Faça aqui - CRAB

Transcripción

Faça aqui - CRAB
O artesanato do Brasil é reconhecido por sua diversidade
e criatividade. Os produtos são como um espelho das
identidades locais e revelam o imaginário nacional, através
da criação de objetos lúdicos, estéticos e funcionais, que
representam a alma e a formação cultural do brasileiro.
Por entender a importância deste segmento, há 40 anos, o
SEBRAE tem desenvolvido ações para estimular a criação,
a produção e a comercialização do artesanato, em âmbito
nacional e internacional. Uma dessas ações foi a criação
do prêmio TOP 100 Artesanato, valorizando os processos de
gestão das diferentes oficinas de produção artesanal no país,
e desenvolveu o projeto Brasil Original, uma estratégia de
comercialização do artesanato no período dos grandes eventos.
Para integrar todas as iniciativas de desenvolvimento do
artesanato do SISTEMA SEBRAE, tendo como foco a inovação,
a constante qualificação das peças e a valorização cultural e
comercial do produto artesanal, o SEBRAE apresenta o Centro
de Referência do Artesanato Brasileiro.
Um novo lugar para o Artesanato Brasileiro
O Centro de Referência do Artesanato Brasileiro será o espaço da criatividade, vista
através do artesanato, e buscará a conexão e o diálogo com outros segmentos da
economia criativa, como o design, as artes visuais, a arquitetura, a arte e a cultura
popular. O Centro de Referência também terá espaços de exposições, loja, midiateca,
oficinas, organizará shows e promoverá encontros que irão ampliar as relações do
artesanato com a economia criativa. Um lugar de alta atratividade estética, tecnológica
e de conhecimento, que motivará a visitação dos habitantes da cidade e dos turistas,
nos seus mais diversos perfis.
O artesanato ao alcance de todos
Na Praça Tiradentes
O Centro de Referência do Artesanato Brasileiro será um lugar contemporâneo, em
permanente troca com os demais equipamentos criativos da Praça Tiradentes, e
manterá ativa conexão com os agentes do artesanato e o público em geral. Será
ainda um espaço inovador, que funcionará como uma grande vitrine da produção e da
comercialização do produto artesanal de todo o país.
Na internet
Através da rede, o Centro de Referência do Artesanato Brasileiro se comunicará com o
Brasil e com o mundo por meio de uma plataforma digital para conexão, capacitação,
divulgação e promoção de negócios e-commerce.
No mundo
O Centro de Referência do Artesanato Brasileiro, além de estabelecer espaços físicos e
virtuais, deverá ser consolidado como uma estação disseminadora de conhecimentos e
formadora de opinião.
conjunto histÓRICO
O processo de implantação do Centro de Referência do Artesanato Brasileiro passa
pela restauração, adequação e unificação das edificações históricas de n° 67, 69 e 71
situadas na Praça Tiradentes.
O prédio de n° 67, o Solar Visconde do Rio Seco, tombado pelo IPHAN e pelo INEPAC,
foi construído em fins do século XVIII como residência nobre. Posteriormente, foi sede
da Secretaria de Justiça e Negócios do Interior, no Segundo Império, e do Ministério da
Justiça, após a Proclamação da República.
O prédio de n°69 é integrante da Zona Especial do Corredor Cultural do Rio de Janeiro.
Pelas condições da localização e do modelo arquitetônico, forma um corredor entre os dois
prédios, favorecendo a integração das edificações e a circulação dos visitantes do CRAB.
O prédio n° 71, já ocupado pelo SEBRAE e reformado pela Prefeitura em 2003, será
adaptado para receber importantes atividades de capacitação, gestão e gastronomia.
As três edificações, articuladas, permitirão o desenvolvimento integrado das atividades
inovadoras de requalificação e reposicionamento do artesanato brasileiro no CRAB.
A exposição, instalada em meio à obra de restauro e readequação do Solar Visconde
do Rio Seco, reúne peças de artistas populares e artesãos de várias regiões do país.
A situação do provisório e construtivo inspira o design da expografia através do uso do
ferro, em diálogo com a iluminação e a música.
As instalações apresentam objetos que, utilizados em escala, potencializam sua
importância. O agrupamento das peças provoca o olhar atento na medida em que
objetos aparentemente iguais são diferentes entre si. São sete conjuntos de peças
escolhidos a partir de seus mestres, história e cultura, feitas em barro, madeira, fibras
vegetais e tecidos.
Os objetos representam, também, um pouco do que será o Centro de Referência do
Artesanato Brasileiro em um futuro próximo, ou seja, um lugar marcado pela diversidade
de procedências geográficas e territórios, de matérias-primas e suas técnicas e de
expressões e linguagens diferentes de mestres e artesãos.
A partir das instalações das peças, o visitante fará uma viagem pelas regiões do Brasil
de modo lúdico, sem uma ordem geográfica. A exposição propõe ao visitante um
percurso que começa com uma homenagem ao mestre Nuca, de Pernambuco, e seus
leões de Tracunhaém. Provoca um mergulho no universo feminino, pela visão sensorial
das rendas e bordados do Brasil e das bonecas da Zezinha, mestre artesã do Vale
do Jequitinhonha (MG). A caminhada no labirinto de 200 cabeças da Irinéia sugere
a passagem pelo país áspero e misterioso da imaginação dessa mulher guerreira,
moradora da comunidade quilombola da União dos Palmares, em Alagoas. A planície de
flores secas, do grupo Flor do Cerrado Design e Artesanato, de Samambaia (DF), leva
à floresta flutuante de 700 Varinhas da Conquista, feitas por famílias da Ilha do Marajó
(PA). A travessia dessa floresta descortina as luzes da cidade, através das luminárias de
lã de ovelhas criadas pela Associação de Artesãos Ladrilã – núcleo Pedras Altas (RS).
A partir desse ponto luminoso, o percurso recomeça, instigando o visitante a ver tudo de
novo, com outro olhar, até o reencontro com os eternos leões do mestre Nuca.
leões de tracunhaém
Nuca e Marcos de Nuca
Tracunhaém, PE barro cozido
Figuras totêmicas, assírias, enigmáticas, assim são os leões
do Mestre Nuca. Manoel Borges da Silva nasceu em Nazaré
da Mata, em Pernambuco, mas cresceu em Tracunhaém.
E foi nesta cidade – em que “o barro ou vira santo, ou vira
panela” – que aprendeu, ainda menino, a trabalhar com a
argila. Um dia, trabalhando por encomenda, fez surgir do barro
um leão. A primeira inspiração foram os de louça portuguesa
dos casarões do Recife Antigo. Mas os Leões de Tracunhaém
trazem nas suas jubas encaracoladas um imaginário complexo,
uma colagem de memórias absorvidas não se sabe como.
Os pequenos caracóis, moldados um a um, foram ideia de sua
mulher e parceira Maria. Mestre Nuca, que em 2005 recebeu o
título de Patrimônio Vivo de Pernambuco, morreu em fevereiro
de 2014. Nesta sala, seus leões encontram a companhia dos
de seu filho Marcos Borges da Silva, que, dessa maneira,
imortaliza e dá sequência à obra do pai e mestre.
6|7
1
2
3
4
5
6
7
8
Rendas
Tramando fios, as mulheres revelam suas histórias e força
a partir deste fazer tão delicado. Trazido pelos europeus a
partir do século XVIII, este artesanato se espalhou pelo Brasil
como expressão da nossa habilidade e talento. São variadas
as técnicas das rendeiras: de bilro, filé, irlandesa, turca,
tenerife, frivolité, renascença... Em cada lugar, elas foram se
modificando, ganhando novos pontos e tramas e também um
sotaque regional. As variações vão desde o material utilizado
pela artesã e a matéria-prima da linha até como ela é tramada
e as inspirações para os motivos da renda. Um saber passado
de mãe para filha, que exige habilidade manual e é carregado
de riqueza estética.
Dinoélia Santos Trindade da RENDAVAN – Associação das Rendeiras de Dias D’Ávila Dias D’Ávila, BA renda de bilro 2 Maria da Gloria
Viana Soares Florianópolis, SC renda de bilro 3 Instituto do Bordado Filé Região das Lagoas Mundaú e Manguaba (Marechal Deodoro,
Maceió, Santa Luzia do Norte e Coqueiro Seco), AL renda filé: pontos Jasmim, cirzido e rosa de oito 4 Elizabeth Raimundo dos Santos Divina
Pastora, SE renda irlandesa 5 Maria Helena Silva do Nascimento Teresina, PI renda frivolité 6 Marilene Alair da Silva Sabará, MG renda turca
7 Maria Aparecida Maciel do Nascimento Pesqueira, PE renda renascença 8 Elizabeth Horta Correa Atibaia, SP renda tenerife
1
8|9
1
4
2
5
3
6
7
8
bordados
As bordadeiras são mulheres que contam memórias com
linha. Um fazer milenar, que remonta a antigas civilizações.
A história do bordado e da indumentária sempre caminharam
lado a lado. Os bordados brasileiros são herança dos
imigrantes que povoaram o Brasil. Assim como na renda,
existem variadas técnicas e estilos: crivo, redendê, boa noite,
richilieu e o tradicional. Os motivos vão se modificando com o
passar do tempo, mas cada bordado, de certa forma, carrega
a identidade de toda uma comunidade, um pouco do seu
passado e – também – um pouco do seu futuro. Quanto mais
se desenvolve o maquinário do bordado industrial mais se
valoriza um bordado feito à mão.
Rute da Silva Costa e Maria da Silva Governador Celso Ramos, SC bordado crivo 2 Cooperativa Art-Ilha Pão de Açúcar, AL bordado boa noite
Maria José da Silva Aracaju, SE bordado redendê 4 Grupo Bordadeiras de Santa Cruz Aracruz e Santa Cruz, ES bordado tradicional
5 Associação Barralonguense das Bordadeiras e Artesãos Barra Longa, MG bordado tradicional 6 Eponina Sanches Porciúncula, RJ bordado
livre 7 Salmira de Araujo Torres Clemente da Associação das Bordadeiras de Timbaúba dos Batistas Timbaúba dos Batistas, RN bordado
richilieu 8 Grupo de Bordados Fio Mágico de Werneck Paraíba do Sul, RJ bordado livre
1
3
10 | 11
bonecas de ZEZINHA
Maria José Gomes da Silva
Turmalina, MG modelagem e queima de barro
Noivas, mães com seus filhos, moças em suas tarefas
domésticas. Mulheres idealizadas em suas perfeições estáticas,
impecáveis, manifestando o desejo de pureza, integridade e
elegância popular. Elas são as bonecas de barro de Zezinha,
entre as mais conhecidas cerâmicas do Vale do Jequitinhonha,
em Minas Gerais. Maria José Gomes da Silva, a Zezinha,
aprendeu a modelar o barro com seus pais, também ceramistas.
Suas bonecas têm um olhar de enigma e, ao longo do tempo,
foram ficando ainda mais sofisticadas, com ricos vestidos cheios
de detalhes e pequenos adereços. Pura feminilidade pintada
com barro rosa claro e branco, e com pigmentos de minérios da
região que são aplicados antes da queima no forno a lenha.
12 | 13
Cabeças de irinéia
Irinéia Rosa Nunes da Silva
União dos Palmares, AL cerâmica
Foi na comunidade quilombola do Muquém, em Alagoas, que
Irinéia Rosa Nunes da Silva começou a modelar o barro.
A partir de suas mãos, surgiram figuras humanas, animais e
cabeças. Nossas cabeças se juntam às dela, compondo uma
verdadeira colagem involuntária em movimento. Quem vê de
fora descobre essa potência e identidade. O trabalho sempre
é feito com o marido, Antônio Nunes. É ele quem retira o barro
das margens do rio Mundaú e pisa na argila até amaciá-la.
É então que Irinéia molda as cabeças, que depois irão para os
fornos artesanais. O talento do casal é reconhecido no mundo.
A artesã já foi indicada ao Prêmio Unesco de Artesanato para
a América Latina e o Caribe em 2004 e faz parte do registro do
Patrimônio Vivo de Alagoas. As “Cabeças de Irinéia” fazem parte
de diversas coleções de arte.
14 | 15
flores do Cerrado
Flor do Cerrado Design e Artesanato
Samambaia, DF esqueletização de folhas do cerrado e fibras
Pelas mãos dos artesãos, folhas se transformam em flores,
tão delicadas que parecem rendas. Um trabalho poético que
nos remete às profundezas dessa região e que soube extrair
do clima seco e áspero uma maravilha. A matéria-prima:
a natureza. As folhas do cerrado – com a folha-moeda –
passam pela esqueletização – um processo de secagem –
e são misturadas com pequenas hastes e sementes:
assim nascem as flores. Em tons áridos ou coloridas com
urucum, açafrão e casca de caju, essas flores representam a
criatividade empreendedora vital para a economia da região,
e se espalham em “jardins” de Brasília, nas bancas dos
artesãos da Catedral e da Feira da Torre de TV.
16 | 17
varinhas da conquista
Edicinamar Rocha
Soure, PA madeira talhada
Dê de presente a alguém que você ama essa varinha e
conquistará para sempre o seu coração. Vem da ilha de
Marajó a tradição das Varinhas da Conquista, ou as Varinhas
do Amor. São obras esculpidas em finos galhos de árvores
que se inspiram em códigos e padrões gráficos Marajoaras,
produzindo objetos simples e carregados de afetos ancestrais
que nos protegem das incertezas da vida. Para que o encanto
funcione, apenas as mulheres podem “bordar” as madeiras
de Santa Clara, Tapiririca, Morototó. Quando a lâmina retira
a casca, surgem os desenhos – carregados de histórias e
significados. Uma tradição passada de mãe para filha que aos
poucos desaparece, deixando o mundo menos encantado.
18 | 19
luminárias Ladrilã
Associação de Artesãos Ladrilã – núcleo Pedras Altas
Pedras Altas, RS feltragem de lã de ovelha
O encontro da lã com a luz cria uma atmosfera acolhedora.
As Anêmonas de Luz surpreendem pelos formatos e texturas,
e são criadas pelo grupo Ladrilã, composto de artesãos das
cidades de Pedras Altas e Pelotas. Eles sempre trabalharam
com a lã das ovelhas, que são tosqueadas no início do verão,
mas foi a partir da interação com designers que começaram a
desenvolver objetos mais contemporâneos. Com Tina Moura e
Lui Lo Pumo desenvolveram as surpreendentes luminárias que
foram premiadas em 2011 na 25ª edição do Prêmio Design do
Museu da Casa Brasileira, em São Paulo.
20 | 21
ENGLISH
Brazilian craft is known by its diversity and creativity. The products
reflects the local identities and reveal the national imagination,
through the creation of fun, aesthetic and functional objects that
represent the soul and the cultural formation of the Brazilian people.
WORLDWIDE
The Centro de Referência do Artesanato Brasileiro, in addition to
the physical and virtual spaces, shall be established as a place
for dissemination of knowledge and as an opinion builder.
Aware of the importance of this segment, for 40 years SEBRAE
has developed actions to stimulate the creation, production and
commercialization of crafts, both nationally and internationally.
It created the TOP 100 Artesanato awards, appraising the
management processes of the various crafts production shops
in the country, and has developed the Brasil Original project as a
strategy to commercialize the craftwork during large events.
HISTORICAL SET
In order to interact with all development initiatives for crafts of
the SEBRAE SYSTEM, focused on innovation, in the constant
qualification of the pieces, cultural and commercial appraisal
of the craft product, SEBRAE presents the Centro de Referência
do Artesanato Brasileiro.
SEBRAE
Centro de Referência do Artesanato Brasileiro
A NEW PLACE FOR BRAZILIAN HANDICRAFT
The Centro de Referência do Artesanato Brasileiro will be
the space for creativity, seen through crafts, will pursue the
connection and dialogue with other sectors of the creative
economy, such as design, visual arts, architecture, arts and
popular culture. The Reference Center will also have exhibition
spaces, store, media library, workshops, shows and will promote
meetings that will broaden the relationships of the crafts with the
creative economy. A place with high aesthetics, technology and
knowledge attractiveness, that will motivate the visitation of the
city residents and tourists, under various profiles.
CRAFTS FOR EVERYONE
TIRADENTES SQUARE
The Centro de Referência do Artesanato Brasileiro will be a
contemporary place in permanent exchange with the other
creative equipment of Tiradentes Square and will be actively
connected to the crafts agents and the public in general. It will
also be an innovative space that will work as a large window
of the production and commercialization of the crafs from the
entire country.
INTERNET
Through the web, the Centro de Referência do Artesanato
Brasileiro will communicate with Brazil and worldwide through
a digital platform for connection, qualification, advertising and
promotion of e-commerce businesses.
The implementation process of the Centro de Referência do
Artesanato Brasileiro starts with the restoration, adaptation
and unification of the historical buildings no 67, 69 and 71 in
Tiradentes Square.
Building no 67, Solar Visconde do Rio Seco, registered as
historic site by IPHAN and INEPAC, was built in the end of the
18th Century as a noble residence. Subsequently, it was the
main office of the Department of Justice and Interior Affairs,
in the Second Empire, and of the Ministry of Justice after the
Proclamation of the Republic.
Building no 69 integrates the Special Zone of Cultural Corridor
of Rio de Janeiro and, due to the location and architecture
model forms a corridor between the two buildings, favoring their
integration and the movement of visitors of CRAB.
exhibition proposes to the visitors a route that starts with a
tribute to master Nuca of Pernambuco and his Leões de
Tracunhaém (Tracunhaém Lions). The visitor will dive into the
feminine universe through the sensorial vision of Brazilian lace
and embroideries and Bonecas de Zezinha (Zezinha’s dolls),
crafts master from Vale do Jequitinhonha. Walking through the
labirynth of 200 cabeças de Irinéia (heads of Irinéia) suggests
a passage through the rough and misterious country of the
imagination of this warrior woman, resident of the quilombola
community of União dos Palmares, in Alagoas. The plain made
of dried flowers, from the group Flor do Cerrado Design e
Artesanato, from Samambaia, DF, takes the visitor to the floating
forest of 700 Varinhas da Conquista (Wands of Conquest),
made by families of Marajó Island. The journey through this
forest unrevels the city lights, through the lamps made of sheep
wool created by the Associação de Artesãos Ladrilã – núcleo
Pedras Altas. From this luminous point, the path restarts,
inciting the visitor to see it all again, with a new look, meeting
the lions of master Nuca one more time.
_
Building no 71, already occupied by SEBRAE, and restored by the
City Office in 2003, will be adapted to host important activities of
qualification, management and gastronomy.
Leões de TRACUNHAÉM (TRACUNHAÉM LIONS)
Nuca and Marcos de Nuca
Tracunhaém, PE baked clay
The three buildings combined will enable the integrated
development of innovative activities for requalification and
repositioning of the Brazilian crafts through CRAB.
Totemic, Assyrian, enigmatic figures, these are the lions of
master Nuca. Manoel Borges da Silva was born in Nazaré da
Mata, in Pernambuco, but grew up in Tracunhaém. It was in
this city – where “the clay wither becomes a saint or turns into
pan” – that he learned, as a young boy, to work with clay. One
day, working under contract, turned the clay into a lion. The first
inspiration was of Portuguese dishes from the mansions of old
Recife. But the Lions of Tracunhaém bring in their curly manes a
complex imaginary, a collage of memories absorbed somehow.
The small snails, molded one by one, were an idea of his wife
and partner Maria. Mestre Nuca, who in 2005 received the title
of Living Heritage of Pernambuco, died in February 2014. In this
room, his lions find the company of his son Marcos Borges da
Silva, who thus immortalizes and follows the work of the father
and master.
THE POWER OF THE OBJECT
The exhibition, installed amidst the restoration and adaptation
works in Solar Visconde do Rio Seco, gathers pieces of popular
artists and craftsmen from various regions of the country. The
temporary and constructive situation inspires the exhibition
designs by using iron, in connection with lighting and music.
Installations present objects which, used in scale, potentialize
their importance. The gathering of the pieces provokes the
viewers since apparently similar objects are different from each
other. There are seven sets of works chosen from their masters,
history and culture, made of clay, wood, vegetal fibers and fabrics.
The objects also represent a bit of what the Centro de Referência
do Artesanato Brasileiro will be in the near future, that is, a
place marked by the diversity of geographic background and
territory, raw materials and techniques, expressions and
languages from different masters and craftsmen.
From the installation, the visitor will take a playful journey
through the Brazilian regions, out of geographic order. The
rendas (LACES)
1 Dinoélia Santos Trindade da RENDAVAN – Associação
das Rendeiras de Dias D’Ávila Dias D’Ávila, BA renda de bilro
(bobbin lace) 2 Maria da Gloria Viana Soares Florianópolis,
SC renda de bilro (bobbin lace) 3 Instituto do Bordado Filé
Região das Lagoas Mundaú e Manguaba (Marechal Deodoro,
Maceió, Santa Luzia do Norte e Coqueiro Seco), AL renda filé
(filé lace): pontos jasmim, cirzido e rosa de oito 4 Elizabeth
Raimundo dos Santos Divina Pastora, SE renda irlandesa
(irish lace) 5 Maria Helena Silva do Nascimento Teresina,
PI renda frivolité (frivolité lace) 6 Marilene Alair da Silva
Sabará, MG renda turca (turkish lace) 7 Maria Aparecida
Maciel do Nascimento Pesqueira, PE renda renascença
(renaissance lace) 8 Elizabeth Horta Correa Atibaia, SP
renda tenerife (tenerife lace)
Weaving threads, women reveal their stories and strenght
from such delicate doing. Brought by Europeans from the
18th century, this handicraft spread throughout Brazil as an
expression of our ability and talent. The lace maker’s techniques
are many: bilro (bobbin), filé, irlandesa (Irish), frivolité, turca
(Turkish), renascença (renaissance), Tenerife... In each place
they have changed, getting new stitching and weaves and also
a local accent. There are variations from material used by the
artisan and the raw material of the sewing thread as to how it
is woven and the inspirations of the lace. Knowledge passed
through generations, which demands manual skills and is full of
aesthetic wealth.
bordados (EMBROIDERY)
1 Rute da Silva Costa e Maria da Silva Governador Celso
Ramos, SC bordado crivo (sieve embroidery) 2 Cooperativa
Art-Ilha Pão de Açúcar, AL bordado boa noite (good-night
embroidery) 3 Maria José da Silva Aracaju, SE bordado
redendê (redendê embroidery) 4 Grupo Bordadeiras de
Santa Cruz Aracruz e Santa Cruz, ES bordado tradicional
(traditional embroidery) 5 Associação Barralonguense das
Bordadeiras e Artesãos Barra Longa, MG bordado tradicional
(traditional embroidery) 6 Eponina Sanches Porciúncula, RJ
bordado livre (free embroidery) 7 Salmira de Araujo Torres
Clemente da Associação das Bordadeiras de Timbaúba dos
Batistas Timbaúba dos Batistas, RN bordado richilieu (richilieu
embroidery) 8 Grupo de Bordados Fio Mágico de Werneck
Paraíba do Sul, RJ bordado livre (free embroidery)
The embroiderers are women who tell memories through sewing
threads. A millennial work that dates back to old civilizations.
Embroidery’s and clothing’s histories always walked side by
side. The Brazilian embroidery is a heritage from the immigrants
who settled in Brazil. Just like the laces, the techniques and
styles vary: crivo (sieve), boa noite (good-night), redendê, richilieu
and traditional. The reasons change as time goes by, but each
embroider, in a way, carries the identity of a whole community,
a little of its past and – also – a little of its future. The more the
industrial embroidery machine improves, the more handmade
embroidery is appreciated.
22 | 23
ESPAÑOL
BONECAS DE ZEZINHA (ZEZINHA’S DOLLS)
Maria José Gomes da Silva
Turmalina, MG clay modeling and burning
VArinhas da conquista (WANDS OF CONQUEST)
Edicinamar Rocha
Soure, PA carved wood
Brides, mothers with their children, women in their household
chores. Women idealized in their static perfections, impeccable,
expressing the desire for purity, integrity and popular elegance.
They are the clay dolls of Zezinha, among the best known
ceramic from Vale do Jequitinhonha, in Minas Gerais. Maria José
Gomes da Silva, Zezinha, learned to shape the clay with her
parents, also potters. Her dolls have an enigmatic look and over
time were becoming even more sophisticated, with rich dresses
full of details and small props. Pure femininity painted with light
pink and white clay, with mineral pigments from the region
which are applied before burning in the wood-fired oven.
Give as a gift to someone you love this wand and you will
conquer their heart forever. The tradition of the Varinhas da
Conquista, or Wands of Love, comes from the Marajo island. They
are works carved in thin tree branches inspired in Marajoara
codes and graphic patterns, producing simple objects and loads
of ancestors’ affections which protect us from the uncertainties
of life. For the charm to work, only women can “stitch” the
woods of Santa Clara, Tapiririca, Morototó. When the blade
removes the bark, the drawings appear – full of stories and
meanings. A tradition passed down from mother to daughter
which gradually disappears, leaving the world less charming.
CABEÇAS DE IRINÉIA (heads of irinéia)
Irinéia Rosa Nunes da Silva
União dos Palmares, AL ceramics
LUMINÁrias LADRILÃ (LADRILÃ LAMPS)
Associação de Artesãos Ladrilã – núcleo Pedras Altas
Pedras Altas, RS felting of sheep’s wool
It was in the quilombola community of Muquém, in Alagoas,
where Irinéia Rosa Nunes da Silva began modeling clay. From her
hands, human figures, animals and heads appeared. Our heads
join hers composing a true involuntary collage in motion. People
who look from outside discover that power and identity. A work
she has always done with her husband Antônio Nunes. He’s the
one who removes the clay from the banks of Mundaú River and
steps on it to soften. Then, Irinéia casts the heads, which will
then go to the artisan ovens. The couple’s talent is recognized
throughout the world. She has been nominated for the Unesco
Award of Handicraft for Latin America and the Caribbean in
2004, and is part of the Living Heritage registry of Alagoas. The
“Cabeças de Irinéia” are part of various art collections.
The encounter of wool with light creates a cozy atmosphere.
The Anemones of Light fascinates by the shapes and textures
that are created by the Ladrilã group, composed of artisans from
the cities of Pelotas and Pedras Altas. They have always worked
with the wool of the sheep, which are shorn in early summer,
but it was from the interaction with designers that they began
to develop more contemporary objects. With Tina Moura and Lui
Lo Pumo, they developed the amazing light fixtures that were
awarded in 2011 at the 25th edition of the Design Award of the
Museu da Casa Brasileira in São Paulo.
FLORES DO CERRADO (CERRADO FLOWERS)
Flor do Cerrado Design e Artesanato
Samambaia, DF skeletonization of cerrado and fiber leaves
In the hands of artisans, leaves turn into flowers so delicate
that they look like lace. A poetic work that brings us deep into
this region and that knows how to extract such wonder from a
harsh and dry climate. The raw material: the nature. The cerrado
leaves – with the chamaecrista orbiculata – pass through
skeletonization – a drying process – and are mixed with small
stems seeds: thus, flowers are born. In arid or colored tones with
annatto, turmeric and cashew bark, these flowers represent the
entrepreneurial creativity vital to the region’s economy and that
spread through the “gardens” of Brasília, in the stands of the
craftsmen of the Cathedral and in the TV Tower Fair.
_
“The handicraft is among the earliest forms of human action on the
environment and on itself. It is with his hands that he begins to build,
in the natural world, his own world, and also starts to build and invent
itself as a human being. This is because, oddly enough, he is not born
human – he becomes human through work and intelligence. It can be
said, therefore, without exaggerating, that the objects that man still
produces with his hands are the restart of this discovery that he made
of himself and of the world at the dawn of History.”
Ferreira Gullar
La artesanía de Brasil es reconocida por su diversidad y
creatividad. Los productos son un espejo de las identidades
locales y revelan el imaginario nacional a través de la creación
de objetos lúdicos, estéticos y funcionales que representan el
alma y la formación cultural del brasileño.
Considerando la importancia de este segmento, desde hace 40
años el SEBRAE desarrolla acciones para estimular la creación,
la producción y la comercialización de la artesanía, en el ámbito
nacional e internacional. Creó el premio TOP 100 Artesanato,
valorizando los procesos de gestión de los diferentes talleres de
producción artesanal en el país y desarrolló el proyecto Brasil
Original, como una estrategia de comercialización de la artesanía
en el período de los grandes eventos.
Para integrar todas las iniciativas de desarrollo de artesanía
del SISTEMA SEBRAE, teniendo como objetivo la innovación, la
constante calificación de las piezas, la valorización cultural y
comercial del producto artesanal, SEBRAE presenta el Centro de
Referência do Artesanato Brasileiro.
SEBRAE
CENTRO DE REFERêNCIA Do artesanato brasileiro
UN NUEVO LUGAR PARA LA ARTESANÍA BRASILEÑA
El Centro de Referência do Artesanato Brasileiro será el espacio de
la creatividad, vista a través de la artesanía, y buscará la conexión
y el diálogo con otros segmentos de la economía creativa como el
diseño, las artes visuales, la arquitectura, el arte y la cultura popular.
El Centro de Referencia también tendrá espacios de exposiciones,
tienda, salas informatizadas, talleres, shows y promoverá
encuentros que ampliarán las relaciones de la artesanía con la
economía creativa. Un lugar de gran atractivo estético, tecnológico
y de conocimiento que motivará la visita de los habitantes de la
ciudad y de los turistas, en sus más diversos perfiles.
LA ARTESANÍA AL ALCANCE DE TODOS
EN LA PLAZA TIRADENTES
El Centro de Referência do Artesanato Brasileiro será un lugar
contemporáneo, en permanente intercambio con los demás
equipos creativos de la plaza Tiradentes, y se mantendrá en
activa conexión con los agentes de artesanías y el público en
general. Será también un espacio innovador, que funcionará
como una gran vidriera de la producción y de la comercialización
del producto artesanal de todo el país.
EN INTERNET
A través de la red, el Centro de Referência do Artesanato
Brasileiro se comunicará con Brasil y con el mundo, mediante
una plataforma digital para la conexión, capacitación, difusión y
promoción de negocios e-commerce.
EN EL MUNDO
El Centro de Referência do Artesanato Brasileiro, además de los
espacios físicos y virtuales, deberá consolidarse como una estación
de diseminación de conocimientos y formadora de opinión.
CONJUNTO HISTÓRICO
El proceso de implantación del Centro de Referência do
Artesanato Brasileiro pasa por la restauración, adecuación y
unificación de las edificaciones históricas n° 67, 69 y 71 en la
Praça Tiradentes.
El edificio n° 67, el Solar Visconde do Rio Seco, declarado
patrimonio por el IPHAN y por el INEPAC, fue construido a fines
del siglo XVIII como una residencia noble. Posteriormente fue
sede de la Secretaría de Justicia y Negocios del Interior, en el
Segundo Imperio, y del Ministerio de Justicia, después de la
Proclamación de la República.
El edificio n° 69 integra la Zona Especial del Corredor Cultural
de Río de Janeiro y, por las condiciones de localización y del
modelo arquitectónico, forma un corredor entre los dos edificios,
favoreciendo la integración de las edificaciones y la circulación
de los visitantes del CRAB.
El edificio n° 71 ya ocupado por el SEBRAE y reformado por la
Municipalidad en 2003, será adaptado para recibir importantes
actividades de capacitación, gestión y gastronomía.
Las tres edificaciones, articuladas, permitirán el desarrollo
integrado de las actividades innovadoras de recalificación y
reposicionamiento de la artesanía brasileña en el CRAB.
LA POTENCIA DEL OBJETO
La exposición, instalada en medio de la obra de restauración y
readecuación del Solar Visconde do Rio Seco, reúne piezas de
artistas populares y artesanos de varias regiones del país.
Lo provisorio y lo constructivo inspira el diseño de la expografía
a través del uso del hierro, en diálogo con la iluminación y
con la música.
Las instalaciones presentan objetos que, utilizados en escala,
potencian su importancia. El agrupamiento de las piezas provoca
una mirada atenta, a medida que los objetos aparentemente
iguales se diferencian entre sí. Son siete conjuntos de piezas
escogidos a partir de sus maestros, historia y cultura, hechas en
barro, madera, fibras vegetales y tejidos.
Los objetos representan también un poco de lo que será el Centro
de Referência do Artesanato Brasileiro en un futuro próximo,
o sea, un lugar destacado por la diversidad de procedencias
geográficas y territorios, de materias primas y sus técnicas y de
expresiones y lenguajes diferentes de maestros y artesanos.
24 | 25
A partir de las instalaciones de las obras, el visitante realizará
un viaje por las regiones de Brasil de modo lúdico, sin un orden
geográfico. La exposición le propone al visitante un recorrido que
comienza con un homenaje al maestro Nuca de Pernambuco y
a sus leões de Tracunhaém (leones de Tracunhaém). Lleva al
espectador a sumergirse en un universo femenino, a través de
la visión sensorial de los encajes y bordados de Brasil y de las
Bonecas de Zezinha (Muñecas de Zezinha), maestra artesana
del Valle de Jequitinhonha (MG). La caminata por el laberinto de
200 cabeças de Irinéia (cabezas de Irinéia) sugiere el paso por
el país áspero y misterioso proveniente de la imaginación de esa
mujer guerrera, vecina de la comunidad quilombola de la União
dos Palmares, en Alagoas. Ya la planicie de flores secas, del
grupo Flor do Cerrado Design e Artesanato, de Samambaia,
DF, nos lleva a la selva flotante de 700 Varinhas da Conquista
(varitas de la Conquista), hechas por familias de la Ilha do Marajó.
La travesía de esta selva le enciende las luces a la ciudad, por
medio de lámparas de lana de oveja creadas por la Associação
de artesãos Ladrilã – núcleo Pedras Altas (RS). A partir de ese
punto luminoso, el recorrido recomienza estimulando al visitante
a ver todo de nuevo, con otra mirada, hasta el reencuentro con
los eternos leones del maestro Nuca.
_
Leões de tracunhaém (LEONES DE TRACUNHAÉM)
Nuca y Marcos de Nuca
Tracunhaém, PE barro cocido
Figuras totémicas, asirias, enigmáticas, así son los leones del
Maestro Nuca. Manoel Borges da Silva nació en Nazaré da Mata,
en Pernambuco, pero creció en Tracunhaém. Y fue en esta ciudad
– en que “el barro o se transforma en santo o se transforma en
olla” – que aprendió, cuando era solo un niño, a trabajar con la
arcilla. Un día, trabajando por pedido, hizo surgir del barro un
león. La primera inspiración fueron los de loza portuguesa de los
caserones de Recife Antiguo. Pero los Leões de Tracunhaém traen
en sus melenas rizadas una imaginación compleja, un collage
de memorias absorbidas no se sabe cómo. Los pequeños rizos,
moldeados uno por uno, fueron idea de su mujer y colaboradora
Maria. El Maestro Nuca, que en el 2005 recibió el título de
Patrimonio Vivo de Pernambuco, murió en febrero del 2014. En
esta sala, sus leones encuentran la compañía de los de su hijo
Marcos Borges da Silva, que de esa manera inmortaliza y le da
continuidad a la obra del padre y maestro.
rendas (ENCAJES)
1 Dinoélia Santos Trindade da RENDAVAN – Associação
das Rendeiras de Dias D’Ávila Dias D’Ávila, BA renda de
bilro (encaje de bolillos) 2 Maria da Gloria Viana Soares
Florianópolis, SC renda de bilro (encaje de bolillos) 3 Instituto
do Bordado Filé Região das Lagoas Mundaú e Manguaba
(Marechal Deodoro, Maceió, Santa Luzia do Norte e Coqueiro
Seco), AL renda filé (filete de encaje): pontos jasmim, cirzido
e rosa de oito 4 Elizabeth Raimundo dos Santos Divina
Pastora, SE renda irlandesa (encaje irlandés) 5 Maria Helena
Silva do Nascimento Teresina, PI renda frivolité (encaje frivolité)
6 Marilene Alair da Silva Sabará, MG renda turca (encaje
turca) 7 Maria Aparecida Maciel do Nascimento Pesqueira,
PE renda renascença (encaje renacimiento) 8 Elizabeth Horta
Correa Atibaia, SP renda tenerife (encaje tenerife)
Entrelazando hilos, las mujeres revelan sus historias y su fuerza
a partir de esta tarea tan delicada. Traída por los europeos a
partir del siglo XVIII, esta artesanía se esparció en Brasil como
expresión de nuestra habilidad y talento. Las técnicas de los
encajes son variadas: desde bilro (bolillos), filé (filete), irlandesa
(irlandés), frivolité, turca, renascença (renacimiento), tenerife...
En cada lugar, ellas se fueron modificando, originando nuevos
puntos, formas e incluso un acento regional. Las variaciones van
desde el material utilizado por la artesana, y la materia prima del
hilo hasta la manera cómo es entrelazada y las inspiraciones para
los temas del encaje. Un saber transmitido de madres a hijas, que
exige habilidad manual y que está cargado de riqueza estética.
BORDADOS
1 Rute da Silva Costa e Maria da Silva Governador Celso Ramos,
SC bordado crivo 2 Cooperativa Art-Ilha Pão de Açúcar, AL
bordado boa noite 3 Maria José da Silva Aracaju, SE bordado
redendê 4 Grupo Bordadeiras de Santa Cruz Aracruz e Santa
Cruz, ES bordado tradicional 5 Associação Barralonguense das
Bordadeiras e Artesãos Barra Longa, MG bordado tradicional
6 Eponina Sanches Porciúncula, RJ bordado livre 7 Salmira
de Araujo Torres Clemente da Associação das Bordadeiras
de Timbaúba dos Batistas Timbaúba dos Batistas, RN bordado
richilieu 8 Grupo de Bordados Fio Mágico de Werneck Paraíba
do Sul, RJ bordado livre
Las bordadoras son mujeres que cuentan sus historias a través
del hilo. Una tarea milenaria, que se remonta a las antiguas
civilizaciones. La historia del bordado y la de la indumentaria
siempre caminaron lado a lado. Los bordados brasileños son
herencia de los inmigrantes que poblaron Brasil. Así como en
el encaje, existen variadas técnicas y estilos: crivo, boa noite,
redendé, richelieu y el tradicional. Los temas se van modificando
con el paso del tiempo pero cada bordado, de una cierta forma,
carga con la identidad de toda una comunidad, un poco de su
pasado y – también – un poco de su futuro. Cuanto más se
desarrolla la maquinaria del bordado industrial, más se valoriza
un bordado hecho a mano.
Bonecas de zezinha (MUÑECAS DE ZEZINHA)
Maria José Gomes da Silva
Turmalina, MG modelado y quema de barro
Varinhas da conquista (VARITAS DE LA CONQUISTA)
Edicinamar Rocha
Soure, PA madera talhada
Novias, madres con sus hijos, muchachas en sus tareas
domésticas. Mujeres idealizadas en sus perfecciones estáticas,
impecables, manifestando el deseo de pureza, integridad y
elegancia popular.
Regálele esta varita a alguien a quien ama y conquistará para
siempre su corazón. Viene de la isla de Marajó la tradición de
las Varinhas da Conquista (Varitas de la Conquista), o las Varitas
del Amor. Son obras esculpidas en finas ramas de árboles,
se inspiran en códigos y estándares gráficos Marajoaras,
produciendo objetos simples y cargados de afectos ancestrales
que nos protegen de las incertidumbres de la vida. Para que
el encanto funcione, apenas las mujeres pueden “bordar” las
maderas de Santa Clara, Tapiririca, Morototó. Cuando la lámina
retira la corteza, surgen los dibujos – cargados de historias y
significados. Una tradición pasada de madre a hija que de a poco
ha ido desapareciendo, dejando el mundo menos encantado.
Ellas son las muñecas de barro de Zezinha, entre las más
conocidas cerámicas del Vale del Jequitinhonha, en Minas
Gerais. Maria José Gomes da Silva, Zezinha, aprendió a modelar
el barro con sus padres, también ceramistas. Sus muñecas
tienen una mirada enigmática y a lo largo del tiempo se han
vuelto aún más sofisticadas, con ricos vestidos llenos de detalles
y pequeñas decoraciones. Femineidad pura, pintada con barro
rosa claro y blanco y con pigmentos de minerales de la región
que son aplicados antes de la quema en el horno a leña.
Cabeças de irinéia (CABEZAS DE IRINéIA)
Irinéia Rosa Nunes da Silva
Unión de los Palmares, AL cerámica
Fue en la comunidad quilombo del Muquém, en Alagoas, que
Irinéia Rosa Nunes da Silva comenzó a modelar el barro. A partir
de sus manos surgieron figuras humanas, animales y cabezas.
Nuestras cabezas se juntan a las de ella componiendo un
verdadero collage involuntario en movimiento. Quien lo ve desde
afuera descubre esa potencia e identidad. Un trabajo siempre
hecho con el marido António Nunes, quien retira el barro de las
orillas del río Mundaú y pisa la arcilla hasta suavizarla. Entonces
Irinéia moldea las cabezas, que después irán para los hornos
artesanales. El talento de la pareja es reconocido en el mundo
entero. La artesana ya fue nominada al Premio Unesco de
Artesanía para América Latina y el Caribe en 2004 y forma parte
del registro del Patrimonio Vivo de Alagoas. Las “Cabezas de
Irinéia” forman parte de diversas colecciones de arte.
flores do cerrado (FLORES DEL CERRADO)
Flor do Cerrado Design e Artesanato
Samambaia, DF esqueletización de hojas del cerrado y fibras
De la mano de los artesanos, las hojas se transforman en flores, tan
delicadas que parecen encajes. Un trabajo poético que nos lleva a
las profundidades de esa región y que sabe extraer del clima seco
y áspero una maravilla. La materia-prima: la naturaleza. Las hojas
del cerrado – con la hoja-moneda – pasan por la esqueletización
– un proceso de secado – y son mezcladas con pequeñas astas
y semillas: así nacen las flores. De tonos áridos o muchos colores
con urucú, azafrán y cáscara de caju, estas flores representan la
creatividad emprendedora vital para la economía de la región y que
se reflejan en “jardines” de Brasilia, en las bancas de los artesanos
de la Catedral y de la Feria de la Torre de TV.
LUMINáRIAS LADRILÃ (lámparas Ladrilã)
Associação de Artesãos Ladrilã – núcleo Pedras Altas
Pedras Altas, RS fieltro de lana de oveja
El encuentro de la lana con la luz crea una atmósfera acogedora.
Las Anémonas de Luz sorprenden por los formatos y texturas y
son creadas por el grupo Ladrilã, compuesto por artesanas de las
ciudades de Pedras Altas y Pelotas. Ellas siempre han trabajado
con la lana de oveja, esquiladas al inicio del verano. Sin embargo,
a partir de la interacción con diseñadores que comenzaron a
desarrollar objetos más contemporáneos. Con Tina Moura y Lui
Lo Pumo desarrollaron las sorprendentes lámparas que fueron
premiadas en el 2011 en la 25ª edición del Prêmio Design do
Museu da Casa Brasileira, en São Paulo.
_
“La artesanía está entre las primeras formas de acción del hombre
sobre el medio ambiente y sobre sí mismo. Con las manos que
él comienza a construir, en el mundo natural, su propio mundo, y
comienza también a construirse y a inventarse como ser humano.
Eso porque, por increíble que parezca, él no nace humano – él se
torna humano, por el trabajo y por la inteligencia. Se puede decir,
por tanto, sin exageración, que los objetos que hasta hoy el hombre
produce con las manos son el recomienzo de ese descubrimiento
que él hizo de sí mismo y del mundo en el transcurso de la Historia.”
Ferreira Gullar
26 | 27
A Potência do objeto
www.artesanatobrasileiro.art.br
maio a julho 2014 / MAYO A JULIO 2014 / MAY TO JULY 2014
Realização
Concepção
Implementation / Realización
Conception / Concepción
Presidente do Conselho Deliberativo
Nacional do Sebrae
Coordenação de curadoria
e Projeto Expográfico
Exposição
Exhibition / ExposiciÓn
President of the National Advisory Board of
SEBRAE / Presidente del Consejo Deliberativo
Nacional del SEBRAE
Coordination of curatorship and Exhibition /
Coordinación de curaduría y Proyecto Expográfico
Iluminação
Lighting / Iluminación
B Light
SEBRAE
Roberto Simões
Diretor-Presidente
Chief Executive Officer / Director Presidente
Luiz Barretto
Diretor Técnico
Grupo do Rio
Jair de Souza
Direção executiva
Executive Committee / Dirección executiva
Marisa Manfredini
Consultoria
Consultancy / Consultoría
Technical Officer / Director Técnico
José Alberto Nemer
Adélia Borges
Diretor de Administração e Finanças
Coordenação de conteúdo
Content coordination / Coordinación de contenido
Liliana Magalhães
Carlos Alberto dos Santos
Administration and Finance Officer /
Director de Administración y Finanzas
José Claudio dos Santos
Gerente da Unidade de
Atendimento Coletivo Comércio
Unit Manager for Trade Collective Service /
Gerente de Unidad de Atención
Colectiva Comercio
Juarez de Paula
Equipe Técnica
Technical Team / Equipo Técnica
Maíra Fontenele Santana
Denise Trevellin Forini
Durcelice Cândida Mascêne
SEBRAE/RJ
Presidente do Conselho
Deliberativo Estadual
Chairman of the State Deliberative Council /
Presidente del Consejo Deliberativo Estatal
Jésus Mendes Costa
Diretor-superintendente
Managing Officer / Director Superintendente
Cezar Vasquez
Diretor de Desenvolvimento
Director of Development / Director de Desarrollo
Evandro Peçanha Alves
Diretor de Produtos e Atendimento
Design
Design / Diseño
Jair de Souza
Rita Sepulveda de Faria
Rodrigo Barja
Hannah Uesugi
Raul Taborda
Projeto Executivo Expográfico
Exhibition Executive Project /
Proyecto Ejecutivo Expográfico
Mariana Ribas
Produção
Production / Producción
Fabricia Vianna
Joanna Marins
Cecília Melo
Katia Mitke
Margareth Doutel
Textos
Texts / Textos
Jô Hallack
Isabela Flórido
Pesquisa de imagens
Image research / Estudio de Imágenes
Fernanda Terra
Director of Products and Service /
Director de Productos y Atención
Tradução
Translation / Traducción
Alliance Traduções
Gerência de Programas Estratégicos
Redes sociais
Social networks / Redes sociales
Camila Crespo
Armando Augusto Clemente
Strategic Programs Management /
Gerencia de Programas Estratégicos
Marc Diaz
Coordenação de Economia Criativa
Creative Economy Coordination /
Coordinación de Economía Creativa
Heliana Marinho
Mário Sérgio Ferreira Natal
Alexandre Heizer
Escritório Regional Cidade
do Rio de Janeiro
Regional Office Rio de Janeiro City /
Oficina Regional de la Ciudad de Río de Janeiro
Davi Abrantes
Marilia Chang
Assessoria de imprensa
Press office / Asesoría de prensa
CW&A Comunicação
Serviços de Assessoria Jurídica e Fiscal
Legal and Tax Advice Services /
Servicios de Asesoría Jurídica y Fiscal
LS Consultoria
Trilha Sonora
Soundtrack / Banda Sonora
Livio Tratenberg
Cenotécnico
Exhibition Technician/ Montaje
Camuflagem
Montagem de objetos
Assembly of objects / Montaje de objetos
É Tudo Nosso
Elétrica e montagem
Electrical and assembly / Eléctrica y montaje
ACR – Ado
Despachante
Forwarding Agent / Despachante
Icone – Edinho Gonçalves
Plotter
Plotter / Plotter
W3
Seguro
Insurance / Seguro
MAPFRE Seguros
Empréstimo dos Leões de Tracunhaém
Loan of the Lions of Tracunhaém /
Préstamo de los Leões de Tracunhaém
Coleção José dos Santos. Recife, PE
Seguro dos Leões de Tracunhaém
Insurance of the Lions of Tracunhaém /
Seguro de los Leões de Tracunhaém
ACE Seguradora S/A
Catálogo e folder
Catalog and brochure / catálogo y folder
Impressão catálogo e folder
Catalog and brochure printing /
Impresión catálogo y folder
Sol Gráfica
Produtor gráfico
Graphic Production / Productor gráfico
Verly Costa Sobrinho
Tratamento de imagens
Imaging / Tratamiento de imágenes
Marcelo Maria
Crédito das Imagens
Image credits / Crédito de las Imágenes
p 6 Nuca: foto de Francisco Moreira da Costa /
Museu do Folclore
p 7 Leão de Tracunhaém: foto de Francisco
Moreira da Costa
p 8 Rendeiras: fotos de 1 Acervo pessoal
2 Elga Moraes 3 Paulo Vicente 4 Acervo
pessoal 5 Misael Rodrigues Martins 6 Josias
Cardoso dos Santos 7 Acervo pessoal 8 Acervo
Nhanduti de Atibaia
p 9 Rendas: foto de Jaime Acioli
p 10 Bordadeiras: fotos de 1 Elga Moraes
2 Michel Rios 3 Acervo pessoal
4 Jacqueline Chiabay 5 Acervo Associação
de Barra Longa 6 Acervo pessoal
7 Acervo pessoal 8 Acervo pessoal
p 11 Bordados: fotos de Jaime Acioli
p 12 Maria José Gomes da Silva (Zezinha):
foto de Francisco Moreira da Costa / Museu
do Folclore
p 13 Boneca da Zezinha: foto de Adão Ferreira
de Souza
p 14 Irinéia Rosa Nunes da Silva: foto de
Michel Rios
p 15 Cabeça de Irinéia: foto de Jaime Acioli
p 16 Rozélia dos Santos Silva Mendes: foto de
Lena Trindade
p 17 Flor do cerrado: foto de Jaime Acioli
p 18 Maria da Conceição Correa, Nilma da
Rocha e Silva, Edicinamar de Nazaré Rocha
e Silva, Edinelcimar Silva Castro, Edielcimar
Silva Castro: foto de Guy Veloso
p 19 Varinhas da conquista: foto de Jaime Acioli
p 20 Associação de Artesãos Ladrilã – núcleo
Pedras Altas: foto de Mario Araujo Lima
p 21 Luminária ladrilã: foto de Jaime Acioli
Agradecimentos
Acknowledgments / Agradecimentos
Raphael Silva
Maria Amélia Vieira / Galeria Karandash
Expomus
Georgia Gomes
Marina Mercante
Gestoras do SEBRAE:
Ana Cristina Moreira da Silva, Elga Moraes,
Flávia Tognon, Izolina Passos Siqueira,
Jacqueline Chiabay, Jupira Nunes de Carvalho,
Maria Aparecida Fernandes, Graça Bezerra, Maria
Marisete Silva, Rosa de Viterbo Cunha, Sabrina
Campos Albuquerque, Simone Peluso, Vera Lucia
Veloso Maciel Cesar, Wania Alzira R Santos
O artesanato está entre as primeiras formas de
ação do homem sobre o meio ambiente e sobre si
mesmo. É com as mãos que ele começa a construir,
no mundo natural, o seu próprio mundo, e começa
também a se construir e a se inventar como ser
humano. Isso porque, por incrível que pareça,
ele não nasce humano – ele se torna humano,
pelo trabalho e pela inteligência. Pode-se dizer,
portanto, sem exagero, que os objetos que até hoje
o homem produz com as mãos são o recomeço
dessa descoberta que ele fez de si mesmo e do
mundo no alvorecer da História.
Ferreira Gullar

Documentos relacionados