Livro divulgação - Plataforma

Transcripción

Livro divulgação - Plataforma
VISÕES E EXPERIÊNCIAS IBERO-AMERICANAS DE
SUSTENTABILIDADE NAS UNIVERSIDADES
DESDOBRAMENTOS DO 3º SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE
SUSTENTABILIDADE NA UNIVERSIDADE
(17 A 19 NOVEMBRO DE 2011, SÃO CARLOS, SP, BRASIL)
VISIONES Y EXPERIENCIAS IBEROAMERICANAS
DE SOSTENIBILIDAD EN LAS UNIVERSIDADES
RESULTADOS DEL 3ER SEMINARIO INTERNACIONAL DE
SOSTENIBILIDAD EN LA UNIVERSIDAD
(17-19 DE NOVIEMBRE DE 2011, SÃO CARLOS, SP, BRASIL)
Universidade de São Paulo - USP
Universidad Autónoma de Madrid - UAM
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS
Financiamento
Agencia Española de Cooperación Internacional para el Desarrollo (AECID)
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES
Superintendência de Gestão Ambiental da USP
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Reitor: Prof. João Grandino Rodas
UNIVERSIDAD AUTÓNOMA DE MADRID
Rector: José Mª Sanz Martínez
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
Reitor: Irmão Joaquim Clotet
PROJETO DE COOPERAÇÃO INTERNACIONAL USP/UAM
PROYECTO DE COOPERACIÓN INTERNACIONAL USP/UAM
Coordenação do Projeto pela USP/ Coordinación del Proyecto - USP:
Prof. Marcos Sorrentino
Prof. Miguel Cooper
Coordenação do Projeto pela UAM/ Coordinación del Proyecto - UAM:
Prof. Javier Benayas del Álamo
Equipe do Projeto pela USP/ Equipo del Proyecto - USP:
Prof. Oswaldo Massambani
Prof. Miguel Cooper
Prof. Marcos Sorrentino
Dra. Alessandra Pavesi
Dra. Ana Maria de Meira
Bióloga Cintia Güntzel Rissato
MSc. Daniela Cássia Sudan
MSc. Elizabeth Teixeira Lima
MSc. Gabriela Gomes Prol Otero
Pedagoga Marisa Sartori Vieira
Dra. Patrícia Cristina Silva Leme
Prof. Pedro Luiz Cortês
Eng. Amb. Renata Castiglioni Amaral
Equipe do projeto pela UAM/ Equipo del Proyecto - USP:
Prof. Dr. Javier Benayas Del Álamo
MSc. David Alba Hidalgo
Dra. Maria José Díaz González
MSc. Marta Casado López
Ambientóloga Inmaculada Alonso Vaquero
Jesús Aragón Novo
Dra. Conchi Piñeiro García de León
MSc. Diego Garcia Ventura
MSc. Amanda Jiménez Aceituno
MSc. Marta Suarez
Equipe do Projeto pela PUCRS/ Equipo del Proyecto - PUCRS:
Profa. Isabel Cristina de Moura Carvalho
MSc. Marcelo Gules Borges
MSc. Chalissa Wachholz
Biólogo Jorge Amaro
Revisão Textual/ Revisión
Scriptörium Consultoria Linguística
Tradução/ Tradución
Noelia López Álvarez
Apoio
Clever Ricardo Chinaglia
Kelly Maria Schmidt
Diagramação/ Diseño y maquetación
Lienzo Digital – Estudio de Publicidad S.L.
Impressão/ Iimpresión
Gráficas Alhambra
ISBN: 978-84-695-3733-6 Depósito Legal:
Tiragem/ Tirada: 600
Sumário/Índice
Apresentação
Presentación
Seção 1: A sustentabilidade na universidade: compreensão do estado da arte e dos desafios para
a ambientalização da educação superior.
Sección 1: La sostenibilidad en la universidad: estado del arte y retos para la ambientalización de
la educación superior.
1. Educación superior para el desarrollo sostenible: perspectivas globales.
Daniella Tilbury
2. Universidade, educação ambiental e políticas públicas.
Marcos Sorrentino, Elimar Nascimento, Simone Portugal
3. Evolución y tendencias de la incorporación de la sostenibilidad en las universidades españolas.
Javier Benayas y David Alba
4. Contextos e desafíos na produção de sentidos sobre sustentabilidade e ambientalização da
educação superior.
Haydée Torres de Oliveira
5. La Alianza de Redes Iberoamericanas de Universidades por la Sustentabilidad y el Ambiente ARIUSA.
Orlando Sáenz
Seção 2: Visões e experiências de ambientalização universitária.
Sección 2: Visiones y experiencias de ambientalización universitaria.
2.1 A sustentabilidade na extensão universitária.
2.1 La sostenibilidad en la extensión universitaria.
6. Qual extensão, para qual sustentabilidade?
Luiz Antonio Ferraro Junior
7. Algunas condiciones para favorecer la presencia de la educación ambiental en las actividades
de transferencia de conocimiento.
Josep Bonil Gargallo, Genina Calafell Subirà
8. A ambientalização da universidade e a extensão universitária.
Sandro Tonso
9. Habitantes do Arroio: imagens para uma cosmografia das águas urbanas.
Ana Luiza Carvalho da Rocha, Ana Paula Marcante Soares, Rafael Victorino Devos
10. Sustentabilidade e extensão universitária: uma experiência a partir da Comissão Interinstitucional
de Educação Ambiental do Estado de Mato Grosso (CIEA), Brasil.
Heitor Queiroz de Medeiros, Marcos Sorrentino, Simone Portugal,
Vânia Márcia Montalvão Guedes César, Carolina Joana da Silva
2.2 A sustentabilidade na gestão e no planejamento territorial da universidade.
2.2 La sostenibilidad en la gestión y en la planificación territorial de la universidad.
11. A inserção do novo campus universitário da USP na cidade de São Carlos (SP, Brasil):
convergências e dissensões na construção de uma paisagem exemplar.
Luciana Bongiovanni Martins Schenk
12. Plano Diretor para a gestão ambiental universitária: a experiência do Campus “Luiz de Queiroz”
da Universidade de São Paulo (USP).
Renata Bergamo Caramez, Miguel Cooper
13. Contando casos para refletir sobre a ambientalização da gestão universitária.
Daniela Cássia Sudan, Patrícia Cristina Silva Leme, Ana Maria Meira de Lello
14. Gestión de la sostenibilidad en la Universitat de Valencia.
Pilar Aznar Minguet, M. Àngels Ull
2.3 A sustentabilidade no ensino e na pesquisa.
2.3 La sostenibilidad en la docencia y en la investigación.
15. Ambientalización curricular em la universidad: um enfoque competencial.
Mercè Junyent
16. O ensino superior no Brasil: desafios para a ambientalização curricular.
Denise de Freitas, Marcos Lopes de Souza
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SUMÁRIO
ÍNDICE
17. Ambientalização curricular e pesquisas ambientalmente orientadas na Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS): um levantamento preliminar.
Isabel Cristina de Moura Carvalho, Inês Amaro, Claudio Luis Crescente Frankenberg
18. Investigaciones sobre la introducción de la sostenibilidad en la docencia en la Universidad de
Valencia (España).
M. Àngels Ull
19. Uma abordagem prática da ambientalização curricular: a experiência da Escola de Engenharia
de São Carlos (EESC-USP).
Alessandra Pavesi
20. Currículo e ambiente: espelhamento em diferença.
Antonio Carlos Amorim, Wencesláo M. de Oliveira Júnior, Guilherme V. T. Prado
21. A ambientalização de espaços educadores sustentáveis.
Vanessa Hernandez Caporlingua
22. Formação de doutores em educação ambiental e para a sustentabilidade: experiência e desafios
para uma ação interuniversitária.
Marília Andrade Torales
23. La Universidad Austral de Chile entre el Reaccionar y el Accionar: una mirada desde la Ecomotricidad.
Sergio Toro Arevalo, Otto Luhrs Middleton
Seção 3: A cooperação entre USP e UAM e seus desdobramentos.
Sección 3: La cooperación entre la USP y la UAM y sus resultados.
24. Aprendizagens na cooperação entre a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Autônoma
de Madrid (UAM).
Cintia Güntzel Rissato, David Alba Hidalgo, Gabriela Gomes Prol Otero, Inmaculada Alonso Vaquero,
M. José Díaz González, Marisa Sartori Vieira, Marta Casado, Renata Castiglioni Amaral
25. A plataforma da sustentabilidade como base para a construção coletiva de comunidades
universitárias solidárias e sustentáveis.
Patrícia Cristina Silva Leme, Alessandra Pavesi
Seção 4: Seleção de trabalhos apresentados no 3º Seminário “Sustentabilidade na Universidade”
(17 a 19 novembro 2011, São Carlos, SP, Brasil).
Sección 4: Selección de trabajos presentados en el 3er Seminario “Sostenibilidad en la Universidad”
(17-19 de noviembre de 2011, São Carlos, SP, Brasil).
26. Educação e sustentabilidade: novas perspectivas para a educação democrática. A Cátedra Anísio
Teixeira na PUCRS.
Isabel Cristina de Moura Carvalho, Marcelo Gules Borges
27. Educação para a sustentabilidade: uma proposta de ambientalização curricular nos cursos de
licenciatura e na formação para educação básica.
Antonio Fernando Silveira Guerra, Mara Lúcia Figueiredo, Elisabeth Brandão Schmidt
28. A implantação de política social como estratégia de mudança institucional no campo da gestão
da responsabilidade social universitária.
Inês Amaro
29. Hacia una universidad sustentable: bases para un Plan Participativo de Gestión y Educación Ambiental
dentro de la Facultad de Arquitectura, Diseño y Urbanismo (FADU), Universidad de Buenos Aires (UBA).
Horacio Boraso, Paola Della Valle, Cristina Teresa Carballo
30. O grau de internalização da temática ambiental na faculdade UnB Planaltina.
Philippe Pomier Layrargues, Martha Fellows Dourado
31. Núcleo de Estudos em Sustentabilidade das Faculdades Atibaia (NES/FAAT): Sustentabilidade,
pesquisa e interdisciplinaridade na Região Bragantina.
João Luiz de Moraes Hoeffel, Micheli Kowalczuk Machado, Benedita Nazaré da Silva
32. Espaços educadores sustentáveis: a experiência da OCA.
Júlia Teixeira Machado, Vivian Battaini
33. Promoção da cultura da mobilidade sustentável no campus da Universidade de São Paulo (USP)
em São Carlos (SP, Brasil).
Lívia Zamboni Carneiro, Lisiê Ferreira Krol, Patrícia Cristina Silva Leme, Artur de Jesus Motheo
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SUMÁRIO
ÍNDICE
34. Sustentabilidade e acessibilidade na universidade.
Jorge Amaro de Souza Borges
35. Enraizamento do Plano Diretor Socioambiental Participativo do campus “Luiz de Queiroz”da USP
em Piracicaba (SP, Brasil).
Marcilio Antonio Bueno Junior, Amanda Jéssica Silva, Renata Bergamo Caramez
36. Diagnóstico ambiental de la Universidad de San Pablo-T, Provincia de Tucumán, Argentina.
Marcela Colombo, Alejandro Ríos
37. Projeto Recicl@tesc: reciclagem tecnológica em São Carlos (SP, Brasil).
Dennis Brandão, Eduardo Henrique Ferin Cunha, Adailton Roberto Morais, Newton Almeida Silva,
Sérgio Ricardo Yaegashi
38. Vivências em educação ambiental: atuando junto à comunidade piracicabana e ao campus
“Luiz de Queiroz” da USP em Piracicaba (SP, Brasil).
Leonardo Vianna Costa, Pedro Henrique Dias, Ana Maria Meira de Lello, Thais Khater Santos,
Edson Vidal da Silva, Rodolfo Ferreira da Costa Vescovi, Caroline Watanabe, Kelly Maria Schmidt
39. Experiência de compostagem na creche do campus “Luiz de Queiroz” da USP em Piracicaba
(SP, Brasil).
Carlos Divino Guimarães Silva, Miguel Cooper, Caroline Watanabe
40. Gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde nos laboratórios e serviços no campus da USP
em Ribeirão Preto (SP, Brasil).
Tatiane Bonametti Veiga, Sílvia Carla da Silva André, Adriana Aparecida Mendes,
Juliana Trebi Penatti, Ana Paula Milla dos Santos, Angela Maria Magosso Takayanagui
41. Diagnóstico da situação dos resíduos sólidos da Universidade Estadual “Júlio de Mesquita
Filho” (UNESP), campus de Bauru, utilizando o princípio da Produção mais Limpa (P+L).
Rosane Aparecida Gomes Battistelle, Thaliane Cristina Favoretto Martiniano, Allan Thomaz de Araújo
42. Boas práticas na gestão de água, energia e resíduos no campus central da Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).
Augusto M. Alvim, Bruno José Ely, Carla S. Fontana, Carmen Ferrari, Cláudio Luis Frankenberg,
Délcio Basso, Jeane Estela L. Dullius, Jorge Alberto Villwock, Juarez Freitas,
Luciana D. F. Termignoni, Márcio R. D’Avila, Odilón Francisco P. Duarte, Osmar T. de Souza,
Rosane S. da Silva, Taciane P. Pavinato, Udo Adolf, Virgínia M. Schmitt
43. Diagnósticos dos resíduos alimentares como ferramenta educativa no restaurante universitário
da USP de São Carlos (SP, Brasil): uma abordagem metodológica.
Maicom Sergio Brandão, Carlos Vítor Roma Santoro, Patrícia Cristina Silva Leme,
Fernando César Almada Santos
44. Projeto de minimização de resíduos no restaurante universitário do campus “Luiz de Queiroz” da
USP em Piracicaba (SP, Brasil).
Luiz Fernando Pereira Bispo, Ana Maria Meira de Lello, Edson Vidal José da Silva,
Pedro Arriva de Toledo, Caroline Watanabe
Quem são os autores e autoras?
¿Quiénes son los autores y autoras?
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APRESENTAÇÃO
APRESENTAÇÃO
PRESENTACIÓN
Já faz tempo que a problemática ambiental irrompeu, para ficar, na dinâmica universitária como na sociedade, evidência
que reafirma a intimidade entre a educação superior e os movimentos sociais. Conferências como a de Estocolmo (1972)
ou de Rio de Janeiro (1992) são importantes marcos para o desenvolvimento da preocupação ambiental e a propagação
de iniciativas para a sustentabilidade. Ainda neste ano, em 2012, está prevista a Conferência Rio + 20; é natural perguntar-se: o quanto avançamos na direção da sustentabilidade? Será preciso reeditar a Declaração do Rio e a Agenda
21, já que seus objetivos não foram alcançados? Até que ponto as ações empreendidas têm sido efetivas? Estes questionamentos, que certamente serão levantados na próxima conferência, são também tema desta publicação, “Visões e
experiências ibero-americanas de sustentabilidade nas universidades”, que apresenta um quadro de realizações e produções teóricas, fundamentadas em pesquisas sobre a incorporação da dimensão ambiental e da sustentabilidade nas
atividades de instituições de educação superior.
Este livro pode ser considerado um desdobramento do 3º Seminário Internacional sobre Sustentabilidade na Universidade, celebrado em São Carlos (SP, Brasil) em novembro de 2011, e organizado no âmbito do projeto de cooperação
entre a Universidade Autônoma de Madri (UAM) e a Universidade de São Paulo (USP). Desenvolve-se, de fato, a partir
do núcleo das conferências e debates que ocorreram naqueles dias. Assim, não contempla somente as políticas e os
programas implementados nas duas instituições, mas apresenta também reflexões e ações desenvolvidas em outras universidades do Brasil, da Espanha, Argentina, Chile e Colômbia. Além disto, abre a primeira seção o artigo de Daniella
Tilbury, da Universidade de Gloucestershire (UK), que discute implicações, avanços e percalços da ambientalização da
educação superior de um ponto de observação privilegiado, como integrante do Global Monitoring and Evaluation Expert
Group (MEEG), instituído pela UNESCO para avaliar o progresso global da Década da Educação para o Desenvolvimento Sustentável.
Confiamos que esta publicação represente um aporte único para a literatura sobre o tema da sustentabilidade na educação superior, notadamente marcada pela presença de autores de países e instituições anglo-saxônicas, e, sobretudo,
para a definição dos problemas e desafios que se prospectam para as nossas universidades, os quais demandam o delineamento de temas de pesquisa, políticas e planos de ação específicos. Espera-se, assim, que possa constituir-se como
uma referência para as universidades ibero-americanas, e que sua leitura estimule outras instituições que não se encontram aqui representadas a abraçar o compromisso com a ambientalização universitária.
O livro é organizado em quatro seções que reúnem tanto as práticas como as teorizações sobre a ambientalização das
universidades. A primeira seção aborda os desafios que a incorporação da sustentabilidade vem colocando para a educação superior, bem como os progressos realizados nos diversos países e por redes internacionais. A segunda seção
reúne ensaios e relatos de experiências que se referem à extensão, planejamento e gestão, e ensino e pesquisa. A terceira seção trata do projeto de cooperação entre Universidade Autônoma de Madrid e Universidade de São Paulo, com
ênfase em seus principais resultados. Por fim, a quarta seção traz uma seleção dos trabalhos apresentados no 3º Seminário.
Se, por um lado, as universidades têm sido e continuarão sendo motor de progresso e bem-estar, não se pode ignorar
que muitos dos problemas ambientais têm origem justamente nas decisões tomadas por políticos, administradores e técnicos que passaram por suas salas de aula. Em tempos de crise, espera-se que se empenhem a promover e contribuir
ativamente para o desenvolvimento de uma cultura da equidade e responsabilidade social e ambiental, com efeitos sobre
a economia e a qualidade de vida de todos os seres vivos, hoje e no futuro. Para isto, em um movimento “reflexivo”, os
autores deste livro, preconizam que a mudança comece dentro de seus portais. São necessárias políticas públicas que
favoreçam a incorporação da dimensão ambiental em seu cotidiano e em seu foro interno, em seu núcleo, no coração
da organização. As universidades são parte de um sistema mais amplo com o qual coevoluem, junto com instituições de
outra natureza. Convém, portanto, que se estabeleçam parcerias e alianças para amplificar os esforços individuais e setoriais de maneira a torná-los mais efetivos. Essa temática é tratada mais em profundidade pelos autores que escrevem
na primeira seção do livro.
A segunda seção inclui três subseções dedicadas às três principais esferas de atuação universitária. A primeira trata da
extensão, que aqui parece disputar o primeiro lugar com aquelas que se consideram as funções primordiais da universidade: o ensino e a pesquisa. Sem a intenção de privá-las deste status, quisemos apenas valorizar aquelas atividades
que mais efetivamente podem promover o diálogo com as comunidades, entre os saberes, e entre racionalidade crítica
e técnica. Longe de se constituir em um terreno homogêneo, o campo da extensão é caracterizado pelas diferentes con7
APRESENTAÇÃO
PRESENTACIÓN
cepções que variam de instituição para instituição, de região para região. No contexto universitário europeu, entende-se
a extensão universitária mais como a esfera das atividades de transferência do conhecimento para as comunidades. Para
além desta visão, pode-se olhar para a extensão como o fazem os autores não europeus, ou seja, como uma oportunidade de promover a transformação social em uma perspectiva emancipatória, da democracia radical. Aqui, apresentam-se
exemplos concretos de experiências individualizadas: de caráter local, como no caso do projeto “Habitantes do Arroio”,
e institucional, como no caso da Comissão Interinstitucional de Educação Ambiental do Estado de Mato Grosso. A segunda subseção é dedicada às iniciativas de gestão ambiental, voltadas à redução do impacto direto que as atividades
universitárias exercem sobre o ambiente. Atualmente, representam a esfera das ações mais comumente encontradas no
âmbito da sustentabilidade universitária, mas nem por isto menos inovadoras: são exemplos a construção participativa
do Plano Diretor Socioambiental do campus da USP de Piracicaba (SP, Brasil), as diversas ações promovidas pelo USP
Recicla e o plano estratégico de sustentabilidade da Universidad de Valencia (ES). Por fim, a última subseção trata das
ações de ensino e pesquisa. Paradoxalmente, aquelas que são as funções primordiais da universidade são as que mais
lentamente vêm incorporando princípios de sustentabilidade, necessários para reverter as tendências educativas e científico-tecnológicas que conduziram à atual situação de insustentabilidade. Não é de surpreender, portanto, que essa seção
compreenda um maior número de capítulos, sobre experiências de ambientalização de diversos cursos em universidades espanholas, brasileiras, argentinas e chilenas, as quais interessam tanto à formação de professores, como de
engenheiros e doutores em educação ambiental. Em sua maioria, propõem a incorporação da questão ambiental com
enfoque nas competências, por meio da criação de espaços educadores sustentáveis e da produção científica orientada para a sustentabilidade, tendo o envolvimento e a participação da comunidade universitária como premissa fundamental.
Não obstante a segunda seção tenha sido estruturada em três subseções, em todas se reflete sua inseparabilidade na
prática: extensão, gestão, ensino e pesquisa entrelaçam-se em um novelo multicolorido, para usar uma metáfora criada
por uma autora do livro; não se pode puxar um fio sem que os outros venham juntos. Assim, não basta avançar na inter
e transdisciplinaridade, sendo também necessário integrar os diversos setores da organização universitária – docentes,
estudantes, pesquisadores, administradores, técnicos e servidores – e fomentar a cooperação intra e interinstitucional
mediante estruturas e processos participativos.
A terceira seção é dedicada à cooperação interuniversitária em matéria de ambiente e sustentabilidade, que se concretizou nas ações conjuntas da UAM e da USP dos últimos cinco anos. Longe de querer apresentar a relação dos investimentos
financeiros e resultados técnicos desta cooperação, optou-se por destacar a aprendizagem e as realizações pessoais
dos membros da equipe. Por outro lado, um dos dois capítulos trata especificamente da Plataforma de Sustentabilidade,
talvez a produção mais importante da cooperação, com o propósito principal de divulgá-la juntamente com as lições aprendidas nesses cinco anos.
Por fim, a quarta seção compreende uma seleção dos trabalhos apresentados no 3º Seminário. Trata-se de dezenove
experiências que representam quase que estudos de casos de inserção da sustentabilidade nos diversos âmbitos das
universidades de diversos países ibero-americanos. O propósito desta seção é mostrar a diversidade das ações empreendidas nas nossas universidades e, quem sabe, inspirar outras instituições que se aprestam a implementar estratégias
para a construção de sociedades mais sustentáveis e de um mundo mais justo e solidário.
Na parte final do livro, os leitores poderão encontrar a lista dos autores, junto com suas informações biográficas. Expressamos aqui a nossa gratidão por ter contribuído para o livro e esperamos que a nossa colaboração não se encerre com
a sua publicação, e sim que se consolide e produza novas parcerias e projetos.
Não poderíamos deixar de agradecer as organizações e instituições que financiaram as iniciativas de cooperação entre
UAM e USP, em especial ao Programa de Cooperación Interuniversitaria (PCI) da Agencia Española de Cooperación
Internacional para el Desarrollo (AECID), a Superintendência de Gestão Ambiental da Universidade de São Paulo (USP),
e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), que contribuiu tanto para a realização do
3º Seminário, como desta publicação.
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PRESENTACIÓN
APRESENTAÇÃO
PRESENTACIÓN
Hace tiempo que la problemática ambiental irrumpió para permanecer en la dinámica universitaria así como en la sociedad, y tal evidencia reafirma la relación tan próxima que existe entre la educación superior y los movimientos sociales.
Conferencias como la de Estocolmo (1972) o Río de Janeiro (1992), son hitos importantes que han marcado el desarrollo de la preocupación ambiental y la propagación de iniciativas para la sostenibilidad. En este año 2012, está prevista la
celebración de la Conferencia Río + 20, por lo que es lógico preguntarse: ¿Cuánto hemos avanzado en dirección hacia
la sostenibilidad? ¿Será necesario reeditar la Declaración de Río y la Agenda 21, ya que sus objetivos no se alcanzaron? ¿Hasta qué punto las medidas adoptadas han sido eficaces? Estas preguntas, que sin duda se plantearán en la
próxima conferencia, también son objeto de esta publicación, "Visiones y experiencias Iberoamericanas de sostenibilidad en las universidades", que presenta un cuadro de realizaciones y producciones teóricas, basado en investigaciones
sobre la incorporación de la dimensión ambiental y la sostenibilidad en las actividades de las instituciones de educación
superior.
Este libro puede ser considerado un fruto del 3er Seminario Internacional sobre Sostenibilidad en la Universidad, celebrado en São Carlos (São Paulo, Brasil) en noviembre de 2011, y organizado dentro del proyecto de cooperación entre
la Universidad Autónoma de Madrid (UAM) y la Universidad de São Paulo (USP). De hecho, esta publicación se ha desarrollado a partir del núcleo de conferencias y debates que tuvieron lugar en esos días. Por lo tanto, no se contemplan
únicamente aquellas políticas y programas implementados en las dos instituciones, también se presentan reflexiones y
acciones emprendidas en otras universidades de Brasil, España, Argentina, Chile y Colombia. Asimismo, la primera sección es introducida por el artículo de Daniella Tilbury, de la Universidad de Gloucestershire (Reino Unido). Dicho artículo
discute las implicaciones, los avances y los obstáculos de la ambientalización de la educación superior desde un punto
de vista privilegiado pues Daniella Tilbury es integrante de Global Monitoring and Evaluation Expert Group (MEEG), instituido por la UNESCO para evaluar el progreso general de la Década de la Educación para el Desarrollo Sostenible.
Confiamos en que esta publicación represente una contribución única a la literatura sobre el tema de la sostenibilidad en
la educación superior, particularmente marcado por la presencia de autores de países e instituciones anglosajonas, y en
especial para definir los problemas y desafíos que se presentan en nuestras universidades, las cuales requieren definir
temas de investigación, políticas y planes de acción específicos. Por lo tanto, se espera que pueda constituirse como
una referencia para las universidades Iberoamericanas, y que su lectura estimule a otras instituciones que no están aquí
representadas a incluir el compromiso con la ambientalización universitaria.
El libro está organizado en cuatro secciones que comprenden tanto prácticas como teorías sobre la ambientalización de
las universidades. La primera sección aborda los desafíos que la incorporación de la sostenibilidad supone para la educación superior, así como los progresos realizados en varios países y redes internacionales. La segunda sección presenta
un compendio de ensayos y relatos de experiencias relacionadas con la extensión, planificación y gestión, enseñanza e
investigación. La tercera sección presenta el proyecto de cooperación entre la Universidad Autónoma de Madrid y la Universidad de Sao Paulo, poniendo énfasis en sus principales resultados. Por último, la cuarta sección aborda una selección
de trabajos presentados en el 3er Seminario.
Si, por una parte, las universidades han sido y continuarán siendo motor del progreso y bienestar, no se puede ignorar
el hecho de que muchos problemas ambientales tienen su origen en decisiones tomadas por políticos, administradores
y técnicos que han pasado por sus aulas. En tiempos de crisis, se espera que se comprometan a promover y contribuir
activamente el desarrollo de una cultura de equidad y responsabilidad social y ambiental, con efectos sobre la economía
y la calidad de vida de todos los seres vivos, hoy y en el futuro. Para ello, en un movimiento "reflexivo", los autores de
este libro, defienden que el cambio comience dentro de las propias universidades. Son necesarias políticas públicas que
favorezcan la incorporación de la dimensión ambiental en sus vidas cotidianas y en su foro interno, en su núcleo, en el
corazón de la organización. Las universidades son parte de un sistema más amplio en el que coevolucionan junto con
las instituciones de otra naturaleza. Conviene, por tanto, establecer asociaciones y alianzas para amplificar los esfuerzos individuales y sectoriales con el fin de hacerlos más efectivos. Este tema se trata en mayor profundidad por los autores
que escriben en la primera sección del libro.
La segunda sección incluye tres subsecciones dedicadas a las tres esferas principales de la actividad universitaria. La
primera de las secciones trata sobre la extensión, que aquí parece competir por el primer lugar con aquellas que se consideran las funciones primordiales de la universidad: la docencia y la investigación. Sin la intención de privarlas de este
status, únicamente se pretende valorar aquellas actividades que de manera más efectiva promueven el diálogo con las
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APRESENTAÇÃO
PRESENTACIÓN
comunidades, el conocimiento, la racionalidad crítica y técnica. Lejos de constituirse como un terreno homogéneo, el
campo de la extensión se caracteriza por las diferentes concepciones que varían de una institución a otra, de región a
región. En el contexto universitario europeo, se entiende la extensión universitaria como la esfera de las actividades de
transferencia de conocimiento a las comunidades. Además de esta visión, se pueden tener otras miradas hacia la extensión como la de otros autores no europeos que la consideran una oportunidad de promover la transformación social en
una perspectiva emancipadora, de la democracia radical. En esta obra, se presentan ejemplos concretos de experiencias individuales: de carácter local, como en el caso del proyecto “Habitantes do Arroio”, e institucional, como el caso de
la Comisión Interinstitucional de Educación Ambiental del Estado de Mato Grosso. La segunda subsección se dedica a
iniciativas de gestión ambiental, dirigidas a reducir el impacto directo que las actividades universitarias provocan en el
medio ambiente. En la actualidad, dichas iniciativas representan las acciones más frecuentes dentro de la sostenibilidad
universitaria, pero no por ello menos innovadoras, como por ejemplo: la construcción participativa del Plan Director
Socioambiental del campus de la USP de Piracicaba (SP, Brasil), las diversas acciones promovidas por el Programa USP
Recicla y el plan estratégico para la sostenibilidad de la Universidad de Valencia (ES). Finalmente, la última sección trata
sobre las acciones de docencia e investigación. Paradójicamente, aquellas que son las funciones primordiales de la universidad son las que más lentamente están incorporando los principios de la sostenibilidad, necesarios para reconvertir
las tendencias educativas y científico-tecnológicas que llevaron hasta la actual situación de insostenibilidad. No es de
extrañar, por tanto, que esta sección cuente con un mayor número de capítulos sobre experiencias de ambientalización
en diversos estudios en las universidades españolas, brasileñas, argentinas y chilenas, las cuales son de interés para la
formación de profesores, ingenieros y doctores en educación ambiental. La mayoría de ellos, proponen la incorporación
de las cuestiones ambientales con enfoque en las competencias, por medio de la creación de espacios educadores sostenibles y de la producción científica orientada hacia la sostenibilidad, contando con la implicación y participación de la
comunidad universitaria como una premisa fundamental.
A pesar de que la segunda sección se ha dividido en tres partes, en todas ellas se puede percibir que son inseparables
en la práctica: la extensión, gestión, docencia e investigación se entrelazan en un ovillo multicolor, para usar una metáfora creada por una autora del libro: no se puede tirar de un hilo sin que los demás vengan juntos. De esta forma, no basta
con avanzar lo suficiente en la interdisciplinariedad y transdisciplinariedad, también es necesaria la integración de los
diversos sectores de la organización universitaria (profesores, estudiantes, investigadores, administradores, técnicos y
personal de servicios) y fomentar la cooperación intra e interinstitucional mediante estructuras y procesos participativos.
La tercera sección está dedicada a la cooperación interuniversitaria en materia de medio ambiente y sostenibilidad, que
se ha traducido en acciones conjuntas entre la UAM y la USP a lo largo de los últimos cinco años. En vez de mostrar la
relación de subvenciones, financiaciones y resultados técnicos obtenidos de esta cooperación, se ha optado por destacar el aprendizaje y los logros personales de los miembros del equipo. Por otro lado, uno de los dos capítulos se ocupa
específicamente de la Plataforma de Sostenibilidad, tal vez la producción más importante de dicha cooperación, con el
propósito de divulgarla conjuntamente con las lecciones aprendidas en estos cinco años.
Por último, la cuarta sección comprende una selección de trabajos presentados en el 3er Seminario. Estas diecinueve
experiencias representan estudios de casos sobre la inclusión de la sostenibilidad en diversos ámbitos de las universidades en diferentes países Iberoamericanos. El propósito de esta sección es mostrar la diversidad de las acciones llevadas
a cabo en nuestras universidades, con la posibilidad de inspirar a otras instituciones que se disponen a implementar estrategias para la construcción de sociedades más sostenibles y un mundo más justo y solidario.
Al final del libro, los lectores podrán encontrar la lista de autores, junto con la información biográfica. Queremos expresar nuestro agradecimiento por haber contribuido en el libro y esperamos que nuestra colaboración no se cierre con su
publicación, sino que se consolide y produzca nuevas colaboraciones y proyectos.
No podíamos dejar de agradecer a las organizaciones e instituciones que financiaron las iniciativas de cooperación entre
la UAM y la USP, en especial al Programa de Cooperación Interuniversitaria (PCI) de la Agencia Española de Cooperación Internacional para el Desarrollo (AECID), la Oficina de Gestión Ambiental de la Universidad Sao Paulo (USP) y la
Coordinación de Perfeccionamiento de Personal de Nivel Superior (CAPES), que tanto han contribuido con la realización
del tercer seminario así como con esta publicación.
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