Sociales (con
más de 20,000 delegados representativos de sociedades civiles). Con esto se puede remarcar que “este hecho
constituye un sin precedentes en la historia de las relaciones internaciones”ix.
En Río se realizaron varios acuerdos para tratar la educación ambiental, pero se destacan cinco
principales acuerdos aprobados por todos los gobiernos, los cuales son:
• La Convención Marco sobre Cambios Climáticos;
• La Convención sobre Diversidad Biológica;
• Declaración de Principios sobre el Manejo, Conservación y Desarrollo Sustentable de Todos los Tipos
de Bosques;
• Declaración de Río sobre Medio Ambiente y Desarrollo;
• La Agenda XXI.
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El acuerdo más esperado de la conferencia fue el de cambios climáticos, que buscaba soluciones o frenos
a las problemáticas experimentadas en esos momentos (aumento de temperaturas o aumento del nivel de los
océanos); Aunque esta convención sobre cambios climáticos resulto todo un fracaso, terminando solamente en
una declaración de intenciones por presiones de EE.UU. y los países árabes.
Pero no todo fue en vano, ya que la Agenda XXI, se trató de un programa de acción enfocado en orientar
una transición hacía un estilo de desarrollo sustentable, la cual aborda en su capítulo 36 que nos habla sobre el
fomento de la educación y reorientación hacía un desarrollo sostenible y una toma de conciencia por parte de
toda la población.
Con lo mencionado podemos seguir con nuestro trabajo y abordaremos la realidad social medioambiental de América Latina.
Realidad Social Medio-Ambiental de Latinoamérica
Actualmente la realidad social de América Latina es precaria, y se encuentra todavía en una fase de subdesarrollo debido a que en las épocas pasadas, acontecimientos catastróficos (golpes de estado, guerras civiles,
dictaduras militares) han pasado por la región y han dejado huellas que impiden la unidad de la sociedad. Otro
factor que hace que la unión de la sociedad en una causa común sea difícil, es que la sociedad está marcada por
las diferencias económicas y sociales que abundan en nuestra región.
Si hablamos de realidad medio-ambiental en América Latina, se encuentra en el mismo estado que la
realidad social, la cual es precaria, y proviene de una razón simple: el continente se dedica a la exportación de
productos primarios (en su mayoría) y con ello se ve desgastada la tierra, que resulta en; “la deforestación
conjunto al manejo irracional de bosques, el deterioro de ecosistemas costeros, erosión de los suelos, la pérdida
de diversidad biológica, la degradación de la calidad de vida, la proliferación de productos químicos y algunos
problemas relacionados con la crisis ambiental”x.
Estas realidades se relacionan de una manera activa con la educación social por medio de métodos
inclusivos y participativos que promueven el dialogo de diversas identidades sociales, las mismas resultan
pertinentes al logro de objetivos para contribuir positivamente a la formación de los ciudadanos en materia de
E.A. La educación social en este contexto ayuda a lograr los objetivos de la E.A al brindar una correcta
sociabilización que incorpora al sujeto a su propio tiempo como también a los procesos de cambio y desarrollo
que se efectúan en la actualidad.
Así mismo esta región debe afrontar las diversas problemáticas ambientales como también las sociales
a través de una activa y permanente sociabilización y una difusión del desarrollo social e individual. Si estas formas
de proceder se cumplen, los buscadores de las soluciones serían los mismos grupos sociales o las propias
comunidades ya que se logra una conciencia ciudadana donde los individuos se comprometen de forma personal
con las problemáticas.
En la Educación Ambiental el educador social debe ayudar a orientar las políticas públicas de
participación ciudadana; Cuando la sociedad observe la armonía del entorno se podrá crear una conciencia
ciudadana que permita la integración nacional y regional de la población. El educador también debe incorporar a
estos individuos y grupos sociales un cambio en su subjetividad, logrando un comportamiento favorable al
entorno, mejorando su calidad de vida y la de los demás.
Pero la educación ambiental no puede por sí sola, o con ayuda de las personas cambiar el mundo sin
ayuda de la política o de la economía; Por lo cual un educador (ambiental-social) debe pretender lograr
protecciones ambientales mediante las voluntades y acciones políticas-económicas de modo que toda la sociedad
en conjunto participe de manera activa regulando, colaborando o produciendo soluciones a la situación ambiental
actual.
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La educación ambiental latinoamericana se encuentra enfocada hacía variados grupos sociales, no busca
aceptación en un solo grupo si no que como mencionamos anteriormente, busca una respuesta colectiva de la
sociedad. Gracias a esto decimos que el ambientalismo latinoamericano es un movimiento diversificado,
heterogéneo y con sentido de pertenencia, últimamente se viene ocasionando mediante la mayor entrada de
nuevos actores al ambientalismo buscando una realidad utópica que se vuelve impostergable a nuestros días.
Este ambientalismo se manifiesta de forma diversa con variadas posturas, en la cual el objetivo común
es el de preservar la naturaleza o mejorar la calidad de vida de la población. Además aloja un contenido utopista
rechazando a la situación actual, y criticando el modelo de crecimiento económico individual. “Relaciona a los
problemas medio-ambientales con los sociales” xi , donde ser sub-desarrollado pasa a ser una problemática
ambiental junto con la pobreza, ligado fuertemente a la explotación de los trabajadores.
Crisis Ambiental
Antes de comenzar a caracterizar que es una crisis ambiental necesitamos, para llegar a entender,
conocer que es un problema ambiental. Un problema de este tipo tiene lugar cuando los recursos naturales son
usados a un ritmo mayor al que pueden ser producidos por la naturaleza, o cuando los desechos producidos por
los humanos son mayores a la capacidad de absorción de la naturaleza.
Recursos
Producción
(Economía)
Depredación
Resíduos
Contaminación
Problemas Ambientales
Fonte: Tommasino, Foladori & Taksxii.
Como vemos en el cuadro, cuando la producción abusa de los recursos se lleva a cabo una depredación
de una determinada especie. También sucede algo similar cuando se sobrepasa la barrera de los residuos, solo
que en este caso se da lugar a la contaminación.
Ahora que ya conocemos los problemas ambientales pasamos a las crisis:
Una crisis ambiental se produce cuando se modifica significativamente la naturaleza, eso sucedió con la
revolución industrial en donde las empresas debidas a la creciente competencia aceleraron la velocidad de
producción y se condujo a una contaminación que se hace notar fuertemente inclusive hasta estos días.
Un caso propio de crisis ambiental en Latinoamérica se producía en la selva del Amazonas, en la cual
había un impacto muy grave por la deforestación presente en la selva. En la década del 90 se perdia el 0,5% de
aérea boscosa por año debido a que esa zona constituye la mayor riqueza forestal del país, las regiones
corresponden a las regiones de Pará, Matto Grosso y Rondônia, pero en los días que corren paso a un segundo
plano mientras que actualmente la crisis ambiental paso al manejo de los suelos, que para ocupar las tierras se
lleva a cabo el desalojo a muchas tribus originarias.
Estas crisis llevan a cuestionar el propio pensamiento y entendimiento del mundo tal y como lo
conocemos, lo que resulta en (ayudado por un profesional/tercero) un saber ambiental que nos brinda la
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conciencia necesaria acerca del cuidado que debemos tener con el medio ambiente problematizando al campo
de las ciencias desarrollistas, y al mismo tiempo alimentando la construcción de una nueva realidad social en
donde el ambiente sea un lugar respetado y cuidado por toda la sociedad en conjunto.
Proceso de Enseñanza de la Educación Ambiental
Con la situación anterior planteada, entendemos que se debe innovar en el proceso de enseñanza de la
E.A. para poder lograr que los diversos sujetos de la sociedad puedan llegar a cuestionar su pensamiento, disponer
de un saber ambiental y luego construir una realidad social en donde la preservación del ambiente sea un factor
fundamental.
Por ende, lo oportuno para la E.A. es mejorar su sistema de enseñanza y expandirla a todas las
instituciones educativas de América Latina. Un dato curioso acerca de este planteo es que la importancia que la
sociedad está adquiriendo sobre la Educación Ambiental no proviene de instituciones educativas, sino que lo hace
a través de diversas ONGs, Asociaciones o Grupos Comunitarios.
Aun así si se invirtiera un presupuesto mayor, junto con un planeado, organizado y eficiente calendario
educativo se podría llegar a muchos más grupos sociales y comunidades, que tomen conciencia sobre este tema
y ayuden a combatirlo desde sus propios hogares.
Un compañero ideal para la E.A. es la ecología, esta ciencia se encarga de estudiar las interrelaciones
de los seres vivos con nuestro entorno, gracias a esto conocemos como afectan a cada uno de los hábitats
naturales. En un plan vitaminado de Educación Ambiental se debería dar una noción de ecología para poder
cumplir un papel activo en la lucha de estas problemáticas.
Educación Ambiental en la Sociedad Latinoamericana
Los problemas socio-ambientales tienen que ser analizados al margen de los conflictos sociales, porque
estos problemas reflejan a la sociedad, mientras que influyen a cualquier tipo de educación que reciban.
Los nuevos escenarios apuntan a la completa redimensión de la E.A. como procesos ante las situaciones
de pobreza, las modalidades de consumo, los problemas de población, o los problemas de salud o económicos.
De modo que logren complementarse con estas situaciones y puedan buscar una solución común a todas las
problemáticas de la sociedad. Estas iniciativas o planteamientos son premisas fundamentales en el proceso de
gestión educativa-ambiental.
En los últimos años se desarrolló la educación ambiental integrando como objetivo un “desarrollo
sostenible”xiii, este desarrollo tiene como objetivo a su vez el de promover el desarrollo humano sostenible a partir
de ciertas pautas que son:
 Aprender a conocer
 Aprender a ser
 Aprender a vivir juntos
 Aprender a hacer y transformarse a sí mismo y a la sociedad
Dentro de la educación ambiental hay muchas ramas de entendimiento, y una de ellas es el socialismo
ambiental. En el socialismo ambiental se expone que todos los miembros de la sociedad son iguales, y que todos
deben cumplir tareas, y también todos deben colaborar a las soluciones de las problemáticas.
En el movimiento ambiental mundial convergen múltiples actores de las más variadas extracciones
(integrados por empresarios, profesionales, campesinos, jornaleros, etc.) Pero particularmente en Latino América
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actualmente existe una fuerte y reciente vinculación del movimiento con los sectores populares (grupos más
empobrecidos, en su mayoría integran a la clase baja económica de una sociedad).
El ambientalismo latinoamericano apunta su unidad con respeto a su tan variada diversidad de grupos
sociales, ya que en él se respetan a la procedencia, ideas, religión o métodos de todos sus simpatizantes. En el
movimiento se reconocen, toleran y aceptan las diferentes opciones a seguir, por lo cual se puede decir que no
existe una única disciplina determinada que imponga los pasos a seguir dentro de la corriente.
Conceptos de la Educación Ambiental y formas de acción
En los inicios de la E.A. la misma surge como reformista, lo cual se refiere a una postura crítica en donde
únicamente se busca intentar resolver y prevenir los problemas por el impacto de las actividades humanas
actuales, no busca un cambio a futuro ni tiene como objeto de preferencia concientizar a las sociedades a un
desarrollo sostenible.
Aunque con el paso del tiempo ha evolucionado constantemente gracias a los abundantes aportes de los
especialistas en el tema. Hoy en día gracias a Hungerford, y luego Giordan y Sauchon, la E.A. se define como una
actividad en donde se prevalece el aprendizaje del proceso de solución para las diversas problemáticas
ambientales, como también mejorar las habilidades para poder realizar una correcta gestión ambiental.
La Educación ambiental actual constituye una herramienta que busca mejorar las relaciones del hombre
con el medio ambiente en el que vive a través del conocimiento, la sensibilización o algún aspecto que se acerque
a los mencionados. Especialistas también afirman que en la E.A cuando se incluyen la adquisición de
conocimientos y destrezas se produce una formación social y ética.
Otros problemas relacionados a la E.A.
El continente latinoamericano tiene otro problema importante y es que a lo largo de los últimos años fue
hundiéndose en una deuda impagable, lo que provoca una acentuada presión sobre los recursos naturales de la
región por parte de los países acreedores.
Esto incrementa los procesos de destrucción ambiental, ya que como países exportadores de materias
primas, se sobre-explota la tierra para poder llegar a cumplir las exigencias de exportaciones para mantener o
disminuir la deuda acarreada.
Con esta situación ejemplificamos lo explicado en hojas anteriores del trabajo, el movimiento
ambientalista necesita estar acompañado de acciones políticas favorables al entorno, como también el apoyo de
toda la sociedad en conjunto. No se pueden frenar o mejorar situaciones internacionales complicadas solamente
con ideas, sino que también se necesita el cambio en su pensamiento y subjetividad.
La Selva del Amazonas
En Brasil se encuentra incipiente una descentralización de la gestión de sus recursos naturales. La
Amazonia constituye la mayor riqueza forestal del país, debido a eso en el pasado constituía una crisis ambiental
regional ya que debido a la gran deforestación llego a consumir el 0.5% del área boscosa anualmente, conjunto a
la pérdida de diversidad de la flora y fauna habitante en ese territorio. Las áreas que sufrieron más intensamente
este problema fueron: Pará, Matto Grosso y Rondônia.
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Actualmente la mayor problemática de la misma región tiene que ver con dos motivos centrales: la
adquisición de tierras que son quitadas a los pueblos Indígenas, y el uso de las aguas de los ríos de la Amazonia
por países extranjeros.
Estas problemáticas se trabajan en la educación ambiental, pero la sociedad sigue desinteresada en unirse
a la causa común, la posible razón de eso puede ser que las medidas se realizan para situaciones concretas y no
para cambiar un modo de vida. Según palabras de la Dra. Michéle Sato, se debe realizar un cambio revolucionario
en la E.A. para poder cambiar la visión del mundo y revertir el daño ocasionado al medio-ambiente.
En el país tropical la educación ambiental es considerada un proceso mediante el cual se busca una
preocupación de la sociedad por las problemáticas ambientales, para lograr ese objetivo garantizan el acceso de
la información a la sociedad, contribuyen a una conciencia crítica y estimulan el enfrentamiento de las cuestiones
medio-ambientales y sociales. No solo se busca el cambio cultural, sino que también se busca un cambio social
atribuyendo la crisis ambiental a un problema ético y político.
La oficina encargada de realizar estas medidas es el Ministerio del Medio Ambiente (MMA) con
colaboración del Ministerio de Educación (MEC). A su vez el MMA cuenta con un departamento de educación
ambiental que es el encargado de difundir las medidas en los distintos municipios o regiones del país.
Como vemos, en Brasil toman a la educación ambiental desde un ámbito social aunque sin resultados
debido a la falta de acciones políticas sumado al desinterés general de la sociedad. Los interesados en E.A. son
minorías, todos pertenecientes a movimientos sociales y se ve un muy reducido número de especialistas que
puedan idear teorías como también ponerlas en práctica.
Lo que le falta a Brasil para lograr triunfar en materia de Educación Ambiental es obligar a todos los grupos
sociales a estudiar E.A, a practicar las teorías difundidas por variadas organizaciones, lograr un trasfondo político,
criticar las estructuras aceptadas en la sociedad, en síntesis se pide que se cambien completamente la visión del
mundo como la conocemos actualmente. El día que estas condiciones se cumplan podremos decir que Brasil y
Latinoamérica son potencia en materia de Educación Ambiental, pero no antes.
Conclusión
Con este trabajo se identificó que los grupos sociales latinoamericanos tienen mucho poder para lograr
un cambio drástico en la Educación Ambiental. Se ha avanzado en la materia pero todavía falta el grano de arena
de la sociedad (pero no una parte sino toda la sociedad desde el empresario más adinerado hasta el indigente
más humilde), con el cual se logrará las metas que se propongan para mejorar el ambiente y la sociedad en sí
misma.
Por lo cual podemos decir que actualmente la realidad social-ambiental de América Latina es mala o
insuficiente para llegar al desarrollo, por lo que seguimos en una realidad sub-desarrollada. También se observó
que el Amazonas está pasando por momentos de tensión aunque si se siguen los pasos antes explicados se podía
hallar una forma más sencilla de resolverlos, pero que por el momento no los ha encontrado aún.
Volviendo a nuestro tema central, podemos decir que es completamente verdadero que los grupos
sociales afectan fuertemente a la E.A., y que su relación con el medio define muchas cuestiones aún si se tratara
de indiferencia o desinterés.
Se han cumplido todos los objetivos y damos por terminado al trabajo.
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Anexos
Entrevista a la Doctora en Educación Ambiental: Michéle Sato
Y: Hola, buenas tardes Michéle.
M: Buenas Tardes Francisco.
Y: ¿Comenzamos con la entrevista?
M: Por supuesto.
Y: Actualmente ¿Cuál es su profesión?
M: Mira, yo estoy enseñando E.A en la Universidad General del Matto Grosso y tengo un Post-Doctorado en
Educación Ambiental.
Y: ¿Cómo surge la E.A. en L.A.?
M: La educación entorno al ambiente comienza aproximadamente en la década del 70, y proviene de los
movimientos que se desarrollaron en los años 60` como son: los hippies y el movimiento feminista. Gracias a ellos
los gobiernos y el pueblo se sintieron libres de opresión y reclamaron las problemáticas ambientales.
Y: Algunos especialistas confirman que surge como reformista ¿A qué se refieren?
M: Cuando hablamos de una educación reformista, estamos hablando de una educación crítica, que solo se
plantea solucionar situaciones concretas y que no quiere dar un cambio profundo en la sociedad.
Y: ¿Cuál es la relación entre la Ed. Social y la Ambiental?
M: Es una relación totalmente unida, ya que tienen muchas problemáticas en común. Cuando hablamos de cambio
climáticos se puede decir que se habla de un concepto de justicia ambiental, la cual no es cumplida por la sociedad
como lo son las leyes que afirman que todos los seres humanos somos iguales, pero que a la hora de la realidad
no es así.
Y: ¿Nos podría definir la realidad socio-ambiental de E.A?
M: La realidad es que la sociedad latinoamericana es muy creativa, como también crítica pero es una relación
diferente a la de otras partes del mundo ya que acá en L.A las mayorías son personas sociales pero aun así falta
mucho para que la realidad actual se transforme en buena o que se pueda estar conforme, necesitamos una
revolución para ese cambio.
Y: ¿Se puede decir que en la E.A no existe una disciplina?
M: Para serte sincera Francisco, yo creo que a veces si hay una disciplina fija y otras veces no, y lo digo porque en
el mundo hay muchos profesionales en la metería que postulan teorías y se deben seguirlas para llegar a poder
aportar más, así que se puede decir que hay una disciplina “a medias”.
Y: Algunos profesionales sostienen que en la E.A se debe lograr que las personas cuestionen su pensamiento ¿Está
de acuerdo con eso?
M: Completamente, para mí la única opción de salvar al ambiente es que todas las personas de la sociedad tengan
una noción de esta educación, y desde allí cambiar completamente la visión del mundo, pero ya estamos hablando
más de una sociedad utópica que real.
Y: ¿Qué parte de la sociedad es más propensa a involucrarse en la ayuda al medio-ambiente?
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M: En Brasil las personas que ayudan o desean ayudar son muy pocas, y pertenecen todos a distintos movimientos
sociales de los cuales en su mayoría son jóvenes. Por su parte el gobierno federal no tiene interés.
Y: En Brasil ¿Cómo se cuida al medio ambiente?
M: Y actualmente no se le da mucha importancia, las relaciones sociales son malas al igual que todo Latinoamérica.
Hay diversos programas ambientales pero ninguno termina de servir ya que solo evalúan situaciones concretas.
Y: ¿Cuáles son los principales problemas del Amazonas?
M: Anteriormente el problema más grave era la deforestación, pero eso ya ha pasado a un segundo plano.
Actualmente los mayores problemas son los desalojos de los pueblos indígenas para usar esas tierras para cultivos,
o la ocupación de las aguas por países extranjeros como Inglaterra.
Y: Y para terminar la última pregunta ¿En qué papel juega la política dentro de estas situaciones?
M: Los políticos aquí en Brasil realmente no se ocupan del tema, prometen muchas propuestas pero se terminan
no cumpliendo, aunque agradezco que de fondos a universidades federales, como por ejemplo en la que trabajo
yo: La Universidad Federal del Matto Grosso.
Y: Bueno Michéle, un gusto conocerte. Adiós.
M: Cuídate, chau.
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Revelaciones De La Opresión Autóctona
Sebastián Manikis
Argentina
Introducción
Este trabajo tiene como propósito explicar la lucha de los pueblos originarios contra el despojo y la
invasión de sus tierras, llevada a cabo por los estados de diversos países. Será menester de la investigación el
análisis de aspectos territoriales, materiales y simbólicos que son consecuencia de la opresión de un determinado
gobierno.
Los pueblos a tratar serán los Yanomamis y los Enawene Nawes. Será objeto de estudio su forma de vida,
su historia, su relación con la población foránea y el interés económico y político de los respectivos gobiernos,
actuales y pasados que atentan contra el libre y pacifico desarrollo de la vida de los pueblos autóctonos.
Desarrollo
En Brasil actualmente existen más de 240 pueblos originarios con culturas ricas y diferentes con 170
idiomas diversos. Entre los principales se encuentran los Aché, Arahuac, Arutani, Amanyé, Awá, Baniwa, Botocudo,
Chamacoco, Chiripá, Cubeo, Enawene nawe, Guajibo, Warao, Mapoyo, Maquiritare, Pemon, Piaroa, Puinabe, Sape,
Yaruro, Guenoa, Guaraníes, Guaycurú, Hupdë, Káingang, Kamayurá, Karajá, Kayapó, Korubo, Mbyá, Munduruku,
Ofaié, Paí tavyterá, Panará, Payaguá, Pirahã, Quilombolo, Tapirape, Ticuna, Tremembé, Tucano, Tupí, Tupiniquin,
Xavante, Xokó, Xucuru, Yanomami, Yawanawa (ZUZOLO, 2012).
Los Caboclos aman y veneran a la selva. Su cultura y sus creencias religiosas están basadas en la misma.
Ninguno de estos pueblos busca atentar contra el bienestar del medio ambiente, por el contrario, el respeto a la
vida y a la naturaleza es el primer valor.
Sus actividades que permiten la vida y reproducción; pesca, caza, siembra, cosecha, alimentación y
vivienda son producto de la armonía entre la utilización de recursos naturales y su trabajo aplicado a la materia.
Diversos gobiernos opresores, despojan a las comunidades autóctonas de su territorio en pos de confiscar
las tierras habitadas para entregarlas a empresas privadas responsables de la obtención de los recursos naturales,
sometiéndolos a la explotación ambiciosa y desmedida que conlleva al deterioro irreversible de la fauna y flora
local.
Uno de los procesos que utilizan las empresas para la explotación de la selva es la tala de árboles
indiscriminada (deforestación). Ella tiene como consecuencia un serio daño al hábitat, generando una pérdida de
biodiversidad y aridez.
Otra problemática importante es la minería, basada en la extracción selectiva de los minerales y otros
materiales de la corteza terrestre para la obtención de un benéfico económico por parte del explotador. Estos dos
métodos destruyen la tierra y en consecuencia, los pueblos originarios tienen que retirarse en busca de un nuevo
suelo fértil.
Los yanomamis
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El primer pueblo originario a desarrollar será el Yanomami, será objeto de análisis su historia, sus
costumbres, su rica cultura y finalmente el trato opresivo hacia el pueblo por parte de un gobierno determinado
y terratenientes ganaderos.
Según Survival, organización de defensa de los pueblos indígenas, este pueblo originario construyo su
comunidad en las selvas y montañas del norte de Brasil y del sur de Venezuela, su territorio en Brasil es de unos
9,6 millones de hectáreas, y en Venezuela, los yanomamis subsisten en la Reserva de la Biosfera del Alto OrinocoCasiquiare, que tiene 8,2 millones de hectáreas. Estas dos áreas agrupadas conforman el mayor territorio
autóctono selvático mundial.
En la actualidad es el pueblo originario con mayor cantidad de habitantes, con una población que ronda
las 32.000 personas.
Los yanomamis están divididos en tres grupos: Sanumá, Yanoman y Yanam. Los tres hablan lenguas
distintas pero a pesar de ello entre ellos pueden comunicarse y establecer una conversación.
Modo de vida
Los Yanomamis viven desde 50 a 60 personas en las casas más chicas y hasta 400 en las más grandes. Estas
viviendas son denominadas yanos o shabonos, ellas podrían ser descriptas como grandes chozas en forma cónica,
con un espacio en el centro a cielo abierto, el cual se utiliza para fiestas y rituales. En los shabonos existen varios
grupos familiares que conviven, comparten con las familias vecinas los productos cosechados o los conseguidos
en la caza o en la pesca.
"Cada familia tenía su propia área en la vivienda circular, pero no había paredes ni privacidad de
ningún tipo. Adultos roncaban. Bebés lloraban. "Algunas personas hablaban... pero no en
susurros. "Alguien podía tener ganas de dar un discurso... No importaba que la mayoría de los
hombres estuvieran dormidos. Si sentía ganas de hablar, iba a hablar". (Kenneth Good. "Into the
Heart: An Amazonian Love Story").
Este pueblo autóctono practica una agricultura de subsistencia, que se basa mayoritariamente en los
cultivos de bananos y mandioca. Complementándose a lo anterior, el resultado de la caza, pesca y cosecha de
fruta selvática es producto de su dieta. La caza sólo aporta el 10% del alimento de este pueblo, los hombres
consideran esta habilidad como una de gran prestigio, puede ser practicada individualmente o en grupos, para
ello utilizan arco y flecha. Ningún cazador se alimenta de la carne que ha cazado, por el contrario, la reparte entre
su familia y vecinos.
Para hacer más efectiva la matanza de los animales cazados, los yanomamis utilizan una sustancia toxica
(curare) encontrada en las plantas. Este veneno natural es impregnado en las flechas y deja paralizado al animal.
Las mujeres se ocupan del cuidado de los huertos, en ellos cultivan aproximadamente 60 diferentes tipos
de granos de los cuales obtienen el 80% del alimento de la población yanomami. El corto periodo de la
productividad de sus cultivos (de dos a tres años) conlleva al desplazamiento del pueblo, es decir, son nómades.
Cuando la tierra agota su fertilidad natural, se ven obligados a crear una nueva plantación. En la comunidad
poseen un gran conocimiento botánico y utilizan más de 500 plantas para la alimentación, elaboración de
medicamentos y construcción de casas.
Los Yanomamis trabajan menos de cuatro horas diarias para poder complacer sus necesidades, por esta
razón tienen mucho tiempo libre para realizar fiestas y estar con su familia.
Costumbres
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Muchos habitantes de este pueblo ejercen el endocanibalismo, es decir, la ingesta de los restos cremados
de su pariente fallecido. Para eso, los huesos del cadáver son molidos y calcinados para su posterior consumo.
Esta ceremonia es muy compleja, pero su objetivo final es liberar el alma del cuerpo sin vida, de manera que
pueda vivir una vida espiritual serena. Luego de haber calcinado el cadáver, se muelen y queman los huesos para
su ingesta.
Las mujeres se arreglan en su mayoría con un pequeño palo en su tabique nasal y usan pinturas corporales,
ellas siempre están vestidas con un pequeño fleco. Llevan el mismo corte de cabello, con un flequillo y la coronilla
rasurada. Ellas pintan su cuerpo con muchos colores, mayormente con negro y rojo también utilizan collares,
pendientes y plumas en los brazos y en la cabeza.
Los hombres son de pequeña estatura y utilizan un cinturón tubular. Las marcas y cicatrices muestran
valor y madurez. Debido a las condiciones climáticas planteadas en esa región su vestimenta es muy sencilla,
llevan varias cuerdas de algodón en las muñecas, tobillos y cintura, y sujeto a la respectiva cuerda de la cintura el
prepucio. Además de los algodones, usan ramas enrolladas a la cintura a las que llaman “guayuco”.
Creencias y ritos
El mundo espiritual es una parte primordial en su vida. Cada cuerpo, elemento natural, ya sea una piedra,
un árbol o una montaña tiene espíritu, los cuales a veces son maliciosos y agreden a los Yanomami, ellos piensan
que estos les estimulan nuevas enfermedades.
Los chamanes son los encargados en cada comunidad de controlar a estos espíritus. Ellos inhalan un polvo
llamado yakoana que tiene efectos alucinógenos, en sus visiones, se encuentran con los Xapiripë (espíritus), y los
ven bailar y cantar de una forma “diferente”. Los espíritus tienen pendientes y están pintados, también llevan
plumas de loros como decoración. Estos solo son visibles a los ojos de los que los conocen y los describen como
pequeños y brillantes como la luz.
Ataques y amenazas al pueblo Yanomami
Según Survival, hoy en día, se encuentran más de 1.000 buscadores de oro trabajando de forma ilegal en
su territorio. Estos les traspasan muchas enfermedades que para ellos pueden resultar terminales como la malaria,
ya que no han generado inmunidad sobre las mismas. También contaminan los bosques y ríos con mercurio.
Los Yanomanis se ven invadidos por los terratenientes ganaderos que deforestan la frontera este de su
tierra. Por esto su salud se ve seriamente perjudicada y aun así no llega a ellos la atención médica crítica, esto
ocurre especialmente en Venezuela.
En Brasil hay proyectos de ley para permitir la minería a gran medida en los territorios habitados por los
pueblos autóctonos. En definitiva esto sería extremadamente dañino tanto para los Yanomamis como para todas
las comunidades amazónicas.
“Estoy en contra del proyecto de minería, en tierra Yanomami. La minería en tierra Yanomami no
es buena para el indígena, los indígenas Yanomamis no están preparados para defenderse y para
conversar con el hombre blanco. Nosotros, los Yanomamis, pensamos que la minería no va a
suponer beneficios para nadie, no va a traer nada bueno para los indígenas. Solo va a traer
muchos problemas, muchas enfermedades y muchas malas personas que matan a los indígenas.
Caminhos do MERCOSUL 2015
Entonces nosotros, los Yanomamis no queremos que el congreso apruebe la ley y que el
presidente la firme. No queremos aceptar esta ley, nuestra tierra tiene que ser respetada. La
tierra es patrimonio, patrimonio que nos protege. Para nosotros, los indígenas esta tierra nos
pertenecen, para poder cazar, plantar, estar sanos. Es nuestro hogar, donde viviremos el resto
de nuestra vida. La ayuda de ustedes es importante, porque necesitamos su ayuda para difundir
nuestros problemas. No necesitamos ayuda en dinero sino ayuda para dar apoyo para hablar con
el hombre blanco, para que ellos nos escuchen y nos respeten y nos permitan vivir en paz en
nuestra tierra. Este es mi mensaje para todos.” (Kopenawa, Davi. Portavoz de los Yanomamis y
presidente de la asociación yanomami Hutukara. “la tierra es nuestro patrimonio”).
La comunidad no es consultada por los gobiernos, tanto el venezolano como el brasileño acerca de su
opinión respecto a la minería en su propio territorio, en estos momentos no tienen ningún poder para poder elegir
su futuro, la comunicación no es planteada por los gobiernos, por el contrario, los yanomamis piden un dialogo
frecuente con el estado.
En la zona donde se asienta este pueblo autóctono, hay más de 1,380 millones de hectáreas afectadas por
la minería y como consecuencia de la misma la instalación ilegal de 75,200 Garimpeiros en tierras Yanomamis.
Esto atenta contra sus derechos y cultura de manera devastadora y de ningún punto de vista puede ser
permitido.
Las autoridades brasileñas todavía no consiguieron la expulsión de los buscadores de oro ilegales ni
tampoco resolver la gran crisis sanitaria que afecta a estos pueblos. Por lo tanto siguen poniendo en grave peligro
la salud de los yanomamis y los moxateteus (yanomamis aislados).
Primeros contactos con el hombre blanco
Los Yanomamis tuvieron su primer contacto continuo con el hombre blanco en 1940, cuando el Gobierno
de Brasil, ordena la delimitación de la frontera con Venezuela y para ello, envió un gran número de trabajadores.
Luego de muy poco tiempo se establecieron en el territorio el servicio estatal de Protección de los
Indígenas y grupos de misioneros. Esta cantidad de personas fijas en el territorio provocó las primeras epidemias
de gripe y sarampión, en donde murió una gran cantidad de la población.
A comienzos de la década del `70, donde estaba establecido el Gobierno militar en Brasil, decidieron llevar
a cabo la construcción de una carretera a través del Amazonas y a lo largo de la frontera norte. Las excavadoras
sin ningún aviso previo atravesaron el territorio donde estaba asentada la comunidad Opikitheri.
Dos comunidades Fueron arrasadas por el impacto de las enfermedades contra las que no tenían ningún
tipo de inmunidad. Los Yanomamis siguen sufriendo las consecuencias de la carretera que trajo colonos,
enfermedades y alcohol. Hoy en día los terratenientes la usan como acceso para la invasión y la deforestación
masiva.
En los años 80 padecieron a cerca de 40.000 buscadores de oro que fueron invadir su tierra y exponerlos
a enfermedades.
Los buscadores de oro devastaron a muchas comunidades al disparar contra sus habitantes. Casi el 20%
de la población falleció en esos siete años.
Luego de una extensa campaña internacional llevada a cabo principalmente por Davi Kopenawa, en 1992,
el territorio del pueblo originario fue marcado como “Parque Yanomami” y fueron expulsados los buscadores de
oro.
En 1993, un conjunto de Garimpeiros (buscadores de piedras preciosas) se introdujo en el pueblo
autóctono de Haximú y ejecutaron a 16 Yanomamis, entre los que se encontraba un bebé. Tras una gran protesta
internacional, el tribunal de Brasil declaro que cinco de ellos participaron en el genocidio. Dos de los garimpeiros
siguen cumpliendo la condena en la cárcel y el resto de ellos lograron escabullirse.
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El pueblo sigue sufriendo la minería en su territorio. En Venezuela la situación es muy grave y muchos
habitantes fueron envenados y expuestos a ataques violentos. Los gobiernos y autoridades de los respectivos
países tanto Brasil como Venezuela apenas se han ocupado de resolver estos problemas.
Otro gran problema de esta comunidad autóctono se basa en que no poseen derechos territoriales sobre
sus tierras. Los gobiernos se rehúsan a reconocer las tierras de este pueblo originario. El ejército brasileño
estableció cuarteles en medio del territorio
Yanomami, aumentando la tensión ya existente entre el estado y
los pueblos originarios. Los mismos soldados prostituyeron a mujeres de la comunidad y en muchas de ellas se
observaron enfermedades de transmisión sexual.
En definitiva, estos problemas atentan contra la vida de las personas que habitan este territorio y ningún
gobierno con el transcurso del tiempo sea el brasilero o el venezolano ha hecho un suficiente y efectivo esfuerzo
para acabar con los ataques de los terratenientes contra los Yanomamis.
La comunidad lucha por ser escuchados y respetados. Su anhelo es conservar sus tierras de manera
pacífica, instando al gobierno al otorgamiento de títulos de derecho de propiedad
El gran obstáculo se encuentra en el interés económico de los terratenientes que siempre ha sido de
mayor importancia para los gobiernos que la vida de los Yanomamis.
Los Enawene Nawes
Este pueblo autóctono es oriundo del Amazonas, y desarrolla su comunidad en el estado de Mato Grosso,
al oeste de Brasil. Habitan En una zona de sabana y pluviselva tropical.
Los Enawene Nawes son un pueblo autóctono del Amazonas y cuenta con una población cercana a los 500
habitantes. Crecieron en una zona de sabana y pluviselva tropical. Actualmente, como en toda su historia este
pueblo sigue sufriendo las invasiones de parte de los terratenientes ilegales.
Desarrollo de su comunidad
La comunidad Enawene Nawe es uno de los únicos pueblos originarios que no se alimenta con carne roja.
Ellos viven en una única comunidad de casas comunales (maloca), construidas a base de madera y paja,
estas pueden llegar a albergar hasta 50 personas. Se encuentran alrededor de una plaza central en la que llevan
a cabo los rituales y las actividades comunales.
Se desarrollan en un territorio bello con un clima tropical que les ofrece tierra fértil para el cultivo de maíz
y la mandioca, y aguas que les permiten la pesca cuantiosa.
Los hombres del pueblo son pescadores expertos. Al llegar la estación húmeda construyen presas de
madera para capturar a los peces, estas van del borde al otro del rio y gracias a ellas logran aprisionar grandes
cantidades de peces. Luego de este ritual de caza permanecen varios meses acampando en la selva ahumando los
peces atrapados en casas construidas especialmente para ello, luego, los llevan en canoas a su comunidad. En la
estación seca en dicha actividad se encuentra presente el uso de arpones como método de pesca.
Presas construidas por los Yanomamis durante la estación húmeda.
Creencias y rituales.
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Esta comunidad es muy creyente de los espíritus y sostienen férreamente que hay que mantener una
relación armónica entre la naturaleza y el mundo espiritual.
Su mundo está compuesto por dos niveles, el superior y el subterráneo, y ellos viven entre medio de
ambos.
El nivel superior se describe como la casa de los enore nawes (espíritus celestiales), estos son los
propietarios de la miel y de varios insectos voladores.
Los enore nawes ayudan al pueblo en los viajes de pesca y en las expediciones recolectoras llevadas a
cabo en la selva, pero su máxima responsabilidad es proteger a los enawene nawes de los peligros que hay fuera
de sus tierras.
El nivel subterráneo es el mundo que se encuentra debajo del pueblo y donde viven los yakairitis (espíritus
del infierno). Estos son los amos de todos los recursos naturales. Si la comunidad enawene nawe llegara a agotar
la tierra o la pesca, los espíritus del infierno se vengarían y matarían a cada habitante del pueblo.
Los enawene nawes tienen varios rituales, pero uno es de mayor relevancia. Conocido como Yakwa, se
basa en el intercambio de alimentos entre humanos y espíritus, este se desarrolla durante el periodo de cuatro
meses cuando los hombres y niños al regresar de los campamentos de pesca, intercambian alimentos en forma
de rito con el mundo que alberga a los espíritus.
En estas esmeradas ceremonias utilizan trajes especiales de plumas, los hombres tocan la flauta
acompañando a las personas que cantan y bailan en las cercanías del fuego encendido en el centro de la ronda.
Para estimular el baile de las mujeres, los hombres recolectan enormes cantidades de miel silvestre y la
ocultan, revelando su escondite cuando el sexo opuesto inicia su baile. Esto es denominado el banquete de la miel
o Keteoko.
Irrupción en territorio Enawene Nawe
Los Enawene Nawes viven del bosque y de los ríos, manteniéndose en una constante lucha para la
conservación de los mismos.
La tala de árboles indiscriminada aumento un 473 por ciento comparado al periodo del año previo que
abarco entre agosto hasta abril del que a su vez tuvo un posterior aumento de un 27 por ciento. Estas cifras
resultan alarmantes para la comunidad y necesitan la ayuda de un estado presente que por ahora no aparece.
En la actualidad, esta comunidad pelea por su supervivencia. Es que el gobierno del estado de Mato Grosso
anunció en la construcción de 80 presas hidroeléctricas en la parte alta del río Juruena, zona aledaña a su territorio.
Los habitantes de la comunidad Enawene Nawe no han sido ni son consultados sobre este proyecto. Ellos
temen que estas presas contaminen el agua y arrasen con la pesca, que es la mayor fuente de alimento de este
pueblo, ya que no ingieren ningún tipo de carne roja.
Su vida espiritual también se vería afectada, dado que la misma mantiene una profunda relación con la
naturaleza.
Esta zona es de suma importancia para la comunidad, desde un punto de vista económico y espiritual. En
ella construyen los campamentos de pesca y las presas de madera que utilizan para pescar, allí también ahúman
el pescado y sobre todo es el territorio donde habitan numerosos espíritus.
A pesar de la disconformidad de la comunidad ya comenzaron la construcción de siete presas. Muchas de
estas obras son financiadas por la empresa Maggi, con el propósito de mejorar su negocio de la soja. La empresa
en cuestión es la mayor productora de soja a nivel mundial, y uno de sus más importantes miembros, Blairo Maggi,
es el gobernador de Mato Grosso desde 2002 hasta la actualidad.
Hoy en día esta tierra está siendo invadida injustamente por los terratenientes ganaderos que talan de
manera indiscriminada los árboles y queman campos de pesca de los integrantes de la comunidad, amenazándolos
con infligir violencia sobre ellos si vuelven a construir sus presas de pesca allí.
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La comunidad pide que suspendan la construcción de las presas de forma inmediata; ellos sostienen que
el daño que causaran en su modo de vida será de carácter irreversible, al invadir sus tierras y contaminar el agua
matando los peces que le dan sustento.
Demandan un dialogo apropiado y abierto para el debate sobre el impacto socio ambiental que tendrían
estas presas y que la zona de Río Preto sea reconocida como propia. También reclaman al gobierno que los
terratenientes sean expulsados urgentemente de sus tierras antes de que se incremente y empeore el daño ya
hecho.
Lamentablemente estos pedidos no fueron tenidos en cuenta y los habitantes de esta comunidad
autóctona tomaron medidas por sus propios medios, montando bloqueos e invadiendo la construcción de una de
las presas como forma de protesta.
En 2008, de mano de un fiscal federal pudieron obtener una orden judicial para suspender las
construcciones de estas presas, pero el gobernador Blairo Maggi reacciono rápidamente y llevó el asunto al
tribunal supremo, que tomó la decisión de revocar la orden de suspensión en junio de ese mismo año, siendo las
obras reanudadas rápidamente. La comunidad luego de este suceso quedo indignada y “triste”, extenuados de
escribir a las autoridades sobre los problemas de estas presas, porque hasta la actualidad no recibieron ningún
tipo de contestación de parte del gobierno sabiendo que estas presas continúan en obra.
Conclusión
Los Yanomanis y los Enawene Nawes son dos comunidades con culturas, costumbres, rituales y dialectos
diferentes, unos cazan y otros pescan, pero a pesar de las diferencias ambos reclaman lo mismo, respeto. El
respeto necesario para ser escuchados y para que dialoguen con ellos y de ese modo establecer acuerdos que no
les sean perjudiciales.
Los terratenientes ganaderos invaden ilegalmente sus tierras y las destrozan. A lo largo de la historia
llevaron a cabo genocidios sobre los habitantes de las comunidades autóctonas y el gobierno no ha podido tomar
ninguna decisión útil para expulsarlos del territorio; en algunas ocasiones ocurrió todo lo contrario en la medida
que los mismos gobernantes apoyaron la devastación de la selva.
Lo más importante para ambos pueblos es incitar a la reflexión no solo de los gobernantes sino de todas
las personas. Cuando destruyen sus tierras también los destruyen a ellos.
Para finalizar me gustaría compartir el siguiente fragmento del texto “Los nadies”.
Dedicado a los nadies
Los nadies: Los hijos de nada, los dueños de nada.
Que no hablan idiomas, sino dialectos.
Que no profesan religiones, sino supersticiones,
Que no hacen arte, sino artesanía.
Que no practican cultura, sino folklore.
Que no son humanos, sino recursos humanos.
Que no tienen cara, sino brazos.
Que no tienen nombre, sino número.
Que no figuran en la historia universal, sino en la crónica roja de la prensa local.
Los nadies, que cuestan menos que la bala que los mata.
Eduardo Galeano
Caminhos do MERCOSUL 2015
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Caminhos do MERCOSUL 2015
O extrativismo sustentável na luta pela conservação da floresta
Heloisa Dias (SC)
Brasil
Introdução
A relação entre homem e terra, no Brasil, começou a acontecer desde os primórdios dos tempos.
Enquanto ainda não “descoberto” por Portugal, índios viviam livremente por seu território, usufruindo dos
recursos que a mata oferecia e lidando com as dificuldades naturais que lhes apareciam. Com a vinda dos
colonizadores do velho mundo, essa conexão não foi perdida, mas sim intensificada pelo início das atividades
extrativistas no país.
A Coroa portuguesa, enquanto metrópole do “Brasil colônia”, estabeleceu relações com o território deste
de forma predatória e absolutamente voltada para fins comerciais lucrativos que enobrecessem a moeda e o
capital interno da monarquia vigente.
Dessa forma, a costa brasileira foi, primeiramente, devastada e totalmente revistada, a fim de que todos
os recursos naturais que fossem possivelmente valiosos para o mercado da época pudessem ser extraídos e
comercializados. Assim como ocorreu com o pau-brasil, cientificamente conhecido como Caesalpinia echinata,
árvore típica da região litorânea do país, diversos recursos das florestas brasileiras tornaram-se populares
produtos extrativos uma vez que, sua extração fácil e a utilização da mão de obra indígena conhecedora do
território e de seus segredos capacitaram o enriquecimento dos colonizadores e da metrópole.
No final do século XVII, a mineração tornou-se a principal atividade extrativista do Brasil colônia e foi
reconhecida como a mais enobrecedora medida econômica de Portugal. Como os europeus já possuíam os
conhecimentos necessários para a realização da seguinte extração, esta se difundiu muito em localidades ricas
em minerais e onde havia forte uso de mão de obra escrava (Minas Gerais, por exemplo) e, valorizou ainda mais
o extrativismo brasileiro.
Portanto, há séculos o país vem sendo palco de atividades extrativistas vegetais, minerais e animais,
sempre sem oferecer qualquer tipo de contribuição para as comunidades locais. Tais atividades proporcionaram
um maior conhecimento sobre a fauna e flora do país e sobre a sua grande diversidade, além de tornarem o
enriquecimento deste, inicialmente, significativo e ascendente.
Atualmente, devido ao movimento ambientalista, iniciado nos anos 90, ao qual nossa sociedade está
inserida, acontecem debates polemizados sobre a repercussão do extrativismo no país, que embora dependendo
de sua forma não seja altamente lucrativo, pode abordar meios sustentáveis de se usufruir do ecossistema local.
O movimento promove, portanto, a proteção das florestas através do extrativismo consciente e sustentável. A
proteção dos produtos naturais, regiões onde as atividades ocorrem e até mesmo da cultura da população
tradicional que subsiste da extração pode garantir, através de investimentos e do apoio do Governo e adeptos ao
extrativismo, a ascensão da economia do país, tendo em mente sempre seu desenvolvimento.
Formas de extrativismo: definições e diferenças
O extrativismo consiste na coleta de produtos, tirados da natureza, que possam ser cultivados para fins
comerciais ou, até mesmo, industriais. Ele é normalmente classificado de acordo com as características e formas
de extração utilizadas, podendo assim variar de forma e função.
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Os produtos que são retirados do seu lugar de ocorrência determinam a nomenclatura do extrativismo.
Logo, recursos minerais, como o ouro e prata, designam o extrativismo mineral; produtos originários da flora local,
o extrativismo vegetal e, o extrativismo animal, por conseguinte, é resultante de matéria-prima animal.
A extração propriamente dita pode ser dividida basicamente em dois grupos: elementar ou moderna. No
entanto, as generalizações que são feitas nas classificações podem, muitas vezes, valorizar, de forma
preconceituosa, somente determinado segmento da população. Ou seja, o governo passaria a “preferir” que
indústrias farmacêuticas, através de meios modernos e de alta tecnologia de extração, retirassem os recursos
naturais dos quais são dependentes do que pequenas comunidades o fizessem como forma de subsistência, uma
vez que economias extrativas voltadas para o mercado industrial retornariam, inicialmente, muito mais capital
para o país.
Esse tipo de separação conceitual é a mais utilizada e consta como processo de identificação. Ela permite
que os aspectos tecnológicos utilizados na atividade sejam previamente reconhecidos e possibilita uma rápida
constatação sobre o tipo de recurso natural extraído e perfil do trabalhador que interage com o produto.
O extrativismo dito como elementar ou de subsistência, pode ser também nomeado como “de baixa
tecnologia”, e é praticado por grupos sociais de ordem primária que retiram os bens naturais de forma rudimentar
do seu local de origem. Esse tipo de atividade é muito antigo, uma vez que a “caça, pesca e coleta vegetal –
sobreviveram mesmo em sociedades com formas itinerantes de agricultura ou de pastoreio, complementando os
recursos de subsistência, principalmente com proteína animal e bens vegetais cujo cultivo era inviável ou
desconhecido” (Drummond, 1996, p. 117).
O extrativismo de baixa tecnologia é praticado por pequenas comunidades pobres e “é tipicamente uma
atividade importante em áreas ‘remotas’ ou de fronteira” (idem, p. 118). Isso significa que sua ocorrência, por ser
proveniente da coleta simplesmente equipada com o básico, está fadada a se concentrar obviamente em áreas
que possuem pouca infraestrutura, tecnologia e recursos capacitados de fazerem da região um local
economicamente rico. Por isso áreas longínquas ou de difícil acesso à grandes centros econômicos são mais
propensas a receber extrativistas de “baixa tecnologia”.
Majoritariamente, os extrativistas elementares focam na extração de bens renováveis, ou seja, materiais
que são repostos naturalmente e assim, garantem uma produção contínua e estável de seus produtos, já que
estes garantem a sua sobrevivência ou complementação de renda. Além disso, esse tipo de atividade não depende
de investimentos significativos, uma vez que nenhum tipo de alta tecnologia é necessário para que a matéria
prima seja produzida e, posteriormente, retirada de seu local de ocorrência originária.
“No entanto, o termo extrativismo se aplica também a atividades mais ‘modernas’, em que certos
materiais naturais também são retirados no seu local de ocorrência natural, mas com a intermediação de
tecnologia e maquinário mais sofisticados” (idem, p. 118). A atuação do extrativismo moderno, por sua vez, é
praticada por setores econômicos que retém as mais recentes inovações tecnológicas do mercado e, por isso exige
obrigatoriamente aplicações financeiras constantes. Estas devem legitimar e otimizar o resultado final, não
deixando que o investimento das empresas sofra com a possibilidade de não se obter lucro.
A mineração, a extração de petróleo e gás natural e o corte de árvores em grandes escalas são exemplos
de recursos cobiçados por extrativistas modernos, uma vez que somente seu incrível poder tecnológico em
maquinário poderia extrair dados recursos tão sucessivamente e de forma tão sucedida.
O extrativismo elementar hoje: suporte governamental e lutas sociais.
A sustentabilidade tem sido um dos temas mais abordados na atualidade devido à crise ambiental pela
qual passamos hoje. A superexploração e o esgotamento dos recursos naturais do planeta, causados pela
industrialização e globalização inconsequente acarretam a deterioração de diversos ecossistemas primordiais.
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Portanto, cogitam-se cada vez mais medidas de prevenção e proteção ao meio ambiente através do
desenvolvimento sustentável.
A Amazônia, por exemplo, é vista como principal interesse de diversas pesquisas e empreendimentos que
levam em conta a defesa de áreas de grande biodiversidade, uma vez que a variedade de recursos biológicos que
possui é notável e atua sendo fonte de equilíbrio ambiental no mundo.
Por essa razão, o extrativismo nacional é cada vez mais debatido, já que sua atuação consciente e
promovida pelo Governo pode, naturalmente, servir como forma de proteção à flora e fauna local.
Atualmente no Brasil, o Governo Federal busca promover a ação de praticantes do extrativismo elementar,
porque sabe-se que suas atividades podem preservar, de forma significante, a mata e serem alavancas do
desenvolvimento florestal. Em parceria com o Ministério do Meio Ambiente (MMA), o Estado atua através do
programa “Bolsa Verde”, do Plano Brasil sem Miséria, apoiando a conservação ambiental das reservas extrativistas
em estados como o Amazonas; Mato Grosso; Amapá; Acre; Rondônia e Pará. O programa abrange famílias e
grupos coletores praticantes do extrativismo elementar, que se encontram em situação de extrema pobreza,
fornecendo em média trezentos reais por trimestre para que haja a complementação mínima de renda que
possibilite a esses grupos condições para extrair seus produtos da natureza de forma sustentável e
ecologicamente correta.
Ademais, esse programa promove a cidadania e valoriza o potencial dessas comunidades extrativistas, ao
passo que, fortalecidas, consigam agregar valor aos seus produtos e fazer com que o mercado as valorize mais.
Desse modo, sendo apoiadas pelo governo, podem lutar mais dignamente contra a concorrência das grandes
industrias praticantes do extrativismo tecnológico que, diferente dos trabalhadores tradicionais, domesticam o
produto e não se importam tanto com a conservação do ecossistema de onde a matéria prima foi tirada,
prejudicando assim o desenvolvimento local.
Medidas Provisórias e decretos também foram articulados para que haja a proteção às comunidades
tradicionais que dependem dos recursos biológicos da floresta. A Medida Provisória n.2.186-16, de 23.8.2001, por
exemplo, “dispõe sobre o património genético, a proteção e o acesso ao conhecimento tradicional associado a
repartição de benefícios e a transferência de tecnologia para a sua conservação e utilização” (Homma, 2012, p.
170). Ou seja, grandes empresas deveriam repartir os benefícios oriundos do produto final e atribuir
remunerações à população nativa que participou do processo de coleta deste, uma vez que esta ajudou-as a
reconhecer e a trabalhar com o princípio ativo e, com o benefício, poderia continuar realizando suas atividades
sem qualquer tipo de prejuízo.
Lutas sociais também foram estimuladas pela sustentabilidade extrativa dos recursos naturais. O famoso
ativista ambiental, Francisco Alves Mendes Filho (mais conhecido como Chico Mendes) lutou pela preservação
dos seringais e representou, junto com outras referências do combate ao desmatamento, comunidades
extrativistas a fim de promover sua salvação/continuação, nem que isso significasse colocar sua vida em risco.
Mendes e seus seguidores criaram um movimento sindicalista caracterizado por seus “empates”. Durante
esses movimentos, os manifestantes entravam nas áreas que seriam devastadas/desrespeitadas pelos
fazendeiros, ou empresas, e reivindicavam medidas protetoras para as florestas e seus adeptos, sempre
promovendo acordos igualitários e pacíficos, gerando, empates para ambos os lados, quando possível.
O ativismo ecológico de Chico lhe rendeu fama internacional, mas também, infelizmente, lhe
proporcionou uma morte prematura. Ele foi assassinado por latifundiários em 1988, nos fundos de sua casa,
provando que o governo, na época, importava-se pouco com os direitos humanos pelos quais seringueiros e
extrativistas lutavam e muito com o dinheiro que a integração da Amazônia, feita pela destruição e exploração
abusiva de terras e pessoas, poderia render, supostamente, para o crescimento econômico do país, uma vez que
a segurança solicitada de um dos sindicalistas mais importantes do país foi negada.
No entanto, a luta pela preservação não está só presente em movimentos propostos por sindicatos, mas
também novas abordagens para a própria extração. José Fernandes do Rêgo, professor da Universidade Federal
do Acre defende um novo conceito de extrativismo: o neoextrativismo. Nele, “a produção apoia-se no trabalho
familiar ou comunitário, depende do uso imediato dos recursos, subordina-se aos ciclos naturais e tem como
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racionalidade não o lucro, mas a reprodução cultural” (Rêgo, 1999, p. 5), portanto, através da coerência com as
peculiaridades naturais do ambiente esse novo tipo de extração promete ser uma alavanca do desenvolvimento
da Amazônia Ocidental.
O extrativismo como defensor da biodiversidade amazônica
O líder sindical Chico Mendes foi uma das grandes referências, em relação a extração sustentável.
Segundo seu movimento, o extrativismo vegetal poderia ser o ideal necessário para promover o desenvolvimento
da região amazônica, uma vez que (após sua morte) esse princípio “passou a ser considerado a grande ideia
ambiental brasileira para conter os desmatamentos e as queimadas na Amazônia e em outras partes do mundo
tropical” (Homma, 2012, p. 167).
Tal ideologia pode ser considerada falha se vista somente como ciclo econômico, já que “nem sempre a
sustentabilidade biológica garante a sustentabilidade econômica e vice-versa” (idem, p. 167).
Isso significa que, por as economias extrativas contemporâneas se concentrarem em bens cujo valor de
mercado é relativamente instável, o que causa certa independência e um fluxo de recursos naturais entre a região
onde foi coletado; o local de manejo da matéria prima e região de venda do produto final, o retorno econômico
considerado desejável para a região extrativa poderia deixar de ocorrer.
Ou seja, o território onde o bem biológico foi coletado não lucraria tanto quanto o de industrialização e
consumo, porque além de, quando realizado como meio de subsistência, o extrativismo ser extremamente barato
e desvalorizado; também poderia sofrer com a falta de ocorrência natural do recurso, causada pelo
desmatamento, ou com a domesticação deste (feita por grandes empresas com alto desenvolvimento
tecnológico), e, portanto, o crescimento do mercado provocaria, pela incapacidade de suprir essa demanda, uma
queda da economia extrativa local.
Entretanto, o extrativismo elementar, por promover uma relação íntima de territorialidade entre extrator
e meio ambiente, teoricamente, poderia vir, mesmo assim, a se tornar um natural projeto preservador, onde a
valorização da sustentabilidade e dos cuidados para com a floresta seriam grandiosamente repercutidos.
O bioextrativismo praticado na região da floresta, sendo vinculado com o tipo de organização social
existente e o universo cultural presente, geraria uma extração consciente, de acordo com a qual os coletores
saberiam que a coleta limitada dos recursos naturais preservaria o seu meio de trabalho e a sua renda futura e,
portanto, seria um suporte do desenvolvimento amazônico.
A ação humana modifica as florestas desde os primórdios da existência dos amazônidas, entretanto, elas
continuam a gerar produtos extrativos. Introduzindo mudanças sistemáticas suaves nas matas, a fim de que
melhorias da produção sejam realizadas, o sistema ecológico complexo da área não seria fortemente agredido,
possibilitando que a alta produtividade biológica e rica biodiversidade continuasse existindo sem grandes
problemas. Isso, se fosse realizada de maneira consciente e sustentável por extrativistas que subsistem daquele
meio, em especial.
As matérias-primas renováveis retiradas desse meio garantiriam os lucros dos comerciantes locais, uma
vez que, por serem repostas naturalmente e coincidirem em escala de tempo com a cultura humana, realizariam
uma produção contínua e estável de seus produtos, permanecendo assim com uma “dispensa natural” que
evitaria privações absolutas.
Ou seja, a extração de subsistência não gera grandes lucros para coletores, já que, como são
essencialmente pobres, não mudarão de situação enquanto estiverem ligados aos ciclos extrativos efêmeros. No
entanto, diferentemente de pobres rurais de áreas devastadas, esses trabalhadores contam com um fundo
preventivo, já que, respeitando o funcionamento natural da floresta e tirando seu sustento dela de forma
harmoniosa, sempre receberão de volta o que precisam para sobreviver dignamente.
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Obtém-se então a geração de crescimento no desenvolvimento econômico da região amazônica, uma vez
que com habitantes em situações financeiras consideráveis, o capital da área cresce seguindo o mesmo ritmo da
queda dos desmatamentos e aumento da proteção da mata em si.
Conclusão
O Brasil mantém, desde a época em que estabelecia relações coloniais com Portugal, atividades
extrativistas que estão profundamente ligadas com a região extrativa e com a própria população local criando
assim, um equilíbrio entre natureza e homem.
Hoje, a preservação deste é ainda mais necessária, uma vez que a abundância dos recursos em florestas
nacionais conserva a harmonia ambiental do planeta. Através do extrativismo de baixa tecnologia, é possível que
ela persista e garanta a erradicação do desmatamento e diminuição territorial da mata, além de servir como uma
alavanca do desenvolvimento amazônico.
Portanto, é mais do que necessário que medidas governamentais sejam tomadas em benefício e a favor
das comunidades tradicionais que sustentavelmente vivem da extração dos recursos biológicos que a natureza
lhes proporciona.
Caminhos do MERCOSUL 2015
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Caminhos do MERCOSUL 2015
El extractivismo como motor del desarrollo
Marcela Geraldine Vargas Choquehuanca
Perú
“Es arriesgado decir que para cierto año en particular la selva habrá desaparecido, pero
a menos que cambien las cosas, así será” (Philip M. Fearnside, investigador brasileño
especializado en el estudio de las pluviselvas).
¿Qué es el extractivismo?
Aunque esta palabra es para el momento desconocido. Vendría de Brasil y fue utilizado por primera vez
para describir la explotación de los recursos maderables de la selva amazónica. Es una palabra que reemplaza a
las denominadas actividades primarias, es decir aprovechar y extraer los recursos que la naturaleza nos ofrece
para cubrir nuestras necesidades.
"Extractivismo" proviene de la palabra extracción. Fundamentalmente, los países de la región son
economías que poseen una base extractivista, somos proveedores de materias primas para el mundo y no le
incluimos valor agregado a dichos productos, lo que genera una dependencia económica peligrosa. La economía
de los países sudamericanos está creciendo gracias a que el PBI crece gradualmente a medida que los recursos no
explotados anteriormente se integran en el proceso económico, esto definitivamente trae consigo el aumento de
empleo pero con el daño ambiental colateral, cuando no es responsable.
El dinamismo de las economías extractivitas se basa entonces en la extracción y exportación. Lo
preocupante es que el crecimiento basado en este modelo se ha realizado sin la preocupación por el desarrollo
de una estructura industrial para diversificar la economía y sustituir las importaciones (materias primas). Esto es
algo que se ha dado a lo largo de la historia de nuestros países, hablando del Perú recordemos las fatales
consecuencias de depender de la explotación de recursos como el guano y el salitre del siglo XIX, lo que provoco
una prosperidad falaz y no un crecimiento económico verdadero ni duradero. El extractivismo minimiza aún más
este enfoque, ya que no tiene en cuenta el desarrollo de una industria nacional e identifica simplemente lo que
se vende más caro en los mercados internacionales antes de la extracción y exportación de materias primas para
industrias extranjeras o de países desarrollados.
Lo lamentable, muchas veces, es que todo este desarrollo se realiza sin una reflexión seria sobre el medio
ambiente que nos rodea. Dependiendo de la dinámica extractiva, los recursos existen y los compradores también
(oferta y demanda). Se venden los recursos a los compradores lo antes posible generando un beneficio. No se
habla acerca de la sostenibilidad de los productos extraídos del medio ambiente y el impacto que esto genera.
Recordemos lo que paso con la explotación desmesurada y cruel del caucho a inicios del siglo XX, donde muchos
pueblos nativos de la amazonia fueron explotados y cruelmente utilizados para beneficio de los inversionistas
cuyo único interés era poseer mayores ingresos económicos a sus ya enormes cuentas.
En la actualidad, el desarrollo económico de la Amazonía se basa en actividades perjudiciales para el
medio ambiente: explotación minera de hidrocarburos, extracción de madera, y una agricultura extensiva, que se
restringe cada vez más a monocultivos y cría de ganado.
Esas actividades están destinadas en su mayoría a la exportación y representan una parte importante de
la actividad económica de los países amazónicos. Más de la mitad de sus exportaciones son materias primas, que
se encuentran principalmente en la región amazónica. Para suerte, de los países que poseen amazonia son
considerados países con una gran diversidad biológica en el mundo, por ello son considerados países mega
diversos y esto se debe a que la amazonia posee condiciones físicas y climáticas que favorecen la aparición de
ecosistemas propios que albergan una variedad y rica flora y fauna.
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La explotación de éstas riquezas, con un gran valor económico agregado, lleva a los estados a construir las
infraestructuras necesarias para exportarlas (gasoductos, vías, vías férreas). Este modelo de desarrollo basado en
la exportación de materias primas, incita a los estados a construir y reforzar infraestructuras a nivel nacional e
internacional, recordemos la construcción de la carretera interoceánica que une el atlántico y el pacifico de Brasil
y Perú, respectivamente, justamente el objetivo es llevar los productos de la amazonia hacia mercados de Europa
y Asia.
Tala de arboles
La Selva amazónica es la selva más grande de la Tierra. Cubre en el Perú un 62% aproximadamente del
territorio nacional y el 40% del territorio sudamericano, extendiéndose por muchos países de la región siendo el
abrigo, los pulmones y el cobijo de gran parte del continente y la humanidad en su conjunto.
Un porcentaje importante del ciclo del carbono, crucial para la supervivencia del planeta y del clima, se
produce en la Amazonia, siendo conocida como “Los pulmones de la Tierra”. La gran extensión de esta selva
permite que sea una rica fuente de biodiversidad, albergando un cuarto de todas las especies terrestres. A su
extensión, hay que añadirle la presencia del segundo río más largo del mundo, el Río amazonas, con 6.400 km. En
su cuenca más de 30 millones de personas viven distribuidas a lo largo de todo su recorrido, en países como Brasil,
Bolivia, Perú o Ecuador.
La vegetación tropical alrededor del mundo atrapa cerca de 200.000 millones de toneladas de carbono al
año. De ellas, 70.000 millones son procesados por los árboles amazónicos. Imaginémonos lo que provoca la
deforestación de nuestra amazonia, el dióxido de carbono producido por las actividades humanas se queda en el
ambiente debido a la menor capacidad de absorción por parte de los árboles, ya que por la tala indiscriminada
disminuyen, provocando las consecuencias que todos sabemos, el calentamiento global.
Hoy en día, la calidad de vida y las necesidades van cambiando y evolucionando a la par que el desarrollo
del planeta. Vivimos en una sociedad consumista, donde el que no tiene no vale, la falta de conciencia ambiental
es muy marcada en los países de nuestra región y no logramos acercarnos a los países europeos respecto a este
tema. Estas necesidades de la población provocan que cada vez se necesite más territorio en el cual poder
desarrollar las actividades económicas que sustentan a cada país debido al crecimiento poblacional a nivel mundial.
Para ganar más tierras para la agricultura y ganadería se precisa mayor territorio esto provoca la tala de árboles
en muchas zonas de la amazonia.
Pero, ¿qué es lo que ocurre cuando esta tala se convierte en una tala masiva? A la selva amazónica se le
denomina “los pulmones de la Tierra” por una razón: la Amazonia juega un papel muy importante en la regulación
del dióxido de carbono en la atmósfera, por lo que la deforestación tiene un impacto directo en el cambio climático.
Recordemos que el dióxido de carbono es el principal gas de efecto invernadero y al existir mayor cantidad de
CO2, el clima aumenta y las condiciones del planeta cambian, como la ha hecho en los últimos años.
La deforestación de la Amazonia ha aumentado en los últimos años provocando un desequilibrio
importante no solo en el cambio climático. El extractivismo, si bien es necesario para satisfacer las necesidades
del ser humano, trae consigo efectos colaterales negativos, pues en muchos casos las actividades económicas se
realizan de manera ilegal y no cumplen con los requisitos mínimos de protección del medio ambiente,
produciendo daños y amenazas irreparables a los ecosistemas amazónicos lo que afecta a las poblaciones nativas,
cuya supervivencia se ve seriamente amenazada.
Minería
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Las actividades mineras en la selva tropical amazónica ocurren en los países sudamericanos de Perú,
Colombia, Bolivia, Ecuador, Venezuela y Brasil. De acuerdo al Departamento de Estado de los Estados Unidos,
"Perú es el principal productor mundial de plata, el segundo de cinc y el tercero de cobre y estaño". Las
exportaciones minerales representaron un gran porcentaje de las ganancias por exportación de Perú en los
últimos años. Colombia es el quinto mayor país exportador de carbón en el mundo, y también ha recientemente
abierto la selva tropical amazónica a la minería de oro, plata, cobre y molibdeno. Brasil explota grandes depósitos
de hierro y manganeso. El níquel, estaño, bauxita, berilio, cobre, plomo, tungsteno, cinc y oro de Brasil están
considerados como casi agotados. El crecimiento económico de algunas de estas economías, en los últimos años,
se basó en el incremento del precio de los minerales a nivel mundial, con la caída del precio de los mismos se
origina crisis y recesión, en el caso del Perú, la desaceleración económica se debe a esta razón.
La minería ocupa grandes porcentajes en las economías de los países sudamericanos, generando ingresos
para proyectos públicos e infraestructura. Los recursos minerales de Sudamérica le dan a la región una posición
favorable en el escenario económico mundial, e influencia sobre otras políticas de comercio global. Hay muchas
empresas extractivas cumplen con las normas básicas de respeto por el medio ambiente, y en sus proyectos
contemplan un desarrollo armónico con la naturaleza y promueven la conservación del medio ambiente.
En 2004 alrededor del 14% de la Amazonia peruana estaba concesionado, mientras que en 2009 ese
porcentaje llegó a superar el 75%. Las concesiones de grandes territorios de la amazonia para la exploración de
recursos minerales, petroleros y gasíferos, ha provocado en los últimos años conflictos sociales con lamentables
consecuencias en el Perú, recordemos lo que ocurrió en Bagua el año 2008, es por eso que una política de
acercamiento a las comunidades e información pertinente podría evitar lamentables sucesos como los ocurridos
hasta ahora.
Esas concesiones se hicieron sin consultar de ninguna forma a las comunidades indígenas, y sin respetar
lo establecido en la Convención 169 de OIT y en la Declaración de los Derechos Humanos de los Pueblos Indígenas
de las Naciones Unidas
La minería en la Amazonia causa una vasta degradación del ambiente. Las selvas tropicales son algunos
de los biomas más biodiversos y más frágiles en el mundo. Es cierto que la tecnología avanza a pasos gigantescos
y los remanentes de la minería se pueden contrarrestar con buenas programas que disminuyan el impacto
ambiental que genera las actividades económicas pero es muy difícil, convertir sitios mineros de vuelta a
verdaderas selvas tropicales, ya que gran parte del ecosistema original se ha perdido.
La minería en la selva tropical amazónica afecta a la gente que depende de los recursos de la selva para
su subsistencia. De acuerdo al Movimiento Mundial por las Selvas Tropicales, "los proyectos mineros en la
Amazonia hacen peligrar la mismísima supervivencia de las comunidades locales, debido a que las operaciones
mineras contaminan ríos, disminuyen la flora y fauna nativas, y restringen el uso de los recursos naturales por los
habitantes ancestrales de la región". La contaminación del agua y de los suelos hace que sea imposible que las
comunidades cultiven, poniendo en grave peligro el estilo de vida de subsistencia de las comunidades amazónicas.
Aunque los gobiernos sudamericanos han tradicionalmente otorgado generosas concesiones a compañías
extranjeras de minería, y han incluso revocado leyes que prohíben las prácticas mineras en áreas nacionales de
vida silvestre protegida, existen algunas regulaciones protectoras. La Comisión Inter-Americana de Derechos
Humanos ayuda a proteger los derechos de las comunidades indígenas amenazadas por la minería y otras
prácticas destructivas. La Convención 169 adoptada por la Organización Internacional del Trabajo "establece un
sistema de protección y mecanismos de consultoría por encima de las leyes, proyectos y políticas que afecten las
tierras natales de gentes nativas".
¿Cuáles son los impactos de la minería?
Los efectos más resaltantes de la minería podrían ser:
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La deforestación de grandes zonas en toda la amazonia, lo que provoca, como mencionamos, la menor
captura de CO2 de la atmosfera con su consecuencia inmediata, el calentamiento global. La madera de los
bosques adyacentes a los minerales es talada para obtener dichos recursos, sin pensar en el daño
ecológico ocasionado al ambiente.
La contaminación provocada por la extracción de minerales. Un contaminante conocido utilizado en la
extracción de oro es el mercurio. En los alrededores de los lugares donde se lleva a cabo la extracción de
oro, este elemento puede encontrarse en altas concentraciones en peces, afectando a las poblaciones
locales. Asimismo, el mercurio termina en la atmósfera, de donde regresa hacia los bosques, además esta
sustancia química es peligrosa para el sistema nervioso y provoca otros daños al ser humano.
La invasión de tierras indígenas no autorizadas por las comunidades. Cuando la minería se lleva a cabo en
áreas pobladas por personas indígenas, pueden ocurrir conflictos. Se han reportado medio millón de
buscadores de oro trabajando en toda la cuenca amazónica en operaciones pequeñas. En el estado
brasilero de Roraima, por ejemplo, han estallado los conflictos entre los indígenas Yanomamo y los
buscadores de oro, y el gobierno tuvo que intervenir junto con las fuerzas armadas para desalojar a los
mineros de las tierras indígenas.
Desarrollo sostenible en la Amazonia
La propuesta de desarrollo sustentable en la región Amazónica tiene un camino recorrido. El trabajo
realizado por las organizaciones no gubernamentales y algunos grupos de base ha logrado incorporar, en varios
sectores, la necesidad y la urgencia por mejorar las condiciones de vida de la población local y de defender el
medio ambiente. Sin embargo, todavía queda mucho por hacer. Recordemos que el desarrollo sostenible se basa
en el crecimiento económico sin considerar el impacto negativo que los procesos productivos causan en el
ambiente.
Las previsiones indican que en la región los gobiernos seguirán impulsando políticas económicas que
promuevan actividades extractivas. El modelo de desarrollo, tal como se ha implementado hasta el momento en
la región amazónica, no tiene salida; es fundamental establecer las pautas necesarias que conduzcan a que los
procesos productivos se lleven a cabo considerando los límites de la naturaleza. Esto no se puede dar si no hay un
cambio desde lo personal basado en una modificación de actitudes y prácticas individuales, comunitarias,
regionales y planetarias y sobre todo acercándose a las comunidades nativas que viven desde tiempos ancestrales
en nuestra amazonia y así evitar conflictos sociales.
Por otro lado, el desarrollo debe partir de una nueva ética y que se establezca como prioridades la
satisfacción de las necesidades básicas de la población, no en términos económicos sino reales. No abusemos de
nuestro medio ambiente, tomemos lo que es necesario, teniendo en cuenta lo que necesitaran las futuras
generaciones.
El logro del desarrollo sustentable requiere de cambios estructurales, no se trata de agregar a este estilo
de desarrollo la variable ambiental, sino de concebir nuestras vidas y las de las futuras generaciones con un
entorno adecuado.
Los organismos comprometidos con el desarrollo social y ambiental tienen por delante un gran desafío.
Son ellos los llamados a seguir buscando espacios, propuestas y proyectos participativos que permitan la inserción
de planteamientos novedosos, en un camino hacia un desarrollo sustentable.
Se pueden iniciar un fomento de econogocios en la amazonia, es decir, producir menos desperdicios,
manejar mejor los recursos y reponer los recursos deteriorados, ocasionando menos impacto ambiental que los
negocios tradicionales. Se podría poner en práctica la zoo cría y el manejo de fauna silvestre; el ecoturismo tan
demandado hoy en día; la reforestación que daría empleo a miles de personas y se estaría contribuyendo con el
medio ambiente y los sumideros de carbono capturando CO2 atmosférico a cambio de recibir aportes económicos.
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Las organizaciones no gubernamentales (de desarrollo y ambientalistas) deben seguir buscando
mecanismos que motiven a la población marginada en la instrumentación participativa de alternativas de
desarrollo que estén en armonía con la naturaleza.
Se debe reivindicar el tema ambiental en la región amazónica, es una tarea que se inició y va por buen
camino, además la sociedad civil debe estar presta hacia una propuesta más amplia que permita ejercer efectiva
presión sobre las entidades gubernamentales y privadas a fin que se defina una política ambiental en la región, y
se cumplan las normas y reglamentos existentes.
El deterioro del medio ambiente y de la calidad de vida en la región AMAZÓNICA obliga a repensar el
futuro en base a una activa participación. Los actores sociales deberán recuperar su carácter protagónico y así
trazar el camino hacia un desarrollo sustentable. Se han dado ya algunos pasos para reivindicar lo ambiental; es
de esperar que éstos puedan replicarse en otros sectores y se sigan consolidando en una propuesta más amplia.
Las propuestas del desarrollo sustentable, lejos de ser un romántico empeño por salvar la naturaleza, son
novedosas y priorizan entre otras cosas las consideraciones del largo plazo, la autogestión comunitaria de los
recursos, el respeto a los valores culturales, la recuperación y enriquecimiento científico de prácticas tradicionales
que se adapten a las demandas de los ecosistemas y la planificación participativa.
Tal como lo señala Fernando Mires, "la ecología no es, ni puede ser, un tema secundario en América Latina,
sobre todo si se tiene en cuenta que la preservación de la naturaleza tiene que ver, antes que nada, con la
sobrevivencia material y cultural de la mayoría de los habitantes del continente. No obstante esa preservación
será posible si la ecología avanza desde los laboratorios más especializados hacia el mundo de las discusiones y
de las decisiones políticas... lo que será posible con la participación activa de las propias víctimas de la
modernización" (Mires, 1990).
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Bibliografía
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La educación como proceso de preservación de la Floresta Amazónica.
María Soledad Pimienta Rodríguez
Uruguay
Introducción
En las siguientes páginas se hará referencia a la educación como proceso de preservación de la Selva
Amazónica; tomando un papel fundamental los términos de Educación Ambiental.
Se tiene por objetivo promover, sustentar y fomentar la participación de la ciudadanía en el proceso de
preservación y mejoramiento del área Amazónica.
La Educación Ambiental es de vital importancia en los tiempos que transcurre,... “es la formación
orientada a la enseñanza del funcionamiento de los ambientes naturales para que los seres humanos puedan
adaptarse a ellos sin dañar a la naturaleza. Las personas debemos aprender a llevar una vida sostenible que
reduzca el impacto humano sobre el medio ambiente y que permita la subsistencia del planeta”1.
La educación ambiental supone el desarrollo de una capacidad de crítica constructiva que lleve a la
comunidad a reveer sus propias acciones. En pos de una convivencia armónica con el ambiente.
Desarrollo
La selva amazónica se desarrolla alrededor del rio Amazonas y de su cuenca fluvial. El río Amazonas
contiene un quinto del agua dulce del mundo, nace principalmente de dos ríos: el Ucayali y el Marañón; ambos
ríos nacen en los glaciares de los Andes peruanos. El río Amazonas aporta mucho sedimento a la zona y la cuenca
se caracteriza por tener una extensa y tupida selva.
La extensión de la selva amazónica se reparte entre ocho países sudamericanos: Bolivia, Brasil, Colombia,
Ecuador, Guayana, Perú, Surinam y Venezuela. Llega a los seis millones de km² y constituye la selva tropical más
extensa del mundo y es considerada una "Gran Reserva Verde". Es el mayor bosque primario que queda en la
Tierra. Contiene la mayor biodiversidad del planeta, con el 50% de todas las especies de animales terrestres y
plantas, que dependen de ella para sobrevivir. Veinte millones de personas, incluyendo numerosas poblaciones
indígenas, habitan en la Amazonia.
La importancia de la Selva Amazónica, se podría decir que, radica en cuatro puntos principales: regula el
curso de los ríos que la atraviesan, al retener parte del agua procedente de las lluvias e ir liberándola lentamente.
Su espesa cubierta vegetal protege los suelos de la erosión. Regula el clima a nivel regional y planetario.
Es un inmenso pulmón que proporciona oxígeno. Su título de "el pulmón del planeta" es metafórico ya
que está en equilibrio climático: los ingresos y salidas de CO2 y de O2 están balanceados.
El valor de esta área es incalculable, hoy en día, se encuentra en riesgo de degradación ambiental y es por
eso que debemos tomar conciencia de su gran importancia; no podemos permitir que se explote y destruya esta
verdadera propiedad de la humanidad.
Debemos ocuparnos por el uso más racional del área Amazónica. Debemos incrementar y sostener hábitos
para su preservación, además de restaurar las especies y los ecosistemas de los hábitats ya perturbados; debemos
1
Definicion.de
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salvar a las especies y ecosistemas que han sido empujados tan cerca de la extinción y que desaparecerán si no
intervenimos.
Mediante la reducción de malas prácticas de uso de suelo, y el mejoramiento de las tierras ya
desarrolladas, podemos disminuir la necesidad de talar aún más el bosque lluvioso.
¿Cómo dañamos tanto a la selva amazónica sin tomar conciencia del riesgo que ocasionábamos?
En gran parte para satisfacer la creciente demanda mundial.
A causa del talado comercial, la tala de árboles tropicales para exportación, el uso de madera como
materia prima, aglomerado y cartón y la industria papelera. Otro factor es la cría de ganado, el rubro ganadero
requiere de más pasturas para finalizar el ciclo reproductivo. Las tierras de pastura se degradan rápidamente dado
el bajo nivel de gradientes que naturalmente posee el suelo Amazónico y la sobre cría de cabezas de ganado. De
esta manera, los ganaderos requieren de una superficie mayor de suelo Amazónico para satisfacer sus
necesidades.
El bajo nivel de gradientes afecta también a la tarea agrícola ya que motiva que la tierra se extinga luego
de tres o cuatro cosechas consecutivas, así como por la carencia de prácticas de cultivo sustentables. Como
consecuencia de ello se avanza cada vez más al interior de la Amazonía en búsqueda de tierras vírgenes.
Otro factor a tener presente es la construcción de caminos en la selva Amazónica, poniendo en peligro no
solo el hábitat natural de plantas y animales sino también la vida misma y la sobrevivencia de tribus nativas.
Los mencionados anteriormente son sólo algunos de los factores que llevaron a la degradación de la selva
amazónica pero, sin duda, los más perjudiciales. Si estos factores se desarrollaron a causa de la demanda mundial,
es necesario crear conciencia mundial del riesgo que corre esta área y buscar juntos posibles soluciones; considero
que es aquí donde toma un papel fundamental la educación, concientizando a la población para crear cambios de
hábitos cotidianos que perjudican al medio ambiente.
Debemos pensar en un desarrollo integrado sostenible para el Amazonas, para la conservación y el uso
apropiado de los recursos naturales de la región. Desarrollar programas nacionales e internacionales para reducir
la degradación; cambiar algunos hábitos cotidianos, por ejemplo, consumir productos que no dañen la selva, usar
papel reciclado, utilizar bolsas reutilizables para ir de compras. Cultivar productos que no dañen el Amazonas
como el café, que su producción no implica la deforestación ya que se cultiva a la sombra y ayuda a preservar el
área. Usar productos reciclados, comprar papel reciclado para evitar que más árboles del Amazonas sean
cortados, consumir productos cuyas compañías posean logos verdes. Eso significa que la compañía recicla, tiene
planes para apoyar la conservación y reducir su daño al ambiente. El mercado ofrece muchas opciones de
productos hechos a base de fibra reciclada. Es un buen hábito también sustituir las toallas de papel de cocina por
trapos de tela, y de ser posible también cambiar las servilletas, platos y vasos desechables por opciones
reutilizables y 100% lavables.
Modificar los hábitos de lectura, es bueno prestar libros y comentarlos, además de que reduce el consumo
de papel, es un buen hábito en sí mismo. Comenzar a usar versiones electrónicas, utilizar servicios por internet,
ya sean financieros o pagos de recibos, etc.
Otro hábito a tener presente es el de utilizar bolsas de tela para dejar de cargar bolsas de plástico en los
supermercados, debemos llevar bolsas extra para las compras y reciclar las bolsas de papel que utilizamos.
Me encantaría aprender más acerca de la selva amazónica y su impacto en la Tierra. Seguir investigando
sobre estos y otros factores que han reducido su tamaño, que han llevado a su degradación. Conocer
organizaciones de conservación que trabajan para preservar el ambiente y realizar intercambios culturales para
de este modo crear en conjunto mejores soluciones y tratar de concientizar a la población enseñando técnicas de
conservación simples que pueden ser incorporadas a la vidas diaria, además de promover un estilo de vida sano.
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Bibliografía

Libros, artículos:
BARROS, J. M. (org.). Diversidade Cultural: da proteção à promoção. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2008.
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MARTÍNEZ, O. Educación ambiental y desarrollo endógeno. Venezuela: UNERG, 2009.
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Verbetes:
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Viagem de Premiação
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i
Índia guerreira a quem a lua, segundo uma lenda, transformou em vitória-régia.
Solução salina utilizada pelos ribeirinhos no tratamento de pescados, com a finalidade de conservá-los para posterior
consumo ou comercialização.
iii
Refere-se à onda migratória dos anos de 1877-1879, de nordestinos em direção ao Norte. Fugindo da seca do sertão, os
contingentes se estabeleceram na região, onde passaram a trabalhar na extração da seringa. Esse primeiro assentamento
seria o gérmen da forma ribeirinha de ocupação do espaço amazônico.
iv
Segundo crenças populares, uma mulher capaz de se transformar em ave, e cujo grito ecoa pela madrugada. Quem o ouve
deve oferecer, como prova de boa-fé, um pouco de café ou tabaco à matinta, que lhe baterá à porta logo pela manhã. De
acordo com algumas versões, a pena para o descumprimento dessa cortesia será uma vida atormentada pelos assobios
agudos, que jamais deixarão dormir os proprietários da casa.
v
De acordo com o mito, um boto que se transforma em homem para flertar com as moças jovens das comunidades próximas
a rio. Veste-se, em sua forma humana, com chapéu e casaca brancos, para se tornar atraente às mulheres que, seduzidas por
ele, acabam grávidas.
vi
Nome popular nortista do pernilongo.
vii
INAMBARI. ORG. La región andino amazónica. Lima.
viii
Progreso Industrial: Se refiere al modelo desarrollista en la cual solo importaban los avances técnicos y el desarrollo
científico y técnico.
ix
Frase recortada desde: El discreto encanto de la cumbre de la Tierra. Evaluación impresionista de Río-92. Guimarães
Roberto. Nueva Sociedad Nro.122 noviembre-diciembre 1992, pp. 86-103.
x
“La deforestación: Crisis ambiental” Características brindadas por Alea, A., & Jaula, J. (2011). La educación ambiental desde
la pedagogía social en el contexto Latinoamericano. Pensamiento Educativo. Revista de Investigación Educacional
Latinoamericana, 37(2), 296-310.
xi
Aquí unifica a la educación social con la ambiental, en donde las problemáticas a tratar son las mismas, y otorgando una
solución única a las situaciones de América Latina. Los múltiples verdes del ambientalismo latinoamericano. Gudynas Eduardo.
Nueva Sociedad Nro.122 noviembre-diciembre 1992, pp. 104-115.
xii
Cuadro explicativo obtenido a través de: La crisis ambiental contemporánea. Capitulo 1. Humberto Tommasino, Guillermo
Foladori, Javier Taks.
xiii
Una educación basada en el desarrollo sostenible se refiere a una enseñanza a transformar el mundo en un lugar mejor
para nosotros y en donde se viva cómodamente. Políticas, estrategias y planes regionales, subregionales y nacionales en
educación ambiental en América Latina y el Caribe. Decenio de las Naciones Unidas de la educación para el Desarrollo
Sostenible 2005.2004. Carol Salgado, consultora externa OREALC/UNESCO, Con aportes de Eloísa Trelles, especialista en
Educación Ambiental.
ii
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