UM BRASILEIRO NO COMANDO DA OEI UN

Transcripción

UM BRASILEIRO NO COMANDO DA OEI UN
LD
Linha Direta
EDUCAÇÃO POR ESCRITO
UM BRASILEIRO NO
COMANDO DA OEI
// UN BRASILEÑO AL
COMANDO DE LA OEI
Novo secretário-geral da Organização, Paulo
Speller, fala sobre os principais desafios da
educação ibero-americana nos próximos
anos // Nuevo secretario general de la
Organización, Paulo Speller, habla sobre
los principales desafíos de la educación
iberoamericana en los próximos años
PROJETO PAULO
FREIRE // PROYECTO
PAULO FREIRE
Mobilidade acadêmica na Ibero-América //
Movilidad académica en Iberoamérica
PMIES
O panorama perante as mudanças no Fies
MODELO
Educação no Extremo Oriente
GESTÃO
Cinco forças
do líder
César Souza
RESPONSABILIDADE
SOCIAL
EXAME DA OAB
Lucieudo Ferreira
Flávio Corrêa Maciel
Educação inclusiva
EDIÇÃO 205 . ANO 18 . ABRIL 2015
Preparação como
palavra de ordem
EDITORIAL
POR LA
PELA
INTEGRAÇÃO DA INTEGRACIÓN DE
IBERO-AMÉRICA IBEROAMÉRICA
Marcelo Chucre,
presidente da
Linha Direta
Edson Dutra
A Organização dos Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a
Cultura (OEI) tem, pela primeira vez,
um brasileiro como secretário-geral.
Com longa experiência no setor educacional, Paulo Speller chega para seu
mandato de quatro anos prometendo
prosseguir com o cumprimento das
Metas Educativas 2021: a Educação Que
Queremos para a Geração dos Bicentenários. A matéria de capa da Linha Direta
deste mês traz uma entrevista exclusiva
com Speller, que, entre outros temas,
falou também sobre a importância de
se desenvolverem estratégias voltadas
para a união das nações ibero-americanas, bem como para a valorização da
cultura de seus povos. A entrevista com
o secretário-geral traça também um
panorama do cenário educacional na
região e aborda o Projeto Paulo Freire
de Mobilidade Acadêmica para Estudantes de Programas Universitários de
Formação de Professores, que visa a
desenvolver o intercâmbio de profissionais da educação entre os países da
Ibero-América. Essa edição traz ainda
outras informações sobre esse Projeto
no pilar Espaço Ibero-americano. Vale
a pena conferir!
LD
Linha Direta
EDUCAÇÃO POR ESCRITO
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EDIÇÃO 205 | ANO 18 | ABRIL | 2015
Editores
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Senna, Maria da Gloria Paim Barcellos, Maria Nilene Badeca da Costa,
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Consultor em Gestão Estratégica
Revisora/Preparadora de Texto
e Responsabilidade Social
Cibele Silva
Marcelo Freitas
La Organización de los Estados Iberoamericanos para la Educación, la Ciencia y la
Cultura (OEI) tiene, por primera vez, un
brasileño como secretario general. Con
larga experiencia en el sector educacional, Paulo Speller llega para su mandato
de cuatro años prometiendo proseguir
con el cumplimiento de las Metas Educativas 2021: la Educación Que Queremos
para la Generación de los Bicentenarios.
La materia de tapa de Linha Direta de
este mes trae una entrevista exclusiva
con Speller, que, entre otros temas, habló
también sobre la importancia de desarrollarse estrategias direccionadas para
la unión de las naciones iberoamericanas, así como para la valorización de la
cultura de sus pueblos. La entrevista con
el secretario general establece también
un panorama del escenario educacional
en la región y aborda el Proyecto Paulo
Freire de Movilidad Académica para
Estudiantes de Programas Universitarios
de Formación de Profesores, que busca
desarrollar el intercambio de profesionales de la educación entre los países de
Iberoamérica. Esta edición trae incluso
otras informaciones sobre este Proyecto
en el pilar Espacio Iberoamericano. ¡Vale
la pena ver!
Tradutores/Revisores de Espanhol
Consultora para o Ensino Superior
Gustavo Costa Fuentes
Maria Carmen T. Christóvão
Green Word Language Services
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CAPA
UM BRASILEIRO
NO COMANDO
DA OEI
Novo secretário-geral da Organização,
Paulo Speller, fala sobre os principais
desafios da educação ibero-americana
nos próximos anos
Equipe //
Equipo
Linha Direta
UN BRASILEÑO
AL COMANDO
DE LA OEI
Fotos: Rafael Rosa
REVISTA LINHA DIRETA
Nuevo secretario general de la
Organización, Paulo Speller, habla sobre
los principales desafíos para la educación
iberoamericana en los próximos años
P
ela primeira vez, a Organização dos Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura
(OEI) tem como secretário-geral um
brasileiro. Mineiro da cidade de João
Monlevade, Paulo Speller chega ao
cargo chancelado por uma longa carreira dedicada à educação.
Ex-reitor da Universidade Federal
de Mato Grosso (UFMT), colaborou também para a implantação da
Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira
(Unilab), no Ceará. Em 2013, Speller
foi convidado pelo então ministro
da Educação do Brasil, Aloizio Mercadante, a assumir a função de secretário de Educação Superior.
P
REVISTA LINHA DIRETA
or primera vez, la Organización de los Estados
Iberoamericanos para la
Educación, la Ciencia y la
Cultura (OEI) tiene como secretario
general un brasileño. Minero de la
ciudad de João Monlevade, Paulo
Speller llega al cargo respaldado por
una larga carrera dedicada a la educación. Ex rector de la Universidade
Federal de Mato Grosso (UFMT), colaboró también para la implantación
de la Universidade da Integração Internacional da Lusofonía Afro-Brasileira (Unilab), en el estado de Ceará.
En 2013, Speller fue invitado por el
entonces ministro de Educación de
Brasil, Aloizio Mercadante, para asumir la función de secretario de Educación Superior.
O que a OEI representa no mundo hoje?
Agora, como secretário-geral da OEI, mandato válido para os anos de 2015 a 2018,
Paulo Speller tem como desafios principais
dar prosseguimento ao projeto Metas Educativas 2021: a Educação Que Queremos
para a Geração dos Bicentenários, além de
viabilizar políticas que incentivem a mobilidade acadêmica de estudantes, cientistas
e profissionais da educação entre os países
da Ibero-América. Em entrevista exclusiva
à Linha Direta, Speller fala sobre a importância do cumprimento das Metas para
a melhora nos índices educacionais na
região e traça um panorama do atual cenário educacional ibero-americano. Confira!
REVISTA LINHA DIRETA
Ahora, como secretario general de la OEI,
mandato válido para los años de 2015 a 2018,
Paulo Speller tiene como desafíos principales dar proseguimiento al proyecto Metas
Educativas 2021: la Educación Que Queremos para la Generación de los Bicentenarios,
además de viabilizar políticas que incentiven la movilidad académica de estudiantes,
científicos y profesionales de la educación
entre los países de Iberoamérica. En entrevista exclusiva a Linha Direta, Speller habla
sobre la importancia del cumplimiento de
las Metas para la mejoría en los índices educacionales en la región y traza un panorama
del actual escenario educacional iberoamericano. ¡Vea!
A OEI é um organismo internacional de
caráter governamental que, atualmente,
possui dezenove países como membros na
América Latina, além de dois países ibéricos, Portugal e Espanha, e um africano
(Guiné Equatorial). Sua sede fica em Madri,
na Espanha, e possui dezessete escritórios
em países da América Latina, o que permite
uma relação muito próxima com os ministérios da educação, da cultura e da ciência,
tecnologia e inovação dessas nações. A
Organização tem uma atuação muito forte
no campo da educação, e a base do trabalho da OEI são as Metas Educativas 2021:
a Educação Que Queremos para a Geração
dos Bicentenários. Trata-se de onze Metas
que foram definidas em 2010 e que abarcam praticamente todo o espectro educacional desses países, indo desde a educação infantil até a pós-graduação. Por meio
dessa ação, a entidade torna-se cada vez
mais conhecida e presente na Ibero-América, sendo também muito bem avaliada.
¿Qué es lo que la OEI representa
en el mundo de hoy?
La OEI es un organismo internacional de
carácter gubernamental que, actualmente,
posee diecinueve países como miembros en
América Latina, además de dos países ibéricos, Portugal y España, y uno africano (Guiné
Equatorial). Su sede está localizada en Madrid,
en España, y posee diecisiete oficinas en países de América Latina, lo que permite una
relación muy cercana con los ministerios
de la educación, de la cultura y de la ciencia,
tecnología e innovación de estas naciones.
La Organización tiene una actuación muy
fuerte en el campo de la educación, y la base
del trabajo de la OEI son las Metas Educativas 2021: la Educación Que Queremos para
la Generación de los Bicentenarios. Se trata
de once Metas que fueron definidas en 2010
y que abarcan prácticamente todo el espectro educacional de estos países, yendo desde
la educación infantil hasta el posgrado. Por
medio de esta acción, la entidad se torna cada
vez más conocida y presente en Iberoamérica, siendo también muy bien conceptuada.
Dar continuidade ao cumprimento
das Metas Educativas 2021 será o
maior desafio a ser enfrentado?
Entre todos os programas que a OEI realiza
neste momento, um dos de maior envergadura
é o projeto Metas Educativas 2021. É importante ressaltar que os governos atuais na Ibero-América não deixaram de investir em educação, que é uma verdadeira prioridade. Este é o
resultado mais palpável das Metas: o empenho
e o apoio dos governos ao projeto, alcançando
assim avanços significativos. Quando assumi
o cargo de secretário-geral da OEI, estabeleci
como ação prioritária a aceleração da implantação desse projeto, que vem sendo construído
e implementado progressivamente. O objetivo
é finalizá-lo com êxito em 2021, ano em que se
encerram as comemorações dos bicentenários
de independência dos países latino-americanos, ou seja, ano em que, na média, os países
latino-americanos chegam aos 200 anos de sua
independência. Também em 2010, foi instituído
o Instituto de Avaliação e Acompanhamento
das Metas Educativas 2021 (Iesme, na sigla em
espanhol) e, observando os dados coletados
pelos países, constata-se que evoluções estão
acontecendo na educação ibero-americana.
¿Dar continuidad al cumplimiento
de las Metas Educativas 2021 será el
mayor desafío a ser enfrentado?
Entre todos los programas que a OEI realiza en
este momento, uno de los de mayor envergadura es el proyecto Metas Educativas 2021. Es
importante resaltar que los gobiernos actuales en Iberoamérica no dejarán de invertir en
educación, que es una verdadera prioridad.
Este es el resultado más palpable de las Metas: el
empeño y el apoyo de los gobiernos al proyecto,
alcanzando así avances significativos. Cuando
asumí el cargo de secretario general de la OEI,
establecí como acción prioritaria la aceleración
de la implantación de este proyecto, que viene
siendo construido e implementado progresivamente. El objetivo es finalizarlo con éxito en
2021, año en que culminarán las conmemoraciones de los bicentenarios de independencia de
los países latinoamericanos, o sea, año en que,
en promedio, los países latinoamericanos llegan
a los 200 años de su independencia. También en
el año de 2010, fue instituido el Instituto de Evaluación y Seguimiento de las Metas Educativas
2021 (Iesme) y, observando los datos colectados
por los países, se constata que evoluciones están
aconteciendo en la educación iberoamericana.
REVISTA LINHA DIRETA
Ex-reitor da Universidade
Federal de Mato Grosso
(UFMT), Paulo Speller
colaborou também para a
implantação da Universidade
da Integração Internacional da
Lusofonia Afro-Brasileira. Em
2013, foi convidado a assumir
a função de secretário de
Educação Superior do Brasil.
// Ex rector de la Universidade
Federal de Mato Grosso
(UFMT), Paulo Speller colaboró
también para la implantación
de la Universidade da
Integração Internacional da
Lusofonía Afro-Brasileira. En
2013, fue invitado para asumir
la función de secretario de
Educación Superior de Brasil.
Qual a importância da busca pela melhoria
da educação básica e de melhores
condições de trabalho para os docentes
para o cumprimento das Metas?
Entre os desafios propostos pelas Metas 2021
há um que vai além das atividades de rotina.
Trata-se da busca por programas e projetos
que permitam caminhar até a concretização
dos objetivos, abordando problemas como
o analfabetismo, abandono escolar precoce,
trabalho infantil, baixo desempenho dos alunos e baixa qualidade da oferta educacional
pública. Em relação à melhoria nas condições
de trabalho dos professores nos países latino-americanos, a oitava meta geral trata do tema
do fortalecimento da profissão docente, apontando objetivos específicos, como “melhorar a
formação inicial dos professores dos ensinos
fundamental e médio” e “promover a formação contínua e o desenvolvimento da carreira
profissional docente”.
REVISTA LINHA DIRETA
¿Cuál es la importancia de la búsqueda
por la mejoría de la educación
básica y de mejores condiciones
de trabajo para los docentes para
el cumplimiento de las Metas?
Entre los desafíos propuestos por las Metas
2021 hay uno que va más allá de las actividades
de rutina. Se trata de la búsqueda por programas y proyectos que permitan caminar hasta
la concretización de los objetivos, abordando
problemas como el analfabetismo, abandono
escolar precoz, trabajo infantil, bajo desempeño de los alumnos y baja calidad de la oferta
educacional pública. En relación a la mejoría
en las condiciones de trabajo de los profesores
en los países latinoamericanos, la octava meta
general trata del tema del fortalecimiento de la
profesión docente, apuntando objetivos específicos como “mejorar la formación inicial de
los profesores de la educación fundamental y
media” y “promover la formación continua y
el desarrollo de la carrera profesional docente”.
Situando cada país em seu
contexto, em absolutamente
todos são observados
avanços significativos,
fato este que gera grande
otimismo em relação
ao cumprimento dos
objetivos marcados para o
ano de 2021. // Situando
cada país en su contexto,
en absolutamente todos
son observados avances
significativos, hecho éste que
genera gran optimismo en
relación al cumplimiento de
los objetivos marcados para
el año de 2021.
O Brasil vem acompanhando
esse progresso?
Em quais aspectos os países ibero-americanos têm apresentado melhoras
no setor educacional nos últimos anos?
Em todos. Tanto no que se refere à cobertura,
quanto no que tange à qualidade ou ao financiamento da educação, que são os três fatores
fundamentais a esse processo de melhoria.
Nós evoluímos em ritmo lento em comparação com países mais desenvolvidos; porém,
dentro das nossas possibilidades, vejo que esse
avanço ocorre em um ritmo interessante, e o
estabelecimento das Metas Educativas contribuiu significativamente para isso.
¿En qué aspectos los países
iberoamericanos han presentado
mejoras en el sector educacional
en los últimos años?
En todos. Tanto en lo que se refiere a la cobertura, como en lo que atinge a la calidad o al
financiamiento de la educación, que son los
tres factores fundamentales a este proceso
de mejoría. Nosotros evolucionamos a ritmo
lento en comparación con países más desarrollados; pero, dentro de nuestras posibilidades,
veo que este avance ocurre a un ritmo interesante, y el establecimiento de las Metas Educativas contribuyó significativamente para esto.
Situando cada país em seu contexto, em absolutamente todos são observados avanços significativos, fato este que gera grande otimismo
em relação ao cumprimento dos objetivos
marcados para o ano de 2021. Contudo, apesar das grandes realizações neste campo nas
últimas décadas, a América Latina necessita
da construção de políticas que respondam
às necessidades reais da sociedade e permitam que a educação avance ainda mais em
qualidade nos próximos anos. Como todos os
países, o Brasil tem um longo caminho a percorrer; contudo, devemos lembrar que foi um
dos países que mais progrediu nos indicadores desde o ano 2000 e conseguiu importantes
avanços, sendo o principal o Plano Nacional
de Educação (PNE).
¿Brasil está acompañando este progreso?
Situando cada país en su contexto, en absolutamente todos son observados avances significativos, hecho éste que genera gran optimismo en relación al cumplimiento de los
objetivos marcados para el año de 2021. Pero,
a pesar de las grandes realizaciones en este
campo en las últimas décadas, América Latina
necesita de la construcción de políticas que
respondan a las necesidades reales de la sociedad y permitan que la educación avance aún
más en calidad en los próximos años. Como
todos los países, Brasil tiene un largo camino a
recorrer; pero, debemos recordar que fue uno
de los países que más progresó en los indicadores desde el año 2000 y consiguió importantes avances, siendo el principal el Plano
Nacional de Educação (PNE).
REVISTA LINHA DIRETA
Você acredita que ainda falta um
senso de pertencimento aos povos
ibero-americanos para que as políticas
desenvolvidas sejam ainda mais exitosas?
Acredito que esse senso falta mais ao brasileiro
do que a outros povos da Ibero-América. Da
Patagônia ao México, essa consciência existe,
pois são povos que falam o mesmo idioma e
que têm uma raiz cultural semelhante. Eles
sempre tiveram uma relação muito forte
de intercâmbio e, no Brasil, isso foi pouco
estimulado.
Até pelas diferenças nas
formas de colonização...
Sim. Você sabia que uma das primeiras medidas adotadas pelos espanhóis na época da
colonização foi implantar, em 1538, universidades na América espanhola? Isso criou raízes
e proporcionou, desde então, a construção de
novos conhecimentos, o que não aconteceu
no Brasil.
¿Usted piensa que todavía les falta una
percepción de pertenencia a los pueblos
iberoamericanos para que las políticas
desarrolladas sean aún más exitosas?
Supongo que esta percepción falta más a los
brasileños que a otros pueblos de Iberoamérica. De la Patagonia hasta México, esta conciencia existe, pues son pueblos que hablan
el mismo idioma y que tienen una raíz cultural semejante. Ellos siempre tuvieron una
relación muy fuerte de intercambio y, en
Brasil, esto fue poco estimulado.
REVISTA LINHA DIRETA
Hasta por las diferencias en las
formas de colonización...
Sí. ¿Usted sabía que una de las primeras medidas adoptadas por los españoles en la época
de la colonización fue implantar, en 1538,
universidades en la América española? Esto
creó raíces y proporcionó, desde entonces,
la construcción de nuevos conocimientos, lo
que no aconteció en Brasil.
E quanto a nós, brasileiros?
Nossa história foi um pouco diferente. Os portugueses nunca criaram uma universidade
no Brasil, pois a estratégia era outra. Aqui, os
filhos da elite é que iam estudar em Coimbra,
Portugal. O Brasil sequer possui universidades
centenárias. A USP, por exemplo, tem 80 anos.
É uma diferença grande em relação aos outros
países da América Latina.
¿Y en referencia a nosotros, brasileños?
Nuestra historia fue un poco diferente. Los portugueses nunca crearon una universidad en
Brasil, pues la estrategia era otra. Aquí, los hijos
de la elite es que iban a estudiar en Coímbra,
Portugal. Brasil ni siquiera posee universidades
centenarias. La USP, por ejemplo, tiene 80 años.
É una diferencia grande en relación a los otros
países de América Latina.
Para as aspirações da OEI, qual a
importância de tanto a língua portuguesa
quanto a espanhola se popularizarem
nos países em que esses idiomas
não são habitualmente falados?
Fato é que a língua portuguesa precisa se afirmar. Hoje, ela é a quarta mais falada no mundo
e, se unida ao espanhol, atinge uma parcela
significativa da população mundial, seja nas
nações que adotam oficialmente esses idiomas, seja nas comunidades espalhadas ao
redor do mundo. Inclusive, estuda-se a possibilidade de se adotar o termo iberofonia, para
que seja gerado um senso de pertencimento
mútuo nos países que compõem a Ibero-América, e a OEI tem um papel importante nesse
trabalho. Precisamos divulgar mais esses idiomas e vamos, inclusive, lançar um programa
ainda este ano para o aprendizado das duas
línguas, seja do espanhol por parte daqueles
que falam português, seja do português para
aquelas comunidades que têm o espanhol
como língua oficial.
Un hecho evidente es que la lengua portuguesa precisa afirmarse. Hoy, ella es la cuarta
más hablada en el mundo y, si unida al español,
alcanza una cuota significativa de la población
mundial, sea en las naciones que adoptan oficialmente estos idiomas, sea en las comunidades repartidas al rededor del mundo. Inclusive, se estudia la posibilidad de adoptarse el
término iberofonía, para que sea generado un
referencial de pertenencia mutua en los países
que componen Iberoamérica, y la OEI tiene un
papel importante en este trabajo. Precisamos
divulgar más estos idiomas y vamos, inclusive,
a lanzar un programa todavía este año para el
aprendizaje de las dos lenguas, sea del español
por parte de aquellos que hablan portugués,
sea del portugués para aquellas comunidades
que tienen el español como lengua oficial.
REVISTA LINHA DIRETA
... estuda-se a possibilidade
de se adotar o termo
iberofonia, para que seja
gerado um senso de
pertencimento mútuo nos
países que compõem a
Ibero-América, e a OEI tem
um papel importante nesse
trabalho. // … se estudia la
posibilidad de adoptarse el
término iberofonía, para que
sea generado un referencial
de pertenencia mutua en
los países que componen
Iberoamérica, y la OEI tiene
un papel importante en este
trabajo.
Para las aspiraciones de la OEI, ¿cuál es
la importancia de que tanto la lengua
portuguesa como la española se
popularicen en los países en que estos
idiomas no son habitualmente hablados?
Ter sido reitor da Universidade Federal de
Mato Grosso e secretário de Educação
Superior do MEC faz com que traçar
estratégias para o desenvolvimento
desse setor nos países ibero-americanos seja uma meta pessoal?
Encontro-me diante de uma agenda já estabelecida. A OEI possui uma multiplicidade
de demandas e, atualmente, em cada escritório, temos uma equipe coordenando ações
em contínuo diálogo com os ministérios da
Educação e com a sociedade civil. Alguns dos
meus objetivos específicos à frente da OEI
são abrir um novo debate sobre o desenvolvimento e a atualização do projeto das Metas
Educativas 2021. Essa estratégia possui a finalidade de renovar o compromisso dos governos e da sociedade ibero-americana com os
objetivos traçados, para que os países possam
estabelecer suas principais demandas educacionais. Além disso, uma prioridade será o
fortalecimento de dois eixos de cooperação: a
União Europeia e os países africanos e asiáticos de fala lusófona.
REVISTA LINHA DIRETA
¿Haber sido rector de la Universidade
Federal de Mato Grosso y secretario
de Educación Superior del MEC hace
con que trazar estrategias para el
desarrollo de este sector en los países
iberoamericanos sea una meta personal?
Me encuentro frente a una agenda ya establecida. La OEI posee una multiplicidad de
demandas y, actualmente, en cada oficina,
tenemos un equipo coordinando acciones
en continuo diálogo con los ministerios de la
Educación y con la sociedad civil. Algunos de
mis objetivos específicos a frente de la OEI son
abrir un nuevo debate sobre el desarrollo y la
actualización del proyecto de las Metas Educativas 2021. Esta estrategia posee la finalidad de
renovar el compromiso de los gobiernos y de
la sociedad iberoamericana con los objetivos
trazados, para que los países puedan establecer sus principales demandas educacionales.
Además de esto, una prioridad será el fortalecimiento de dos ejes de cooperación: la Unión
Europea y los países africanos y asiáticos de
habla portuguesa.
Estamos em um momento-chave, no qual a presença
africana e asiática coloca a
OEI em um novo patamar...
// Estamos en un momento
clave, en el cual la presencia
africana y asiática coloca a
la OEI en un nuevo nivel…
Qual o ganho contido na aproximação com
os países lusófonos da África e Ásia para o
desenvolvimento das políticas educacionais
nos países componentes da OEI?
A mobilidade de estudantes,
cientistas e profissionais da educação
entre os países da Ibero-América
precisa ser mais estimulada?
Esses países são, agora, membros associados.
São observadores ativos das ações desenvolvidas pela OEI. Estamos preparando um projeto
que será lançado em junho, em Madri, com a
presença da Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa (CPLP), em que será assinado um
convênio com essas nações. O acordo abarca
seis países africanos, além do Timor Leste. O
desafio é grande, pois esses países são independentes há menos de 40 anos e, atualmente,
necessitam do desenvolvimento das políticas que nos competem de uma forma mais
intensa do que o que se verifica hoje na América Latina. Por isso, o esforço também deve
ser maior. Estamos em um momento-chave,
no qual a presença africana e asiática coloca a
OEI em um novo patamar: a OEI, sendo uma
instituição ibero-americana desde a sua fundação, está se tornando neste momento uma
organização global. Assim, a iberofonia pode
se expandir e se tornar afroiberofonia. A OEI
está crescendo, porque os países querem se
conhecer e intercambiar ideias.
O fluxo de pessoas, tecnologia e conhecimentos, bem como a integração econômica
e cultural requerem a instrumentação de
mecanismos de cooperação universitária para
potencializar a qualidade da educação superior. A mobilidade estudantil permite melhorar
substancialmente a formação integral dos alunos, ao incorporar uma visão cultural e técnica
em seus estudos e enriquecer o processo de
ensino-aprendizagem. Nesse sentido, um dos
grandes programas da OEI no momento é o
Projeto Paulo Freire de Mobilidade Acadêmica
para Estudantes de Programas Universitários
de Formação de Professores [ver mais sobre
o Projeto nas páginas 34 a 39 dessa edição]. A
iniciativa pretende tornar-se um dos principais instrumentos da cooperação ibero-americana para consolidar um sistema estável de
mobilidade acadêmica na região. Sua atividade principal, para os próximos anos, estará
centrada nos estudantes de graduação e pós-graduação que cursem programas voltados à
profissão docente. 
¿Cuál es la ventaja contenida en la
aproximación con los países de habla
portuguesa de África y Asia para el
desarrollo de las políticas educacionales
en los países componentes de la OEI?
¿La movilidad de estudiantes, científicos
y profesionales de la educación
entre los países de Iberoamérica
precisa ser más estimulada?
El flujo de personas, tecnología y conocimientos, así como la integración económica y cultural requieren la instrumentación de mecanismos de cooperación universitaria para
potencializar la calidad de la educación superior. La movilidad estudiantil permite mejorar
substancialmente la formación integral de los
alumnos, al incorporar una visión cultural y
técnica en sus estudios y enriquecer el proceso de enseñanza/aprendizaje. En este sentido, uno de los grandes programas de la OEI
en este momento es el Proyecto Paulo Freire
de Movilidad Académica para Estudiantes de
Programas Universitarios de Formación de
Profesores [ver más sobre el Proyecto en las
páginas 34 a 39 de esta edición]. La iniciativa
pretende tornarse en uno de los principales
instrumentos de la cooperación iberoamericana para consolidar un sistema estable de
movilidad académica en la región. Su actividad principal, para los próximos años, estará
centrada en los estudiantes de graduación y
posgrado que cursen programas dirigidos a la
profesión docente. 
REVISTA LINHA DIRETA
Estos países son, ahora, miembros asociados.
Son observadores activos de las acciones desarrolladas por la OEI. Estamos preparando un
proyecto que será lanzado en junio, en Madrid,
con la presencia de la Comunidad de los Países de Lengua Portuguesa (CPLP), en que será
firmado un convenio con estas naciones. El
acuerdo abarca seis países africanos, además
de Timor Leste. El desafío es grande, pues estos
países son independientes hace menos de 40
años y, actualmente, necesitan del desarrollo
de las políticas que nos competen de una forma
más intensa de lo que se verifica hoy en América Latina. Por esto, el esfuerzo también debe
ser mayor. Estamos en un momento clave, en
el cual la presencia africana y asiática coloca
a la OEI en un nuevo nivel: la OEI, siendo una
institución iberoamericana desde a su fundación, está tornándose en este momento en
una organización global. Así, la iberofonía
puede expandirse y tornarse afroiberofonía. La
OEI está crescendo, porque los países quieren
conocerse e intercambiar ideas.
ESPAÇO IBERO-AMERICANO // ESPACIO IBEROAMERICANO
REVISTA LINHA DIRETA
PROJETO
PAULO
FREIRE
*
O
s professores são os profissionais responsáveis por formar pessoas capacitadas para
exercer todos os outros ofícios. Cientes da importância do papel
do docente no processo da melhoria
da qualidade educacional, durante a
XXIV Conferência Ibero-americana de
Ministros de Educação, que ocorreu no
México, em agosto de 2014, foi aprovado
o Projeto Paulo Freire de Mobilidade Acadêmica para Estudantes de Programas
Universitários de Formação de Professores. O objetivo da iniciativa é empoderar
estudantes de graduação e pós-graduação focados na profissão docente.
O documento oficial do Projeto,
divulgado pela Organização dos
Estados Ibero-americanos para a
Educação, a Ciência e a Cultura (OEI),
afirma que investir no processo de
Iniciativa visa a
estimular a mobilidade
acadêmica de estudantes
de graduação e
pós-graduação que
futuramente se dedicarão
à carreira docente
formação “é um fator importante de
desenvolvimento pessoal e social.
Isso é mais evidente quando a formação recai sobre os futuros docentes, toda vez que se beneficia diretamente a dezenas de gerações de
crianças que passarão por suas salas
de aula”.
Para viabilizar a concretização de
seus objetivos, o Projeto Paulo Freire
se inspira em experiências de outros
programas e iniciativas de mobilidade acadêmica já realizadas, como
o Programa Pablo Neruda e o Programa de Intercâmbio e Mobilidade
Acadêmica (Pima). Será buscada uma
articulação permanente dessas ações
com o Projeto Paulo Freire. Após um
período de implementação estável,
no qual serão compartilhados inclusive os órgãos de tomada de decisão
PROYECTO
PAULO
FREIRE
*
L
El documento oficial del Proyecto, divulgado por la Organización de los Estados
Iberoamericanos para la Educación, la
Ciencia y la Cultura (OEI), afirma que
invertir en el proceso de formación “es un
factor importante de desarrollo personal y
social. Esto es más evidente cuando la formación recae sobre los futuros docentes,
toda vez que se beneficia directamente
a decenas de generaciones de niños que
pasarán por sus salas de estudio”.
Para viabilizar la concretización de sus
objetivos, el Proyecto Paulo Freire se inspira en experiencias de otros programas
e iniciativas de movilidad académica
ya realizadas, como el Programa Pablo
Neruda y el Programa de Intercambio
y Movilidad Académica (Pima). Será
buscada una articulación permanente
de estas acciones con el Proyeto Paulo
Freire. Después de un período de implementación estable, en donde serán compartidos inclusive los órganos de tomada
de decisión en los respectivos ministerios, durante 2016-2017 será estudiada
la fusión de todas estas iniciativas e de
Equipe //
Equipo
Linha Direta
REVISTA LINHA DIRETA
os profesores son los profesionales
responsables por formar personas
capacitadas para ejercer todos los
otros oficios. Conscientes de la
importancia del papel del docente en el
proceso de la mejoría de la calidad educacional, durante la XXIV Conferencia
Iberoamericana de Ministros de Educación, que ocurrió en México, en agosto
de 2014, fue aprobado el Proyecto Paulo
Freire de Movilidad Académica para
Estudiantes de Programas Universitarios
de Formación de Profesores. El objetivo
de la iniciativa es empoderar estudiantes
de graduación y posgrado objetivados en
la profesión docente.
La iniciativa busca
estimular la movilidad
académica de estudiantes
de graduación y
de posgrado que
futuramente se dedicarán
a la carrera docente
nos respectivos ministérios, durante
2016-2017 será estudada a fusão de
todas essas iniciativas e de outras de
âmbito bilateral ou sub-regional, na
esfera do Sistema Ibero-americano de
Mobilidade de Estudantes e Professores (Projeto Paulo Freire +). Também
serviram de inspiração o Programa
Erasmus (European Action Scheme for
the Mobility of ­University­S
­ tudents) da
União Europeia e experiências e práticas realizadas no Mercosul.
Em sintonia com a necessidade de
se estimular a formação de novos
conhecimentos e habilidades nos
futuros docentes, o documento oficial do Projeto Paulo Freire informa
que “a mobilidade acadêmica de graduação e pós-graduação é uma das
ações mais efetivas e visíveis que,
em termos de cooperação técnica e
educativa, pode se realizar no âmbito
ibero-americano”.
O PROJETO
REVISTA LINHA DIRETA
Trata-se de uma ação de mobilidade
acadêmica de estudantes de gradua­
ção e pós-graduação em escolas,
faculdades, centros e programas
de formação de professores. Portanto, tem como foco alunos que
futuramente se dedicarão à carreira
docente, seja na educação infantil,
seja na fundamental, média, especial
ou técnico-profissional. A fase-piloto do Projeto será implantada ainda
este ano, e cerca de mil estudantes
deverão ser contemplados pela iniciativa. Os idiomas de trabalho são
o espanhol e o português. Todos os
documentos oficiais do Projeto Paulo
Freire serão apresentados em ambas
as línguas.
Segundo o documento oficial do
Projeto, o Ministério da Educação
do Brasil e a Secretaria de Educação Pública do México, proponentes da iniciativa, contribuirão com
aportes financeiros junto à agência espanhola Aecid, voltada para
a cooperação internacional para o
desenvolvimento. Outras fontes de
financiamento são os ministérios
dos países participantes e o Fundo
de Apoio Solidário da OEI. Ademais,
a gestão dos recursos econômicos e
a aproximação entre as diversas instituições públicas e privadas permitirão ampliar a abrangência da ação.
Os países participantes deverão definir também os programas formativos
e curriculares para alunos de graduação ou pós-graduação em educação
infantil, ensino fundamental, médio,
especial ou técnico-profissional, em
torno dos quais serão organizadas as
mobilidades dos alunos.
otras de ámbito bilateral o subregional,
en la esfera del Sistema Iberoamericano
de Movilidad de Estudiantes y Profesores (Proyecto Paulo Freire +). También
sirvieron de inspiración el Programa
Erasmus (European Action Scheme for
the ­Mobility of University Students) de la
Unión Europea y experiencias y prácticas realizadas en el Mercosur.
En sintonía con la necesidad de estimular la formación de nuevos conocimientos y habilidades en los futuros docentes,
el documento oficial del Proyecto Paulo
Freire informa que “la movilidad académica de graduación y posgrado es una
de las acciones más solventes y visibles
que, en términos de cooperación técnica y educativa, puede realizarse en el
ámbito iberoamericano”.
EL PROYECTO
Se trata de una acción de movilidad académica de estudiantes de graduación y
posgrado en escuelas, facultades, centros y programas de formación de profesores. Por lo tanto, tiene como objetivo a
alumnos que futuramente se dedicarán
a la carrera docente, sea en la educación
infantil, sea en la fundamental, media,
especial o técnica-profesional. La fase
piloto del Proyecto será implantada aún
este año, y cerca de mil estudiantes deberán ser contemplados por la iniciativa.
Los idiomas de trabajo son el español
y el portugués. Todos los documentos
oficiales del Proyecto Paulo Freire serán
presentados en ambas lenguas.
participantes deberán definir también
los programas formativos y curriculares
para alumnos de graduación o posgrado
en educación infantil, enseñanza fundamental, media, especial o técnico-profesional, en torno de los cuales serán organizadas las movilidades de los alumnos.
El documento destaca inclusive que, para
alcanzar las expectativas, será necesario
“promover el entendimiento entre los
gobiernos iberoamericanos, instituciones de educación superior y sistemas
de formación de profesores en la región,
y desarrollar acuerdos que faciliten la
certificación académica y garanticen el
reconocimiento de materias, créditos o
unidades de aprendizaje cursadas por
los alumnos como consecuencia de las
bolsas de movilidad”. A pesar de que la
movilidad patrón corresponda a un cuatrimestre (semestre académico), el documento oficial establece que esta duración
deberá ser flexible en función del tipo
concreto de estudios a ser realizados. Está
prevista, aun, la posibilidad de habilitar la
denominada “movilidad cero”, que permite a un estudiante seleccionado por su
universidad a realizar una movilidad con
sus propios recursos o con recursos de su
universidad de origen, quedando exento
de efectuar pagamentos de cualquier
cantidad a título de tasas, testes u otros
en el centro de destino.
REVISTA LINHA DIRETA
Según el documento oficial del Proyecto,
el Ministerio de la Educación de Brasil y
la Secretaría de Educación Pública de
México, proponentes de la iniciativa,
contribuirán con aportes financieros
junto a la agencia española Aecid, enfocada para la cooperación internacional para el desarrollo. Otras fuentes de
financiamiento son los ministerios de
los países participantes y el Fondo de
Apoyo Solidario de la OEI. Además, la
gestión de los recursos económicos y la
aproximación entre las diversas instituciones públicas y privadas permitirán
ampliar el campo de la acción. Los países
“... a mobilidade acadêmica de
graduação e pós-graduação é
uma das ações mais efetivas e
visíveis que (...) pode se realizar
no âmbito ibero-americano”.
// “… la movilidad académica
de graduación y posgrado
es una de las acciones más
solventes y visibles que (…)
puede realizarse en el ámbito
iberoamericano”.
O documento destaca ainda que, para
atingir as expectativas, será necessário “promover o entendimento entre os
governos ibero-americanos, instituições de educação superior e sistemas
de formação de professores na região,
e desenvolver acordos que facilitem a
certificação acadêmica e garantam o
reconhecimento de disciplinas, créditos
ou unidades de aprendizagem cursadas
pelos alunos como resultantes das bolsas de mobilidade”. Embora a mobilidade
padrão corresponda a um quadrimestre
(semestre acadêmico), o documento oficial dá conta de que essa duração deverá
ser flexível em função do tipo concreto
de estudos a serem realizados. Está prevista, ainda, a possibilidade de habilitar a
denominada “mobilidade zero”, que permite a um estudante selecionado por sua
universidade realizar uma mobilidade
com seus próprios recursos ou de sua
universidade de origem, ficando isento
de efetuar pagamento de qualquer quantia a título de taxas, testes ou outros no
centro de destino.
REVISTA LINHA DIRETA
ETAPAS
O Projeto Paulo Freire é constituído por
ações desenvolvidas em etapas distintas. A primeira delas tem como foco a
mobilidade acadêmica de estudantes
de cursos de formação de professores.
Já em sua segunda, terceira e quarta
fases, o Projeto buscará favorecer, respectivamente, intercâmbios curtos
de professores e responsáveis por formação entre os países-membros da
OEI; a articulação permanente com
outras redes acadêmicas que operam
no espaço ibero-americano; e a mobilidade de diretores e gestores de instituições de formação de professores. A
quinta etapa de desenvolvimento do
Projeto consiste no estabelecimento de
linhas de colaboração com as instituições de formação de professores para o
fortalecimento das capacidades institucionais e profissionais desses centros e
para a promoção de projetos concretos
de melhoria acadêmica e institucional.
Por fim, a sexta etapa do Projeto prevê
a constituição de alianças estratégicas
no âmbito da formação docente.
A fase-piloto do Projeto será
implantada ainda este ano,
e cerca de mil estudantes
deverão ser contemplados…
// La fase piloto del Proyecto
será implantada aún este año,
y cerca de mil estudiantes
deberán ser contemplados…
ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
Os países que aderirem ao Projeto Paulo
Freire deverão nomear um ponto focal
nacional do programa que ficará responsável por comunicar que universidades
participarão do Projeto e que tipos de
estudos elas ofertarão para a mobilidade
dos estudantes de outros países. Os pontos focais irão compor, junto a eventuais
organismos ou instituições colaboradoras, o Comitê Intergovernamental, órgão
máximo de governo e gestão política do
Projeto Paulo Freire, que irá se reunir uma
vez por ano e será coordenado por uma
unidade técnica da OEI. Essa unidade será
a instância que irá acompanhar e avaliar
todos os processos e etapas do Projeto
para garantir a efetividade da ação. A iniciativa contará ainda com a criação de
um Conselho Assessor, que, segundo o
documento oficial do Projeto, será “integrado por personalidades do mundo acadêmico, científico e cultural”. Esse Conselho estará incumbido das orientações
acadêmicas necessárias, da promoção da
visibilidade do projeto em âmbitos nacional e internacional e do incentivo à sua
divulgação e desenvolvimento. 
*Síntese do Projeto Paulo Freire de Mobilidade Acadêmica para Estudantes de Programas Universitários de Formação de
Professores
ETAPAS
El Proyecto Paulo Freire es constituido
por acciones desarrolladas en etapas distintas. La primera de ellas tiene
como objetivo la movilidad académica
de estudiantes de cursos de formación
de profesores. Ya en su segunda, tercera
y cuarta fases, el Proyecto buscará favorecer, respectivamente, intercambios
cortos de profesores y responsables por
formación entre los países-miembros
de la OEI; la articulación permanente
con otras redes académicas que operan en el espacio iberoamericano; y la
movilidad de directores y gestores de
instituciones de formación de profesores. La quinta etapa de desarrollo del
Proyecto consiste en el establecimiento
de líneas de colaboración con las instituciones de formación de profesores
para el fortalecimiento de las capacidades institucionales y profesionales
de estos centros y para la promoción
de proyectos concretos de mejoría académica e institucional. Finalmente, la
sexta etapa del Proyecto prevé la constitución de alianzas estratégicas en el
ámbito de la formación docente.
ESTRUCTURA
ORGANIZACIONAL
Proyecto, será “integrado por personalidades del mundo académico, científico y cultural”. Este Consejo estará
incumbido de las orientaciones académicas necesarias, de la promoción de la
visibilidad del proyecto en los ámbitos
nacional e internacional y del incentivo para su divulgación y desarrollo. 
*Síntesis del Proyecto Paulo Freire de
Movilidad Académica para Estudiantes de
Programas Universitarios de Formación
de Profesores
REVISTA LINHA DIRETA
Los países que se adhieran al Proyecto Paulo Freire deberán nominar
un punto focal nacional del programa
que quedará responsable por comunicar que universidades participarán
del Proyecto y qué tipos de estudios
ellas ofertarán para la movilidad de los
estudiantes de otros países. Los puntos
focales irán a componer, junto a eventuales organismos o instituciones colaboradoras, el Comité Intergubernamental, órgano supremo de gobierno
y gestión política del Proyecto Paulo
Freire, que irá a reunirse una vez por
año y será coordinado por una unidad
técnica de la OEI. Esta unidad será la
instancia que irá acompañar y evaluar
a todos los procesos y etapas del Proyecto para garantizar la efectividad de
la acción. La iniciativa contará incluso
con la creación de un Consejo Asesor,
que, según el documento oficial del
INOVAÇÃO
As cinco
forças do
LÍDER
V
César Souza
REVISTA LINHA DIRETA
Presidente do
Grupo Empreenda,
consultor, palestrante
e escritor. Ministrará
a palestra O papel
das lideranças para o
êxito das instituições
de ensino superior
no VIII CBESP
ivemos um verdadeiro apagão da liderança em empresas, escolas, famílias, comunidades, mundo político... Por
toda parte, percebemos a escassez
de líderes. Basta olhar ao redor ou ler
os jornais para nos surpreendermos
com exemplos de peripécias de líderes oportunistas, tanto no Brasil como
em vários outros países. Nas empresas, sabemos que ainda predominam
mais chefes do que líderes. Ficamos
surpresos ao tomar conhecimento de
verdadeiras fortunas que são gastas
para formar gerentes mais eficientes,
mas que não conseguem formar líderes eficazes. Muitos empreendimentos potencialmente vitoriosos sucumbem ante a constatação de que “a ideia
é boa, mas infelizmente não temos
quem possa liderar esse projeto”.
A maioria dos profissionais queixa-se
de que não consegue o tão sonhado
equilíbrio entre as diversas dimensões
das suas vidas – profissional, fami-
liar, pessoal, espiritual, financeira, de
saúde e cidadania. E, assim, o nível
de angústia crescente e o grau de despreparo dos líderes ficam ainda mais
nítidos, mas tanto as oportunidades
quanto as dificuldades devem ser sempre enfrentadas com soluções inovadoras, com uma nova forma de olhar e
perceber a realidade.
Não se trata apenas de melhorar o
que existe, e sim de reinventar o pensamento e a ação. O conceito de liderança, tal qual conhecemos hoje, está
com os dias contados. Os velhos e
surrados atributos do que era considerado um líder eficaz foram concebidos
para uma realidade que já não existe
mais. É dentro dessa nova moldura
que ouso propor que, se desejamos
construir empresas mais saudáveis,
famílias mais felizes, relacionamentos
mais duradouros e comunidades mais
solidárias, precisamos mudar a nossa
forma de pensar sobre a liderança e
sobre a nossa forma de exercê-la.
Inspirado pela convivência com
alguns líderes excepcionais e com base
na minha própria prática de quase três
décadas como executivo e consultor,
concebo e coordeno programas de
desenvolvimento de líderes, em que
busco desenvolver líderes com cinco
características, que costumo chamar
de as cinco forças do líder. São elas:
REVISTA LINHA DIRETA
• Oferece uma causa – O verdadeiro
líder oferece às pessoas aquilo que
mais desejam: uma bandeira, uma
razão para suas vidas. Acredita que
as pessoas estão dispostas a oferecer o melhor de si e até mesmo a
fazer sacrifícios, desde que conheçam a causa, o porquê, a razão de ser
do seu cotidiano. Cria um ambiente
de motivação profunda ao deixar
claro o significado que transcende
a tarefa, o trabalho dos que o cercam. Estimula as pessoas a sentir
que fazem parte de algo nobre, que
extrapola a simples troca do trabalho por remuneração.
• Forma outros líderes – O líder não
é mais aquele que tem atrás de si
um grupo de pessoas que seguem
fielmente o rumo traçado, mas sim
aquele que tem em torno de si pessoas capazes de exercer a liderança.
Ele cria mecanismos, atitudes e
posturas que estimulam o desenvolvimento do líder que existe dentro de cada um com quem convive.
• Lidera 360 graus – O líder não
influencia somente quem está do
“lado de dentro” da empresa. Exerce
a liderança também fora, para cima
e para os lados. Sabe que precisa
exercer a liderança perante clientes,
parceiros e comunidades. Cuida de
perto dos canais de distribuição de
seus produtos e serviços. Significa
também influenciar seus próprios
líderes ou os acionistas.
• Surpreende pelos resultados – O
verdadeiro líder é aquele que faz
mais do que o combinado, surpreendendo pelos resultados incomuns
que obtém de pessoas comuns. Em
vez de simplesmente dar ordens e
cobrar rendimento, incentiva cada
um a fazer o seu melhor, porque dá
o melhor de si. Não espera acontecer. Cria as oportunidades. Garante
o presente enquanto constrói o
futuro.
• Inspira pelos valores – Inspirar
pelos valores é a “cola” que une as
outras forças do líder. Constrói um
mapa de atitudes em torno de valores que são explicitados, disseminados e praticados. Cria um clima de
ética, integridade, confiança, respeito, transparência, aprendizado
contínuo, inovação, paixão, humildade. Educa pelo exemplo. Fala aos
olhos, não apenas aos ouvidos. E o
mais importante: lidera a si mesmo,
antes de pretender liderar os outros.
E você? Quais desses pontos você já
pratica? Quais os que você precisa praticar mais? 
www.grupoempreenda.com.br
EXTRATEXTO
PMIES – o
que pesa
mais no fiel
da balança?
O
Sólon Hormidas
Caldas
REVISTA LINHA DIRETA
Diretor executivo
da Associação
Brasileira de
Mantenedoras de
Ensino Superior
(ABMES)
ensino superior brasileiro
passou por grandes mudanças nas últimas décadas com
a abertura de novas instituições, a oferta de cursos em diferentes
modalidades e o ingresso de um contingente da população que até então
estava excluído das universidades e
faculdades. A expansão provocada
majoritariamente pelo setor privado
foi marcada, sobretudo, pela presença
de Pequenas e Médias Instituições de
Ensino Superior (PMIES), com até 3 mil
alunos matriculados nos cursos de graduação presenciais. Segundo o Censo
da Educação Superior, realizado pelo
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/
MEC), as PMIES representam 63% do
total de instituições no Brasil e 67% do
total das instituições privadas.
Pesquisas comprovam que a contribuição das PMIES se faz expressiva na
formação de pessoal de nível superior
– especialmente para o contingente
de alunos que não pode frequentar
as escolas dos grandes centros –, no
emprego de professores e auxiliares
de administração escolar e na qualificação da mão de obra para atender às
demandas locais e regionais, especialmente nas regiões interioranas do País.
Os estudos também demonstram o
importante impacto gerado pela presença das PMIES na economia local
e regional, tendo como base quatro
variáveis que indicam desenvolvimento econômico e social: Produto
Interno Bruto (PIB), Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), renda per
capita e percentual de ocupados com
ensino superior completo (na faixa de
18 anos ou mais), independentemente
do número de habitantes.
Mesmo considerando os benefícios trazidos pelas PMIES para as regiões onde
se situam, pesam de forma significativa
no “fiel da balança” os inúmeros problemas enfrentados pelas instituições
que, pela sua natureza e complexidade,
estão a exigir um olhar atento tanto do
setor privado quanto dos órgãos governamentais. Esse é um grande desafio.
QUAL É A NATUREZA
DESSES PROBLEMAS?
Identificados os principais problemas,
e com base na tendência de consolidação do sistema federal de ensino, é
chegada a hora de traçar e propor estratégias para que essas instituições consigam agregar maior competitividade
a seus processos, visando a garantir a
sua permanência no sistema.
Para ter sucesso nessa empreitada,
é essencial a união de todos os setores envolvidos no processo, entre os
quais o governo federal, o Ministério
da Educação, as entidades representativas do setor e os governos estaduais
e municipais. 
www.abmes.org.br
REVISTA LINHA DIRETA
As PMIES estão emparedadas entre
dois obstáculos difíceis de enfrentar: o rigor das normas de avaliação
do Ministério da Educação (MEC) e
a concorrência com instituições de
maior porte. No primeiro caso, as instituições são penalizadas com corte
de vagas, desligamento de programas
de apoio financeiro ao aluno, arquivamento de processos de cursos em
tramitação, fechamento de cursos. No
segundo, são atingidas em cheio pela
concorrência dos cursos presenciais
e a distância que são oferecidos pelas
grandes instituições. Em decorrência desses fatores, houve entre 2008 e
2014 grande queda na taxa de matrículas; deterioração da saúde financeira;
aumento da inadimplência e da evasão; dificuldades na captação de alunos, entre outros fatores.
INTRATEXTO
Princípios
civilizatórios
na educação
do Extremo
Oriente
O
Rodrigo Wolff
Apolloni
REVISTA LINHA DIRETA
Doutor em
Sociologia e
assessor da
Editora Opet
s estudantes seguem em fila da sala
de aula para o pátio. São crianças
de 5 ou 6 anos, em uniformes que,
no Brasil, consideraríamos antiquados. Uma cena típica de países do Extremo
Oriente, que, além de oferecer representações do que seria uma escola “ideal”, também
têm grande sucesso nos índices educacionais
internacionais.
O Japão e a Coreia do Sul ocupam respectivamente a segunda e a quarta colocações na
edição de 2014 do Panorama da Educação
da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). E, no mais
recente ranking do Programa Internacional
de Avaliação de Estudantes (Pisa), que traz o
desempenho dos alunos em leitura, matemática e ciências, as seis primeiras posições são
ocupadas por países ou cidades da Ásia: Cingapura, Coreia do Sul, Japão, China (Macau,
Hong Kong e Xangai) e Taiwan/Taipé. No
Panorama da Educação da OCDE, o Brasil
ocupa a 35ª posição entre 36 países avaliados;
no Pisa, chegamos à posição 38, entre 44 países avaliados.
As políticas educacionais adotadas por esses
países no pós-guerra (exceção feita à China,
que assumiu esse padrão recentemente)
explicam o sucesso. Investimentos em infra-
estrutura e insumos, valorização dos
professores e rigor nas avaliações trouxeram excelentes resultados e geraram
um ambiente sustentável.
É possível, porém, buscar fatores mais
profundos, civilizatórios, que influenciam o olhar das potências educacionais asiáticas sobre suas escolas. Em
relação ao dado “civilizatório”, adotamos a perspectiva do sociólogo Norbert Elias, para quem o processo da
civilização se dá a partir da internalização de sanções dadas pelo grupo.
REVISTA LINHA DIRETA
Na Ásia, o motor civilizatório dos últimos 25 séculos atende pelo nome de
confucionismo, doutrina associada
à vivência comunitária e ao respeito
à hierarquia. O confucionismo parte
de princípios-chave. O primeiro é o
das chamadas cinco relações, que
estabelece um sistema de sociabilidade pautado no compromisso entre
pais e filhos, governantes e governados, maridos e esposas, irmãos mais
velhos e mais novos e entre amigos.
O professor seria identificado com o
“pai” e o “governante”. Nesse sistema,
idealmente, as partes possuem poder
equivalente: cabe ao professor liderar, e essa liderança tem como base o
respeito aos estudantes. Estes, por sua
vez, oferecem seu melhor, demonstrando seu respeito ao docente, aos
pais e à sociedade.
As cinco relações são possíveis a partir
de outros três princípios: o primeiro é
o do Jen, ou Ren. O termo, traduzível
como benevolência, ou como humanidade, parte de um desejo internalizado de fazer o bem – o que, em
termos ideais, produz senso de alteridade, paciência e retidão. O segundo
é Li, que expressa a necessidade de se
agir corretamente em termos ­rituais
e de cortesia. É a vivência de Li, em
princípio, que garante a harmonia
percebida nas escolas do Extremo
Oriente – nelas, cada indivíduo ocupa
um lugar preciso e age de acordo com
sua posição. É Li, também, que favorece os laços dos estudantes com o
ambiente escolar.
O terceiro princípio é Yi, “correção” ou
“senso de justiça”. Ele garante a equidade no tratamento dos alunos pelos
professores e o bom relacionamento
entre estudantes mais velhos e mais
novos. Um processo facilitado por práticas como a apresentação das salas
de aula, pelas crianças mais velhas, às
que estão chegando à educação infantil. Esse sistema não é isento de tensão.
Ele implica alto grau de pressão em
relação a resultados e de bullying em
relação aos indivíduos “desviantes”.
Um exemplo dessa pressão é percebido em um ditado chinês que diz que
“o prego com a cabeça mais alta é martelado primeiro”. Excesso de virtude,
enfim, compromete a própria virtude.
Feitas essas considerações, podemos
questionar nosso próprio processo
civilizatório. Valores cristãos, individualistas, entrópicos, cordiais e irreverentes podem participar da construção
de uma boa escola? Sem dúvida: não
podemos, aliás, negar quem somos. A
melhoria, porém, poderia passar por
uma fusão desses valores com valores que vêm de fora. Poderíamos ter
escolas mais formais, mais comunitárias, sem perder os valores positivos de nossa civilização. Da mesma
forma, aliás, as escolas do outro lado
do mundo poderiam incorporar valores que reduzissem a pressão sobre
os indivíduos – um pouco, enfim, de
nossa própria despreocupação. Em
tempos de intensa conectividade, tais
trocas são possíveis. 
www.opet.com.br
INTRATEXTO
Educação
inclusiva
Q
uando falamos em educação inclusiva, automaticamente surge a ideia de que, com o novo pool
de leis sobre inclusão, as instituições regulares de
ensino, públicas e privadas, são obrigadas a receber os estudantes, quaisquer que sejam suas necessidades,
transtornos e deficiências. A sociedade convive com pessoas portadoras das mais diferentes e complexas deficiências neurológicas, psicológicas, psiquiátricas, físicas e fisiológicas, e encontrou um caminho único para a solução de
todas elas: a escola.
Pedagogicamente falando, trata-se de um ledo engano. A
escola é uma instituição parceira, resiliente, acolhedora e
aberta à transferência e produção de conhecimentos com
muita qualidade e responsabilidade social. Porém, existem
casos que vão além da educação escolar regular e que exigem uma educação clínica especializada.
Lucieudo Ferreira
REVISTA LINHA DIRETA
Membro da diretoria
do Sinepe/CE.
Graduado em
Pedagogia com
especialização em
Administração
da Educação
A aprendizagem de novos conhecimentos, segundo o pesquisador americano Michael Apple, “provoca um efeito de
eliminação de conflitos”. A escola, ambiente de aprendizagem de novos conhecimentos por excelência, caracteriza-se
por ser um espaço agregador, inovador e estimulador dessa
aprendizagem.
Talvez essa seja a justificativa para que o indivíduo e a sociedade em geral apontem para a escola como a única instituição social capaz de processar a eliminação de todas as
necessidades, transtornos e deficiências. É nesse ponto que
localizamos o “conflito”. A escola é tão responsável que se
tornaria irresponsável ao assumir compromissos de natureza clínica, pois esse tipo de educação não encontraria nela
nenhum respaldo técnico.
Mas o nosso objetivo neste artigo é tratar da educação inclusiva
como um tema além dos muros da escola. Tratá-lo como um
assunto mais amplo e abordá-lo por uma ótica geral, universal, de
corresponsabilidades, de interação e de integração. Uma abordagem que vai além das fronteiras das leis sobre inclusão. A educação
inclusiva deve ser entendida como uma responsabilidade coletiva,
um dever de cada pessoa e uma obrigação de todos os entes sociais.
Ao libertar os hebreus (1250 a.C. a 1210 a.C.) do catastrófico regime
de escravidão imposto pelos faraós do antigo Egito, o líder religioso
Moisés, profeta mais importante do judaísmo, exerceu a educação
inclusiva e inaugurou uma nova fase de liberdade e dignidade.
Esses dois princípios foram amplamente encontrados nos ensinamentos de Jesus Cristo, o maior protagonista de todos os tempos
da educação inclusiva.
No Brasil, a Lei Áurea (1888) foi um grande salto para que a humanidade entendesse que um novo cenário de inclusão estava se
impondo nas consciências preconceituosas. Nelson Mandela
(1918-2013) notabilizou-se no cenário mundial como o grande ator
racial, social e político da inclusão ao lutar bravamente pela extinção do apartheid, regime segregacionista sul-africano, substituindo-o pela Nação Arco-Íris.
REVISTA LINHA DIRETA
Durante a última Copa do Mundo de futebol, os times entravam
em campo, cantavam o hino do seu país e cada capitão discursava
condenando o racismo, a discriminação ou qualquer forma de preconceito. Em seguida, exibiam uma faixa da Fifa com a frase “Say
no to racism” (Diga não ao racismo, em tradução livre). A inclusão,
que nasceu no ventre da exclusão, se fortalece a cada dia e deverá
se impor no amplo agregado social como um modelo de permanente aperfeiçoamento da felicidade de cada pessoa.
Um exemplo notável de consciência de educação inclusiva pode
ser encontrado na atitude do romeno-judeu Reuven Feuerstein, que
disse: “Podem me dar os parabéns. Tenho o orgulho de anunciar
que acabei de me tornar avô. Meu neto tem Síndrome de Down”. Se
dermos as mãos no atendimento às necessidades de cada pessoa
e na construção de uma nova consciência em favor da educação
inclusiva, transformaremos a convivência humana numa grande
comunhão da humanidade. 
[email protected]
HIPERTEXTO
Preparação
como palavra
de ordem
Curso se apresenta como alternativa
para alunos e instituições na busca por
melhores resultados no Exame da OAB
REVISTA LINHA DIRETA
Equipe
Linha Direta
A
valiação responsável por tirar o sono dos estudantes do curso de Direito que estão às vésperas de se
formar, o Exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) tem demonstrado, através de seus baixos
índices de aprovação verificados nos últimos anos, o porquê de ser tão temido pelos concluintes do curso. Dados do
segundo volume do estudo Exame de ordem em números
– realizado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), publicado
no final de 2014 e que analisou o desempenho dos estudantes até a 13ª edição do Exame – mostram que a média
nacional de aprovados não chega a 18%. Cenário ruim para
alunos que não conseguem exercer a profissão que escolheram e para as instituições de ensino, que passam a ter
contestada a qualidade da educação que oferecem, o que
interfere diretamente em sua imagem e, consequentemente, em seu processo de captação de novos alunos.
Essa é a opinião de Flávio Corrêa Maciel, coordenador
pedagógico do PreOAB, curso preparatório para o Exame
da Ordem que funciona como extensão da grade curricular oferecida ao estudante. Em entrevista à Linha Direta,
Maciel fala um pouco mais sobre os motivos desses baixos
índices de aprovação, além de apresentar o PreOAB como
uma alternativa oferecida às instituições para melhorar os índices de aprovação de seus alunos no Exame da
Ordem. Confira!
Divulgação
Flávio Corrêa Maciel,
coordenador
pedagógico
do PreOAB
Os baixos índices de aprovação
no Exame da OAB nos últimos
anos se devem à má qualidade dos
cursos de Direito ou englobam
também um ensino de má
qualidade oferecido aos estudantes
ao longo de sua vida escolar?
Para os alunos, o prejuízo é enorme,
pois a grande maioria se esforça
muito para conseguir entrar na faculdade e nela permanecer, mas, quando
se formam, esbarram no Exame da
Ordem, que os impossibilita de exercer a tão sonhada profissão. Para as
instituições, a baixa aprovação acaba
gerando dúvidas sobre a qualidade do
ensino oferecido, inclusive a novos
estudantes, que ainda não decidiram qual faculdade cursar. Ademais,
encontram óbice no conceito obtido
do Ministério da Educação (MEC),
normalmente conceitos bem abaixo
do potencial das instituições. Já para
o País, o prejuízo reside no fato de
desperdiçar parte da sua força produtiva, que poderia estar contribuindo
para uma melhor distribuição da justiça à nossa sociedade.
REVISTA LINHA DIRETA
Devemos analisar a situação sob dois
enfoques. Houve um aumento significativo da oferta de cursos de Direito
e, consequentemente, alunos que não
tinham acesso ao curso passaram a
tê-lo. Obviamente, quanto mais cursos oferecidos e alunos matriculados, maior a dificuldade em manter
o nível desejado. Por outro lado, mas
relacionado a esse fato, o Exame vem
se tornando cada vez mais difícil, pois
a ideia é justamente dar a chancela
da OAB apenas àqueles que estiverem realmente hábeis para o exercício
da advocacia, proporcionando uma
garantia à sociedade de que aquele
profissional tem a capacidade que dele
se espera.
Que tipo de implicações negativas
esses índices podem trazer para
alunos, instituições e, de forma
mais abrangente, para o País?
Diante disso, a contratação de
cursos como o PreOAB pode vir
a se tornar uma tendência por
parte das instituições de ensino?
O PreOAB foi desenvolvido especificamente para ser um parceiro das instituições na busca da excelência, oferecendo
um sistema de ensino totalmente personalizado, objetivando o enfrentamento
da grave questão relativa ao sucesso na
aprovação de seus alunos e do futuro
profissional que ali se forma. Como
extensão da grade curricular já oferecida
ao aluno, o projeto PreOAB proporciona,
com baixo custo, mais um relevante
canal de aprendizagem. O PreOAB veio
para preencher uma lacuna existente
no mercado, visando ao atendimento às
reais necessidades das instituições de
ensino no que tange ao Exame da OAB.
Isso porque, ao contrário das instituições de ensino, o propósito do curso é
voltado exclusivamente para a aprovação no Exame.
REVISTA LINHA DIRETA
Na prática, como funciona o curso?
O curso é composto por 260 aulas online,
com tratamento objetivo daquilo que é
realmente importante para a prova. As
aulas foram desenvolvidas em uma plataforma moderna e interativa, podendo
o aluno acompanhar a fala e os ensinamentos dos professores através de slides
correlatos, o que permite uma maior fixação do conteúdo. Além do mais, o aluno
acompanha o percentual de aulas assistidas, interage com os professores, faz provas simuladas, dentre outros benefícios.
No caso de parcerias com as instituições,
o material didático é personalizado com
a logomarca destas. Elas adquirem apenas o material didático, o acesso às aulas
online é uma cortesia do PreOAB. O objetivo primeiro do curso é firmar parcerias
com as instituições de ensino interessadas, a fim de preparar o aluno especificamente para a referida prova, aumentando
o índice de aprovação dos discentes e,
consequentemente, a visibilidade e o
conceito das instituições parceiras. Não
obstante, oferecemos aos alunos a possibilidade de adquirirem individualmente o
curso, seja ele completo, sejam apenas as
aulas online ou as apostilas.
Como o PreOAB buscou mapear
as principais deficiências por parte
dos alunos no Exame para montar o
material didático que o curso oferece?
O curso nasceu da reunião de profissionais qualificados e com experiência em
concursos e provas da OAB. Nosso corpo
docente é formado por juízes federais,
estaduais, promotores de justiça e advogados, mestres e/ou doutores. Através
de uma análise minuciosa do edital
e de provas anteriores, conseguimos
mapear os temas mais frequentes, bem
como aqueles de maior importância. O
material didático é composto por quinze
apostilas completas, em formato livro,
com aprofundamento dos temas mais
relevantes e diversas questões de provas anteriores comentadas por nossos
professores das mais variadas matérias.
Isso permite ao aluno, além do acesso ao
conhecimento teórico, praticar a resolução de questões, importante ferramenta
para o momento de prestar o Exame. O
curso oferece, inclusive, uma apostila de
amostra para as instituições que queiram conhecer o material, bastando acessar nosso site www.preoab.com.br.
Que tipos de benefícios a plataforma
online PreOAB oferece ao aluno que
se prepara para o Exame da Ordem?
O PreOAB oferece uma preparação específica voltada para o sucesso no Exame
da Ordem, sendo que nossas aulas
online podem ser acessadas a qualquer
momento e de qualquer lugar, possibilitando ao aluno um aprendizado de forma
leve, flexível e eficiente. Ademais, demos
grande enfoque no desenvolvimento de
apostilas completas e que possuíssem
um alto grau de diferenciação e qualidade em relação às demais existentes no
mercado. Viemos para ser diferentes. 

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