EDITORIAL

Transcripción

EDITORIAL
DOI: 10.5205/01012007
DOI: 10.5205/010120
ISSN: 1981-8963
Bruns MAT.
Sexualidade trans na interface com as...
EDITORIAL
Maria Alves de Toledo Bruns. Psicóloga, Docente e Pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em
Psicologia - nível mestrado e doutorado, Departamento de Psicologia da Universidade de São Paulo/Faculdade
de Filosofia Ciências e Letras, campus de Ribeirão Preto/SP e do Programa de Pós-Graduação em Educação
Sexual nível de mestrado e doutorado do Departamento de Educação da Universidade Estadual Paulista “Júlio
de Mesquita Filho” – UNESP/ Faculdade de Ciências e Letras –Campus de Araraquara/SP. Líder do Grupo de
Pesquisa Sexualidadevida-USP/CNPq, certificado pela Universidade de São Paulo/Faculdade de Filosofia
Ciências e Letras, campus de Ribeirão Preto/SP. Ribeirão Preto (SP), Brasil. E-mail: [email protected]
SEXUALIDADE TRANS NA INTERFACE
COM AS RELAÇÕES DE GÊNERO
Nos últimos 60 anos, o avanço das ciências,
o processo de urbanização dos centros
industrializados, o avanço da mídia, os novos
arranjos familiares, as conquista das minorias
sexuais: homossexuais, transexuais, travestis,
entre outros fenômenos, somados à ênfase no
individualismo, e na visibilidade midiática,
flexibilizaram o ethos da relação de gênero de
tal modo a inscrever outros olhares à
hegemonia da heteronormatividade, cujas
ressonâncias fazem presente nas e pelas
trocas simbólicas com o outro, por meio das
quais o sujeito contemporâneo constitui seu
processo de subjetivação.
Dessa perspectiva a temporalidade, a
historicidade
e
espacialidade
do
lebenswelt/mundo
vida
do
sujeito
contemporâneo
vem
se
transformando
independente da orientação afetivo sexual ser
hetero, homo, trans entre outras de modo
nunca visto. Em especial ao estilo de como os
relacionamentos afetivo sexuais estão sendo
vividos. Se por um lado o sujeito cultiva o
desejo da confiança e da possibilidade de
vincular-se a um relacionamento estável, por
outro lado, o sujeito expressa desconfiança,
temor e medo da possibilidade de vincular-se.
Dessa perspectiva ambígua os vínculos
amorosos duradouros são percebidos pelas
parcerias como forma de controle e opressão
por
não
atender
ao
lebenswelt
descompromissado próprio de “relações
líquidas”, as quais seguem o padrão da lógica
consumista, que valoriza a novidade, a
variedade, a rapidez, enfim, a rotatividade.
Português/Inglês/Espanhol
Rev enferm UFPE on line., Recife, 7(esp), set., 2013
O
ímpeto
contemporâneo
é
„ser
transitório‟, render-se ao impulso e não ao
desejo. O impulso não ameaça, não impede
que o sujeito descarte um(a) parceiro(a)
sexual para experimentar outro(a) – um novo
impulso, uma nova ficante – despertada por
uma fascinante embalagem. As embalagens
aguçam as fantasias.
Seguir os impulsos em vez dos desejos na
visão de Bauman é deixar as portas
escancaradas
ao
ethos
das
relações
impessoais, flexíveis e transitórias, presentes
nos laços familiares como nas relações
amorosas.
A trilha do desejo é sinuosa, às vezes,
requer cuidados, concessões e prolongadas
esperas – que retardam a satisfação.
Condições essas que vão de encontro à
natureza do impulso.
Partindo desse cenário situo o fenômeno da
sexualidade trans na interface com as
relações de gênero com a intenção de
provocar a reflexão acerca de horizontes de
possibilidades
de
compreensão
do
lebenswelt/mundo vida de transexuais e de
travestis,
que
enquanto
sujeitos/colaboradores vêm compondo o
universo de pesquisas desenvolvidas pelo
Grupo de Pesquisa Sexualidadevida –
USP/CNPq1.
Trata-se de um fenômeno pertinente que
merece atenção de profissionais que atuam
nas áreas da saúde, educação, mídia, política,
religião, família entre as demais instâncias da
sociedade interessadas na compreensão do
1
Grupo de Pesquisa Sexualidadevida-USP/CNPq,vinculado ao
Programa de Pós-Graduação em Psicologia, do Departamento de
Psicologia da Faculdade de Ciências e Letras da Universidade de
São Paulo, no campus de Ribeirão Preto-SP.
ISSN: 1981-8963
Bruns MAT.
mundo vida de travestis e de transexuais de
modo iluminar o imaginário cultural de nossa
sociedade - que vem a séculos sendo povoado
por mitos, tabus, estigmas e preconceitos que
retroalimentam as posturas fóbicas e
discriminatórias
daqueles
que
por
desconhecerem
as
artimanhas
das
diversidades do desejo sexual legitima o lugar
hegemônico da heteronormatividade.
O antídoto para posturas enrijecidas é o
acesso ao conhecimento científico. É dessa
perspectiva que as questões: Transexual é
homem, ou mulher? Que história é essa de
cirurgia da genitália? Travesti é mulher ou é
homem? Transexual e travesti são iguais?
Provocativas essas questões! Respondê-las é o
meu desejo. Conhecendo, todavia, a
complexidade das mesmas e o curto espaço de
um editorial sugiro ao leitor recorrer a
periódicos especializados, teses e dissertações
para ampliar a compreensão do fenômeno
transgênero.
Pesquisas explicitam que o transexual não
se identifica com seu sexo anatômico e nem
com sua silhueta. Identifica-se com o universo
feminino e sente desejo de recorrer à cirurgia
de
redesignação
sexual
e
ou
transgenitalização, que consiste na construção
de uma neovagina.
Situação semelhante ocorre com a
transexual que não se identifica com seu sexo
anatômico como também com os seios, útero,
ovários enfim com a corporeidade feminina.
Percebe-se e identifica-se com o universo
masculino.
Percepções e sensações de estranhezas são
vividas na infância, pelo interesse por
vestimentas, sapatos - adereços femininos
pelo garotinho e vice versa pelo universo
masculino pela garotinha. Momento em que a
criança encontra-se desprovida de consciência
de si devido a sua fase de desenvolvimento
biopsicosocioemocional;
estando,
assim,
submetida às condições do lebenswelt das
relações intrafamiliares protagonizadas muitas
vezes por pais homofóbicos que sentem
dificuldades de aceitar essas brincadeiras das
crianças.
Importante
explicitar
que
na
temporalidade da infância é comum às
crianças inverterem o papel de gênero em
suas brincadeiras. Essa variável em si não da
conta de explicitar as matizes dos desejos
independente do sexo masculino e/ou
feminino e nem tampouco a orientação
afetivo sexual.
Na adolescência nos horizontes de
compreensão do mundo vida trans de garoto o
uso de vestimentas e adereços femininos para
Português/Inglês/Espanhol
Rev enferm UFPE on line., Recife, 7(esp), set., 2013
DOI: 10.5205/01012007
DOI: 10.5205/010120
Sexualidade trans na interface com as...
se identificar com o sexo feminino e papeis de
gênero acentua-se e se percebe sem atração
pelo sexo oposto. Não raro na adolescência as
experiências
homoafetivas
acontecerem,
contudo não se identificam com o desejo
homoerótico.
Momento
que
vivenciam
conflitos, angústias, dilemas, depressão
(chegando até o suicídio) por se perceberem
em dissonância com a sua identidade sexual e
com os papeis de gênero. Nessa face é comum
também o adolescente sentir dificuldade de
tocar e até de realizar a higiene em sua
genitália.
A certeza de pertencer ao sexo oposto
direciona o adolescente a buscar os meios
disponíveis para harmonizar seu sexo biológico
ao sexo psíquico. Esse trânsito ocorre tanto
pelo uso de roupas, maquiagens e adereços
femininos quanto pelo ato de submeter o
corpo ao processo de transformação que
ocorre pela – hormonoterapia que tem como
finalidade
desenvolver
os
caracteres
femininos - ou seja,- o aumento de mamas,
atrofiamento dos testicular e involução da
pilificação e redistribuição da gordura
corporal. Faz uso também de aplicações de
laser, injeções de silicone e/ou botox,
tatuagens, que culmina com a cirurgia de
adequação sexual.
Este é o caminho trilhado pela transexual
como prefere ser identificada a fim de
adequar seu corpo à silhueta feminina, a qual
atende sempre às novas tendências do
mercado.
Situação análoga acontece com a
adolescente em conflito no decorrer da
infância, rejeita seu sexo anatômico e se
identifica com o comportamento de meninos.
Nessa fase, o conflito se intensifica e ela
passa a rejeitar sua corporeidade feminina.
Submete-se a hormoterapia com a finalidade
de desenvolver os caracteres masculinos barba – timbre de voz à silhueta masculina.
A terapia psicológica é necessária para
viabilizar autoconhecimento de seu mundo
vida trans e se autoacolher. Aqui situo o lugar
do profissional tal qual um farol a iluminar a
abertura de outros sentidos ao modo trans de
existir. A clinica multidisciplinar é necessária
- composta por profissionais conhecedores do
mundo vida trans – que clama por aceitação,
acolhimento e esclarecimento para possíveis
tomadas de decisão acerca da realização da
cirurgia de transgenitalização que consiste na
construção de uma neovagina a fim de
adequar o seu sexo biológico ao psíquico,
como para a mulher realizar as cirurgias de
mastectomia (retirada de mamas) e a de
ISSN: 1981-8963
Bruns MAT.
DOI: 10.5205/01012007
DOI: 10.5205/010120
Sexualidade trans na interface com as...
histerectomia (retirada do útero) a fim de
harmonizar–se com seu desejo trans.
genéticos, cromatínico, gonádico, anatômico,
hormonal, social, jurídico e psicológico.
Importante situar que a corporeidade
transexual se assemelha a da travesti pela
inscrição também de tatuagens, piercings,
aplicações de silicones e botox; cirurgias
plásticas; depilação definitiva entre outros
procedimentos estéticos - meio pelo qual
denunciam na cartografia do corpo a
subversão de gênero – e desvelam
publicamente para, a família, a escola, a
religião, entre outras matrizes de sentidos, o
que buscam ocultar. Todavia, o sofrimento da
transexual não é aliviado com o processo de
transvestir-se.
Dessa perspectiva, ser homem ou mulher
está no como a pessoa se autopercebe no
decorrer do seu processo de subjetivação e
identificação com os papeis e identidade de
gênero – iniciados pelas e nas expectativas e
idealizações de genitores juntamente com os
processos de socialização, construção de
códigos
sociais,
modelos
sociais
de
masculinidades e feminilidades entre outras.
O fenômeno travesti se expressa em
homens cujo desejo sexual é atiçado por
fantasias e pensamentos de ser uma mulher e
não vivencia conflitos em relação ao seu sexo
e identidade de gênero, é não almeja
realizar cirurgia de adequação sexual. Seu
lebenswelt/mundo vida é o trânsito que
vivencia entre o masculino ao feminino.
Situação análoga é vivida pelo transito entre o
feminino ao masculino pela mulher. Esse
trânsito de torna-se outro(a) pode ser
permanente e ou ocasional.
A vivencia ocasional ocorre pelo ato de
portar um adereço e ou peças de vestimenta
feminina. Esse trânsito fetichista é utilizado
para entrar em cena feminina, e se transveste
e assume seu personagem masculino ao sair da
cena. Outros se identificam com a subcultura
travéstica – em geral, são profissionais do sexo
cujo trânsito é permanente.
Desse ethos a travesti é, e não é, mulher.
É, e não é, homem.
Essa é a intrigante questão! Esse seu modo
de ser, rompe com a binariedade masculino e
feminino - Aprecia seu sexo, adereços e
silhuetas femininas. Enfim, a travesti é esse
trânsito... Nesse trânsito, ao imantar seu
corpo de gestos, sinais a travesti cria outras
formas de comunicação e expressão e
transcende o uso de seu corpo – seu habitat –
pela e na reciprocidade do desejo do outro,
que se funde e legitima seu lebenswelt
travesti. Na visão merleau-pontyana, é na
intersubjetividade que compreendo e sou
compreendido pelo outro.
Afinal! É na relação com o outro que nos
constituímos como sujeitos.
Pertinente perceber – os órgãos genitais
por si só não possibilitam a uma pessoa se
sentir homem e/ou mulher. Recentes
pesquisas de Vieira esclarecem que o conceito
de sexo é complexo por abarcar componentes
Português/Inglês/Espanhol
Rev enferm UFPE on line., Recife, 7(esp), set., 2013
Em relação a transexual e a travesti por
ultrapassarem as fronteiras entre a simetria
sexo e identidade de gênero, são identificadas
como pertencente ao grupo “transgênero”
que abarca: transexual, travesti, crossdresser, transformista, drag-queen,drag-king,
andrógino, queer entre outros que não se
identificam com os esperados papéis de
gênero determinado ao nascer.
Compreender esse modo de ser e de estar
no mundo demanda a nós acessar nossa
alteridade como abertura a compreender o
outro em sua singularidade e especificidade.
Acolher é não julgar.
O acesso a produção de conhecimentos
científicos, produzidos e socializados pelos
variados meios de comunicação são caminhos
que podem sempre nos auxiliar. O destaque
recai na mídia e redes sociais que vem
trazendo para o público varias matérias
acerca do mundo vida de travestis,
transexuais, prostitutas, homossexuais entre
outros, provocando assim ora indignação de
alguns, despertando curiosidade em outros e
fomentando diálogo entre profissionais da
saúde e da educação acerca de diferenças e
semelhanças entre transexuais e travestis e de
como acolhê-los.
O importante é que a curiosidade pelo
fenômeno trans paira nas conversas entre
amigos, colegas de trabalho, isso sem
falarmos da escola espaço responsável pelo
processo de socialização das relações
extrafamiliares e de intensa prática bullying,
juntamente às unidades básicas de saúde
precisam fomentar um dialogo esclarecer com
a comunidade que clama por esclarecimento
de
dúvidas,
curiosidades
e
respeito.
Compreender a singularidade psico-afetivosexual do lebenswelt de transexuais e de
travestis pode ser um estilo de vida a
desencadear o rompimento de preconceitos,
estigmas e bullying que aniquilam e
aprisionam as crenças desumanizadas.
DOI: 10.5205/01012007
DOI: 10.5205/010120
ISSN: 1981-8963
Bruns MAT.
TRANSSEXUALITY IN THE INTERFACE
WITH THE GENDER RELATIONSHIPS
Over the past 60 years, the advancement
of the sciences, the urbanization process of
industrial
centers,
the
mediatical
advancement, the new family arrangements,
the
conquers
of
sexual
minorities:
homosexuals,
transsexuals,
transvestites,
among other phenomena, coupled with the
emphasis on individualism, and upon obtaining
mediatical visibility, have softened the ethos
of gender relationships in such a way to insert
other approaches to the hegemony of the
heteronormativity, whose resonances are
present in and through symbolic exchanges
with the other being, through which the
contemporary
subject
comprises
the
subjectivation process.
From
this
perspective,
temporality,
historicity
and
spatiality
of
the
lebenswelt/living world of the contemporary
subject are being transformed, regardless of
affective and sexual orientation, the fact of
being hetero, homo, trans, among other
options, in a never seen way. Particularly,
regarding the style in which affective and
sexual relationships are being experienced. If
on one hand, the subject cultivates the desire
of reliability and possibility to bind itself to a
steady relationship, on the other hand, the
subject expresses distrust, awe, and fear of
the possibility to bind itself.
From
this
ambiguous
perspective,
longstanding loving bonds are perceived by
the partnerships as a means of control and
oppression for not meeting the unconcerned
lebenswelt suitable of “liquid relationships”,
which follow the pattern of the consumerist
worldview that values novelty, variety,
rapidity, in short, the turnover of things.
The contemporary impetus is 'being
transient', i.e., surrender itself to the impulse
and not to the desire. The impulse does not
threaten, does not prevent the subject from
discarding a sexual partner to meet another
one – a new impulse, a new affair – awakened
by a fascinating appearance. In fact,
appearances can stimulate fantasies.
The fact of following the impulses rather
than wishes, in the Bauman‟s viewpoint, is to
leave the door wide open to the ethos of
impersonal,
flexible
and
transient
relationships, which are present in family
bonds as well as in loving relationships.
The pathway of desire is winding,
sometimes, requires care, concessions and
prolonged waits – which delay satisfaction.
Português/Inglês/Espanhol
Rev enferm UFPE on line., Recife, 7(esp), set., 2013
Sexualidade trans na interface com as...
Thus, these conditions go against the nature
of the impulse.
Based on this scenario, I place the
phenomenon of the transsexuality in the
interface with the gender relationships with
the purpose of encouraging ref2lections about
horizons of possibilities of understanding the
lebenswelt/living world of transsexuals and of
transvestites, who, as subjects/collaborators,
are composing the universe of researches
developed
by
the
Research
Group
1
Sexualidadevida – USP / CNPq .
This is a pertinent phenomenon that
deserves attention from professionals working
in fields like health, education, media,
politics, religion, family, among the other
sectors of society interested in understanding
the living world of transvestites and
transsexuals, in order to enlighten the
cultural imaginary of our society – which has,
for centuries, been populated by myths,
taboos, stigmas and prejudices that feed the
phobic and discriminatory attitudes from
those that, for being unaware of the tricks of
the diversities of the sexual desire,
legitimizes the hegemonic place of the
heteronormativity.
The antidote to stiff postures is the access
to the scientific knowledge. This perspective
raises the following questions: Is transsexual
man, or woman? What is this issue of genital
surgery? Is transvestite a man or woman? Are
transsexual and transvestite equals? These
questions are really provocative! My desire is
to answering them. By knowing, however,
their complexity and the short space of an
editorial, I suggest the reader to turn to
specialized journals, theses and dissertations
to broaden the understanding of the
phenomenon of the transgenderism.
Researches explain that the transsexual is
not identified with his anatomical sex, neither
with his silhouette. He identifies himself with
the feminine universe and feels desire to
resort to sex reassignment surgery and/or
transgenitalization, which is the construction
of a new vagina.
A similar situation takes place with the
female transsexual who does not identify
herself with her anatomical sex, as well as the
breasts, uterus, ovaries, in short, with the
female physicality. She perceives and
identifies herself with the male universe.
Perceptions and feelings of weirdness are
experienced during childhood, through the
2
Research Group Sexualidadevida-USP/CNPq, linked to the
Post-Graduate Program in Psychology, Department of
Psychology, Faculty of Philosophy, Science and Letters,
University of São Paulo, Campus of Ribeirão Preto-SP.
ISSN: 1981-8963
Bruns MAT.
interest in garments, shoes – female
ornaments by the little boy and inversely by
the male universe, on the part of the little
girl. It is a time in which the child is devoid of
self-consciousness due to its stage of
biological, psychological, social and emotional
development; thus, the child is being
submitted to the conditions of the lebenswelt
of intra-family relationships often headed by
homophobic parents who find it difficult to
accept such children's jokes.
It is noteworthy to clarify that children
usually reverse the role of gender in their
jokes during the temporality of the childhood.
This variable itself is not able to explain the
nuances of desires, regardless of male and/or
female gender, and neither sexual nor
affective orientation.
In
adolescence,
in
horizons
of
understanding the trans living world of boy,
the use of feminine garments and ornaments
to identify itself with the feminine gender and
gender roles accentuates up and the male
child perceives itself without attraction by
the opposite gender. Not infrequently, in
adolescence,
homoaffective
experiences
happen, they do not identify themselves with
the homoerotic desire. It is a moment in
which they experience conflicts, anguishes,
dilemmas and, even, depression (which can go
until a suicidal act), for becoming aware of
their dissonance in relation to sexual identity
and gender roles. At this stage, it is also
common the adolescent feels difficulty of
touching and, even, of performing the hygiene
of its genital organ.
The certainty of belonging to the opposite
sex drives the adolescent to seek the means
available to harmonize its biological gender to
its psychological gender. This exchange occurs
both through the use of feminine clothes,
make-ups and ornaments and through the act
of submitting the body to the transformation
process that takes place by the hormone
therapy, which aims to develop the female
characteristics – in other words – breast
enlargement, testicular atrophy, removal of
hairs and, finally, body fat redistribution.
Moreover, he makes use of laser applications,
silicone and/or botox injections, tattoos,
which culminates in a surgery of sexual
adequacy.
DOI: 10.5205/01012007
DOI: 10.5205/010120
Sexualidade trans na interface com as...
childhood, since she rejects her anatomical
gender and identifies itself with the behavior
of boys. At this stage, the conflict is
intensified and she starts to reject her female
physicality. Then, she is submitted to
hormone therapy with sights to develop the
male characteristics – beard, tone of voice
and masculine silhouette.
Psychological therapy is needed to enable
the self-knowledge of his/her trans living
world and, consequently, self-welcome
his/her being. Here, I can reflect about the
place of the professional, just like a beacon to
light the opening of other senses in trans
mode of existing. The multidisciplinary clinic
is needed - composed of experts to know the
trans living world – which calls for
acceptance, welcoming and enlightenment for
eventual decision-makings regarding the
execution of the transgenitalization surgery,
which involves the construction of a new
vagina, in order to adjust his biological gender
to the psychic gender, or for, in case of the
female gender, being submitted to the
surgeries of mastectomy (removal of breast)
and hysterectomy (removal of uterus), in
order to harmonize itself with her trans
desire.
It is noteworthy to clarify that the
transsexual physicality is resembled with
transvestite physicality, and it is also due to
presence of tattoos, piercings, applications of
botox and silicones, plastic surgery and
permanent removal of hairs, among other
cosmetic procedures – means by which they
denounce the gender subversion in the body
cartography – and publicly unveil to family,
school, religion, among other matrices of
senses, what they pursuit to hide.
Nonetheless, the suffering of the transsexual
is not relieved with the transsexualization
process.
This is the pathway covered by the
transsexual, as he prefers to be identified, in
order to adjust his body to the feminine
silhouette, who always meet the market
trends.
The phenomenon of being a transvestite is
expressed in men whose sexual desire is
triggered by fantasies and thoughts of being a
woman, but do not experience conflicts in
relation to their anatomical sex and gender
identity; hence, they do not aspire to perform
surgery of sexual adequacy. Thus, their
lebenswelt/living world is the exchange that
is experienced between the masculine and
feminine trends. An analogous situation is
experienced by the exchange between the
feminine and the masculine on the part of the
woman. This feeling of turning itself in to
another person can be permanent or
occasional.
An analogous situation happens with the
female adolescent in conflict during
The occasional experience takes place by
the act of dressing an ornament and/or a
Português/Inglês/Espanhol
Rev enferm UFPE on line., Recife, 7(esp), set., 2013
ISSN: 1981-8963
Bruns MAT.
piece of feminine garment. This fetishistic
exchange is used to enter female scene, but,
subsequently, he uncover itself and assumes
his male character upon exiting the scene.
Others
identify
themselves
with
the
transvestiting subculture – in general – they
are sex workers, whose exchange is
permanent.
From this ethos, transvestite is, and is not,
a woman. He is, and is not, a man.
This is the intriguing question! His way of
being, breaks with the binarity masculine and
feminine – enjoys his feminized sex, as well as
feminine ornaments and silhouettes. Anyway,
the transvestite is this exchange... In this
exchange, when highlights his body with
gestures and signals, the transvestite creates
other forms of communication and expression
and transcends the use of his body – habitat –
by and through the reciprocity of the desire of
the other, which mixes itself and legitimizes
its transvestite lebenswelt. In the MerleauPonty‟s viewpoint, intersubjectivity makes us
to understand the other people and inversely.
After all! The relationship with each other
makes us to acquire a constitution as
subjects.
It is noteworthy to realize that genital
organs, alone, do not enable a person to feel
like a man and/or a woman. Recent
researches of Vieira emphasize that the
concept
of
gender
is
complex
for
encompassing
genetic,
chromatinical,
gonadal, anatomical, hormonal, social,
juridical and psychological components.
From this perspective, being a man or a
woman is in the way in which the person selfrealizes itself during the subjectivation and
identification process with the gender roles
and identity – initiated by the expectations
and idealizations of parents along with
socialization processes, construction of social
codes, social models of masculinities and
femininities, among others.
Regarding the transsexual and the
transvestite, due to exceeding the boundaries
between sexual symmetry and gender
identity, they are identified as belonging to
the “transgender” group, which encompasses:
transsexual,
transvestite,
cross-dresser,
transformist, drag queen, drag king,
androgynous, queer, among others who do not
identify themselves with the gender roles
hoped after their births.
The comprehension of this way of being
and living in the world require us to access
our otherness as an openness to understand
the other being in its uniqueness and
Português/Inglês/Espanhol
Rev enferm UFPE on line., Recife, 7(esp), set., 2013
DOI: 10.5205/01012007
DOI: 10.5205/010120
Sexualidade trans na interface com as...
specificity. Accordingly, to host is not to
judge.
The access to the production of scientific
knowledge, produced and socialized by varied
means of communication are ways that always
can help us. The highlight lies in the media
and social networks that have brought several
issues to the public about the living world of
transvestites,
transsexuals,
prostitutes,
homosexuals, among other groups, thereby
provoking, occasionally, indignation of some
people, but arousing curiosity in others, which
fosters dialogue between health and
education professionals about the differences
and similarities between transsexuals and
transvestites and the way of welcoming them.
The important thing is that the curiosity
towards the trans phenomenon surrounds the
conversations between friends and coworkers,
besides the school, which is a space
responsible for the socialization process of
extra-family
relationships
and
intense
practice of bullying. Together with basic
health units, schools need to foster a dialogue
to clarify the community that calls for the
clarification of doubts and curiosities, and
needs to cultivate respect for differences.
The fact of understanding the psychological,
affective and sexual uniqueness of the
lebenswelt
of
transsexuals
and
of
transvestites can be a lifestyle to trigger the
disruption of prejudices, stigmas and bullying
cases that maintain and preserve the
dehumanized beliefs.
TRANSEXUALIDAD EN LA INTERFAZ
CON LAS RELACIONES DE GÉNERO
En los últimos 60 años, el avance de las
ciencias, el proceso de urbanización de los
centros industriales, el avance los medios de
comunicación, nuevos arreglos familiares, la
conquista
de
las
minorías
sexuales:
homosexuales, transexuales, travestis, entre
otros fenómenos, junto con el énfasis en el
individualismo, y la visibilidad de los medios
de comunicación, facilitó el ethos de la
relación de género, de tal manera de registrar
otras miradas a la hegemonía de la
heteronormatividad, cuyas resonancias están
presentes en y por los cambios simbólicos
entre sí, por medio de las cuales el sujeto
contemporáneo constituí su proceso de
subjetivación.
Desde esta perspectiva, la temporalidad, la
historicidad
y
la
espacialidad
de
lebenswelt/mundo de la vida del sujeto
contemporáneo
está
transformándose
independiente de la orientación Afectivo-
ISSN: 1981-8963
Bruns MAT.
Sexual, el hecho de ser hetero, homo, trans y
otras por lo que nunca se vio. En particular, el
estilo de cómo se están experimentando las
relaciones sexuales afectivas. Si por un lado el
sujeto cultiva el deseo de la confianza y la
capacidad de unirse a una relación estable,
por el otro, el sujeto expresa la desconfianza,
el temor y el miedo de la posibilidad de
vincularse.
Desde esta perspectiva ambigua los
vínculos amorosos duraderos son percibidos
por las aparcerías como un medio de control y
opresión por no atender al Lebenswelt algo
propio de las “relaciones líquidas”, que siguen
el patrón de la lógica consumista que valora la
novedad, la variedad, la velocidad, en última
instancia, la rotación.
El impulso contemporáneo
es „ser
transitorio‟ rendirse al impulso y no al deseo.
El impulso no amenaza, no impide que el
sujeto descarte de un(a) compañero(a) sexual
para tener experiencia con otro(a) - un nuevo
impulso, una nueva compañía sexual despertada por un embalaje fascinante. Los
embalajes despiertan las fantasías.
Seguir los impulsos en vez de los deseos
según Bauman es dejarse las puertas abiertas
al ethos de las relaciones impersonales,
flexibles y de transición, presentes en los
lazos familiares como en las relaciones
amorosas.
El camino del deseo es sinuoso, a veces,
requiere cuidados, concesiones y prolongadas
esperas – que retardan la satisfacción. Son
condiciones que van a encuentro de la
naturaleza del impulso.
Partiendo de éste escenario, sitúo el
fenómeno de la transexualidad en la interfaz
con las relaciones de género con la intención
de provocar la reflexión sobre los horizontes
de
posibilidades
de
entender
el
lebenswelt/mundo vida de transexuales y de
travestis, que, como sujetos/colaboradores,
están componiendo el universo de la
investigación desarrollada por el Grupo de
Investigación Sexualidadvida-USP/CNPq3.
Por tratarse de un fenómeno pertinente
que merece la atención de los profesionales
que trabajan en la salud, educación, medios
de comunicación, política, religión, familia,
entre los demás sectores de la sociedad
interesados en la comprensión del mundo de
la vida de travestis y transexuales para
iluminar el imaginario cultural de nuestra
sociedad - que ha estado poblada durante
3
Grupo de investigación Sexualidadvida-USP/CNPq, vinculado al
Programa de Posgrado en Psicología, del Departamento de
Psicología de la Facultad de Filosofía, Ciencias y Letras de la
Universidade de São Paulo, en el campus de Ribeirão Preto-SP.
Português/Inglês/Espanhol
Rev enferm UFPE on line., Recife, 7(esp), set., 2013
DOI: 10.5205/01012007
DOI: 10.5205/010120
Sexualidade trans na interface com as...
siglos por los mitos, tabúes, estigmas y
prejuicios que retroalimentan las actitudes
fóbicas y discriminatoria por aquellos que
desconocen de las artimañas de la diversidad
del deseo sexual legitima el lugar hegemónico
de la heteronormatividad.
El antídoto a las posturas rígidas es el
acceso al conocimiento científico. Es desde
esta perspectiva que surge la pregunta:
¿Transexual es hombre o mujer? ¿Qué es la
cirugía de los genitales? ¿Travesti es un
hombre o una mujer? ¿Transexual y travesti
son iguales? ¡Estas preguntas son provocativas!
Contestarlas es mi deseo. Conociendo, sin
embargo, la complejidad de las mismas y el
corto espacio de un editorial sugiero al lector
recurrir a revistas especializadas, tesis y
disertaciones para ampliar la comprensión del
fenómeno transgénico.
Encuestas explican que el transexual no se
identifica con su sexo anatómico, ni con su
silueta. Se identifica con el universo femenino
y siente el deseo de recurrir a la cirugía de
reasignación de sexo o la transgenitalización,
lo que consiste en la construcción de una
neovagina.
Una situación similar ocurre con la
transexual que no se identifica con su sexo
anatómico, así como las mamas, el útero, los
ovarios, finalmente, con la corporalidad
femenina. Se percibe y se identifica con el
universo masculino.
Percepciones y sensaciones extrañas
ocurren en la infancia, el interés por la ropa,
zapatos - accesorios femeninos para el niño y
viceversa para el universo masculino de la
niña. Tiempo en que el niño carece de la
conciencia de sí, debido su estado de
desarrollo biopsicosocioemocional; estando,
así, sujeta a las condiciones de lebenswelt de
las relaciones intrafamiliares protagonizadas a
menudo por los padres homofóbicos que
tienen dificultades para aceptar eses juegos
de los niños.
Es importante aclarar que en la
temporalidad de la infancia es común que los
niños inviertan el rol de género en sus juegos.
Esta variable en sí no tiene como explicar los
matices de deseo independiente del sexo
masculino y/o femenino y tampoco la
orientación sexual afectiva.
En la adolescencia los horizontes de la
comprensión del mundo vida trans de niño,
como: el uso de trajes y accesorios femeninos
para identificarse con el género femenino y
los roles de género se acentúan. Con eso, el
niño darse cuenta que no tiene ninguna
atracción por el sexo opuesto. No es raro
suceder las experiencias homoafetivas en la
ISSN: 1981-8963
Bruns MAT.
adolescencia, pero muchos no se identifican
con el deseo homoerótico. La adolescencia es
un momento que experimentan conflictos,
ansiedades, dilemas, depresión (el deseo de
suicidio surge) porque se dan cuenta en
desacuerdo con su identidad sexual y con los
roles de género. En esta fase es común el
adolescente sentir dificultad de tocarse e
incluso realizar la higiene de sus genitales.
La certeza de pertenecer al sexo opuesto
encamina el adolescente a buscar los medios
disponibles para armonizar su sexo biológico
al sexo psíquico. Este cambio ocurre tanto a
través de la utilización de las ropas, los
maquillajes y los accesorios, como el acto de
someter
el
cuerpo
al
proceso
de
transformación
que
ocurre
por
hormonoterapia que tiene como objetivo
desarrollar características femeninas - es
decir, - ampliación de las mamas, atrofiar los
testículos e involución de la pilosidad y la
redistribución de la grasa corporal. Hace uso
también de aplicaciones de láser, inyecciones
de silicona y/o botox, tatuajes, que termina
con la cirugía de adecuación sexual.
Este es el camino tomado por el transexual
como prefiere ser identificado con el fin de
ajustar su cuerpo a la silueta femenina, que
responde a las novas tendencias del mercado.
Situación similar ocurre con la adolescente
en conflicto durante la infancia, rechaza a su
sexo anatómico y se identifica con el
comportamiento de los niños. En esta etapa,
el conflicto se intensifica y ella empieza a
rechazar su corporeidad femenina. Someterse
a la hormoterapia con el fin de desarrollar las
características masculinas – la barba, el tono
de voz y la silueta masculina.
La terapia psicológica es necesaria para
permitir el autoconocimiento de su mundo
vida trans y auto acogerse. Aquí sitúo el lugar
del profesional como un faro para iluminar la
apertura de otros sentidos al modo trans de
existir. La clínica multidisciplinaria es
necesaria - compuesto por profesionales
expertos en el mundo vida trans - que clama
por la aceptación, el acogimiento y el
esclarecimiento para posibles decisiones
relativas a la ejecución de la cirugía de
transgenitalización, que consiste en la
construcción de una neovagina con el fin de
ajustar su sexo biológico al psíquico, así como
para la mujer hacer las cirugías de
mastectomía (extirpación del seno) y la
histerectomía (extirpación del útero) con el
fin de armonizarse con su deseo de trans.
Es importante situar que la corporeidad
transexual se asemeja a del travesti por el
registro también de tatuajes, piercings, y
Português/Inglês/Espanhol
Rev enferm UFPE on line., Recife, 7(esp), set., 2013
DOI: 10.5205/01012007
DOI: 10.5205/010120
Sexualidade trans na interface com as...
aplicaciones de botox de siliconas, cirugía
plástica, depilación permanente y otros
procedimientos cosméticos – por medio del
cual muestran la cartografía del cuerpo a la
subversión de género - y desvelan
públicamente a la familia, escuela, religión,
entre otras matrices de sentidos, que tratan
de ocultar. Sin embargo, el sufrimiento del
transexual no se alivia con el proceso de
transvestirse.
El fenómeno travesti se expresa en los
hombres cuyo deseo sexual es alimentado por
fantasías y pensamientos de ser mujer y no
por la vivencia de conflictos en relación a su
sexo e identidad de género, que no aspira a
realizar cirugía de adecuación sexual. Su
lebenswelt/mundo vida es la transformación
que ocurre del masculino para el femenino.
Una situación similar es vivida por las mujeres
que cambian el femenino por el masculino.
Estos cambios de convertirse en otro(a) puede
ser permanente u ocasional.
La vivencia ocasional ocurre por el hecho
de llevar un accesorio o pieza de ropa
femenina. Este cambio fetichista es utilizado
para entrar en una escena femenina, después
se transveste regresando su personaje
masculino al salir de la escena. Otros se
identifican con la subcultura travéstica - en
general, son las profesionales del sexo, cuyo
cambio es permanente.
En este ethos el travesti es o no mujer. Es
o no hombre.
¡Esta es la pregunta intrigante! Esta su
manera de ser, rompe con la binaridad
masculino y femenino, pues utiliza los
accesorios y las siluetas femeninas. Por lo
tanto, el travesti es un cambio… En este
cambio, al magnetizar sus gestos corporales,
señales, el travesti crea otras formas de
comunicación y expresión y trasciende el uso
de su cuerpo - su hábitat - y por la
reciprocidad del deseo del otro, que surge y
legitima su lebenswelt travesti. Según
Merleau-Ponty, es por medio de la
intersubjetividad que comprendo y soy
comprendido por el otro.
¡Por fin! Es en relación con el otro que nos
constituimos como sujetos.
Es importante percibir - los órganos
genitales por sí solo no posibilitan a una
persona a sentirse hombre y/o mujer.
Investigaciones recientes de Vieira aclaran
que el concepto de género es complejo, por
tener componentes genéticos, cromatínico,
gonádico, anatómico, hormonal, social,
jurídico y psicológico.
DOI: 10.5205/01012007
DOI: 10.5205/010120
ISSN: 1981-8963
Bruns MAT.
Sexualidade trans na interface com as...
En esta perspectiva, ser hombre o mujer
está en la manera como la persona se
autopercibe
durante
el
proceso
de
subjetivación e identificación con los roles e
identidades de género - iniciados por las
expectativas e idealizaciones de los padres,
junto con los procesos de socialización,
construcción de códigos sociales, modelos
sociales de la masculinidad y la feminidad,
entre otros.
El transexual y el travesti por exceder los
límites entre la simetría sexo e identidad de
género, son identificados por el género y
pertenecientes al grupo "transgénero" que
compone: transexual, travesti, cross-dresser,
transformista,
drag-queen,
drag-king,
andrógino, entre otros que no se identifican
con los esperados roles de género
determinado al nacer.
La comprensión de esta manera de ser y de
vivir en el mundo exige que tengamos que
acceder nuestra alteridad como apertura a
comprender a los demás en su singularidad y
especificidad. Acoger no es juzgar.
El acceso a la producción de conocimientos
científicos, producidos y socializados por
diversos medios de comunicación son siempre
caminos que pueden ayudarnos. El punto
culminante se encuentra en los medios de
comunicación y en las redes sociales que han
traído al público varios reportajes acerca del
mundo vida de los travestis, transexuales,
prostitutas, homosexuales, entre otros. Lo
que causa cierta indignación de algunos,
despertando la curiosidad en otros y
fomentando el diálogo entre los profesionales
de la salud y educación acerca de las
diferencias
y
similitudes
entre
los
transexuales y travestis y de modo como los
acogemos.
Lo importante es que la curiosidad por el
fenómeno trans esté en las conversaciones
entre amigos y compañeros de trabajo, no
podemos, también, olvidar de la escuela,
espacio responsable por el proceso de
socialización de la relaciones extrafamiliares y
de intensa práctica de bullying. Juntamente
con las unidades básicas de salud, las escuelas
deben promover un diálogo para aclarar con la
comunidad que requiere de aclaración de
dudas, curiosidades y necesita cultivar el
respeto. Comprender la singularidad psicoafectivo-sexual de Lebenswelt de transexuales
y de travestis puede ser un estilo de vida para
desencadenar el rompimiento de prejuicio,
estigmas y bullying que mantienen y
aprisionan las creencias deshumanizadas.
Português/Inglês/Espanhol
Rev enferm UFPE on line., Recife, 7(esp), set., 2013
Correspondência
Maria Alves de Toledo Bruns
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras /
USP / Ribeirão Preto
Av. Bandeirantes - 3900 - bloco 5 / Monte
Alegre
CEP: 14040-901  Ribeirão Preto (SP), Brazil

Documentos relacionados