Esporte e educação

Transcripción

Esporte e educação
Publicação mensal dos Sinepes, Anaceu, Consed, ABMES, Abrafi, ABM, Fundação Universa e Sieeesp
Esporte e
educação
Deporte y educación
Atleta contribui para melhorar qualidade
de vida de crianças e adolescentes
Atleta contribuye para mejorar calidad
de vida de niños y adolescentes
Entrevista
Roberto Carneiro, ex-ministro
da Educação de Portugal
Roberto Carneiro, ex-ministro
de Educación de Portugal
Natal
As escolas
precisam celebrar
Deco,
atleta e empresário
EDIÇÃO 153
ANO 14 - DEZEMBRO 2010
Sistema de ensino
Construção efetiva
de conhecimentos
Fidelização
Uma ferramenta
de captação
Cristiane Pizzatto
Carla Tavares
editorial
editorial
Retrospectiva 2010
Retrospectiva 2010
Dezembro é mês de balanço, de retrospectivas e de projeção de metas. É também o
momento de agradecer a todos os parceiros, empresas, entidades representativas
e colaboradores que compartilharam com
a Linha Direta a missão de trabalhar em
benefício da educação. Na retrospectiva das ações
desenvolvidas em 2010, podemos destacar a ampliação da linha editorial da Revista, com o acréscimo de mais dois pilares – Gestão Pública e Espaço
Ibero-americano –, e a criação da seção bilíngue,
permitindo a distribuição da Revista em 22 países
da Ibero-América. Na projeção de metas, podemos
elencar a reformulação do portal, com ampliação
dos serviços on-line, e a intensificação da atuação
da Linha Direta Cidadã, o que possibilitará a expansão das nossas ações sociais em prol da educação.
Assim, chegamos ao final do ano com um balanço positivo, entendendo que as metas alcançadas
são o resultado de um trabalho sério, desenvolvido
para proporcionar aos nossos parceiros produtos,
serviços e estratégias diferenciadas. Com certeza,
2011 trará novos desafios, e nós, da Equipe Linha
Direta, desejamos sucesso na realização dos projetos de cada um.
Diciembre es mes de balance, de retrospectivas y de proyección de metas. Es también
el momento de agradecer a todos los involucrados, empresas, entidades representativas
y colaboradores que comparten con Linha
Direta la misión de trabajar en beneficio de
la educación. En la retrospectiva de las acciones desarrolladas en 2010, podemos destacar la ampliación
de la línea editorial de la Revista, con el aumento de
dos pilares más – Gestión Pública y Espacio Iberoamericano –, y la creación de la sección bilingüe, permitiendo la distribución de la Revista en 22 países de
Iberoamérica. En la proyección de metas, podemos
destacar la reformulación del portal, con amplia­
ción de los servicios on-line, y la intensificación de la
actua­ción de Linha Direta Cidadã, lo que posibilitará la expansión de nuestras acciones sociales a favor
de la educación. Así, llegamos al final del año con un
balance positivo, entendiendo que las metas alcanzadas son el resultado de un trabajo serio, desarrollado
para proporcionar a todos los involucrados productos,
servicios y estrategias diferenciadas. Con certeza,
2011 traerá nuevos desafíos, y nosotros, del Equipo
Linha Direta, deseamos éxito en la realiza­ción de los
proyectos de cada uno.
Marcelo Chucre da Costa
Presidente da Linha Direta
Marcelo Chucre da Costa
Presidente de Linha Direta
Presidente
Marcelo Chucre da Costa
Diretora Executiva
Laila Aninger
Gerente Administrativo-financeiro
Erica Lins
Editora
Jeane Mesquita – MG 09098 JP
Designer gráfico
Rafael Rosa
Revisão
Liza Ayub
Tradução/Revisão espanhol
Gustavo Costa Fuentes - RFT1410
Consultor Editorial
Ryon Braga
Consultor de Responsabilidade
Socioambiental
Marcus Ferreira
Consultor em Gestão Estratégica
e Responsabilidade Social
Marcelo Freitas
Consultora para o Ensino Superior
Maria Carmem T. Christóvam
Conselho consultivo
Ademar B. Pereira
Presidente do Sinepe/PR – Curitiba
Airton de Almeida Oliveira
Presidente do Sinepe/CE
Amábile Pacios
Presidente do Sinepe/DF
Antônio Eugênio Cunha
Presidente do Sinepe/ES
Antônio Lúcio dos Santos
Presidente do Sinepe/RO
Átila Rodrigues
Presidente do Sinepe/Triângulo Mineiro
Benjamim Ribeiro da Silva
Presidente do Sieeesp
Cláudia Regina de Souza Costa
Presidente do Sinepe/RJ
Fátima Turano
Presidente do Sinepe/NMG
Gabriel Mario Rodrigues
Presidente da ABMES
Gelson Menegatti Filho
Presidente do Sinepe/MT
Hermes Ferreira Figueiredo
Presidente do Semesp
Ivana de Siqueira
Diretora da OEI em Brasília
Ivo Calado
Asepepe
Jorge de Jesus Bernardo
Presidente da Abrafi e do Semesg
José Augusto de Mattos Lourenço
Presidente da Fenep
José Carlos Barbieri
Presidente do Sinepe/NOPR
José Carlos Rassier
Secretário nacional da ABM
José Nunes de Souza
Presidente do Sinepe/PI
Krishnaaor Ávila Stréglio
Presidente do Sinepe/GO
Manoel Alves
Presidente da Fundação Universa
Marco Antônio de Souza
Presidente do Sinepe/NPR
Marcos Antônio Simi
Presidente do Sinepe/Sul de Minas
Maria Auxiliadora Seabra Rezende
Presidente do Consed
Maria da Gloria Paim Barcellos
Presidente do Sinepe/MS
Miguel Luiz Detsi Neto
Presidente do Sinepe/Sudeste/MG
Natálio Dantas
Presidente do Sinepe/BA
Nelly Falcão de Souza
Presidente do Sinepe/AM
Odésio de Souza Medeiros
Presidente do Sinepe/PB
Osvino Toillier
Presidente do Sinepe/RS
Paulo Antonio Gomes Cardim
Presidente da Anaceu
Suely Melo de Castro Menezes
Vice-presidente do Sinepe/PA
Thiers Theófilo do Bom Conselho Neto
Presidente da Fenen
Ulysses de Oliveira Panisset
Presidente do Sinep/MG
Victor Maurício Nótrica
Presidente do Sinepe/Rio
Pré-Impressão e Impressão
Rona Editora – 31 3303-9999
Tiragem: 20.000 exemplares
A Linha Direta, consciente das questões sociais e ambientais, utiliza, na impressão desse material, papéis certificados FSC (Forest Stewardship Council). A certificação FSC é
uma garantia de que a matéria-prima advém de uma floresta manejada de forma ecologicamente correta, socialmente
adequada e economicamente viável. Impresso na RONA EDITORA Ltda – Certificada na Cadeia de Custódia – FSC.
As ideias expressas nos artigos assinados
são de responsabilidade dos autores e não
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contexto
Aprimorando
processos nas escolas
Sistema de ensino contribui para melhoria dos processos
de aprendizagem das instituições de ensino
E
ducação contemporânea, formação integral do educando,
processos inovadores para uma
aprendizagem significativa, uso da
tecnologia na educação, formação
continuada para professores. Essas
são algumas das questões discutidas pela diretora-geral do Sistema
de Ensino Dom Bosco, Cristiane
Pizzatto, e pela coordenadora
científica do Centro de Pesquisa
e Desenvolvimento em Educação
(CPDE) do Sistema de Ensino Dom
Bosco, Rosane Nicola, em entrevista à Linha Direta. Confira!
Muito se fala em formação integral do educando. Mas o que
deve ser priorizado para que, de
fato, essa formação aconteça?
A formação integral corresponde
a um conjunto de aspectos do desenvolvimento do educando que
ultrapassam a formação especificamente acadêmica de aprendizagem em cada disciplina. São
aspectos voltados aos valores morais, éticos e estéticos. Envolve,
portanto, a formação pessoal, requerendo que o educando aprenda a ser e a conviver, de modo
adequado, não só com as exigências sociais, mas também com as
de seu próprio ser.
É preciso, também, que o aluno
saiba pensar com rigor, ou seja,
aprenda a raciocinar de modo fundamentado para que possa tomar
decisões lúcidas. Finalmente, ele
precisa saber expor o seu pensar
de modo persuasivo, e isso requer
habilidades de oralidade e escrita. Trata-se de um grande desafio
para a escola e, para que tudo isso
aconteça, a instituição precisa diversificar suas formas de ensino,
indo além das aulas ministradas
e do cumprimento de conteúdos
propostos nos materiais didáticos,
por melhores que possam ser.
Por isso, entendemos que a formação integral não depende apenas de aumento de carga horária,
mas de parceria, de formação
continua­da, enfim, de compartilhamento entre escolas e comunidade, para que haja projetos
sociais e culturais que favoreçam
essa formação.
Na opinião de vocês, o que é
uma escola inovadora?
Primeiramente, para ser escola
inovadora, é preciso ter um conceito de instituição de ensino como
comunidade crítica de aprendizagem continuada. Isso para que a
escola não caia na superficialidade das mudanças e dos modismos
sem processo e sem continuidade.
É aquela que insere novas tecnologias educacionais, respeitando seu
ritmo próprio, ou seja, o tempo
pedagógico de sua comunidade –
professores, alunos e pais.
Uma escola inovadora também
avalia e ressignifica seus processos, não se permitindo cair nas
práticas burocratizadas que perderam o sentido, mas são conservadas unicamente por tradição.
Está sempre revendo sua proposta
pedagógica, de forma democrática, a partir de seus resultados.
Parece fácil, mas não é, pois, para
isso, é necessário haver um sistema de gestão que zele pelo cotidiano e, ao mesmo tempo, pelo
futuro, pesquisando as tendências
em educação, analisando e redirecionando processos.
Em que uma escola deve investir
para acompanhar as tendências
da educação contemporânea e
satisfazer aos anseios dos alunos?
Em pesquisa e formação continua­
da para seus professores e gestores. Em pesquisas de satisfação interna e externa, e sobre o
desempenho de seus alunos e professores. A
escola deve investir em formação inicial, por
meio da abertura de suas portas para o estagiário de diferentes áreas, com projetos claros
de promoção de qualidade, orientados pela
instituição.
Fotos: Divulgação
Cristiane Pizzatto, diretora-geral do Sistema de Ensino
Dom Bosco. Abaixo, Rosane Nicola, coordenadora
científica do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento
em Educação do Sistema de Ensino Dom Bosco
E, finalmente, deve investir em formação
continuada para seus professores, valorizando seus talentos. Porém, isso tudo é oneroso,
precisamos ser realistas. Nem toda escola tem
condições de manter uma estrutura que vá do
apoio à pesquisa ao planejamento de eventos
pedagógicos, ou mesmo custeá-los para seus
docentes.
Por isso, os sistemas de ensino representam
uma solução efetiva para a educação básica
contemporânea. Eles têm uma escola de referência, e seu objetivo é desenvolver, em regime de colaboração, cooperação e corresponsabilidade, a melhoria contínua dos processos
de aprendizagem de todas as escolas parceiras, ao mesmo tempo que promove a formação continuada da equipe docente.
Quando o assunto é tecnologia na educação,
as opiniões são divergentes. Há aqueles que
acreditam que ela deve ser incorporada à
prática pedagógica, para que esta se aproxime da realidade dos alunos. Outros acreditam que não são os recursos tecnológicos
que vão despertar o interesse de crianças e
jovens para os estudos. O que pensam?
Não podemos limitar a tecnologia em educação aos recursos tecnológicos, como: computadores em sala, lousa eletrônica, etc. Tecnologia em educação é, também, por exemplo,
entender de currículo, de matriz de referência de avaliação e, no mínimo, compreender
a Teo­ria de Resposta ao Item (TRI). Tudo isso
é domínio de tecnologia em educação, pois se
trata de conhecimentos técnicos envolvidos no
recente cenário educacional. Feita essa distinção, pode-se voltar à pergunta sobre recursos
tecnológicos.
Eles só terão eficácia se sua aplicação estiver
sustentada por uma proposta pedagógica clara
e consistente, caso contrário, tanto os alunos
quanto os professores tendem a
transferir suas formas de fazer já
cristalizadas para esses novos suportes.
Além de novas tecnologias, em
quais recursos as escolas devem investir para garantir uma
aprendizagem significativa?
Principalmente em recursos que
contribuam para o atendimento
personalizado do aluno, pois ele
precisa ser atendido em sua individualidade e em suas necessidades. Investir, ainda, em recursos
que promovam a diversificação
de estratégias de ensino, a fim de
atender aos diferentes estilos de
aprendizagem. É preciso investir
em comunicação digital, criando sites de relacionamento com
alunos e pais, portais, etc., pois
a escola precisa atuar em rede.
E, finalmente, investir em recursos que estabeleçam parcerias
com empresas e fundações, a fim
de formar redes sociais, pois isso
leva a instituição a desenvolver
projetos sociais e culturais com
a comunidade, garantindo uma
aprendizagem mais significativa.
Qual a proposta pedagógica do
Sistema de Ensino Dom Bosco?
A proposta pedagógica do Sistema
de Ensino Dom Bosco tem perspectiva sociointeracionista, propondo um Plano de Letramento,
por meio da descrição dos gêneros textuais presentes no material
didático de cada disciplina. Dessa
forma, amplia-se a ideia de letramento aplicada a todas as áreas.
Entendemos que, principalmente
na Educação Infantil e no Ensino
Fundamental, isso representa um
valioso ganho para a qualidade
da educação, pois, dessa forma,
ocorre melhor contextualização
e mais oportunidades de construção efetiva de conhecimentos. A
proposta pedagógica valoriza o
conhecimento de mundo do aluno: sua cultura familiar, de sua
comunidade e de seus grupos de
convívio, além da cultura de massa advinda das mídias. Assim, os
consultores que assessoram as escolas parceiras que adotam o material didático Dom Bosco são capacitados para promover a aula a
partir desses saberes para a constituição do conhecimento escolar
e a ressignificação deles.
Nossa intenção, na formação continuada, é fazer do professor um
agente de letramento e um especialista em avaliação, capaz de contextualizar os conhecimentos, para
que os alunos possam compreen­
dê-los, criticá-los e reconstruí-los
como sujeitos ativos, adquirindo
habilidades necessárias para estabelecer mudanças em seus espaços
sociais, tornando-se protagonistas
de seu momento histórico.
Que diferenciais são oferecidos?
• material didático de Educação
Infantil, Ensino Fundamental e
Ensino Médio voltado ao letramento, à interdisciplinaridade
e à aprendizagem significativa
do aluno;
• orientação contínua para a
elaboração de planejamentos,
encaminhamento de projetos
interdisciplinares e pesquisas,
adequando-se à estrutura da
escola parceira;
• jornadas pedagógicas: encontros de educadores, organizados durante o ano, em diferentes cidades do país, sob
forma de palestras e oficinas. O
propósito é oferecer oportuni-
dades de reflexão, discussão e
exploração de novas formas de
atuação pedagógica;
• assessoria pedagógica: consultores educacionais atuam na
escola, orientando o corpo docente quanto às possibilidades
de uso do material didático, por
meio de palestras, workshops,
oficinas e painéis;
• plantão escolar: presença do
consultor educacional na escola, atendendo individualmente
os professores, esclarecendo
dúvidas, sugerindo novos encaminhamentos e promovendo
novas práticas;
• reuniões de pais: a assessoria
educacional do Sistema de Ensino promove reuniões com pais
para ampliar os níveis de discussão sobre temas da área da educação. Além de propiciar que
a família se aproxime mais da
escola e acompanhe o processo
educativo escolar de seus filhos;
• congresso de gestores da escola: espaço de discussão sobre
a gestão educacional do diretor
e/ou coordenador, demandas e
trocas necessárias e importantes para o sucesso como gestor
de equipes e de currículos;
• portal de comunicação com o
cliente, pois, tanto para aspectos administrativos e de gestão
quanto para alternativas de
trabalho pedagógico, representa o principal acesso a modelos
de projetos, avaliações, textos
complementares e conteúdos
por disciplina, que facilitam a
pesquisa, otimizando tempo e
recursos. ¢
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capa
Mito do futebol
dá “show de bola”
na Educação
Atleta contribui para melhorar
qualidade de vida de crianças
e adolescentes
S
ão 14 anos de carreira. 500 jogos. Passagens por
times da Espanha, Inglaterra e Portugal. Hoje,
vestindo novamente a camisa de um time brasileiro, é um dos jogadores mais caros do país. Estamos
falando de Anderson Luís de Souza, mais conhecido
como Deco. Mas quem é o empresário que está por
trás do mito do futebol? Por que a preocupação em
desenvolver projetos sociais e por que a escolha pela
educação?
Hoje, ele mantém, em Indaiatuba, no interior de São
Paulo, o Instituto Deco20, que tem como missão contribuir para que crianças, adolescentes e famílias se
desenvolvam por meio da educação, da cultura, do
esporte e da qualificação profissional. Ele também
é sócio de um colégio localizado na mesma cidade.
“Depois de ter morado em tantos lugares, percebi
como o conhecimento é fundamental para termos
discernimento do que é certo ou errado”, diz Deco,
que recebeu a Linha Direta em sua casa para uma
entrevista exclusiva. Acompanhe!
O Deco, jogador de futebol, o mundo conhece.
Mas e o Deco empreendedor, quando nasceu?
Eu sempre me preocupei com que rumo tomar depois do futebol. Aos 35 anos, já estamos ficando velhos para jogar, mas ainda somos muito jovens para
a vida. Quando comecei a jogar, eu me espantava ao
ver que a maioria dos jogadores na faixa dos 30 anos
não tinha nenhum projeto de vida pós-futebol.
Mito del fútbol
da “show” en
la Educación
Atleta contribuye para
mejorar calidad de vida de
niños y adolescentes
S
on 14 años de carrera. 500 juegos. Jugando en
equipos de España, Inglaterra y Portugal. Hoy,
vistiendo nuevamente la camisa de un equipo brasileño, es uno de los jugadores más cotizados del país.
Estamos hablando de Anderson Luís de Souza, más
conocido como Deco. Pero, ¿quién es el empresario
que está detrás del mito del fútbol? ¿Por qué la preocupación en desarrollar proyectos sociales y por qué
ha escogido la educación?
Hoy, él mantiene, en Indaiatuba, interior de São
Paulo, el Instituto Deco20, que tiene como misión
contribuir para que niños, adolescentes y familias
se desarrollen por medio de la educación, de la cultura, del deporte y de la calificación profesional.
Él también es socio de un colegio localizado en la
misma ciudad. “Después de haber vivido en tantos
lugares, percibí cómo el conocimiento es fundamental para que consigamos tener discernimiento
de lo que es correcto o equivocado”, dice Deco,
que recibió a Linha Direta en su casa para una entrevista exclusiva. ¡Véala aquí!
Instituto Deco20 atende crianças e adolescentes // Instituto Deco20 atiende niños y adolescentes
Sua participação em projetos sociais também vem
dessa época?
Deco, al jugador de fútbol, todo el mundo lo conoce. Pero, el Deco emprendedor, ¿cuándo nació?
Esse lado social faz parte da minha natureza. Sempre
tive vontade de fazer algo diferente pelas pessoas,
principalmente pelas crianças. Foi ajudando algumas instituições que percebi que as oportunidades
não são iguais para todos. Assim, há uns cinco anos,
surgiu a ideia de criar um instituto para oferecer esporte, lazer e formação. Mas só consegui colocar em
prática há três anos. Eu queria retribuir um pouco do
que a vida me deu, oferecendo uma oportunidade
às crianças.
Yo siempre me preocupé con qué rumbo tomar después del fútbol. A los 35 años, ya estamos poniéndonos viejos para jugar, pero aún somos muy jóvenes
para la vida. Cuando empecé a jugar, yo me sorprendía al ver que la mayoría de los jugadores alrededor
de los 30 años no tenía ningún proyecto de vida post
fútbol.
O que o Instituto oferece?
Ese lado social es parte de mi naturaleza. Siempre
tuve ganas de hacer algo diferente por las personas,
principalmente por los niños. Fue ayudando algunas
instituciones que observé que las oportunidades no
son iguales para todos. Así, hace unos cinco años, surgió la idea de crear un instituto para ofrecer deporte, diversión y formación. Pero sólo pude conseguir
colocar en práctica esto hace tres años. Yo quería
retribuir un poco de lo que la vida me dio, ofreciendo
una oportunidad a los niños.
Atendemos crianças e jovens dos seis aos 17 anos.
Nosso maior projeto é o que chamamos de Local de
Talentos, em que crianças dos seis aos 12 anos fazem várias atividades, como futebol, basquete, vôlei, dança, música e teatro, além de aulas de reforço
escolar e informática. Incentivamos a criatividade,
o talento e a descoberta de gostos e habilidades. A
proposta é que a criança vá descobrindo o seu talento e, depois, possa se especializar em uma das
áreas. Também temos um programa de atendimento
às famílias, realizado em parceria com o Sesi.
Outro grande sonho é o Projeto de Formação, que
consiste em oferecer cursos profissionalizantes. Ele é
caro e, por isso, precisamos do apoio de empresas.
Por essa razão, hoje, encaminhamos alguns alunos
para entidades que oferecem esse serviço. Em todas
as atividades envolvidas neste projeto, procuramos
¿Su participación en proyectos sociales también
viene de esa época?
¿Qué ofrece el Instituto?
Atendemos niños y jóvenes entre seis y 17 años. Nuestro mayor proyecto es al que llamamos de Local de
Talentos, en que niños entre seis y 12 años hacen varias actividades, como fútbol, baloncesto, voleibol,
baile, música y teatro, además de clases de apoyo
escolar e informática. Incentivamos la creatividad, el
talento y la descubierta de gustos y habilidades. La
oferecer as melhores condições e o mais elevado padrão de qualidade. Um exemplo disso é a associação
da Umbro, desde o primeiro dia.
Hoje você se responsabiliza por manter o Instituto?
Eu construí toda a infraestrutura em um terreno
meu. Nos dois últimos anos, tivemos uma série de
dificuldades. Mas, como optamos por continuar,
mantive tudo sozinho, com a ajuda de pequenas receitas geradas pelo aluguel de quadras e do teatro
no período em que não há atividades. Há um ano, a
prefeitura vem ajudando com o transporte, que é um
custo alto, pois buscamos as crianças nos bairros e as
levamos para o Instituto. Recentemente, começaram
a aparecer alguns apoios, como o da Unimed/Rio.
Qual é a sua expectativa?
Que o instituto seja autossustentável. Temos uma série de outros projetos que não podem ser colocados
em prática por falta de verba. Um deles é o Mestre
de Oficina, voltado para o primeiro emprego. Nem
todos serão bons jogadores de futebol ou terão talento para a música, o teatro ou a dança. Temos que
dar outras oportunidades a eles. Por isso, a captação
de recursos é essencial nesta fase, e estamos prontos
para apresentar soluções de investimento a empresas que queiram se associar ao nosso projeto, certos
de que lhes traremos retorno para além do natural
aumento de notoriedade e prestígio.
A que você atribui essa dificuldade financeira?
Acredito que o ser humano é solidário em sua essência, principalmente o brasileiro. Mas, às vezes,
sinto certo comodismo. Se as pessoas se envolvessem mais, procurando saber o que as instituições
estão fazendo, quantos são os beneficiados, como
está sendo gasto o dinheiro, acho que duas coisas
não aconteceriam: desvio de verbas por parte de
algumas fundações, o que é absurdo, e também a
desigualdade de recursos, umas com tanto e outras
com tão pouco ou nada.
Você acredita que a educação também se dá através do esporte?
Sim, se transmitirmos valores. Percebemos a diferença nas crianças que chegaram ao Instituto há três
anos. Hoje elas são mais bem-educadas, mais escla-
propuesta es que el niño vaya descubriendo su talento y, después, pueda especializarse en una de las
áreas. También tenemos un programa de atención a
las familias, realizado en conjunto con el Sesi.
Otro gran sueño es el Projeto de Formação, que consiste en ofrecer cursos para profesionalizar. Éste es
caro y, por eso, precisamos del apoyo de empresas.
Por esta razón, hoy, derivamos algunos alumnos para
entidades que ofrecen este servicio. En todas las actividades involucradas en este proyecto, buscamos
ofrecer las mejores condiciones y el más elevado padrón de calidad. Un ejemplo de esto es la asociación
de la Umbro, desde el primer día.
¿Hoy usted se responsabiliza por mantener el Instituto?
Yo construí toda la infraestructura en un terreno de
mi propiedad. En los dos últimos años, tuvimos una
serie de dificultades. Pero, como optamos por continuar, mantuve todo solo, con la ayuda de pequeños
presupuestos generados por el alquiler de canchas y
del teatro en el período en que no hay actividades.
Hace un año que la municipalidad viene ayudando
con el transporte, que es un costo alto, pues buscamos a los niños en los barrios y los llevamos para
el Instituto. Recientemente, comenzaron a aparecer
algunos apoyos, como el de Unimed/Rio.
¿Cuál es su expectativa?
Que el instituto sea autosostenible. Tenemos una serie de otros proyectos que no pueden ser colocados
en práctica por falta de recursos. Uno de ellos es el
de Mestre de Oficina, orientado para el primer empleo. Ni todos serán buenos jugadores de fútbol o
tendrán talento para la música, el teatro o la danza. Tenemos que dar otras oportunidades para ellos.
Por esto, la captación de recursos es esencial en esta
fase, y estamos preparados para presentar soluciones
de inversión para empresas que quieran asociarse a
nuestro proyecto, pensando en que les traeremos resultados superiores al natural aumento de notoriedad
y prestigio.
¿A qué usted atribuye esta dificultad financiera?
Pienso que el ser humano es solidario en su esencia,
principalmente el brasileño. Pero, a veces, siento
cierto acomodamiento. Si las personas se involu-
crasen más, procurando saber qué las instituciones
están haciendo, cuántos son los beneficiados, cómo
está siendo gastado el dinero, pienso que dos cosas
no sucederían: desvío de valores por parte de algunas fundaciones, lo que es absurdo, y también la desigualdad de recursos, unas con tanto y otras con tan
poco o nada.
¿Usted cree que la educación también se da a través del deporte?
Sí, si transmitimos valores. Observamos la diferencia
en los niños que llegaron al Instituto hace tres años.
Hoy ellos son mejor educados, con más visión, con la
autoestima más elevada y más felices. Esto es lo que
hace que todo valga la pena.
Deco, atleta e empresário //
Deco, atleta y empresario
recidas, com a autoestima mais elevada e mais felizes. Isso é que faz tudo valer a pena.
E a tecnologia, contribui para a educação?
Sem dúvida. Não temos como fugir das novas tecnologias. Nossos filhos já nascem no mundo informatizado e, se a escola não fizer a mesma coisa, ela se
manterá em uma distância muito grande. Por outro
lado, imagino que é muito mais complicado dar aula
hoje. O professor, muitas vezes, não tem o mesmo
tempo do aluno para navegar na internet, ler as últimas notícias do mundo. Acredito que esse é um grande desafio para eles.
No Instituto, temos um grande suporte nessa área,
tanto para professores quanto para estudantes, que
são as lousas eletrônicas da Clasus [empresa fabricante de softwares interativos e lousas eletrônicas].
Com elas, a aprendizagem se torna mais significativa
para os alunos.
O que mudou na aprendizagem deles?
O ganho maior foi para as crianças de até 10 anos. Raras tinham acesso a computador. A própria sala de informática foi uma novidade e ajudou muito no desenvolvimento delas. Com a lousa, até eu tenho vontade
de assistir às aulas. Óbvio que a formação do professor é fundamental, mas a ferramenta é fantástica.
Permite gravar a aula e buscar conteúdos na internet
rapidamente, além de muitas outras facilidades.
Y la tecnología, ¿contribuye para la educación?
Sin dudas. No tenemos como escapar de las nuevas
tecnologías. Nuestros hijos ya nacieron en un mundo informatizado y, si la escuela no hiciera la misma
cosa, ella se mantendría a una distancia muy grande.
Por otro lado, imagino que es mucho más complicado
dar clases hoy. El profesor, muchas veces, no tiene
el mismo tiempo que el alumno para navegar en la
internet, leer las últimas noticias del mundo. Creo
que este es un gran desafío para ellos.
En el Instituto, tenemos un gran soporte en esta
área, tanto para profesores como para estudiantes,
que son las pantallas electrónicas de Clasus [empresa fabricante de softwares interactivos y pantallas
electrónicas]. Con ellas, el aprendizaje se torna más
significativo para los alumnos.
¿Qué cambió en el aprendizaje de ellos?
El beneficio mayor fue para los niños de hasta 10
años. Pocos tenían acceso a una computadora.
La propia sala de informática fue una novedad y
ayudó mucho en el desarrollo de éstas. Con las
pantallas, hasta yo tengo ganas de concurrir a las
clases. Es obvio que la formación del profesor es
fundamental, pero la herramienta es fantástica.
Permite gravar la clase y buscar contenidos en la
internet rápidamente, además de muchas otras
facilidades.
¿Por qué optó por invertir en las pantallas electrónicas y en Clasus?
Por que optou por investir nas lousas eletrônicas
e na Clasus?
Em Portugal, eu fiz trabalhos de publicidade para a
Clasus e me tornei amigo do presidente da empresa. Com a criação do Instituto, ele nos ofereceu as
lousas e treinou os professores. Logo, surgiu a ideia
de trazer a empresa para o Brasil. Isso foi há dois
anos. Hoje, também aqui no Brasil, a Clasus é uma
organização única no setor da pedagogia e das tecnologias para a educação, e fico feliz em participar
deste processo, que permite uma maior diversidade
dos meus investimentos, agregando valor aos meus
projetos sociais e à educação no nosso país.
Voltando a falar do Deco empresário, que nasceu
no início da carreira e vem amadurecendo ao longo dos anos, por que investir na educação?
Com a criação do Instituto, conhecemos o professor
Norberto [Comune], da Faculdade Anhanguera, e ele
percebeu que, em Indaiatuba, havia demanda para
um colégio. No início, fui contra, pois era uma área
desconhecida pra mim e, de certa forma, prefiro fazer o que domino. Só que a ideia foi se desenvolvendo e acabei gostando. Mas pensei: “Se vamos fazer,
tem que ser diferente”. Assim surgiu o projeto do
Colégio Polo Educacional, com uma educação diferenciada.
Você acredita no poder da educação?
Acredito. Depois de ter morado em tantos lugares,
percebi como o conhecimento é fundamental para
termos discernimento do que é certo ou errado. Minha educação foi boa, sempre gostei de estudar, independentemente de jogar ou não. Isso fez diferença. Sem contar a educação que vem dos pais, que é
fundamental para a formação.
En Portugal, hice trabajos de publicidad para Clasus
y me torné amigo del presidente de la empresa.
Con la creación del Instituto, él nos ofreció las pantallas y entrenó a los profesores. Después, surgió
la idea de traer a la empresa para Brasil. Esto fue
hace dos años. Hoy, también aquí en Brasil, Clasus
es una organización única en el sector de la pedagogía y de las tecnologías para la educación, y
estoy feliz por poder participar de este proceso,
que permite una mayor diversidad de mis inversiones, agregando valor a mis proyectos sociales y a la
educación en nuestro país.
Volviendo a hablar del Deco empresario, que nació
a principio de la carrera y viene madurando a lo
largo de los años, ¿por qué invertir en educación?
Con la creación del Instituto, conocimos al profesor
Norberto [Comune], de la Facultad Anhanguera, y él
observó que, en Indaiatuba, había demanda para un
colegio. Al comienzo, estaba en contra, pues era un
área desconocida para mí y, de cierta forma, prefiero
hacer lo que domino. Sólo que la idea fue desarro­
llándose y me terminó gustando. En tanto, pensé: “Si
lo vamos a hacer, debe ser diferente”. Así surgió el
proyecto del Colegio Polo Educacional, con una educación diferente.
¿Usted cree en el poder de la educación?
Si, creo. Después de haber vivido en tantos lugares,
percibí cómo el conocimiento es fundamental para
que consigamos tener discernimiento de lo que es
correcto o equivocado. Mi educación fue buena,
siempre me gustó estudiar, independientemente de
jugar o no al fútbol. Esto hizo la gran diferencia. Sin
contar la educación que viene de los padres, que es
fundamental para la formación.
Vivendo muito tempo fora, você viu diferença entre a educação brasileira e a de países europeus?
Viviendo mucho tiempo fuera, ¿usted vio diferencia entre la educación brasileña y la de países
europeos?
Minha filha Yasmim estudou fora do Brasil, e eu não
vi diferença. A não ser no acesso. Em outros países, a
educação é para todos. Acredito que o professor não
pode e não deve mudar a sua essência e a sua importância no processo de aprendizagem. A atualização do profissional e a forma de ensinar têm que ser
preocupações constantes. É preciso estar em sintonia
com os alunos. ¢
Mi hija Yasmim estudió fuera de Brasil, y yo no observé diferencia. A no ser en referencia al acceso. En
otros países, la educación es para todos. Creo que el
profesor no puede y no debe cambiar su esencia y su
importancia en el proceso de aprendizaje. La actualización del profesional y la forma de enseñar tienen
que ser preocupaciones constantes. Es preciso estar
en sintonía con los alumnos. ¢
espaço ibero-americano
espacio iberoamericano
Lacunas na
educação
Uma visão do ex-ministro da
Educação de Portugal,
Roberto Carneiro, sobre a
realidade educacional
F
alta de acesso à educação, de competência e
habilidade para o uso de computadores em sala
de aula e desintegração das comunidades educativas. Essas são algumas falhas da educação contemporânea, na visão do educador e ex-ministro
da Educação de Portugal, Roberto Carneiro. O
desafio, segundo ele, é obter sucesso no ensino e
na formação profissional. Para isso, é preciso integrar os três níveis de desenvolvimento: humano
(pessoal), social (as competências comunitárias)
e econômico (as competências de produtividade
e empregabilidade). Para se inteirar mais sobre o
assunto, acompanhe a entrevista, concedida, com
exclusividade, à Linha Direta.
O que o senhor avalia como ponto positivo da
educação contemporânea?
Ela está muito mais sensível às necessidades de
reconhecer as especificidades de cada aluno.
E quais são as falhas?
A primeira é a do acesso; a segunda, a das competências e habilidades para o uso de computadores em sala de aula. Às vezes, os educadores são
muito individualistas, não querem prestar contas
a ninguém. Mas eles têm que trabalhar em equipe, e os que têm competência têm que ajudar os
Brechas en
la educación
Una visión del ex-ministro de
Educación de Portugal,
Roberto Carneiro, sobre la
realidad educativa
F
alta de acceso a la educación, de competencia
y habilidad para el uso de computadoras en
clase y desintegración de las comunidades educativas. Esas son algunas fallas de la educación
contemporánea, desde el punto de vista del educador y ex-ministro de Educación de Portugal, Roberto Carneiro. El desafío, según él, es obtener
éxito en enseñanza y formación profesional. Para
esto, es preciso integrar los tres niveles de desa­
rrollo: humano (personal), social (las competencias comunitarias) y económico (las competencias
de productividad y empleabilidad). Para enterarse más en referencia al asunto, vea la entrevista,
concedida, con exclusividad, a Linha Direta.
¿Qué aspecto usted evalúa como punto positivo
de la educación contemporánea?
La educación está mucho más accesible a las
necesidades de reconocer las especificidades de
cada alumno.
¿Cuáles son las brechas?
La primera es la brecha del acceso; la segunda,
la de las competencias y habilidades para el uso
de las computadoras en clase. A veces, los educadores son muy individualistas, no quieren prestar cuentas a nadie. Pero tienen que trabajar en
equipo, y los que tienen las competencias tienen
que ayudar a aquellos que no las tienen. La brecha
digital está aumentando el gap entre Latinoamérica y el resto del mundo, entre personas de una
misma ciudad y, en la escuela, entre los alumnos,
que son nativos digitales, y los profesores, que son
inmigrantes. Eso es muy grave. La tercera brecha
es de fractura en las comunidades educativas. Tienen que ser más coerzas y fuertes para ofrecer a
sus alumnos una educación consistente.
¿Qué debe ser hecho?
Roberto Carneiro, ex-ministro da Educação de Portugal //
Roberto Carneiro, ex-ministro de Educación de Portugal
outros. A brecha digital está aumentando o gap
entre a América Latina e o resto do mundo, entre
pessoas de uma mesma cidade e, na escola, entre
os alunos, que são nativos digitais, e os professores, que são imigrantes. Isso é muito grave. A
terceira lacuna é de desintegração das comunidades educativas. Essas têm que ser mais coesas e
fortes para oferecer a seus alunos uma educação
consistente.
O que deve ser feito?
Temos que ter sucesso em educação e formação
profissional; trabalhar melhor a formação humana
e cultural do aluno. É preciso integrar as escolas
às comunidades, a outras instâncias que também
educam na sociedade, como os meios de comunicação social, as igrejas e organizações culturais. É
preciso integrar os três níveis de desenvolvimento:
humano (pessoal), social (as competências comunitárias) e econômico (as competências de produtividade e empregabilidade).
A América Latina é muito desigual. A equidade é
um grande desafio para as cidades latino-americanas, o que se pode atingir com essa integração,
Tenemos que llegar a lograr educación y forma­
ción profesional; trabajar mejor la formación humana y cultural del alumno. Es preciso integrar las
escuelas a las comunidades, a otras instancias que
también educan en la sociedad, como los medios
de comunicación social, las iglesias y organizaciones culturales. Es preciso integrar los tres niveles
de desarrollo: humano (personal), social (las competencias comunitarias) y económico (las competencias de productividad y empleabilidad).
Latinoamérica es muy desigual. La equidad es un
gran reto para las ciudades latinoamericanas, lo
que se puede alcanzar con esa integración, y no
formando algunos para las profesiones manua­les,
otros para las intelectuales. No formar algunos
para ser los seguidores, otros para ser los nobles.
Es importante dar la misma oportunidad para todos los niños, para que alcancen lo máximo en
función de sus méritos, y no en función de su condición económica y social.
Paulo Freire, un gran maestro con quién trabajé
10 años en Brasil, decía que, aunque el acto de
aprendizaje sea individual, él es un acto de diálogo con el mundo. Hablar con los otros y construir
comunidades, familia y amigos. Esa es una condición de supervivencia del hombre.
¿Cómo crear esa cultura?
Tenemos que comenzar por la formación inicial
del profesor. El problema es que estamos prepa-
e não formando uns para as profissões manuais,
para serem os servos, e outros para as intelectuais, para serem os nobres. É importante dar a
mesma oportunidade para todos, para que alcancem o máximo em função de seus méritos, e não
em função de sua condição econômica e social.
Paulo Freire, um grande mestre com quem trabalhei 10 anos no Brasil, dizia que, apesar de o ato
de aprendizagem ser individual, ele é um ato de
diálogo com o mundo. Falar com os outros e construir comunidades, família e amigos. Essa é uma
condição de sobrevivência do homem.
E como criar essa cultura?
Temos que começar pela formação inicial do professor. O problema é que estamos preparando-os como
se fosse para o século XIX, e não para o século XXI.
Eles se preparam nas universidades e, quando chegam às instituições de ensino, têm um choque, pois
se deparam com uma escola que, para eles, não é a
real. Os educadores devem ter uma formação continuada, para que sejam os primeiros aprendizes ao
longo da vida. Eles não podem estar na retaguarda,
e sim na vanguarda de uma formação para toda a
vida. Este é um grande desafio: os professores também devem aprender, e não apenas ensinar.
É preciso transformar a educação ou os educadores?
Costumo dizer que os pais, que são avaros do tempo, que não têm tempo disponível para seus filhos,
são maus educadores. Os professores avaros, que
não têm tempo para seus alunos, também não são
bons educadores. É preciso ser generoso com o
tempo, dedicar-se a acompanhar a “viagem” dos
alunos. Há pais que acompanham os filhos à escola, com medo de que sejam atropelados ou raptados. Essa é uma viagem exterior. Mas a grande
viagem é a interior, a da alma, da maturidade,
da aquisição de valores. O educador, seja pai ou
professor, tem que ter tempo para acompanhar as
experiências, as viagens interiores dos jovens. Isso
é transformar.
Transformar uma pessoa é como fazer uma pedra
bruta tornar-se um diamante. Não existe educação
sem transformação. O grande desafio é conseguir
seduzir o aluno para que ele se transforme inte-
rándolos como si fuese para el siglo XIX, y no para
el siglo XXI. Ellos se preparan en las universidades
y, cuando llegan a las escuelas, tienen un colapso,
pues se deparan con una escuela que, para ellos,
no es la real. Los educadores deben tener una formación continuada, para que sean los primeros
aprendices a lo largo de la vida. Ellos no pueden
estar en la retaguardia, sino que en la vanguardia
de una formación para toda la vida. Este es un
gran desafío: los profesores también deben aprender, y no apenas enseñar.
Não existe educação sem
transformação. // No existe
educación sin transformación.
¿Es preciso transformar la educación o los educadores?
Suelo decir que los padres, que son avaros del
tiempo, que no tienen tiempo disponible para
sus hijos, son malos educadores. Los profesores
avaros, que no tienen tiempo para sus alumnos,
también no son buenos educadores. Es preciso ser
generoso con el tiempo, dedicarse a acompañar
el “viaje” de los alumnos. Hay padres que acompañan a los hijos a la escuela, con miedo de que
sean atropellados o raptados. Ese es un viaje exterior. Pero, el gran viaje es al interior, el del alma,
de la madurez, de la adquisición de valores. El
educador, sea padre o profesor, tiene que tener
tiempo para acompañar las experiencias, los viajes interiores de los jóvenes. Eso es transformar.
Transformar a una persona es como hacer una piedra bruta transformarse en un diamante. No existe educación sin transformación. El gran desafío
es conseguir conquistar al alumno para que él se
transforme interiormente, sea mejor hijo, mejor
alumno, mejor amigo.
¿Qué son los cuatro movimientos que usted atribuye al aprendizaje?
El primer movimiento es como se transforman datos
en información. Segundo, como esta se transforma
riormente, seja melhor filho, melhor aluno, melhor amigo.
Quais são os quatro movimentos que o senhor
atribui à aprendizagem?
O primeiro movimento é como se transformam dados em informação. Segundo, como esta se transforma em conhecimento. Terceiro, como este gera
aprendizagem, que não é o acúmulo de conhecimento, é o fluxo dele com valor agregado, com
construção de sentido. Então, o quarto movimento
é gerar sentido para a aprendizagem, a qual conduz à plenitude, pois ninguém é feliz se não tem
uma ideia clara de sua missão, de suas metas, de
seus objetivos pessoais e de como chegar a eles.
Qual o impacto das Tecnologias da Informação e
Comunicação (TICs) na sociedade?
A sociedade informacional nos transforma em recebedores de informação. Somos impactados por ela,
mas temos capacidade de digeri-la. Por outro lado,
a comunicação é muito mais importante, como, por
exemplo, aprender a utilizar a Web 2.0 para melhor
se comunicar com os pais e as comunidades. Um
grande desafio das TICs é que a Web 2.0 seja o habitat natural da educação e da comunicação, pois,
quando não há um bom relacionamento, uma boa
comunicação, não há ensinamento.
O que o senhor pensa sobre os nativos e imigrantes digitais?
Um nativo digital é muito hábil, muito rápido em
utilizar a tecnologia. Mas não tem a sabedoria
para usá-la em seu proveito. O professor tem a
responsabilidade de acompanhar seu aluno, ainda que seja um imigrante digital. Eu pergunto aos
meus estudantes de Comunicação, por exemplo,
três fatos importantes do ano anterior, e eles não
conseguem me responder. Cada dia, tudo é importante, e nada também o é.
A tecnologia uniformiza. Uma criança chinesa e
uma latino-americana ou europeia, diante de um
computador, têm o mesmo comportamento. Por
outro lado, a cultura as diferencia. Não é que a
cultura vença a tecnologia ou vice-versa. Nessa
corrida, digo que temos um mundo plano, igual
para toda a gente. ¢
en conocimiento. Tercero, como este genera aprendizaje, que no es la acumulación de conocimiento,
es el flujo de conocimiento con valor agregado, con
construcción de sentido. Entonces, el cuarto movimiento es generar sentido para el aprendizaje, que
conduce a la plenitud, pues nadie es feliz si no tiene una idea clara de su misión, de sus metas, de sus
objetivos personales y de cómo llegar a ellos.
¿Cuál es el impacto de las Tecnologías de la Información y Comunicación (TICs) en la sociedad?
La sociedad informacional nos transforma en receptores de información. Somos impactados por ella,
pero tenemos capacidad de digerirla. Por otro lado,
la comunicación es mucho más importante, como,
por ejemplo, aprender a utilizar la Web 2.0 para comunicarse mejor con los padres y las comunidades.
Un gran desafío de las TICs es el que la Web 2.0 sea el
hábitat natural de la educación y de la comunicación,
pues cuando no hay un buen relacionamiento, una
buena comunicación, no hay aprendizaje.
... gerar sentido para a aprendizagem,
a qual conduz à plenitude... //
... generar sentido para el aprendizaje,
que conduce a la plenitud...
¿Qué piensa sobre los nativos e inmigrantes digitales?
Un nativo digital es muy hábil, muy rápido en utilizar
la tecnología. Pero no tiene la sabiduría de utilizarla
en su provecho. El profesor tiene la responsabilidad
de acompañar su alumno, aunque sea un inmigrante
digital. Yo pregunto a mis alumnos de Comunicación,
por ejemplo, tres hechos importantes del año pasado, y ellos no tienen la capacidad de contestar. Cada
día, todo es importante, y nada también lo es.
La tecnología uniformiza. Un niño chino y un latinoamericano o europeo, delante de una computadora, tienen el mismo comportamiento. Por otro lado,
la cultura hace la diferencia. No es que la cultura
venza a la tecnología o viceversa. En esa competición, digo que tenemos un mundo plano, igual para
toda la gente. ¢
intratexto
Fidelização
Carla Tavares*
Uma ferramenta de captação em instituições de ensino
O
Alexey Klementiev
marketing tem várias definições. Uma delas, que caracteriza bem seu escopo dentro do
segmento de serviços, é a de Kotler e Armstrong (1999): “Market­
ing é a entrega de satisfação para
o cliente em forma de benefício”.
Tangibilizar o benefício gerado por
um serviço passa pela experiência.
Logo, todos os pontos de contato
da organização com o cliente são
responsáveis pela construção dessa
percepção. Isso significa que, em
instituições de ensino, todos os colaboradores têm responsabilidade
sobre essa entrega - a telefonista, o
porteiro, a equipe administrativa, a
coordenação pedagógica, a direção
e, principalmente, o professor, em
seu dia a dia, na sala de aula.
A balança entre a captação e a fidelização é um desafio dentro do segmento educacional. Muitas vezes,
ficamos preocupados com os novos
alunos que temos de captar e nos
esquecemos de verificar se nossos
atuais alunos estão satisfeitos. Entretanto, segundo Kotler, é cerca
de cinco a sete vezes mais barato fidelizar do que conquistar um
novo cliente. Além disso, pesquisas
americanas mostram que um cliente insatisfeito influencia outros 13,
enquanto um satisfeito influencia
cinco. Nossos atuais alunos, pais e
famílias têm, cada vez mais, papel
fundamental no processo de captação de novos clientes.
O marketing de relacionamento em
instituições de ensino não tem um
processo estruturado. É difícil encontrar, em uma escola, um banco de dados de clientes (database
marketing) bem organizado ou um
sistema que gerencie o relacionamento com sua clientela, como as
ferramentas de CRM (Customer Relationship Management).
Ainda resultado de pesquisa de
uma consultoria americana, “95%
dos clientes insatisfeitos não formalizam uma reclamação, simplesmente deixam de ser clientes” e,
de acordo com Bill Gates, “seus
clientes insatisfeitos são sua maior
fonte de aprendizado”. Desse
modo, monitorar redes sociais, rea­
lizar pesquisas de satisfação, pesquisar ex-clientes, criar uma área
de ouvidoria, além de utilizar ferramentas de database marketing e
CRM, podem ser, também, importantes iniciativas para que a instituição tenha condições de avaliar
a percepção de sua clientela sobre
a entrega de seu serviço, possibilitando a identificação do perfil de
seu cliente e a proposição de ações
mais adequadas, que criem um vínculo maior de credibilidade.
Apesar de estarem em um estágio
anterior, é importante ressaltar
que é crescente o número de instituições de ensino que buscam uma
maior profissionalização de seu negócio, seja por meio da qualificação de sua gestão/seus gestores ou
da contratação de consultorias técnicas que possam auxiliá-las nesse
processo. Um fato é certo: a competitividade nos faz repensar a forma de atuar e nos direciona a “sair
do lugar comum” e trilhar novos
caminhos. Como diz Bernardinho,
técnico da Seleção Brasileira de Vôlei: “A vontade de se preparar tem
que ser maior do que a vontade de
vencer. Vencer será conse­quência
da boa preparação”. ¢
*Administradora de Empresas pela
PUC-MG, especialista em Administração Financeira pela Fundação
Dom Cabral e gerente de Marketing
da Rede Pitágoras
www.redepitagoras.com.br
72
Revista Linha Direta
reflexão
As escolas precisam
celebrar o Natal
Paulo H. Souza*
“A vida é a arte do encontro, embora haja tantos
desencontros pela vida.” (Vinicius de Moraes)
A
s escolas, como espaço da
construção do conhecimento, precisam revigorar a comemoração do Natal. O Natal é pedagógico! Um menino simples,
numa manjedoura, nos comunica a importância da simplicidade que, no mundo ocidental
cristão, divide o calendário. Sua
mística é muito mais profunda
do que o consumismo que impera no imaginário da geração
pós-moderna e narcisista. Jesus
Menino nos ensina o aprender a
aprender. Ele, divino, aprendeu
a ser humano e nos ensinou o
significado da humildade, nascendo em uma simples gruta e
sendo acolhido pelos pastores e
aldeões de Belém.
O Natal é teológico, pois nos
ensina a lógica de Deus (Teo) Emanuel (Deus Conosco). Jesus
Menino nos ensina o aprender
a fazer. Deus presente e Deus
presença. Aprendemos a fazer
desta época o momento do reencontro com a luz, que nos
conduz à essência. Natal permite o aprender a conviver.
O Natal é humanismo! Vai além
do Papai Noel com suas renas vo-
adoras, da correria nos shoppings
centers em busca de presentes
e iguarias diversificadas. Natal é
pedagogia da presença, e não somente coisas e coisificação.
O Natal é sociológico, pois une
culturas, propicia tratados de
paz, reanima indivíduos, instituições e nações inteiras em torno
de um reencantamento do mundo. O Natal é a festa que consegue transformar o solitário em
solidário, gerando interação e relação. Tempo de focar na cultura
da solidariedade, da sustentabilidade e na educação para a paz.
As escolas precisam celebrar o
Natal para valorizar a vida, resgatar o ser frente ao ter, revigorar a sociabilidade frente ao
individualismo e personalismo.
O Natal é simbólico! A simbologia natalina é marcada por
sinais de paz, como: a árvore,
que representa a vida renovada, o nascimento de Jesus; os
presentes, que guardam relação com as ofertas dos três reis
magos; as velas, que indicam a
luz de Cristo, o qual trouxe uma
mensagem de vida plena para
o mundo. A estrela representa a esperança dos Reis Magos
em encontrar o local (estábulo)
onde nasceu Jesus; o presépio
busca refazer as cenas do nascimento de Jesus. O primeiro
a armar um presépio foi São
Francisco de Assis, em 1223.
Esse homem, de pés descalços
e coração no céu, nos ensinou a
ser instrumentos da paz, instrumentos de Deus, luzes de Natal.
Natal é sinfonia de afeto. Sintonia de almas. Sinergia de corpos
que se abraçam e constroem recomeços. Sinal de novas alianças entre céus e terras. Natal é
SIM de Marias e Josés, mulheres
e homens de pés, que caminham
rumo a um mundo novo.
As escolas precisam celebrar o
Natal! Para que os estudantes,
educadores e famílias se abracem, se encontrem, se perdoem, se olhem e se tornem comunidade educativa onde a vida
é mais! ¢
*Professor e coordenador-geral de
A Vida é Mais – Educação e Valores
www.avidaemais.com.br

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