las pelirrojas traen mala suerte

Transcripción

las pelirrojas traen mala suerte
ASC
Dtnamarca
Nmue&
Manuel L. Alonso
Amiralia
Hungria
Repüblka
Checa
Rumania
Japón
LAS PELIRROJAS
TRAEN MALA SUERTE
haiia
Turqm'a
Eslovenia
Eslovaqida
E d i c i ó n a cargo de: Javier N a v a r r o
I l u s t r a c i o n e s: Palle S c h m i d t
Véase lista completa de citulos en. el interior de la
contracubierta.
Esta edición ha sido resumida para hacerla de
facil lectura a los estudiantes de espaftol.
Los textos, aunque simplificados, conservan el estilo y
el espfritu del original.
En cuanto al vocabulario, las palabras que no tienen una
aha frecuencia en el Lenguaje o c|ue son diffciles de
comprendei dentro del contexto en el que se encuentran,
se explican por medio de dibujos o por definiciones
en forraa de nocas a pie de pagina, escritas en
espaiïol sencillo.
EASY READERS puedc emplearse siempre en centros
docentes, en el autoestudio o por el simple placer de leer.
existen también en aleman, inglés
francés, italiano y ruso.
ER;
EDICIÓN S1MPL1FICADA P A R A
USO ESCOLAR Y A U T O E S T U D I O
Esta edición, cuyo vocabulario se ha elegido
entte las palabras espanolas mas usadas (segün
C E N T R A L A ORDFÖRRADET I SPANS K A N de Gotosch, Pontoppidan-Sjövall y
el V O C A B U L A R I O B A S I C O de A t i a s , PaUates, A l e g t e ) , ha sido resumida y simplificada
pata satisfacet las necesidades de los estudiantes de espaflol c o n unos conocimientos un poco
avanzados del idioma.
E l vocabulatio ha sido seleccionado también
de los libros de t e x t o escolates " L i n e a " ,
" E n c u e n t r o s " y " P u e n t e " , compatad o c o n
" C a m i n o " y " U n n i v e l u m b r a l " del Consejo de
Eutopa.
Editora: UUa Malmmose
Diseno de cubietta: M e t t e Plesner
Foto: Polfoto/Michael Lykke
C o p y t i g h t © M a n u e l Luis A l o n s o Gómez
C o p y r i g h t © Easy Reader-edition:
A S C H E H O U G / A L I N E A 2003
I S B N Dinamarca 978-87-23-90357-0
www.easyreader.dk
Easy Readers
Impreso en Dinamarca por
Sangill Grafisk P r o d u k t i o n , H o l m e - O l s t r u p
BIOGRAFIA
M a n u e l Luis A l o n s o nació en 1948, en Zaragoza (Espana). Comenzó a trabajar c o n quince afios. Trabajó en una
librerfa, como critic o de teatro y cine, para diferentes revistas... Fue en 1979 cuando decidió que querfa ser solo escritor.
Fue la decisión correcta. H a escrito unos ciento c i n cuenta cuentos para adultos y unos cuarenta libros de aventutas, humor, etc. Sobte todo es conocido como autot de
novelas para jóvenes. Numerosos premios de literatura
j u v e n i l lo c o n f i r m a n .
A M a n u e l Luis A l o n s o le gusta viajar y ha v i v i d o en casi
todas las regiones espanolas: j u n t o al mar, en una isla, en
pueblos pequenos y en grandes ciudades.
S i n duda, una de sus mejores novelas es Las pelirrojas traen mala suerte. Se publicó en 1995. Recibió el premi o l i t e rario Jaé n 1995 y tiene ya mas de diez ediciones en espanol.
1
- M i n o m b r e n o i m p o r t a . L o ü n i c o que i m p o r t a es
que soy u n h o m b r e l i b r e .
Se echaron a reir, p e r o y o h a b l a b a m u y e n serio.
-^Cuantos afios tienes? - p r e g u n tó e l lider-. ^Catorce?
iQuince?
-Parezco j o v e n , p e r o t e n g o mas afios - r e s p o n d i .
-Pareces u n n i n o . N o queremos n i f i o s a q u i . Ya t e n e mos bastantes p r o b l e m as c o n la p o l i c i a .
Era v e r d a d . V i v i r e n u n a f a b r i c a a b a n d o n a d a c o n
gente de m i edad - b u e n o , algo mayores- me parecia
u n a b u e n a idea, p e r o n o q u e r i a e n c o n t r a r m e c o n la
p o l i c i a . D u d é unos instantes y f i n a l m e n t e m e decidf:
- M e escondo si v i e n e n . Y e n t r e t a n t o p u e d o ayudar.
-Por supuesto que puedes ayudar - d i j o u n a de las c h i cas-. ^Crees que u n okupa esta de vacaciones? Y a q u i n o
h a y t r a b a j o de tios y trabaj o de tias. Todos somos iguales.
C o m p r e n d f que eso significab a que p o d i a q u e d a r m e .
Sonrei.
-Todos somos iguales - d i j e .
- V e n , te v o y a ensenar esto, h o m b r e l i b r e - d i j o el
lider.
Los demas continuaron
hablando, o c h o o diez c h i c o s y
u n par de chicas e n t r e los dieciséis y los v e i n t e o v e i n tidós afios, los unos c o n pelos largos y vaqueros rotos,
echarse a + infinitivo,
comenzar a hacer algo
lider, m o d o de escribir en espanol la palabra inglesa "leader"
esconderse,
ir a u n lugar en el que otras personas n o pueden verte
okapa, j o v e n que v i v e e n una casa que n o es suya, sin pagar d i n e r o
sonreir, refr u n poco sin abrir la boca
continuar
+ gerundia, seguir + gerundio,
5
hacer algo d u r a n t e mas t i e m p o
otros c o n el aspecto n o r m a l de la genre de m i b a r r i o .
- M e l l a m a n C h i c o . Y n o me he drogado nunca.
Pero estabamos lejos de m i b a r r i o .
Sentados e n el suelq, c o m o i n d i o s , los dernas f u m a -
Yo lievaba tres dias d u r m i e n d o e n las calles y m e ale5
graba de haber e n c o n t r a d o u n a n u e v a casa. 'Era u n a
m e d i j o los nombres de algunos. Ellos h a c i a n u n gesto
fabric a abandonada, e n o r m e , c o n u n pequefio despacho.
c o n la cabeza o la m a n o , s i n d a r m e mas i m p o r t a n c i a . 5
H a b r a basura de todas clases p o r el suelo. U n a cuarta
Para m i , s i n embargo, aquel m o m e n t o era m u y especial.
parte de la fabrica estaba ya l i m p i a y vi. sacos de dormir y
Ellos e r a n m i n u e v a f a m i l i a . M e s e n t é j u n t o a u n a c h i -
comida.
ca pelirroja.
-Yo m e l l a m o C h e m a - d i j o e l lider- ^Quién re h a
w
h a b l a d o de nosotros? ^ C ó m o nos has e n c o n t r a d o ?
-/Lo dices de broma? Sois famosos, hasta se escribe
- A h , eso. Ese p e r i o d i s t a n o escribió mas que t o n t e r i as. ^Has sido o k u p a a l g u n a vez? Supongo
L i e v a b a u n a gorra y ropa de trabajo azul.
- T b m a - d i j o , y m e d i o su c i g a r r i l l o - . M e l l a m o H e l e na, c o n hache.
to
-Es u n n o m b r e m u y . . .
A ü n n o sabia h a b l a r c o n u n c i g a r r i l l o e n la boca y
sobre vosotros e n e l p e r i ó d i c o .
15
b a n y se r e i a n . Ya n o m e p a r e c i a n t a n terribles. C h e m a
que n o . L l e v a -
mis ojos e m p e z a r o n a llorar. M e sentia c o m p l e t a m e n t e
ridiculo.
mos a q u i tres semanas, y p o r a h o r a n o h e m o s t e n i d o
- T a m p o c o es para l l o r a r - d i j o H e l e n a y sonrió .
p r o b l e m a s , pero eso n o s i g n i f i c a nada. A l p r i n c i p i o
D e b i a tener unos c u a t r o afios mas que y o . "Es la c h i -
v i n i e r o n los maderas,
y nos d i j e r o n que n o q u e r i a n d r o -
ca mas guapa que h e v i s t o e n m i v i d a " , pensé.
gas p o r a q u i . S i quieres quedarte , ya sabes: a q u i n a d i e
se droga, ^de acuerdo, h o m b r e libre?
llevar + gerundio,
hacer algo d u r a n t e u n t i e m p o
gesto, m o v i m i e n t o c o n la m a n o o la cara para expresar u n saludo o u n
despacho, h a b i t a c i ó n para trabajar o estudiar, n o r m a l m e n t e c o n mesa,
sentimiento
libros, etc.
pelirroja, persona c o n pelo de c o l or rojo
hasta, incluso
hache, la letra " h " ; aquf Elena quiere decir que su n o m b r e n o r m a l m e n -
suponer, creer algo sin estar c o m p l e t a m e n t e seguro
te se escribe Elena en espanol
modem, p o l i c i a (lenguaje de los j ó v e n e s )
ridiculo,
6
algo o alguien que es m o t i v o de risa
7
15
A l o m e j o r es asi c o m o se madura
2
siempre.
E l sol salió c u a n d o estaba e n la parte a l t a de la c i u M i s padres n o e r a n peores que otros. E r a n personas
d a d , e n e l Albayzfn,
c o n sus casas blancas y c o n e l r u i -
n o r m a l e s . Nuestras discusiones n u n c a e r a n p o r m o t i v o s
d o de agua de sus j a r d i n e s . M e lavé e n u n a f u e n t e . Des-
i m p o r t a n t e s . L a ültima vez p o r las notas. Para m i padre
de u n mirador
mis c u a t r o suspensos f u e r o n c o m o el f i n d e l m u n d o , y m i
la Alhambra
m a d r e se e c h o a llorar. Para m i t o d o l o que m i padre
p o r p r i m e r a vez. T e n i a que i r m e , pero q u e r i a v o l v e r u n
decfa era c o m o u n a c o m e d i a . C r e i a que, e n el f o n d o , n o
dia a aque l m i s m o lugar.
t e n i a nada que ver c o n m i g o , que tal vez h a b f a u n p r o b l e m a e n t r e ellos e i n t e n t a b a n o l v i d a r l o de ese m o d o .
Esa m i s m a n o c h e , m i e n t r a s mis padres d o r m i a n , m e
l e v a n t é s i n r u i d o , m e v e s t i y preparé la mochila.
Me fui
e n s i l e n c i o , y e n l a mesa de la c o c i n a dej é u n a n o t a .
p o d i a ver la c i u d a d ; f r e n t e a m i estaban
y Siërra
Nevada.
Fue c o m o ver m i c i u d a d
R e c u e r d o que, p o r l o meno s u n a vez e n aquellos tres
dias que estuve solo, v o l v i u n a vez a m i b a r r i o . Estuve
w
m i r a n d o m u c h o t i e m p o la v e n t a n a detras de la c u a l
estaban m i s padres, s i n d u d a preocupados. N o sé l o que
pensaba e n aque l i n s t a n t e , t a l vez q u e r i a v o l v e r .
T e n i a algo de d i n e r o , pero n o queri a usarlo. E l h a m bre n o m e preocupaba demasiado. Peor era e l p r o b l e m a
de e n c o n t r a r u n lugar para d o r m i r . L o i n t e n t a b a e n la
calle, e n el b a n c o de a l g i i n j a r d i n , pero n u n c a conseguia d o r m i r m u c h o t i e m p o . E n t o n c e s l e i e n u n periódico sobre la ocupación
de la v i e j a fabric a y c o m p r e n d f
que a q u e l l o era l o que necesitaba.
Después de d u d ar m u c h o , f u i a la fabric a y d i j e :
- M i n o m b r e n o i m p o r t a . L o u n i c o que i m p o r t a es
que soy u n h o m b r e l i b r e .
Esa p r i m e r a n o c h e estuve c a m i n a n d o p o r
Al amanecer
Granada.
estaba m u y cansado y mis piernas se m o v f -
a n solas, pero sentia d e n t r o de m i algo n u e v o y descon o c i d o . C o m p r e n d i a que, c o n este acto de rebeldia
estupida, estaba buscando algo que para m i era esencial.
maclurar, hacerse mayor, empezar a ser a d u l t o
Albayzfn, barrio a n t i g u o de Granada donde v i v f a n los arabes
mirador, lugar desde el que se puede m i r a r una c i u d a d , el mar, etc.
suspenso, n o aprobado; e n Espana la n o t a m a x i m a es 10 y el suspenso
Alhambra,
es menos de 5
muy conocido
tal vez, quizas, a l o m e j o r
Siërra Nevada,
Graiiada,
ocupación,
c i u d a d de A n d a l u c f a , en el sur de Espana
al amanecer, cuando sale el sol por la manana
8
lugar d o n d e v i v f a n los reyes arabes de G r a n a d a; m o n u m e n t o
montafias cerca de G r a n a d a
entrar en la fabrica los "okupas" (ver pag. 5) para v i v i r en
ella
9
is
10
11
3
V e i a que mis c o m p a n e r o s eran , a su m a n e r a , gente
responsable. E l t r a b a j o de l i m p i e z a de la f a b r i c a iba mas
- j N e c e s i t a m o s pelasl -gritó u n o de mis c o m p a n e r o s
okupas-. S i n pelas n o se puede hacer nada.
Era, por lo menos, la q u i n t a asamblea e n los dos dfas
que yo l i e v a b a e n la fabrica . Q u e r i a m o s e n c o n t r a r u n
p r o y e c t o para ensefiarlo a los v e c i n o s y a la p o l i c i a .
- j L o que necesitamos son mas tfas!
- j O mas tfos! - d i j o r a p i d a m e n t e u n a de las chicas,
a u n q u e h a b f a c u a t r o c h i c o s p o r cada c h i c a .
C o m o siempre, C h e m a i n t e n t a b a p o n e r o r d e n , p e r o
su f i l o s o f i a anarquista n o ayudaba m u c h o .
- S o l o debe h a b l a r q u i e n t i e n e algo que decir.
-Podemos hacer u n g r u p o de t e a t r o - d i j o a l g u i e n .
deprisa que c o n trabajadores pagados ( l o c u a l era sorprendente
pues n a d i e se l e v a n t a b a antes de las dos de la
t a r d e ) . Y mis c o m p a n e r o s t e n i a n u n a c u a l i d a d que m e
gustaba m u c h o : v i v f a n su v i d a y n o se metian
en m i
vida.
Yo, s i n embargo, cometi
u n error aque l m i s m o d i a ,
después de la asamblea. Estabamos l i m p i a n d o y yo t e n i a
que e n c o n t r a r u n a pala que n o estaba e n su s i t i o . Busqué por todas partes s i n e n c o n t r a r l a y f i n a l m e n t e miré
e n el despacho. A veces los objetos estaban e n los lugares mas raros. C h e m a y H e l e n a estaban a l l i . Se estaban
besando.
- O ensefiar cosas a los n i f t o s d e l b a r r i o .
-^Qué t i p o de cosas?
-Müsica, dibujo, no importa.
-Si v i e n e la p o l i c i a , p r o p o n g o e n v i a r a C h i c o .
- B u e n a idea. T ü , C h i c o , les dices que estamos s i n
cigarrillos.
Yo t e n i a la impresión de estar e n m e d i o de una clase
s i n profesor. M e preguntaba si mis companeros c r e i a n
de v e r d a d que p o d i a m o s seguir asf m u c h o t i e m p o . Esperabamos la v i s i t a de la p o l i c i a de u n m o m e n t o a o t r o .
N o todos se q u e d a b a n a pasar la n o c h e : algunos se
i b a n a su casa, c o n sus viejos. Los que l o h a c i a n n o e r a n
criticados . A la m a i ï a n a siguiente l l e g a b a n c o n c o m i d a .
Por las n o c h e s se bebfa y f u m a b a m u c h o , y estaba m a l
Fue e l l a la que m e v i o . T e n i a los ojos abiertos. N o
hizo nada. N o se separó de C h e m a . S u p o n g o q u e ; para
u n a c h i c a , los chicos mas j ó v e n e s que e l l a n o e x i s t e n .
M i e n t r a s d u d a b a e n t r e salir o p r e g u n t a r p o r la pala,
C h e m a se volvió
hacia m i .
- i Q u é quieres, C h i c o ?
-Estoy buscando u n a pala.
-^Tienes tü u n a pala? - p r e g u n t ó a H e l e n a - f N o ? Yo
t a m p o c o t e n g o u n a pala, C h i c o . Te l o d i g o si v e o alguna.
v i s t o acostarse antes d e l amanecer.
sorprendente,
que sorpren.de, que es causa de sorpresa
meterse, preguntar, querer saber
pelas, pesetas (lenguaje de los j ó v e n e s )
asamblea, e n c u e n t r o , juntarse para hablar sobre u n tema
viejos, padres (lenguaje de los j ó v e n e s )
12
cometer, hacer
volverse,
m o v e r la cabeza para m i r a r hacia atras, m i r a r lo que pasa
decras de u n o
13
M e h a b l a b a c o n i r o n f a , pero n o estaba
enfadado.
C h e m a n o se enfadaba n u n c a p o r n a d a . Los d e j é solos,
a u n q u e n o p u d e dejar de pensar e n e l l o . M i error fue
h a b l a r l e a H e l e n a mas tarde, m i e n t r a s
5
trabajabamos
juntos:
-,Tres la c h i c a de C h e m a ?
E l l a lievaba, c o m o siempre, su gorra y ropa de trabaj o . Sus manos y su cara n o estaban demasiado l i m p i a s .
Yo n o p o d i a i m a g i n a r m e l a c o n u n v e s t i d o y los ojos pintodos. M e miró f r i a m e n t e . V i que sus ojos c a m b i a b a n de
c o l o r e n ese m i s m o i n s t a n t e : e r a n de u n verde p e l i g r o suelo de la fabrica, sonaba c o n e l l a . Pero p o r las
so.
rnana-
nas n u n c a conseguia recordar mis suenos.
-Yo n o soy de n a d i e .
Fue c o m o h a b e r m e m e t i d o hielo d e n t r o de la camisa.
15
4
-Perdona -dije.
C o m p r e n d i que, a d i f e r e n c i a de C h e m a , e l l a si p o d i a
Dos cosas, u n a b u e n a y u n a m a l a , m e pasaron casi a l
enfadarse. A q u e l d i a n o v o l v i a h a b l a r c o n ella n i c o n
m i s m o t i e m p o . M u c h a s veces, e n la v i d a , las cosas bue-
n a d i e . Pero n o p o d i a dejar de m i r a r l a .
T e n i a u n c u e r p o p e q u e f i o . Sus hombros e r a n perfec-
La buena fue que H e l e n a se a c e r c ó mas a m i . E m p e -
de era d i f i c i l lavarse las m a n o s , e l la conseguia t e n e r e l
zó c o n una frase s i n i m p o r t a n c i a ("^Qué pasa? N u n c a
pelo siempre l i m p i o . T o d o e n e l l a m e gustaba.
dices n a d a " ) . Pero m i b u e n a suerte n o t e r m i n ó a h i .
con
H a c i a f a l t a c o m p r a r algunas cosas, y se nos eligió a
otros, la c o n o c i cada vez m e j o r . S u p e que leia m u c h o ,
nosotros dos para h a c e r l o . Era e l t i p o de t r a b a j o que
que le gustaba n las personas idealistas, que amaba las
u n a c h i c a hace m e j o r que u n c h i c o ; p e ro e l l a n o era de
plantas y los animales, y que l o mas i m p o r t a n t e para
la c i u d a d y n o la c o n o c i a t a n b i e n c o m o y o .
Yo la observaba y, p o r m e d i o de conversaciones
25
nas y malas pasan a l m i s m o t i e m p o .
tos y sus pies e r a n pequenos y b o n i t o s . E n u n lugar d o n -
5
IO
Salimos de la fabric a y comenzamos a andar, c o n t e n -
e l l a era su l i b e r t a d .
S é que, p o r la n o c h e , e n m i saco de d o r m i r sobre e l
tos de hacer algo d i s t i n t o . Era m u y t e m p r a n o y e m p e c é
a cantar. H e l e n a c o n o c i a las mismas canciones que y o ,
y mucha s mas. N o cantaba c o m o los angeles. C a n t a b a
enfadado,
m a l , ^y qué? ^ A q u i é n le i m p o r t a b a eso? '
colérico
pintado, c o n c o l or
hielo, el agua cuando esta a menos de 0 ° C
14
|
sofvxr, pensar en algo mientras se duerme
15
(5
H e l e n a sabia escuchar y e n aquel largo c a m i n o , c o n t r a l o habitual e n m i , e m p e c é a c o n t a r l e de m i v i d a . E l l a
t a m b i é n m e h a b l ó de su f a m i l i a . Era u n a g r a n f a m i l i a y
v i v f a n e n u n a casa e n o r m e , c o n q u i n c e d o r m i t o r i o s y
5
seis cuartos de b a n o .
- i Q u é hacemos?
- V a m o n o s - d i j o - . L o s p o d e m os e n c o n t r a r mas tarde
e n a l g u n a parte, la c i u d a d n o es t a n g r a n d e .
Echo
a andar
s i n esperarme.
Y o solo
dudé u n
m o m e n t o . M i r é p o r t i l t i m a vez m i casa de unos pocos 5
Después de hacer nuestras compras, e l s o l estaba
dfas. D i j e :
m u y a l t o , y eso e n G r a n a d a , e n j u n i o , s i g n i f i c a u n c a l o r
- N o es justo. N o es j u s t o .
t e r r i b l e . Buscamos la sombra de casas y arboles, y des-
A l c a n c é a H e l e n a y nos alejamos j u n t o s .
pués de u n r a t o n o s paramos e n u n m i r a d o r , c o m o l a
p r i m e r a m a n a n a de m i l i b e r t a d .
Recuerdo, para siempre, las callejuelas, e l r u i d o d e l
5
agua e n algün j a r d f n , las paredes blancas, los gatos s i l e n -
(5
ciosos que nos m i r a b a n . Sentados e n u n b a n c o , f u m a -
N o h a n pasado m u c h o s afios desde aquellos dias. Y o
mos y m i r a m o s las casas blancas. T e n f a ganas de hacer
a h o r a t e n g o e l d o b l e de edad, e l d o b l e de e x p e r i e n c i a /o
algo para n o o l v i d a r n u n c a ese d i a : besar a H e l e n a o
que e n t o n c e s y v e o , c o m o es n a t u r a l , las cosas de o t r o
pasar la mano por l a pared blanca . Pero sabia q u e l o
m o d o , p e r o i n t e n t o c o n t a r l a s c o m o las veia entonces .
m e j o r era q u e d a r m e e n m i s i t i o , n o decir nada.
G u a r d o aque l d i a e n m i memoria. Puedo verno s a H e l e -
Pero... l o b u e n o y lo m a l o , c o m o tantas veces, v i e n e n
ojos cerrados): c a m i n a m o s s i n parar bajo e l sol d e l 15
p o l i c i a estaba allf. Dejamo s caer las bolsas y nos m i r a -
m e d i o d f a , c o n nuestras bolsas.
mos. Estabamos e n la parte mas a l t a de una larga calle.
H e l e n a p e r t e n e c ia a esa clase de personas que, e n los
D i f i c i l m e n t e p o d f a n vernos. D o s o tres de nuestros
m o m e n t o s diffciles , sabe ayudar. Era u n a persona e n
c o m p a n e r os d i s c u t f a n c o n los policfas. Y o queri a correr
q u i e n p o d i a confiar. Para los problemas que a m i t a n t o
h a c i a ellos.
25
n a y a m i m i s m o ( c o m o m e j o r se v e n las cosas: c o n los
j u n t o s . D e v u e l t a a l a fabrica, v i m o s desde lejos que la
m e p r e o c u p a b a n e n c o n t r ó r a p i d a m e n t e u n a solución.
- N o p o d e m o s hacer nada, C h i c o .
F u i m o s a u n bar d e l A l b a y z f n . C o n o c i a a l d u e f i o d e l bar
M e v o l v i h a c i a ella. E r a mayor, t e n i a mas e x p e r i e n -
y le d i o las bolsas a c a m b i o de u n a c o m i d a c a l i e n t e y
c i a de l a v i d a que y o .
c a m a para esa n o c h e . S u m i r a d a y l a d e l d u e n o d e l bar
se e n c o n t r a r o n m i e n t r a s e l h o m b r e nos p o n f a l a c o m i -
habitual, n o r m a l , acostumbrado
sombra, lugar e n que n o hace sol
callejuela, calle pequeiïa
justo, correcto, c o m o debe ser
pared, una h a b i t a c i ó n tiene cuatro paredes
alejarse, irse lejos de u n lugar
pasar la mano por, hacer u n m o v i m i e n t o c o n la m a n o sin separarla del
memoria,
objeto
confiar, tener la seguridad de que alguien te ayuda
16
recuerdo
2 Las p e l i r r o j a s t r a e n m a l a s u e r r e
17
da e n la mesa. M e d i c u e n t a de que e n t r e ellos pasaba
-Pero... solo has h a b l a d o de u n a h a b i t a c i ó n .
algo que n o p o d i a entender.
M e m i r ó s i n saber c u a l era e l p r o b l e m a . E n t o n c e s l o
- i P o r qué n o m e dices d ó n d e esta Juan?
e n t e n d i ó y se e c h o a refr.
E l d e l bar n o q u e r i a o i r preguntas.
5
-Ya te h e d i c h o otras veces que n o sé d ó n d e esta.
- Q u é t o n t o eres, C h i c o . L l e v a m o s varios dias d u r m i e n d o e n la m i s m a h a b i t a c i ó n .
-,;Sabes a l menos si esta e n Granada?
-Tienes razón...
- N o , n o esta e n G r a n a d a .
C o m o b u e n granadino,
él p r o n u n c i a b a " G r a n a " .
- A d e m a s , u n a h a b i t a c i ó n es mas barata que dos. ^Y
tü, a d ó n d e vas a ir?
- T ü eres a m i g o de su padre. C o n o c e s b i e n la c i u d a d
w
-Estoy a c o s t u m b r a d o a d o r m i r e n la calle - d i j e .
y los pueblos de la costa - d i j o H e l e n a - . Estoy segura de
- S i l o prefieres asi.
que v i n i e r o n a q u i para p e d i r t e ayuda.
-Les d i j e que n o q u i e r o saber nada. Yo n o q u i e r o mas
problemas.
i
U n a parte de m i , siempre c o n m i e d o a las situaciones
nuevas, se quedó
t r a n q u i l a . Ya estaba. Ya n o p o d i a seguir
c o n H e l e n a . "Felicidades, C h i c o , si querias v o l v e r a
- T e n g o la impresión - d i j o H e l e n a - de que hay algo
que n o me dices. ^Sabes p o r qué se esconde? ^Te l o c o n -
estar solo, lo has conseguido" . Pero la o t r a parte de m i
fue la que h a b l ó :
to?
i.
- D e acuerdo. M e q u e d o , gracias.
E l h o m b r e m o v i ó la cabeza.
- T a m p o c o q u i e r o saberlo, ya te l o h e d i c h o . S o l o sé
que la p o l i c f a puede estar detras de él.
-/Te h a b l ó de mi?
Esa tarde a n d u v i m o s p o r la c i u d a d e n busca de los
c o m p a f i e r o s de la f a b r i c a , p e ro C h e m a y los o t r o s n o
estaban p o r n i n g u n a p a r t e . T a l vez ya n o estaban e n
Granada.
- N i u n a palabra.
2
Por la n o c h e , m i e n t r a s c o m i a m o s u n bocata, le c o n -
- S i a l g u i e n p r e g u n t a p o r él, ^me vas a avisar?
té que q u e r i a ser escritor.
-Claro.
-Tienes que escribir para las mujeres - m e h a b l a b a e n
E l d u e n o d e l bar se m a r c h ó . C o m p r e n d i que lo m e j o r
25 era n o h a b l a r después c o n H e l e n a sobre esta conversación.
serio, c o m o a u n a d u l t o - . Las mujeres necesitamos
-^Qué vas a hacer? ^Quieres d o r m i r a q u i esta n o c h e ?
Entonce s m i m a n o e n c o n t r ó e n e l bolsillo d e l p a n t a l o n m i pequefio secreto: unos cuantos billetes. M i e n t r a s
Yo n o esperaba u n a p r e g u n t a asi.
los demas se gastaban hasta su ültim a peseta para la
-^Aqut?
quedarse, estar, sentirse
-Claro.
granadino,
las
palabras que e n la v i d a real n o nos d i c e n a d i e . M u c h a s
veces leemos para e n c o n t r a r e n los l i b r o s esas palabras.
-preguntó H e l e n a .
30
5
bocata, b o c a d i l l o (lenguaje de los j ó v e n e s )
de G r a n a d a; los andaluces n o p r o n u n c i a n el f i n a l de muchas
bolsillo, ver ilustración en pagina 20
palabras
peseta, moneda/dineto de Espana hasta el aiïo 2001
18
2*
19
2
c o m o instantes de f e l i c i d a d perfecta. M e d i c u e n t a de
que H e l e n a c o n o c i a mas l i b r o s que y o y el t i e m p o se
nos paso s i n darnos c u e n t a . C o m p r a m o s tres l i b r o s c o n
el d i n e r o que nos quedaba.
Después paseamos p o r la c i u d a d y nos e n c o n t r a m o s
c o n u n a c o n o c i d a de H e l e n a , que le d i o u n a m o c h i l a y
u n p o c o de ropa. C u a n d o la v i c o n u n v e s t i d o de flores
pequefias irie s e n t i feliz. N o era e x a c t a m e n t e m i c h i c a ,
pero eso n o i m p o r t a b a . Estaba c o n m i g o , y eso bastaba.
c o m p r a c o m ü n , yo guardaba t o d a v i a unos b i ü e t e s. M e
Esa n o c h e v o l v i m o s mas t e m p r a n o que la anterior
s e n ti egofsta. Q u i s e t i r a r los billetes, pero, n u n c a se
nuestra pequefia h a b i t a c i ó n . Los dos necesitabamos
sabe, a l o m e j o r nos s e r v i a n mas adelante. S i hay u n a
u n a b u e n a d u c h a y lavar nuestra ropa interior.
l e c c i ó n que u n j o v e n aprende p r o n t o , gracias a los a d u l -
de pequefias cosas, e n las que n o r m a l m e n t e n o se p i e n -
noche,
e n u n a pequefia h a b i t a c i ó n
Este t i p o
sa, se c o n v i e r t e n e n algo m u y i m p o r t a n t e c u a n d o se
tos, es que el d i n e r o es i m p o r t a n t e .
Esa
a
con
dos
v i v e e n la calle.
camas, se quitó la ropa de espaldas a mi. R e c u e r d o su
E l l a tardó m u c h o . Yo n e c e s i t é meno s t i e m p o d e l que
pelo que caia sobre los h o m b r o s ; a l apartar la ropa de la
ella suponia, p o r q u e , c u a n d o salf d e l b a f i o , pareci ó estar
cama, pude ver por u n m o m e n t o formas y lineas. L u e g o
s o r p r e n d i d a . Tardé unos segundos e n c o m p r e n d e r que
/o la luz de la luna y su respiración
regular, cercana.
e l p a n t a l o n y los billetes que t e n i a e n las mano s m e pertenecian.
M e m i r ó c o n u n a miracla que n o c o n o c i a e n e l l a . N o
le pregunt é q u é estaba h a c i e n d o -era o b v i o - y ella n o
6
m e d i o n i n g u n a e x p l i c a c i ó n . A l d o r m i r esa
Por la m a i ï a n a H e l e n a m e d i j o que su a m i g o e l d e l
bar ( y o t e n i a dudas de si r e a l m e n t e era u n a m i g o ) nos
dejaba pasar u n a n o c h e mas e n la h a b i t a c i ó n . Después
noche,
pensé que algo era d i f e r e n t e e n t r e nosotros.
D o r m i a a t i n c u a n d o H e l e n a m e despertó. V i que ya
estaba c o m p l e t a m e n t e vestida.
f u i m o s hasta u n a v i e j a l i b r e r i a d o n d e t e n i a n libros m u y
- V i s t e t e , C h i c o , tenemo s que irnos .
baratos. R e c u e r d o algunos m o m e n t o s de esa
Era m u y t e m p r a n o y apenas e n t r a b a luz por la v e n t a -
manana
n a . H e l e n a m e indicó c o n u n gesto la v e n t a n a . M i r é y v i
de espaldas a, sin mirar; la otra persona ve la espalda (parte de atras del
cuerpo)
apartar, poner a u n lado, q u i t a r
anterior,
luna, satélite del planeta Tierra
ropa interior,
respiración,
indicar, senalar; la otra persona mira entonces hacia el o b j e t o i n d i c a d o
tornar aire por la boca o la nariz
20
la noche antes
ropa debajo de los pantalones o la camisa
21
que u n c o c h e de la p o l i c i a estaba parado f r e n t e a la
p u e r t a d e l bar.
T e n i a m u c h a s preguntas: ^por qué h a n v e n i d o ? , ^es a
m i ' a q u i e n buscan?, i c ó m o h a n sabido que estaba aqui?
5
Pero n o h a b i a t i e m p o . M e v e s t i a toda prisa.
-Sfgueme.
S a l i m o s de nuestra h a b i t a c i ó n s i n hacer r u i d o y nos
paramos. N o se o i a nada. Empezamos a bajar la escalera. Para salir a la calle solo c o n o c i a m o s
bajar a l bar y atravesarlo,
un camino:
p e r o s i n d u d a los p o l i c i a s esta-
b a n e n e l bar c o n e l d u e n o .
A ü n t e n i a m o s u n a p o s i b i l i d a d . E l bar t e n i a f o r m a de
ele
y
los policias - a h o r a
podiamos oirlos-
estaban
h a b l a n d o c o n e l d u e n o cerca de la p u e r t a , desde d o n d e
n o p o d f a n vernos . A t r a v e s a m o s el bar por el fondo,
por
la parte que se usaba c o m o c o m e d o r , y nos m e t i m o s e n
la c o c i n a . L a cruzamos y llegamos a u n p u e r t a . U n
segundo mas tarde estabamos e n la calle.
C o r r i m o s pegados a las casas s i n parar.
-Tenemos que alejarnos l o mas posible - d i j o H e l e n a .
Bajamos por u n a eslrecha
calle. Era r e l a t i v a m e n t e
larga, y t a n recta c o m o p u e d e n ser las callejuelas d e l
A l b a y z i n . V i que, abajo, a l f i n a l de la calle, h a b i a u n a
obra. E n ese m o m e n t o a p a r e c i ó u n a furgoneta
25
a nuestra
N o s v o l v i m o s los dos a la vez, sorprendidos. Era u n a
v i e j a f u r g o n e t a V o l k s w a g e n . Vino a por nosotros y nosotros nos pegamos a la pared. Frenó
y dio marcha
atras.
N o h a b i a la m e n o r d u d a : v e n i a de n u e v o a p o r nosotros.
5
- j C u i d a d o ! -gritó H e l e n a .
espalda.
M e pegué a u n lado de la calle y ella a l o t r o . V i v e n i r
a toda prisa, muy rapido
atravesar,
cruzar, andar desde u n lado hasta el o t r o lado
ele, la letta "L"
fondo, parte mas alejada, parte f i n a l
la f u r g o n e t a p o r la calle estrecha. N o habi a t i e m p o para
correr: n i n g u n a p u e r t a o v e n t a n a d o n d e
esconderme.
C e r r é los ojos y s e n t i la f u r g o n e t a a pocos c e n t i m e tros;
pegado a, sin sepatación, j u n t o a
estrecho, muy poco a n c h o
venir a por alguien, buscar a alguien, i n t e n t a t llegar a a l g u i e n
obra, casa que esta s i n t e r m i n a r
frenar,
furgoneta,
dar marcha atras, v o l v e r hacia atras, c o n d u c i r hacia atras; la,furgoneta
automóvil mas grande que u n coche y mas pequeno que u n
pararse
sube asf la calle
camion
22
23
n o t é moverse el aire c a l i e n t e c o m o la respiración de u n
-/Quién era? [Lo sabes?
animal.
N o -respondió.
Por segunda vez, la f u r g o n e t a f r e n ó y d i o m a r c h a
5
M e m i r a b a a los ojos, p e r o eso n o s i g n i f i c a b a nada.
atras. L e grité algo a l c o n d u c t o r , n o sé qué . M i e n t r a s la
H a y m u c h a gente que m i r a a los ojos c u a n d o miente.
f u r g o n e t a subia la calle m a r c h a atras, v i a H e l e n a e n
ella estaba m i n t i e n d o .
Y
- C h i c o - d i j o f i n a l m e n t e - , n o he p e d i d o t u c o m p a n i a .
u n a p u e r t a , asustada y pdlida.
T e n i a que elegir: seguir a su lad o s i n hacer preguntas
- j C o r r e ! -grité.
N u e s t r o s pies apenas t o c a b a n el suelo m i e n t r a s c o r r i amos hacia abajo. Por tercera vez la f u r g o n e t a v i n o
o p e r d e r l a . Y perderla era l o ü n i c o que n o m e sentia
capaz de hacer p o r e l l a .
h a c i a nosotros.
E n t o n c e s v i la e s t r u c t u r a m e t a l i c a de la o b r a . M e
s u b i y ayudé a H e l e n a , que l i e v a b a la m o c h i l a . S u b i m o s
7
r a p i d a m e n t e . A p e n a s estabamos a la a l t u r a d e l p r i m e r
piso de la casa, c u a n d o la f u r g o n e t a se estrelló
c o n t r a la
/5 e s t r u c t u r a m e t a l i c a . T o d o vibró .
S a l i m o s de G r a n a d a . U n c o c h e nos llev ó a Órjiva
y lue-
go seguimos a n d a n d o . Estabamos ya lejos d e l u l t i m o
H e l e n a seguia a m i lado. O f e l m o t o r de la f u r g o n e t a
p u e b l o y n o se v e i a n i u n c o c h e p o r la carretera. De
y la v i salir c o n d i f i c u l t a d e s . Después la f u r g o n e t a desa-
pronto nos d i m o s c u e n t a de que ya n o é r a m o s dos, s i n o
pareció .
tres. U n a cabra c a m i n a b a detras de nosotros.
Esperamos unos segundos, incapaces de reaccionar.
-Se h a i d o . C r e o que p o d e m o s bajar.
Bajamos c o n c u i d a d o . A l p o n e r los pies e n el suelo,
a p a r e c i e r o n tres o c u a t r o personas.
- U n a furgoneta que n o p o d i a frenar -explicó H e l e n a - ,
pero estamos b i e n .
25
Y, para m i sorpresa, nos f u i m o s de a l l i s i n dar mas
explicaciones.
-/Por qué has d i c h o eso? N o h a sido n i n g u n a c c i d e n te. V e n t a a p o r nosotros, t u lo has v i s t o igual que yo .
M e m i r ó s i n responder. C o m p r e n d f que h a b i a algo
30
que n o m e decia.
mentir, n o decir la verdad
asustado, c o n m i e d o
Órjiva,
pdlido, de color blanco
d o n d e comienza a haber montaflas
estreüarse,
de pronto, cuando algo pasa muy rapido y sorprende
llegar a u n lugar a m u c b a v e l o c i d ad
24
pueblo a p r o x i m a d a m e n t e a 50 kilómetros al sur de G r a n a d a,
25
-/De d ó n d e h a salido esa cabra?
Era b l a n c a y pequefia. L a carretera subia mas y mas,
y ella segufa c o n nosotros. S i nosotros nos parabamos,
ella se paraba. S i m e acercaba a ella, se alejaba.
5
-Yo creo que la cabra se h a e n a m o r a d o de t i - d i j o
Helena.
- G r a c i o s o . M u y gracioso.
L a cabra se q u e d ó c o n nosotros t o d o e l d i a . Ya p o r la
tarde e n el c i e l o a p a r e c i e r o n nubes negras. L a m o c h i l a
era pesada y m e d o l i a n los pies. L l e v a b a m o s t o d o el d i a
-Para e l c o c h e .
andando.
B u e n o , la v e r d a d es que n o d i j o s o l a m e n t e "para el
-/Vas b i e n , C h i c o ? - p r e g u n t a b a H e l e n a de vez e n
al h o m b r e .
H e l e n a , s i n esperar, abria ya su p u e r t a . E l h o m b r e
-Voy bien -mentfa yo.
(5
c o c h e " . D i j o "para e l c o c h e " y o t r a palabra mas, u n a
palabra que h i z o palidecer
c u a n d o - /Te c o j o la m o c h i l a ?
C a d a vez que oia a nuestras espaldas u n m o t o r , p e n -
f r e n ó y yo b a j é t a m b i é n a t o d a prisa. Después se fue y
saba e n la f u r g o n e t a . Empezó a l l o v e r , y p o r f i n u n
nos gritó u n par de insultos,
c o c h e se paró a n u e s t r o lado. E l c o n d u c t o r , u n h o m b r e
fuertes c o m o H e l e n a .
pero n o los c o n o c i a t a n
C a m i n a m o s unos m i n u t o s e n s i l e n c i o , bajo la l l u v i a .
de unos c u a r e n t a afios, nos i n v i t ó a subir.
D i j e adiós a la cabra y me s e n t é atras. H e l e n a , a u n -
Ya era de n o c h e . D e p r o n t o H e l e n a c o g i ó
m i mano y
seiïaló a lo lejos. Se v e f a n las luces de u n p u e b l o .
que n o queria , t u v o que sentarse j u n t o a l c o n d u c t o r .
A n t e s de pasar c i n c o m i n u t o s , c o m p r e n d i que t e n f a mos nuevos problemas. E l c o n d u c t o r n o dejaba
de
hablar a H e l e n a , de sonrefr a H e l e n a , de m i r a r a H e l e -
8
n a . l n t e n t a b a ser s i m p a t i c o , pero su sonrisa era t a n t a l 25
sa c o m o u n bi Hete de n o v e c i e n t a s pesetas. Para demos-
Era d i f i c i l andar. C o n la l l u v i a y la n o c h e n o era
trar lo m a c h o que era, c o n d u c t a c o m o u n l o c o p o r la
posible ver d ó n d e p o n i a m o s los pies. H a c i a mas f r i o de
carretera estrecha, y se v o l v i a t o d o el t i e m p o hacia
lo h a b i t u a l e n j u n i o .
- j A s f n o p o d e m o s llegar a l p u e b l o !
H e l e n a e n vez de m i r a r a la carretera.
- C o n d u c e c o n las dos manos - d i j o ella de p r o n t o .
30
E l c o n d u c t o r se rió y puso las mano s e n el
volante.
Pero n o las d e j ó allf m u c h o t i e m p o .
Pude o i r c l a r a m e n t e la voz de H e l e n a , aunque n o g r i taba.
N o s m e t i m o s debajo de u n p u e n t e . H e l e n a d i j o que
e n aquellos pueblos n o h a b i a hoteles y que a esa h o r a
palidecer, estar p a l i d o (ver pag. 2 4 ) , de c o l or blanco
insuho,
palabra o r d i n a r i a y vulgar
fuerte, aquf significa mala, vulgar
26
27
t a m p o c o era f a c i l e n c o n t r a r u n a casa d o n d e d o r m i r . Eso
m e recordó a l d u e n o d e l bar.
-/Crees que el d e l bar l l a m ó a la policia?
-jEso n o ! - d i j e .
Estabamos pegados c o n t r a la pared d e l p u e n t e .
- N o l o sé. T a l vez.
-Es u n a necesidad, C h i c o . Te aseguro que a m i t a m bién...
- / A q u i é n crees que buscaban? -pregunté aunque crefa c o n o c e r la respuesta.
- j L o s l i b r o s n o ! j P r e f i e r o pasar f r i o !
-Los v o l v e m o s a c o m p r a r , te lo p r o m e t o .
-/Qué quieres decir?
M i r é c ó m o ardian
- / T u estas huyendo de la policia?
N o r e s p o n d i ó. Estaba temblando.
las primeras paginas e n e l fuego.
L u e g o el l i b r o e n t e r o , y los otros.
B u s c ó e n la m o c h i -
Los ojos de H e l e n a e r a n e n ese i n s t a n t e de u n verde
la y e n c o n t r ó u n jersey. M e l o o f r e c i ó , d i s c u t i m o s sobre
c o l o r de m a r c o m o el jersey que l i e v a b a puesto. Fuera,
q u i é n se l o p o n f a y a l f i n a l se l o puso e l l a .
a u n m e t r o , segufa l l o v i e n d o . M e daba i g u a l .
-Te olvidas de u n a cosa, C h i c o . N o nos ha
perseguido
la p o l i c i a , sino u n loco c o n u n a f u r g o n e t a .
15
Buscamos o t r a vez d e n t r o de la m o c h i l a . H e l e n a sacó
los libros y m e los e n s e n ó m u y c o n t e n t a .
D e p r o n t o h i z o u n a p r e g u n t a que n o m e esperaba:
- / A t i n o te gustan las chicas de t u edad?
- / N o sabes q u i é n era?
-Algunas.
Parecia que iba a responder, pero c a m b i ó de idea y se
-/Cuales?
qued ó e n s i l e n c i o . Después d i j o :
-Las q u e parecen mayores.
- L a c h i c a que me d i o la m o c h i l a m e d i j o d ó n d e p o d i a
Se rió.
e n c o n t r a r a u n a m i g o que v i v e e n estos pueblos. Mafva-
- I n c l u s o las de t u edad son demasiado mayores para
na buscamos su casa, pero a h o r a tenemos que hacer u n
t i , C h i c o . N o te vas a e n a m o r a r de u n a c h i c a m a y o r que
fuego.
tü, /verdad? Por c i e r t o , n o puedes
- N o sé c ó m o . T o d o esta m o j a d o .
llamarte C h i c o .
N a d i e se Uama C h i c o . /Por qué n o me dices t u nombre ?
- P r o m é t e m e que n o vas a r e f r t e.
-Prometido.
- M e l l a m o Buenaventura.
fuego
- j B u e n a v e n t u r a ! jPero si es f a n t a s t i c o !
-/Lo dices e n serio?
Se qued ó e n s i l e n c i o unos m i n u t o s . Su p e l o segufa
mojado.
huir, correr, salir de u n lugar de m o d o que otras personas n o pueden
encontrarte
- N o sé, creo que es m e j o r si n o vienes c o n m i g o .
arder, ser parte del fuego
temblar, moverse el cuerpo s i n c o n t r o l , a causa del miedo o del f r i o
perscguir,
buscar a a l g u i e n , ir detras de alguien
28
este n o m b r e , poco h a b i t u a l en Espana, significa "buena
suerte"
29
-/Por qué?
- C r e o que ya sé lo que pasa. L e estan
-Puede ser peligroso.
V o l v i m o s a l bar, e n e l que h a b i a dos c l i e n t e s n u e v o s .
Para c a m b i a r de c o n v e r s a c i ó n , d i j e :
5
protegiendo.
E r a n dos h o m b r e s altos, n o r t e a m e r i c a n o s .
-Se esta b i e n , /verdad? H e m o s h e c h o u n b u e n fuego.
U n o se l l a m a b a " P i r a " , es decir, Peter p r o n u n c i a d o
- S o l o m e f a l t a u n a cosa para v i v i r u n m o m e n t o per-
e n a m e r i c a n o . Pira n o c o n o c i a mas que tres o c u a t r o
palabras de espaiïol. Sabia d e c i r : " u n vaso de l e c h e " y
f e c t e -respondió .
-/La cabra? - d i j e e n b r o m a .
M e miró c o n u n a sonrisa t r i s t e .
algün i n s u l t o .
Decfa:
- N o , u n a persona.
- U n vaso de leche.
A q u e l l o m e dolió. Pero estaba a p r e n d i e n d o a n o
Y el v i e j o d e l bar le daba v i n o .
h a c e r preguntas y preferia n o d e c i r n a d a .
-Es tarde - d i j o H e l e n a - . A v e r si p o d e m o s d o r m i r y
H e l e n a les pregunt ó si c o n o c i a n a su a m i g o . E l que
n o era " P i r a " estaba b e b i d o . Preguntab a "/qué pasa?".
Su " w h a t ' s t h e m a t t e r " sonaba mas o menos a:
manana continuamos.
-Guachemara?
9
" P i r a " y el que n o era " P i r a " se p u s i e r o n a d i s c u t i r e n 15
voz a l t a . Los dos q u e r f a n h a b l a r c o n H e l e n a . E l d u e n o
N o s l e v a n t a m o s c o n f r i o y h a m b r e . Yo c o g i la m o c h i 15
d e l bar, para n o tener problemas, d i j o :
la, que era ya parte de m i , c o m o u n a camara de fotos
- L a u l t i m a casa d e l p u e b l o . A l l f v i v e H é c t o r .
para u n j a p o n é s . H a b l a m o s p o c o hasta llegar a l p u e b l o .
N o s f u i m o s y dejamos a los y a n q u i s c o n su discusión.
Por suerte e n c o n t r a m o s u n bar e n seguida.
-/Conoce a H é c t o r ? - p r e g u n t ó H e l e n a a l d u e n o d e l
A t r a v e s a m o s e l p u e b l o y n o tardamos e n e n c o n t r a r la
casa, pequefia, p i n t a d a de b l a n c o y v i e j a .
H é c t o r saludó a H e l e n a m u y c o n t e n t e . Se abrazaron,
bar.
M e pareci ó que e l v i e j o d u d a b a . A l f i n respondió
se besaron, r i e r o n , se v o l v i e r o n a abrazar.
- H é c t o r , te presente a C h i c o , u n b u e n colega.
negativamente.
- U n c h i c o de m i edad, que n o es de a q u i . L l e v a p o c o
t i e m p o e n e l p u e b l o . P e l o largo, m o r e n o . . .
N o s d i m o s la m a n o .
H é c t o r t e n i a la m i r a d a d i r e c t a de u n nifvo, a u n q u e
- N o conozco a n a d i e asi.
parecia algo m a y o r que H e l e n a . L i e v a b a e l pelo largo
-Es e x t r a f i o - d i j o H e l e n a m i e n t r a s se v o l v f a hacia m i .
hasta mas abajo de los h o m b r o s . N o s llev ó a una h a b i -
E l café era fuerte y estaba m u y c a l i e n t e . C o m i m o s
t a c i ó n c o n u n par de mesas, u n sofa v i e j o y libros.
t a m b i é n unos buenos b o c a d i l l o s. Después saliinos y v o l -
-/Os i m p o r t a ? - p r e g u n té y c o g i u n o de los libros. S a l i
v i m o s a p r e g u n t a r a u n par de ancianos que estaban
al j a r d i n para dejarles h a b l a r solos. M u c h a s veces lós
sentados e n u n a plaza pequefia. D e n u e v o u n a respues-
proteger, dar protección a alguien de m o d o que puede v i v i r sin peligro
ta n e g a t i v a .
colega, corupanero, amigo (lenguaje de los j ó v e n e s )
30
31
libros m e h a n a y u d a d o. A q u é l l a fue u n a de esas veces.
- È r a m os d e l m i s m o b a r r i o , e n M a d r i d . U n b a r r i o
A l llegar a la segunda p a g i n a, ya n o pensaba mas e n
p o b r e . Pero n o i m p o r t a : de todas formas, H e l e n a es u n a
Helena y Héctor.
princesa. / N o estas de acuerdo?
Pasé u n a h o r a l e y e n d o . Después H é c t o r propuso
tornar u n té. H e l e n a se o f r e c i ó para p r e p a r a r l o . H é c t o r
E n ese i n s t a n t e a p a r e c i ó e l l a c o n e l té.
M a s tarde, m i e n t r a s H é c t o r d o r m i a ( e n aquella casa
los h o r a r i o s e r a n m u y raros), H e l e n a y yo m i r a b a m o s
la a c o m p a f i ó a la c o c i n a y v o l v i ó .
u n a v i e j a t e l e v i s i ó n e n b l a n c o y negro .
-Yo t a m b i é n h e sido o k u p a u n par de veces.
H e l e n a me preguntó por Héctor.
-/Y esta casa?
-Esta la pagamos, pero es que es m u y barata. M i g u e l
A n g e l , el c h i c o que v i v e c o n m i g o , t e n i a u n p o c o de
d i n e r o , y de vez e n c u a n d o vamos a G r a n a d a y v e n d e mos artesania. /Helena te h a h a b l a d o de Juan? - p r e g u n -
-Parece u n t i o m u y legal -respondf-. Ya sabes lo que
q u i e r o decir.
- S i , tienes razón. H a c e m u c h o t i e m p o que lo conozco, desde que éramos n i f i o s .
-/Y p o r q u é e n el p u e b l o n o nos q u e r i a n d e c i r d ó n d e
t ó de golpe.
encontrarlo?
- N o . /Por qué?
- H é c t o r se esta e s c o n d i e n d o .
-Por nada, o l v i d a l o .
Se qued ó e n s i l e n c i o unos instantes, pero luego pare-
-/Y qué h a h e c h o ? Perdona , p e r d o n a , o l v i d a l o . N o es
asunto m i o .
c i ó c a m b i a r de idea:
-Si la quieres u n p o c o , d i l e que J u a n n o es b u e n o
-Te l o v o y a decir, n o hay n i n g u n p r o b l e m a . Es u n
insumiso.
para e l l a . D e b e o l v i d a r l o .
- N o m e va a hacer caso.
-/En serio?
-Tienes razón - s o n r i ó - . H e l e n a n o i n t e n t a n u n c a
- S i , n o q u i e r e hacer la mili.
c a m b i a r t e . Pero t a m p o c o es posible c a m b i a r l a a e l l a .
-/Eso es todo? /Y p o r eso t i e n e que esconderse c o m o
T i e n e sus defectos -siguió-. C r e o que e l d i n e r o le i n t e -
u n criminal?
resa mas de l o que d i c e . Pero es que l o necesita. /Crees
- A s i es.
que u n a c h i c a c o m o ella debe d o r m i r e n e l suelo de u n a
-Yo n o pienso h a c e r l a - d i j e , a u n q u e acababa de d e c i d i r l o e n aque l m i s m o i n s t a n t e .
fabric a abandonada?
L e h a b l é de la casa de H e l e n a , e n o r m e y
hermosa.
H é c t o r sonreia m i e n t r a s m e escuchaba.
S o n r i ó y m e paso la m a n o p o r e l pelo , c o m o a veces
se le hace a u n nifïo. Era la p r i m e r a vez que hacia u n
T i e n e sus defectos - r e p i t i ó - . A veces t i e n e m u c h a
fantasia. /Entiendes l o que q u i e r o decir?
-/Conoces la casa? / N o es t a n grande?
legal, correcto, buen a m i g o (lenguaje de los j ó v e n e s )
asunto, u n asunto m f o es algo que me i m p o r t a
de golpe, de p r o n t o , s i n esperarlo
insumiso, persona que n o quiere hacer el servicio m i l i t a t
hermosa, b o n i t a
mili, servicio m i l i t a r : a c t u a l m e n t e n o existe en Espana
32
3 Lns p e l i r r o j a s c r a e n m a l a suercc
33
gesto asi. Se m e paró el corazón. j U n a caricia de H e l e na!
5
e n tener alguna o p o r t u n i d a d .
S u risa m e sobresaltó.
Se re ia a l t o y ensefiaba
sus
- D e j a de m i r a r m e asi, b o b o .
d i e n t e s m u y blancos. Yo n o m e sentia gracioso, s i n o
Era e l m o m e n t o . T e n i a que i n t e n t a r l o . C o n palabras,
mas b i e n estüpido.
claro.
- B u e n o , /qué pasa? /De qué te ries?
-Es que eres m u y guapa. C u a n d o te v i p o r p r i m e r a
vez, p e n s é : es la c h i c a mas guapa que he v i s t o e n m i
vida.
- P e r d o n a , t u p r e g u n t a m e h a h e c h o gracia. N o , Juan
n o . . . L a v e r d a d es que Juan es m i n o v i o .
-/Tu n o v i o ?
- j E h ! /Qué es eso? / U n a d e c l a r a c i ó n de amor? - d i j o
/o e n b r o m a .
- S i , v a m os a casarnos.
S o n r i ó , p e r o era u n a sonrisa t r i s t e .
-Te lo d i g o c o m o a m i g o - m e n t t - . A d e m a s , a h o r a que
-Es decir, si consigo e n c o n t r a r l o .
has e n c o n t r a d o a H é c t o r . . .
- T e r m i n a . /Qué quieres decir?
10
- B u e n o , nada, sólo.que... que tü y él... e n f i n , s u p o n go que a h o r a volvéis a estar j u n t o s .
Estuv o e n s i l e n c i o u n b u e n r a t o .
H é c t o r es m i a m i g o - d i j o f i n a l m e n t e m u y seria-.
Solamente
a m i g o . Y, c o m o v e o que n o te has dado
c u e n t a , te d i g o algo mas. Es "gay".
-/De verdad? -l a boca se me abrió varios c e n t i m e t r e s .
Por supuesto que l o decia de v e r d a d .
Estaba pensando a t o d a prisa e n lo que esto s i g n i f i caba.
c a m i n a r e n busca de u n s i t i o d o n d e pasar la n o c h e . Yo
n o e n t e n d i a por qué haciamo s a q u e l l o , sobre t o d o p o r - 15
que H é c t o r y su c o m p a i ï e r o nos o f r e c i a n su casa. Pero
e n e l f o n d o m e daba igual: c o n H e l e n a iba hasta e l f i n
d e l m u n d o . E n c o n t r a m o s bajo unos arboles u n lugar
adecuado, cerca de u n r i o . D u r a n t e la n o c h e v o l v i ó a
- T ü has v e n i d o a q u i para p r e g u n t a r p o r un tal Juan.
25
N o s f u i m o s esa misrna n o c h e , c u a n d o v o l v i ó el c o m p a n e r o de H é c t o r . Salimos a la carretera y empezamos a
Dices que H é c t o r es t u a m i g o , pero l o que te interesa
a h o r a es saber d ó n d e esta ese Juan.
hacer f r i o . M e desperté. T e m b l a b a . E l l a se despertó
t a m b i é n y, s i n decir nada, m e abrazó.
Por la m a n a n a me l e v a n t é antes que e l l a y f u i a
-Eso es. /Por qué? /Héctor te h a d i c h o algo de él?
l a v a r m e a l r i o . C u a n d o v o l v i , ella estaba ya despierta.
- N o - m e n t i - . Y Juan... /Juan t a m b i é n . . . es "gay"?
M e sonrió.
S i e l l a contestaba que si, yo p o d i a empezar a pensar
-/Qué tal? V o y a b a n a r m e a l r i o . /Vienes?
N o t e n i a n i n g u n a s ganas de pröbar o t r a vez el agua
caricia, pasar la m a n o c o n amor por una parte del cuerpo de o t r a persona
u n tal, asi q u i e n habia expresa c l a r a m e n t e que n o se conoce a esa persona
sobresaltar,
34
sorprender, dar una gran sorpresa
35
36
37
t a n fria, d e l Mulhacén,
-/Hablas e n serio? /Estas seguro?
pero la a c o m p a n é . E n el r i o , para
D e p r o n t o , H e l e n a parecia preocupada, i n c l u s o asus-
m i sorpresa, H e l e n a se quitó t o d a la ropa y c a m i n ó des-
tada. N o conseguia e n t e n d e r qué era l o que le daba
nuda h a c i a el agua.
N o p o d i a apartar mis ojos de ella. Sus piernas e r an
5
mas fuertes de l o que pensaba. A q u e l defecto m e
tó. H a c i a t i e m p o que estaba esperando e n c o n t r a r e n
-/Qué pasa? - p r e g u n t ó, s i n enfadarse, a l sorprender
- G o r d a y fea - r e s p o n d i - . Tienes el p e l o de c o l o r pano-
que nos h a v i s -
seria.
- H a y algo que n o te h e c o n t a d o , C h i c o , y creo que
debes saberlo.
cha.
S o n r i ó y m o v i ó e l p e l o . E l pelo era l o que mas m e
N o s vestimos y comenzamos a andar por la carretera,
de v u e l t a a G r a n a d a . N o s f u i m o s s i n desayunar, m i
gustaba de e l l a .
Se m e t i ó e n seguida e n el agua y y o m e s e n t é a m i r a r -
c o m i d a f a v o r i t a , pero n o d i j e nada.
- / N o vienes?
para ellos. Y para t i t a m b i é n es m e j o r separarte de m i a l
D i j e que n o c o n la cabeza, pero e n seguida e m p e c é a
llegar a l p r i m e r p u e b l o . Pero n o ahora, p o r favor. T e n g o
- N o v o l v e m o s a casa de H é c t o r p o r q u e es peligroso
la.
q u i t a r m e t a m b i é n la r o p a . A l p o n e r los pies e n e l agua,
e l l a empezó a
miedo.
E n ella, esas palabras e r a n insólitas.
salpicarme.
E l agua estaba t a n f r i a , que me quedé s i n respiración.
N a d é y m e a l e j é de H e l e n a . D e p r o n t o , a l l i estaba.
T e n i a que pasar. U n h o m b r e nos m i r a b a desde e l o t r o
lado d e l r i o . Para ser e x a c t o , a q u i e n m i r a b a era a H e l e -
Caminabamos
deprisa. Su p e l o seguia m o j a d o .
- H a y u n h o m b r e que puede estar siguiéndome
-dijo
s i n m i r a r m e - . N o sé si es el que c o n d u c i a la f u r g o n e t a .
V o l v i la cabeza, pero la carretera estaba v a c i a .
-/Es t u n o v i o ? E l que te sigue, /es Juan?
na.
25
A l g u n campesino
-/Por q u é iba a l g u i e n a hacer eso?
m i m i r a d a - . /Estoy gorda?
/5
- S o l o era u n mirón.
to.
- O t a l vez a l g u i e n que v i e n e detras de nosotros - d i j o
ella alguna i m p e r f e c c i ó n.
w
miedo.
encan-
- H a y u n t i o que nos m i r a .
- N o , n o . Ya te d i j e que n o sé d ó n d e esta Juan.
-/Dónde?
-/Pues q u i é n es?
S e n a l é h a c i a el lugar, p e ro ya n o estaba.
-/Para qué quieres saberlo? S o l o p u e d o d e c i r t e q u e es
peligroso y que n o v a a parar hasta e n c o n t r a r m e .
Mulhacén,
m o n t a n a de Siërra N e v a d a de 3.478 metros; en Espana solo
es mas a l t o el Teide, en las islas canarias
desnuda, sin ropa
mirón,
encantar, guscar m u c h o
campesino, persona que trabaja en e l c a m po
persona que m i r a a desconocidos
panocha, r o j o
insóÜto, n o acostumbrado, n o usual
salpicar, m o j a r a otra persona c o n agua
seguir, perseguir, buscar a alguien
38
39
-/Por qué te sigue?
- N o mas preguntas, C h i c o . S i quieres ayudarme, ayüd a m e, pero deja de hacer preguntas. V o l v e m o s a G r a nada.
acomparïarla y t e n i a d i n e r o suficiente para
unos dfas.
sobrevivir
E n t o d o e l d i a n o v i m o s a nuestros antiguos c o m p a neros okupas, n i t a m p o c o al c h i c o que p o d i a decir a
-/Por qué? Ese h o m b r e puede estar a l l i , t a l vez te
H e l e n a d ó n d e estaba Juan. Por la n o c h e , a l v o l v e r al 5
h o s t a l , v i m o s que las cosas de la m o c h i l a estaban desor-
espera.
- E l c o m p a f i e r o de H é c t o r m e h a b l ó de a l g u i e n que
denadas.
h a v i s t o a J u a n e n G r a n a d a . T e n g o que h a b l a r c o n esa
-/Crees que h a n sido los duenos?
persona.
Era u n a pareja bastante siniestra.
T e n i a el presentimiento
de que n o era b u e n a idea v o l -
ver a la c i u d a d . Pero, si a l g u i e n n o t i e n e n a d a b u e n o
c o n cueüo
E l , g o r d o y pesado,
de t o r o . E l l a m u y delgada y c o n u n a m i r a d a
w
poco simpatica.
que decir, es m e j o r callar.
11
A l v o l v e r a G r a n a d a , empezamos a buscar pensiones
baratas. H e l e n a n o queri a ensefïar su c a r n e t de i d e n t i dad y y o n o t e n i a . N o sé cuantas horas e s t u v i m o s busc a n d o . Escribf una carta a mis padres y H e l e n a
a c o m p a f i ó a Correos.
me
D i j o que c o n o c i a u n hostal cerca
de a l l i y que, si n o h a b i a o t r a s o l u c i ó n , ensefiaba su carnet.
- S i - d i j o H e l e n a - . Y ademas a l g u i e n h a v e n i d o m i e n tras nosotros n o estabamos y se h a acostado
aqui.
Vamonos.
-/Ahora?
E l h o s t a l era u n p e q u e f i o l a b e r i n t o , v i e j o y l i m p i o .
Estabamos t a n cansados que d o r m i m o s doce horas.
H e l e n a se sentia mas segura e n la c i u d a d , pero yo n o .
E n G r a n a d a me p o d f a n e n c o n t r a r y me p o d i a n o b l i g a r
a v o l v e r a casa. S i n H e l e n a , v o l v e r a casa n o era u n p r o b l e m a , pero H e l e n a m e necesitaba. Yo p o d i a a l menos
I 5
- N o , v a m o s a esperar a la n o c h e . Y a p a r t i r de a h o r a
d o r m i m o s u n a sola n o c h e e n cada s i t i o .
V o l v i a a ser la c h i c a d e c i d i d a y fuerte que yo c o n o cia.
Esperamos
hasta m u y tarde. S a l i m o s
a l pasill o y
empezamos a m o v e r n o s h a c i a la p u e r t a .
Detras de u n a esquina estaban los dos, de p i e , el
presentimiento, tener u n p r e s e n t i m i e n t o es creer saber algo
Correos, lugar para echar cartas y paquetes
sobrevivir,
hostal, h o t e l n o r m a l m e n t e batato
sin/estro, que da m i e d o
40
v i v i r c o n difïcukad
41
h o m b r e t o r o y la m u j e r de m i r a d a maligna.
D e p r o n t o o i a m i espalda u n a respiración.
M i r é a I [elena. Estaba p a l i d a . El h o m b r e se puso
d e l a n t e de nosotros, c o m o u n a p a r e d .
S i n m i r a r m e , s u j e t ó a H e l e n a por el p e l o .
- / D e j an la h a b i t a c i ó n ?
5
Estabamos e n u n a c a l l e j u e l a c o r t a que t e r m i n a b a e n
-Si' -respondió H e l e n a - . Ya h e m o s pagado antes.
la plaza, solos los tres e n la n o c h e . H e l e n a gritó. E l
-Las personas n o r m a l e s n o se v a n asf, de n o c h e .
h o m b r e la golpeó
H a b l a b a e l h o m b r e . L a m u j e r solo m i r a b a y m e pare-
m i e d o n o m e dejaba m o v e r m e .
cfa mas peligrosa que él.
w
c o n u n a v i o l e n c i a t e r r i b l e . A m i el
El h o m b r e era m u c h o mas fuerte que H e l e n a . L e v i
- Q u i e r o salir - d i j o H e l e n a a l h o m b r e .
la cara d u r a n t e u n i n s t a n t e . L o que mas m e asustó fue
Él m i r ó a su m u j e r ; le p r e g u n t ó c o n la m i r a d a . L a
v e r que era u n a persona n o r m a l , c o m o las demas. Era
mujer dijo:
j o v e n , guapo, b i e n v e s t i d o . N a d a tenia
- N o s o t r o s n o queremos tener n a d a que ver. Es u n
p r o b l e m a e n t r e la p o l i c i a y ellos.
/5 m e n t e se apartó de nuestro c a m i n o . H e l e n a salió s i n
d e c i r nada mas. Yo la segufa, c u a n d o la m u j e r sujetó
mi
brazo.
sentido.
C o r r i h a c i a la plaza c u a n d o pude reaccionar. E n busgolpeaba a H e l e n a , se refa. Se reia.
-jChico!
is
L a voz de H e l e n a m e alcanzó e n la esquina.
Me
necesitaba. Yo t e m b l a b a . S i aque l h o m b r e q u e r i a matar
- N o q u i e r o v o l v e r a veros - d i j o .
a H e l e n a , antes t e n i a que m a t a r m e a m i . V o l v i h a c i a
M e solté y seguf a H e l e n a . U n m i n u t o mas tarde, e n
ellos.
la calle, reiamos felices y libres. H e l e n a propuso esperar
El h o m b r e m e miró r a p i d a m e n t e . S e g u r a m e n t e p e n -
al amanecer e ir e n t o n c e s a la e s t a c i ó n a d o r m i r unas
só que y o solo era u n n i i ï o . H e l e n a t e n i a la ropa desga-
horas. Era u n a idea e x c e l e n t e y le d i j e que estaba de
rrada, t e n i a sangre p o r la cara. L a s o l t ó y v i n o h a c i a m i .
acuerdo.
Yo n o era capaz de hablar, de golpearle. C o n una m a n o
A t r a v e s a m o s calles que yo c o n o c i a b i e n , pero a esa
h o r a m e p a r e c i e r o n d i s t i n t a s , mas pequefias. Estabamos
Uegando a la plaza de Bib-Rambla,
m e s u j e t ó la camisa y c o n la o t r a empezó a g o l p e a r m e .
Sus punos c a y e r o n sobre m i cabeza.
d o n d e queriamos sen-
H e l e n a i n t e n t ó escapar. E l h o m b r e fue tras ella y la
tarnos. P e n s é e n las palabras de la mujer. /Por qué sabia
sujetó de n u e v o . Yo lo veia t o d o desde e l suelo, desde
que t e n i a m o s problemas c o n la policia?
golpear, dar golpes, dar c o n la m a n o o c o n o t r o objeto
tener sentido, tenet u n a explicación
maligiw, que desea algo m a l o a los otros
matar, q u i t a r la vida, dejar sin vida a otra persona
sujetar, coger f u e r t e m e n te
desgarrado,
soltarse, quedar libre, escapar
puno, forma de la m a n o cuando esta cerrada
plaza de Bib-rambla,
escapar, huir, c o t r e t
plaza en el c e n t r o de G r a n a d a , j u n t o a la catedral
42
/o
ca de ayuda o para h u i r , n o lo sé. E l h o m b r e , m i e n t r a s
E l h o m b r e n e c e s i t ó u n p o c o de t i e m p o , p e r o f i n a l -
25
M e v o l v i y v i a u n h o m b r e delgado.
roto
43
o t r o m u r t d o . T e n i a sangre e n la boca. E l h o m b r e sacó
una navajo, y la puso e n e l c u e l l o de m i amiga. P e n s é que
la mataba a l l i m i s m o . L a o b l i g o a volverse de espaldas
- H e l e n a -le d i j e e n voz baja-, t e n g o que i r m e . Pero
c o n t r a u n c o c h e y a bajarse el p a n t a l o n . E l l a p r o n u n -
n o te v o y a dejar sola. V o y a estar cerca de t i . D e ver-
ciaba insultos e n t r e Horos. La cabeza me daba
vueltas.
-jEh!
dad.
5
S o n r i ó u n p o c o . Su cara estaba m u y m a l . V a a nece-
Entonces of las voces.
sitar t i e m p o para v o l v e r a ser la c h i c a mas guapa de
/Qué haces? j D é j a l a !
Los v i c o m o e n u n suefio, tres chicos que c o r r i a n
h a c i a nosotros. E l h o m b r e dudó u n m o m e n t o , guardó
todas, pensé. Yo t a m p o c o estaba m u y b i e n , p e r o a l
meno s p o d i a andar.
Salf y me a l e j é lo mas deprisa posible.
su n a v a j a y d e s a p a r e c ió s i n darse prisa.
Llegué j u n t o a H e l e n a . E l l a m e m i r ó s i n saber q u i é n
era. L e pasé u n brazo por los h o m b r o s . T e m b l a b a .
M e d o l f a t o d o el c u e r p o . /Debfa v o l v e r a m i casa?
Después de m u c h o pensarlo, d e c i d i esperar tres dias.
A n t e s t e n i a que h a c e r l o posible p o r ayudar a H e l e n a .
-Se h a i d o . T r a n q u i l a , se h a i d o .
Los desconocidos p r e g u n t a r o n si H e l e n a se e n c o n 15
chicos desaparecieron. C o m p r e n d i que yo t e n i a que
hacer l o m i s m o .
E n las siguientes horas b a j ó la t e m p e r a t u r a . C u a n d o
traba b i e n . E r a n de la edad de e l l a , m u c h a c h o s de p e l o
llegó la m a n a n a , era incapaz de dar u n paso mas. M e
largo y ropa sucia. E n m i v i d a m e he alegrado t a n t o de
s e n t é e n u n b a n c o y, s i n q u e r e r l o , m e qued é d o r m i d o .
Despert é c o n e l sol m u y a l t o . D e s a y u n é y f u i a la recep-
v e r a a l g u i e n c o m o a ellos a q u e l l a n o c h e .
H e l e n a miró sus manos,
llenas de sangre.
Luego
empezó a l l o r a r e n s i l e n c i o .
Yo m e sentfa c o m p l e t a m e n t e i n f e l i z , c o n ganas de
morir en aquel mismo instante.
c i ó n d e l h o t e l . A l l i m e d i j e r o n e n qué h o s p i t a l p o d i a
encontrar a Helena.
E n su h a b i t a c i ó n habf a dos camas. H e l e n a estaba e n
la cama mas cercana a la p u e r t a .
Le pregunté c ó m o estaba. R e s p o n d i ó que n o d e m a siado m a l y d i j o que se alegraba de v e r m e .
12
T o d o era b l a n c o e n la h a b i t a c i ó n , desde las puertas
a la ropa de c a m a . " E l c o l o r que m e j o r sienta a las p e l i -
N o s l l e v a r o n a u n h o t e l de la plaza, y desde a l l i teleH e l e n a solo m e h a b l ó u n a vez.
25
rrojas", pensé, " h a t e n i d o suerte". Era u n p e n s a m i e n t o
estüpido.
f o n e a r o n a la p o l i c i a .
-Tengo
que c o n t a r t e
t o d o - d i j o e l l a - . N o querf a
-Gracias, C h i c o - d i j o , c o g i ó mis mano s y las besó .
h a b l a r t e de m i p r o b l e m a , p o r q u e . . . e n f i n , pensé que n o
L a p u s i e r o n e n u n sofa. A n t e s de llegar la p o l i c i a , los
era a s u n t o t u y o . Pero a h o r a es d i s t i n t o .
paso, m o v i m i e n t o al andar
navaja, c u c h i l l o
dar vueltas (la cabeza), n o poder pensar n i ver claramente
44
sentar, si u n vestido sienca b i e n , esa persona parece mas guapa
45
H i z o u n a pausa. Después siguió.
- N o tienes que c o n t a r m e n a d a si n o quieres.
-Si, deseo h a c e r l o . T o d o empezó hace a p r o x i m a d a -
- U n a s horas mas tarde , Juan y y o t u v i m o s que h a b l a r
m e n t e u n mes, e n M a d r i d . A l o m e j o r recuerdas u n
c o n la p o l i c i a . N o s l l e v a r o n a u n a h a b i t a c i ó n d o n d e
atraco a u n b a n c o e n el que m u r i ó u n o de los c l i e n t e s .
h a b f a dos inspectores que nos h i c i e r o n algunas p r e g u n -
Los atracadores
c o n s i g u i e r o n h u i r . Yo estaba a l l i . Era
tas. Estaba a punto de hablarles de la c i c a t r i z , c u a n d o la
ese
v i . Cruzaba la m a n o de u n p o l i c f a . E n u n p r i m e r
m o m e n t o . Estaba c o n m i n o v i o , Juan, te h e h a b l a d o de
m o m e n t o n o e n t e n d f nada, p e r o a l meno s n o m e puse
una de los c l i e n t e s que h a b i a e n e l b a n c o
en
él. C u a n d o e n t r a r o n los atracadores, t u v i m o s que t u m -
n e r v i o s a . N o h a b f a la m e n o r d u d a : era e l m i s m o h o m -
barnos e n e l suelo. É r a m o s o c h o o n u e v e personas, y
bre , el atracador d e l b a n c o . I n c l u s o reconoci
su voz.
u n o de los c l i e n t e s era u n m i l i t a r retirade* y t e n i a u n a
M i r é a Juan y le indiqué la cicatriz c o n u n gesto. Fue u n
p i s t o l a . S a c ó su p i s t o l a , p e r o los atracadores f u e r o n mas
error. E l p o l i c i a adivinó
rapidos y le volaron
que acababa de
E r a n dos. M e fijé espe-
Nuestras miradas se e n c o n t r a r o n . N u n c a v o y a o l v i d a r
c i a l m e n t e e n el que m a t ó a l m i l i t a r r e t i r a d o p o r q u e
esa m i r a d a , c o m o t a m p o c o v o y a o l v i d a r la f o r m a e n
estaba a u n m e t r o de m i ; m e d i c u e n t a de que t e n i a u n a
que murió aquel h o m b r e e n e l b a n c o , a m i lado.
cicatriz
la cabeza.
e n la m a n o , e n d i a g o n a l . Desde el suelo p o d i a
ver sus m a n o s c o m o a h o r a v e o las tuyas.
;o
reconocerle.
H e l e n a d e j ó de c o n t a r p o r q u e se o i a n voces j u n t o a
la p u e r t a . C u a n d o se a l e j a r o n , siguió c o n t a n d o :
-Juan y y o d e c i d i m o s que l o m e j o r era h u i r d e l p o l i cia. N o solo era u n atracador, s i n o t a m b i é n u n h o m b r e
capaz de matar. Yo n o d i j e nada a m i f a m i l i a , pero Juan
si h a b l ó c o n la suya; su padre le o b l i g o a separarse de m i 20
p o r u n t i e m p o . Yo supe que Juan estaba a q u i , e n G r a -
cicatriz
nada, pero n o he p o d i d o e n c o n t r a r l e . N o pued o e n t e n der por q u é él n o h a i n t e n t a d o ponerse e n c o n t a c t o
conmigo.
L a h i s t o r i a de Juan era l o que menos m e interesaba;
m e j o r d i c h o , si él la o l v i d a b a , m e j o r para m i .
-/Crees que e l h o m b r e de la f u r g o n e t a era e l policfa?
-Estoy casi segura.
atraco, e n t r a t en una tienda o banco para conseguir el d i n e r o c o n v i o lencia
atracador, persona que atraca
estar a punto de, querer hacer algo o pasar algo d e n t t o de u n instante
tumbarse, ponerse en el suelo o en una cama
reconocer,
retirado, que ya n o ttabaja porque es demasiado v i e j o
que u n o h a visto o ha oi'do antes
volar la cabeza, matar
adivinar, darse cuenta de algo
46
darse cuenta de quién es una persona; darse cuenta de algo
47
25
-/Y c ó m o p u d o e n c o n t r a r t e t a n p r o n t o , y anoche o t r a
vez?
- H e pensado
Albayzfn
solo
m u c h o e n eso. Recuerda
querfamos
pasar,
en
que e n el
principio,
una
n o c h e . Fue el d e l bar q u i e n m e i n v i t ó a pasar u n d i a
mas. S u p o n g o que Uamó a la p o l i c i a de a q u i , y ellos a v i saron a M a d r i d . Ese inspector t u v o s u f i c i e n t e t i e m p o
para v e n i r a G r a n a d a y conseguir u n a f u r g o n e t a .
io
de tanto s afios, siento n o h a b e r l o d i c h o . D e c i r l o segu-
-/Quieres decir que t o d a la p o l i c f a esta a su favor?
r a m e n t e n o sirve para c a m b i a r las cosas, pero u n o se
- N o . Es mas s i m p l e que eso. O f i c i a l m e n t e él se
siente mejor.
ocu-
pa de la i n v e s t i g a c i ón sobre el atraco, y Juan y yo h e m o s
- T e n g o que s a l i r d e a q u i , C h i c o . /Quieres ayudarme?
desaparecido. P i é n s a l o : nosotros dos estabamos e n e l
E n t o n c e s se abrió la p u e r t a .
atraco d e l b a n c o , y de p r o n t o desaparecemos. Probab l e m e n t e h a a p r o v e c h a d o nuestra desaparició n y a h o r a
13
toda la p o l i c f a de Esparia t i e n e nuestra f o t o . T o d o esto
son suposiciones,
n a t u r a l m e n t e , pero estoy segura de n o
equivocarme.
E n t r ó la o t r a m u j e r que estaba e n la h a b i t a c i ó n ,
- A s i que a n o c h e p r o b a b l e m e n t e estaba d e l a n t e d e l
h o s t a l y nos esperaba.
a c o m p a n a d a p o r su
marido.
H e l e n a h a b l ó u n p o c o c o n e l l a . C o m p r e n d f que ya
- M a l a suerte - d i j o H e l e n a - . S i e m p r e he t e n i d o m a l a
suerte.
e r a n amigas. Era u n a c h i c a n o m u c h o m a y o r que H e l e na, gitana.
Era e l m o m e n t o . E n t o n c e s o n u n c a . L e cogf la m a n o
-/Estas decidida? - p r e g u n t ó .
y se la besé. M e s o n r i ó . N o i m p o r t a b a n los golpes e n su
-Estoy lista -respondi ó H e l e n a .
cara: estaba guapfsima. M e e n c o n t r é c o n sus ojos fijos
-Se l o he c o n t a d o a m i h o m b r e , y esta de acuerdo.
25 e n los mfos. Su cara se a c e r c ó despacio y nuestros labios
se e n c o n t r a r o n .
E l g i t a n o d i j o que si m u y serio.
-Pero tenemo s que darnos prisa. L a h o r a de las v i s i -
"Te q u i e r o " , pensé.
tas esta a p u n t o de t e r m i n a r .
L o pensé, pero n o l o d i j e . N o lo d i j e , y ahora, después
Yo n o e n t e n d i a u n a palabra, p e r o eso era l o h a b i t u a l
con Helena.
I n t e n t ó c a m i n a r . D i o unos pasos hasta la v e n t a n a . L a
anoche, la noche antes
ocuparse de, aquf, ser él q u i e n investiga el atraco, ser su responsabilidad
suposición,
suponer algo, no saberlo c o n seguridad
fijo, que n o se mueve
marido, h o m b r e casado
gitana, ver ilusttación en pagina 50
48
4 Las pelirrojas traen mala suerte
49
m u c h a c h a sacó d e l a r m a r i o u n a falda negra y u n a blusa
t a l M a x , sabe d ó n d e esta J u a n - m i e n t r a s hablaba, se
blanca . Se las d i o .
p i n t a b a los labios y los ojos-. A y e r n o p u d e e n c o n t r a r a
M a x ; a l o m e j o r h o y esta a l l i . C u é n t a l e que eres a m i g o
m f o . S i a l f i n a l n o puedes e n c o n t r a r a Juan, v e t e esta
n o c h e a la b u h a r d i l l a que te h e d i c h o .
M e d i o u n r a p i d o beso e n la cara y salió c o n e l g i t a no.
- A v e r l o que h a c é i s , /eh? -sonrió la g i t a n a .
gitana
-Tened m u c h o cuidado -dije yo.
Era i m p o s i b l e reconocer a H e l e n a . Después de unos
m i n u t o s sali de la h a b i t a c i ó n . E n e l pasillo t o d o estaba
n o r m a l . B a j é hasta la planta baja: t a m b i é n a l l i t o d o estaba n o r m a l . Después s a l i a la calle y m e s e n t é e n u n b a n co a pensar. E r a n pensamientos negros. A h o r a y o era u n
mensajero
- P o n t e esto; n o vas a i r t e c o n t u ropa.
que t e n i a c o m o m i s i ó n j u n t a r de n u e v o a 15
" m i " c h i c a c o n su c h i c o . N o t e n i a n i n g u n a gracia.
Después m e d i r i g f a la plaza de B i b - R a m b l a e n busca
H e l e n a c o g i ó la r o p a y fue a l b a n o .
- A h o r a la coges (deci a " c o h e " ) d e l brazo y salis de
d e l l l a m a d o M a x . La plaza estaba l l e n a de vendedores
a q u i los dos c o m o u n a pareja que h a v e n i d o de v i s i t a
de artesania;
- e x p l i c ó la g i t a n a a su m a r i d o .
r e g u l a r m e n t e bajaban al moro, c o n o c i d o s c o n e l n o m b r e
de h i p p i e s , o melenudos,
-Vale.
-Y m u c h o c u i d a d o : ese h o m b r e puede estar p o r a q u i .
-fY yo? -pregunté a H e l e n a c u a n d o salió d e l b a f i o .
- T ü puedes h a c e r m e u n f a v o r m u y g r a n d e , C h i c o .
I n t e n t a e n c o n t r a r a Juan. /Recuerdas a la c h i c a que m e
o
que
peludos.
A l p r e g u n t a r p o r M a x , m e d i j e r o n que acababa de
v o l v e r d e l m o r o . M a x , e l c h i c o c o n el p e l o mas largo de
t o d a la plaza, tardó u n r a t o e n c o m p r e n d e r que l o que
y o q u e r i a n o e r a n drogas.
Es e n la plaza de
-Juan estaba e n u n a casa e n la costa, p e r o acaba de
h a y u n bar e n u n a esquina y u n a casa m u y
v o l v e r a G r a n a d a . L o h e v i s t o a m e d i o d i a . L o puedes
d i o la m o c h i l a ? V o y a ir a su buhardilla.
la Trinidad;
e n t r e ellos h a b i a m u c h o s camellos
vieja al lado.
-Pero, /cómo v o y a e n c o n t r a r a Juan?
- U n o de los " h i p p i e s " de la plaza de B i b - R a m b l a , u n
encontrar en...
planta baja, parte de una casa igual de alta que la calle.
mensajero,
buhardilla, habitaciones en l o mas a l t o de una casa
plaza de la Trinidad,
plaza e n el c e n t r o de G r a n a d a, cerca de la plaza de
persona que lleva una n o t i c i a a otra persona
camello, persona que vende drogas (lenguaje de los j ó v e n e s )
bajar al moro, ir a Marruecos para comprar hachfs (lenguaje de jóvenes)
melenudo, peludo, j o v e n c o n el pelo largo
Bib-Rambla
50
51
M e d i j o e l n o m b r e de u n bar, a l l i m i s m o , a l lad o de
la plaza, u n bar que
solo
abria p o r la n o c h e .
Solo
tenia
que esperar u n a o dos horas. Por desgracia t o d o era
demasiado f a c i l : H e l e n a p o d i a t e r m i n a r de n u e v o c o n
su c h i c o y yo d e f i n i t i v a m e n t e fuera de su v i d a .
14
Pasé p o r la m i s m a calle que la n o c h e a n t e r i o r . Fue
una s e n s a c i ó n e x t r a n a . H e l e n a n o h a b l a b a n u n c a de
-/Para qué buscas a Juan?
sus cosas, pero y o supuse que c o n o c i a e l m o t i v o d e l
-Eso solo se lo d i g o a él.
i n t e n t o de violación
d e l p o l i c f a . Después de u n c r i m e n
s i n móvil hay siempre u n a i n v e s t i g a c i ó n . " S i u n a c h i c a
H a b f a pelos blancos e n su barba. N o tenfa meno s de
aparece m u e r t a s i n m o t i v o , lo p r i m e r o que se busca es
t r e i n t a afios, t a l vez t r e i n t a y c i n c o . Es decir, para 5
el m ó v i l . Si aparece v i o l a d a y m u e r t a , s i m p l e m e n t e se
a l g u i e n de m i edad, u n v i e j o . E l n o v i o de H e l e n a era u n
busca a u n v i o l a d o r " , mas o meno s debfa de ser lo que
v i e j o . Eso v o l v f a a H e l e n a t o d a v f a mas
F u i a l bar. Estaba l l e n o de gente que h a b l a b a e n voz
demasiado a l t a . H a c i a m u c h o calor y era d i f i c i l andar
e n t r e la gente . A l o t r o lad o de la barra habf a dos c h i Por f i n , después de varios i n t e n t o s , conseguf p r e g u n -
c o n m i g o . M i h o t e l esta m u y cerca.
) 0
"La casa d o n d e esta H e l e n a t a m b i é n " , estuve a p u n impresión de que e n alguna parte alguna cosa n o era
i m p r e s i o n a n t e . N o s sentamos e n el sofa de u n salon
-/Conoces a Juan, de M a d r i d ?
unos
segundos
en
contestar.
Miró
hacia
-/Helena esta e n Granada?
h o m b r e c o n barba y camisa negra que bebfa solo.
R e s p o n d f que sf.
- P r e g ü n t a l e a él.
-/Dónde?
E l h o m b r e m e l l a m ó c o n u n gesto y nos apartamos a
- E n casa de u n a a m i g a .
2
N o parecfa tener demasiadas ganas de v e r i a . D e f i n i -
u n lado.
obligar c o n v i o l e n c i a a una m u j e r a u n acto sexual
móvil, m o t i v o , causa de u n c r i m e n
52
is
vacfo.
a l g u i e n q u e estaba m u y cerca de m f . M e v o l v i y v i a u n
violación,
ven
c o m o debfa ser. Le seguf e n s i l e n c i o hasta u n h o t e l
tar a u n a :
25
- H e l e n a . . . /Te e n v f a ella? /Esta bien? Espera,
t o de decir, pero algo m e h i z o callar. T e n f a la e x t r a n a
cas. I n t e n t é llegar hasta ellas.
Tardó
inalcanzable.
- T e n g o n o t i c i a s de H e l e n a - d i j e .
pensaba e l p o l i c i a .
15
-Yo soy Juan .
inalcanzabk,
que n o se puede alcanzar, lejana
53
o
Solo
los profesores
usaban m i verdadero n o m b r e .
E l l a , "la Peggy", t e n i a m a l caracter y sus clases e r a n m u y
aburridas. Era u n a profesora que m e suspendia siempre.
- j B u e n a v e n t u r a ! /Qué haces aqui?
N o sé qué absurda respuesta le d i . N o m e escuchaba.
H a b l a b a a toda v e l o c i d a d . M e d i j o que mis padres n o
p a r a b a n de buscarme, que m e d i a c i u d a d estaba buscandome.
-/Dónde has estado todos estos dias?
M i r a b a a l h o t e l , m i r a b a a Juan y m e m i r a b a a m i . N o
sé qué p e n s a m i e n t os depravados
pasaron por su cabeza.
- T ü te vienes c o n m i g o a h o r a m i s m o .
-No.
-Ya lo creo que si. C o g e m o s u n t a x i y te l l e v o a t u
casa.
15
- N o -repeti.
-Te d i g o que cogemos u n . . .
t i v a m e n t e algo iba m a l . A l m e n o s para H e l e n a .
-/Esta bien?
- N o . H a estado e n e l h o s p i t a l . Se h a escapado y esta
asustada.
-/Ese p o l i c i a esta e n G r a n a d a ?
L e c o n t é r a p i d a m e n t e sobre la f u r g o n e t a y sobre e l
i n t e n t o de v i o l a c i ó n . M e e s c u c h ó c o n la m a x i m a a t e n c i ó n . A n t e s de t e r m i n a r , se puso e n p i e :
-Vamos, llévame c o n ella.
w
M e c o g i ó y m e s a c ó d e l h o t e l . E n la p u e r t a , m i r ó
h a c i a los dos lados para asegurarse de que n o n o s segufa n . Las calles estaban llenas de personas que d i s f r u t a b a n d e l b u e n t i e m p o antes de ir a cenar. U n a m u j e r se
paró d e l a n t e d e l h o t e l . D i o dos pasos h a c i a m i . E n u n
primer m o m e n t o , n o la reconoci.
-j Buenaventura!
54
J u a n m e apartó c o n u n gesto y se puso d e l a n t e de
e l la. L a miró. N o l e v a n t ó e l brazo n i la voz.
Solo
dijo:
- A p a r t a o te m a t o .
" L a Peggy" d i o u n paso atras, su boca se abrió s i n
c o n t r o l unos c e n t i m e t r o s . I n t e n t ó hablar, pero n o le
s a l i a n las palabras. C u a n d o p o r f i n gritó, nosotros ya
estabamos lejos.
M i e n t r a s nos m e t i a m o s e n u n a c a l l e j u e l a vacia, miré
a J u a n c o n a d m i r a c i ó n . Los m a d r i l e n o s t i e n e n f a m a de
ser duros,
c o m o t o d o h a b i t a n t e de u n a g r a n c i u d a d , y
acababa de ver u n a d e m o s t r a c i ó n . E x p l i q u é a t o d a p r i sa que era u n a profesora y que sentia u n e n c u e n t r o asi.
Juan m o v i ó la cabeza s i n hacer c o m e n t a r i o s . L a m a y o r
depravado,
a q u i significa que la profesora piensa que son homosexuales
levantar, subir el brazo, p o n e r l o a l t o
duro, c o n caracter fuerte y f r i o
55
p a r t e d e l t i e m p o t e n i a e l aspecto de u n a persona a la
que n a d a i m p o r t a b a demasiado. Desde luego, n o parec i a especialmente asustado, a u n q u e u n p o l i c i a psicópa-
porque se cree l o p r i m e r o que le d i c e n " .
- L l a m a -repitió el h o m b r e .
Llamé.
A b r i ó la amiga de H e l e n a . L i e v a b a u n v e s t i d o v i o l e t a .
ta estaba detras de él.
Pocos m i n u t o s mas tarde llegamos a la casa. S u b i m o s
l a escalera y nos paramos d e l a n t e de la p u e r t a de la
Detras de ella, sentadas e n el suelo, h a b i a c i n c o o seis
personas que h a b l a b a n .
-Pasad.
buhardilla.
J u a n l i e v a b a u n a cazadora. L a abrió y buscó algo que
N o h i z o preguntas. E l h o m b r e que m e a c o m p a f i a b a
apenas se n o t a b a e n su camisa negra. M a s que v e r l o ,
escondia su p i s t o l a . H e l e n a n o estaba a l l i , y n o h a b i a
m o t i v o para g r i t a r :
a d i v i n é l o que era.
Y e n ese
" j C u i d a d o , lleva una pistola!".
E n t r a m o s y nos acercamos a l g r u p o . R e c o n o c i a u n o de
-Vamos, llama.
i n s t a n t e , de golpe, supe c l a r a m e n t e
dos
cosas. P r i m e r a : y o era u n inütil. Segunda: él n o era Juan.
los c h i c o s , u n t a l Juanjo, u n o k u p a de la fabrica . H a b f a
t a m b i é n dos barbudos,
t a l vez estudiantes, y dos chicas.
- E l c h i c o es a m i g o de H e l e n a . Te U a m a n C h i c o , /verdad?
15
-Yo soy H o r a c i o - d i j o e l h o m b r e .
- B u e n n o m b r e para u n profesor - d i j o u n o de los bar-
Yo n o p o d i a apartar mis ojos de la p i s t o l a , n i p o d i a
pensar c l a r a m e n t e . [Cómo
p o d i a creer que aquel h o m -
budos-. /Eres profesor?
- A l g o asi.
br e era Juan? A J u a n l o escondia su padre, y estaba cla-
H o r a c i o m i r a b a a las chicas y algo e n esa m i r a d a m e
ro que u n h o m b r e c o m o aquél n o necesitaba p r o t e c c i ó n
d e j ó a d i v i n a r el m o t i v o : n o c o n o c i a a H e l e n a , y estaba
de su padre. E n t o n c e s pensé e n los dos atracadores d e l
i n t e n t a n d o saber c u a l de ellas era.
b a n c o . E l p o l i c i a era u n o . Y el o t r o . . . O t a l vez n o . T a l
vez... pero era u n a p o s i b i l i d a d e n la que preferia n o p e n sar... t a l vez H e l e n a m e m e n t i a . T o d a esa h i s t o r t a d e l
atracador que e n realidad era u n p o l i c i a . . . /No era mas
f a c i l suponer que la v e r d a d era otra? "Por e j e m p l o , p e n sé, u n a pareja atraca u n b a n c o . É l se l l e v a e l d i n e r o y
deja a la c h i c a . L a c h i c a le busca y la p o l i c i a les busca a
ambos. Y entonces aparece u n pringado
- H o r a c i o el d e l "carpe diem" - d i j o e l m i s m o b a r b u d o .
-Eso es. Ya sabéis: la v i d a es c o r t a y debemos d i s f r u tar e l m o m e n t o presente.
Los demas s o n r i e r o n . Se s e n t i a n felices de e n c o n t r a r
u n colega de mas edad que pensaba c o m o ellos.
N o s sentamos e n e l suelo y H o r a c i o d i j o que le gustaba la b u h a r d i l l a .
que la ayuda
barbudo, h o m b r e c o n barfca (ver pag. 5 3 )
inütil, persona que n o sirve para nada
carpe diem, palabras latinas que s i g n i f i c an "disfruta e l dfa"; las escribió
pringado, inütil, t o n t o (lenguaje de los j ó v e n e s )
el a u t o t l a t i n o H o r a c i o (65-8 antes de C r i s t o )
56
57
-Los gerüos siempre h a n v i v i d o e n b u h a r d i l l a s - d i j o
a l g u i e n - . Haydn
vivi ó e n u n a , y Balzac
también.
m i cabeza c o n u n a sola m a n o y la retorcia.
M e v i e n el
suelo. L a c h i c a de v i o l e t a v o l v i ó a gritar. H o r a c i o se
C r e o que era la p r i m e r a vez e n m i v i d a que oia esos
abrió la cazadora y e n s e ö ó la p i s t o l a .
n o m b r e s . Los otros p a r e c i a n e n c a n t a d os c o n H o r a c i o .
C o m e n z a r o n a hablar. Yo pregunté a J u a n j o e n voz baja
por Helena.
-Yo t a m b i é n q u i e r o saber d ó n d e esta - d i j o H o r a c i o ,
sonriente.
A l parecer, H o r a c i o p o d i a o i r t o d o .
D u r a n t e unos segundos, nadi e h a b l ó . Detras de nosotros, fue la c h i c a c o n e l v e s t i d o v i o l e t a q u i e n h a b l ó .
- N o sabemos d ó n d e esta H e l e n a .
Era e v i d e n t e que m e n t i a .
H o r a c i o se puso e n pie s i n m o v i m i e n t o s rapidos. Su
espalda q u e d ó c o n t r a la p a r e d . A s i n a d i e p o d i a sorp r e n d e r l e p o r detras. "Es u n p r o f e s i o n a l " , pensé s i n
tentamen-
saber q u é q u e r i a d e c i r m e a m l m i s m o e x a c t a m e n t e . Se
-Soy p o l i c i a -sonrió H o r a c i o - . N a d i e es perfecte.
a c e r c ó a u n a p u e r t a , s i n duda la p u e r t a d e l d o r m i t o r i o
H e l e n a n o p o d i a escapar. E n la h a b i t a c i ó n solo h a b i a
de la b u h a r d i l l a . Las otras puertas e r a n d e l bafïo y de la
una v e n t a n a m u y pequefia. H o r a c i o se volvió
c o c i n a . H o r a c i o n o se e q u i v o c a b a : si H e l e n a estaba e n
ella.
la casa, t e n i a que estar a l o t r o lad o de a q u e l l a p u e r t a .
E n t o n c e s la abrió de g o l p e .
Pude ver a H e l e n a e n pie j u n t o a u n a a n t i g u a c a m a
25 p a r e c i ó m u y p a l i d a .
-Juan m e d i j o que eras m u y guapa. Es v e r d a d .
H e l e n a l o leyó e n pocos segundos y le miró s o r p r e n d i da.
-Esta b i e n - d i j o - . Es u n a m i g o .
E n t o n c e s pasaron tres cosas a l m i s m o t i e m p o . L a c h i -
-Te l l e v o c o n él - d i j o H o r a c i o .
ca del v e s t i d o v i o l e t a gritó. H e l e n a i n t e n t ó cerrar la
-/Ahora?
puerta de golpe m i e n t r a s él p o n i a u n pie d e l a n t e de la
- A h o r a m i s m o , si quieres.
puerta. Y y o m e l e v a n t é y f u i h a c i a H o r a c i o .
Solo
tuvo
que l e v a n t a r su m a n o . T u v e la impresión de que cogia
Haydn,
hacia
S a c ó u n p a p e l de u n b o l s i l l o y se l o d i o a H e l e n a .
m e t a l i c a . L i e v a b a de n u e v o su ropa de t r a b a j o y me
30
- T u n o eres profesor - d i j o , e n m i o p i n i ó n
te, el m i s m o b a r b u d o de antes.
c o m p o s i t o r de müsica, de A u s t r i a ( 1 7 3 2 - 1 8 0 9 )
Balzac, escritor francés ( 1 7 9 9 - 1 8 5 0 )
A l parecer, parece c o m o si, uno tiene la impresión de que
58
Por u n a vez, yo n o era e l ü n i c o que n o c o m p r e n d i a
n a d a . Los otros e s c u c h a b a n en perfecte s i l e n c i o .
- T e n g o que i r m e - e x p l i c ó H e l e n a a sus amigos-. V o y
a estar b i e n .
-/Vienes? - m e pregunt ó H o r a c i o .
59
B u e n o , y o p o d i a d e c i r tres cosas sobre él, una que n o
m e gustaba y dos que si. P r i m e r a : era u n p o l i c i a . Segunda: m e ayudó c o n la Peggy. Y tercera: m e estaba i n v i t a n d o e n serio a acompanarles. Por supuesto d i j e que si.
A l salir a la c a l l e , H o r a c i o paró u n t a x i . H e l e n a
e n t r ó la p r i m e r a . C u a n d o e l l a n o p o d i a o i r n o s , m e d i j o
e n voz baja:
- D e v e r d a d m e gusta, pero es p e l i r r o j a . Ya sabes l o
que se d i c e .
-Las pelirroja s t r a e n m a l a suerte.
de Juan. T i e n e amigos e n todas partes.
H i z o u n a pausa. L u e g o d i j o :
16
- T o d o e l m u n d o hace l o que él q u i e r e , hasta su h i j o .
H e l e n a n o h a b l a b a , solo m i r a b a h a c i a afuera. Yo m e
sentia molido. L e pregunté a H e l e n a p o r e l p a p e l .
-Es d e l padre de Juan. D i c e que h a contratado
a Hora-
cio.
h a b i a u n h o m b r e de c i e r t a edad. Se puso e n pie a l ver nos y H e l e n a y él se s a l u d a r o n .
-/Dónde esta Juan? - p r e g u n tó e n seguida H e l e n a .
- E n este m o m e n t o , e n e l a v i ó n . S i e m p r e quiso c o n o -
M e v o l v i h a c i a él.
cer Venezuela o B r a s i l , y éste era e l m o m e n t o adecua-
-/Contratado? E n t o n c e s n o eres p o l i c f a .
do.
Sonrió.
-No
L l e gamos a l h o t e l de H o r a c i o . E n e l salon, a l f o n d o ,
- N o lo creo.
exactamente.
-Pues es v e r d a d .
-/Y eso qué significa?
- E l padre de Juan h a b l ó c o n u n a m i g o suyo, u n juezE l juez c r e y ó que n o p o d i a hacer n a d a s i n pruebas
con-
t r a u n p o l i c i a . Por eso le h a b l ó de m i .
-/Eso es posible? -pregunté a H e l e n a .
- T o d o es posible c u a n d o se es t a n r i c o c o m o e l padre
H e l e n a m o v i ó la cabeza de u n lad o a o t r o , t r i s t e .
-Ya sabes la m a l a n o t i c i a - d i j o H o r a c i o - . A h o r a
v a m o s a h a b l a r de cosas positivas .
H e l e n a lo miró sin verle.
- H o r a c i o h a estado ocupandose de la seguridad de
J u a n - d i j o e l padre-. A h o r a puede ocuparse de la t u y a.
H e l e n a se s e n t ó e n u n sofa.
molido, m u y cansado
contrauxr, pagar a una persona por u n trabajo que la persona t i e ne que
hacer
- H e l e n a - d i j o H o r a c i o - , C h i c o me h a c o n t a d o que
e s t u v i e r o n a p u n t o de m a t a r t e . Sabes que v a n a i n t e n -
prueba, algo que demuestra algo c l a r a m e n t e; por e j e m p l o aqui quién
t a r l o o t r a vez. N o puedes seguir e s c o n d i é n d o t e t o d a la
mató a una persona
vida.
60
61
- O l v f d a t e d e l o t r o - d i j o H o r a c i o c o n u n a sonrisa.
"Y n a d i e puede pagarle u n v i a j e a S u d a m é r i c a " , p e n -
-Es v e r d a d - d i j o el padre de Juan- . Ese ya n o es n i n -
sé y o . " S i e m p r e el d i n e r o " .
- H e l e n a , la b u e n a suerte h a empezado. Yo f u i q u i e n
t u v o la idea de alejar a Juan..., y debo decir que él r a p i -
gün p r o b l e m a . T e n e m o s que ocuparno s
solo d e l
que te
h a perseguido. A h o r a sabemos que esta detras de t i .
d a m e n t e estuvo de acuerdo. M i e n t r a s él h a b l a b a c o n su
-/Y yo? -pregunté.
padre y m i e n t r a s yo esperaba e n e l bar que él m e i n d i -
-Has estado c o n e l l a hasta a h o r a y t o d o t i e n e que
c ó , apareci ó C h i c o y él m e h a l l e v a d o hasta t i . /No lo
seguir i g u a l . A s i n u e s t r o h o m b r e n o v a a
desconfiar.
-Ya h e d i c h o c u a l es m i respuesta - d i j o H e l e n a - . N o .
ves? A h o r a tenemo s suerte. P r o p o n g o aprovecha r el
- V e i n t i c u a t r o horas -propuso H o r a c i o - . S i d e n t r o de
m o m e n t o y tornar la i n i c i a t i v a .
w
•
-/Y q u é quiere decir t o d o eso?
v e i n t i c u a t r o horas exactas n o h e c o g i d o a ese p o l i c f a ,
- U n a trampa. P r o p o n g o preparar u n a t r a m p a para ese
puedes i r t e .
- A Venezuel a o Brasi l - c o m p l e t ó e l padre de Juan.
policia.
- D e acuerdo - d i j o H e l e n a de p r o n t o - . Pero c o n u n a
c o n d i c i ó n . S i consegufs coger a l p o l i c f a , t a m b i é n q u i e ro ir a S u d a m é r i c a .
- D e acuerdo - d i j o e l padre de Juan y le o f r e c i ó la
mano.
"/Y yo qué?", estuve a p u n t o de p r e g u n t a r; " H e l e n a se
v a c o n su n o v i o , /y q u é gano yo?"
E n ese m i s m o m o m e n t o H e l e n a p r e g u n t ó .
-/Y qué pasa c o n C h i c o ? /Vamos a p o n e r l e e n p e l i g r o
por nada?
-Tien e razón - d i j o H o r a c i o , m i e n t r a s e l padre de Juan
H e l e n a n o n e c e s i t ó pensar m u c h o para dar su res-
m e m i r a b a y se daba c u e n t a de que y o existfa.
-Yo l o ü n i c o que q u i e r o es estar c o n H e l e n a - d i j e .
puesta.
L a m i r a d a de H o r a c i o se e n c o n t r ó c o n la m f a . Supe
- U n a t r a m p a c o n m i g o c o m o cebo, /verdad? N o , gra-
que m e c o m p r e n d f a . E n c o n t r é e n sus ojos a q u e l l o que
cias.
-Te aseguro que H o r a c i o sabe h a c e r las cosas b i e n -
mas necesitaba e n esa c o n c r e t a etapa de m i v i d a : respeto.
d i j o e l padre de Juan.
- H e d i c h o que n o q u i e r o saber n a d a . H a y u n p o l i c i a
- V e i n t i c u a t r o horas - d i j o H e l e n a - . E x a c t a m e n t e has-
l o c o detras de m i , t a l vez dos...
desconfiar,
|
cebo, algo que hace ir a la persona o a n i m a l hacia la trampa
62
n o confiar, creer que hay una t t a m p a
etapa, fase, anos
63
H o r a c i o - . E n r e a l i d a d , el d u e n o n o t i e n e n i n g u n m o t i -
ta m a f i a n a a m e d i a n o c h e .
- A h o r a tenéis que c o n t a r m e t o d o l o que h a pasado
e n estos dfas -pidió H o r a c i o - .
M e esperaba u n a n o c h e larga. Pero n o m e i m p o r t a ba: H e l e n a y yo seguiamos j u n t o s y eso era l o ü n i c o
importante.
v o para pensar que n o confias e n él. V o l v e d y p r e g u n tadle si sabe algo de Juan.
D e c i d l e que vais a esconde-
ros e n la fabrica . E l p o l i c i a v a a v e n i r e n t o n c e s a buscaros.
Sabiamos, por Juanjo, que la fabrica segufa vacfa. Era
u n a nave m u y grande, quiza n o v e n t a o c i e n metros de
largo y unos v e i n t e o t r e i n t a de a n c h o . T e n f a u n a sola
puerta, u n porton m e t a l i c o que estaba siempre a b i e r t o .
17
J u n t o a l p o r t o n habfa u n altillo,
C o m o lugar para u n c r i m e n , la v i e j a fabric a abando nada era e l lugar perfecto. Yo n o p o d i a dejar de pensarl o d u r a n t e aque l d i a i n t e r m i n a b l e .
/o
Estabamos o t r a vez e n la fabric a y c o m p l e t a b a m o s
a l g u na clase de circulo
en cierto modo magico.
Alli
u n s i m p l e c u a r t o vacfo
c o n u n a v e n t a n a . Debajo, u n despacho c o n u n a vieja
mesa. N o s o t r o s estabamos e n e l rincón
mas alejado d e l
p o r t o n , e n la zona mas l i m p i a . N o s sentamos e n e l suel o y empezamos a esperar. T e n f a m o s u n silbato
y un
"spray".
empezó t o d o y a l l i t e n i a que t e r m i n a r .
- S i llega hasta t i , usa las dos cosas - e r a n las palabras
de H o r a c i o - . Yo v o y a estar siempre s u f i c i e n t e m e n t e
cerca para ofr el s i l b a t o . E l "spray" puede bastar para
dejarle ciego d u r a n t e unos m i n u t o s .
D e u n m o d o u o t r o , conseguimos llegar al m e d i o d f a
s i n m o v e r n o s de aque l r i n c ó n . H e l e n a f u m a b a e n s i l e n - H a y que actuar de m o d o n o r m a l , n i u n gesto d i f e r e n t e -nos d i j o H o r a c i o - . Él n o t i e n e que t e n e r m o t i v o s
15 para desconfiar.
nave, habitación muy grande, n o r m a l m e n t e en fabricas
porton, puerta m u y grande
altillo, h a b i t a c i ó n sepatada en la parte mas alta de una casa
P o r eso elegimos la f a b r i c a . /Adónde p o d f a m o s v o l v e r si no?
-Vais a v o l v e r a l bar d e l A l b a y z i n -nos d i j o t a m b i é n
64
rincón, c u a n d o dos paredes se j u n t a n forman una esquina, hacia afuera,
o u n rincón hacia a d e n t r o
ciego, que n o puede ver
5 Las p e l i r r o j a s t r a e n m a l a s u e r t e
65
c i o y contestaba mis palabras c o n monosilabos.
Seguia
m e n t e se p o n i a e n p i e y daba unos pasos, siempre lejos
c o n su v i e j a r o p a de t r a b a j o y la gorra, c o m o e l d i a e n
del p o r t o n . C u a n d o me miraba, intentaba sonreirme.
que la c o n o c f . L a m i r a b a c o n la impresión de que m e
E n algün m o m e n t o p a l i d e c i a s i n m o t i v o . Yo, p o r m i
faltaba aire. " S u p o n g o que esto es l o que l l a m a n a m o r " ,
parte, estaba demasiado asustado.
pensaba.
A las c u a t r o de la tarde yo n o p o d i a seguir s i n i r al
E l l a f u m a b a c o n la m i r a d a p e r d i d a en e l p o r t o n p o r
el que e n t r a b a la luz d e l sol. D e p r o n t o se v o l v i ó h a c i a
c u a r t o de b a n o . Después de h a b l a r c o n H e l e n a , d e c i d i mos que l o m e j o r era h a c e r l o s i n salir de la n a v e .
m i y m e sonri ó y sus ojos se v o l v i e r o n mas claros.
- C h i c o , tienes que saber que m e alegro de h a b e r t e
Una
conocido.
-Estoy segura de que n o v a a v e n i r . Esta mos esperan-
Sus palabras f u e r o n ésas u otras parecidas, p e r o n o
e r a n las palabras l o i m p o r t a n t e , s i n o su voz, su m i r a d a .
u n p r i n c i p i o sabia que y o estaba e n a m o r a d o de e l l a .
estar escondida c o m o u n a n i m a l .
Su deseo de rebelarse aumentaba
-/Qué vas a hacer después de esto? /Vas a v o l v e r a
-Bueno, Helena...
- C r e o que si.
das cuenta? U n mes e n B r a s i l, y después, /qué? /Seguir
-Es l o mejor.
escondi éndorne ?
Parecfa a p u n t o de llorar.
m e n t e p r e o c u p a d o o asustado, h a b l a r es m u y d i f i c i l .
-Te a c o m p a n o , d i j e .
C u a n d o h a b l a b a m o s, era para n o pensar e n que nos
F u i m o s , por p r i m e r a vez e n o c h o horas, hasta e l p o r -
la vida. R e c o r d é u n a frase: "Es mas
ton, y a l l i nos paramos. S o l o h a b f a tres o c u a t r o pasos
f a c i l m o r i r p o r la m u j e r amada que v i v i r c o n e l l a " . E n
hasta el lugar d o n d e estaba el b a n o . N o v i m o s a n a d i e
aquellos m o m e n t o s era u n a v e r d a d .
H a c i a las dos de la tarde , y o m e m o r i a de h a m b r e , de
n i o f m o s nada. Yo sujetaba el s i l b a t o e n m i m a n o derecha.
m o d o que m e c o m ï dos b o c a d i l l o s y bebf m u c h a agua.
H e l e n a n o probó nada.
Esperé u n par de m i n u t o s . M a l o s pensamientos pasab a n por m i cabeza "/Y si H o r a c i o se h a ido? /Y si e l p o l i -
-/No crees que es m e j o r si llevas tü e l silbato? - p r e -
cfa y él se p o n e n de acuerdo?".
g u n tó H e l e n a , que cada vez estaba mas n e r v i o s a .
30
15
- N o , C h i c o , ya esta b i e n . N o p u e d o v i v i r asi, /no te
A p r e n d f algo esa m a n a n a : c u a n d o se esta t e r r i b l e -
25
c o n cada palabra.
Yo n o sabia q u é hacer para t r a n q u i l i z a r l a .
casa?
estabamos jugando
S a l i ó H e l e n a y v o l v i m o s a la n a v e .
M e l o d i o y e l l a se qued ó c o n e l "spray". C o n t i n u a monosilabo,
Pasaron horas i n t e r m i n a b l e m e n t e lentas.
palabra muy corca, c o n una sola sflaba, c o m o "sf", " y o " ,
" v e n " , etc.
awnentar,
jugarse la vida, poder m o r i r
lento, despacio
66
/o
do t o d o el d i a para n a d a . V o y a ir a l b a n o . M e n i e g o a
E n sus ojos l e i que c o n o c i a m i secreto. Q u i z a ya desde
;5
h o r a mas tarde fue. e l l a q u i e n t u v o e l m i s m o
problema.
5'
ser mas grande
67
- N o v a a v e n i r -decfamos-. A h o r a ya es seguro. Se h a
dado c u e n t a de que esto es u n a t r a m p a . Estamos per-
cicatriz e n d i a g o n a l . C o n la o t r a m a n o m e p o n f a unas
esposas.
diendo el tiempo.
Las siete, las o c h o , las n u e v e . Ya casi n o t e n f a m o s
agua. N o s q u e d a b a n tres c i g a r r i l l o s . N o s
sentfamos
sucios, cansados y u n p o c o r i d f c u l o s .
Era u n o de los dfas mas largos d e l aiïo, e n j u n i o . H a s ta después de las n u e v e y m e d i a n o empezó a
anochecer.
-Dos horas y m e d i a y nos v a m o s de a q u i - d i j o H e l e n a - . D i j e hasta m e d i a n o c h e y n o v o y a esperar u n
segundo mas.
G r i t é . E l h o m b r e m e l i e v a b a h a c i a la p u e r t a d e l desp a c h o para d e j a r m e a l l i . N o lievaba n i n g u n a p i s t o l a n i
n a v a j a . Q u e r f a tener las dos mano s libres, p r i m e r o para
ocuparse de m f , después para i r a buscar a H e l e n a . N o
querfa m a t a r n o s e n seguida; antes querf a d i v e r t i r s e .
Yo estaba l l e n o de p a n i c o . N o p o d f a pensar n i s e n t i r
o t r a cosa que h o r r o r . Y s i n embargo mis müsculos f u n -
interruptor
de la luz
c i o n a r o n solos. D e u n g o l p e conseguf escapar y c o r r f
h a c i a e l a l t i l l o p o r las escaleras. É l m e segufa m u y cerca y p o d f a senti r su respiración detras de m f . S a q u é el
s i l b a t o . M i s mano s t e m b l a b a n y d e j é caer e l s i l b a t o
Seguiamos e n e l r i n c ó n d e l p r i n c i p i o . M e l e v a n t é y
f u i h a c i a e l p o r t o n , d o n d e estaba e l interruptor
15
de la luz-
antes de h a b e r l o usado; y o m i s m o caf t a m b i é n a l f i n a l
de la escalera.
T o d a v i a n o sabiamos si, después de la v i s i t a de la p o l i -
Puse los brazos e n m i cabeza y m e preparé para e l g o l -
cia, h a b i a luz e l é c t r i c a . " N o va a v e n i r " , m e r e p e t i . E l
pe f i n a l , que n o llegaba. I m a g i n é que d i r i g f a su p i s t o l a a
i n t e r r u p t o r estaba j u n t o a la p u e r t a . L o b a j é y, para m i
m i cabeza y p o r p r i m e r a vez imaginé e n t o d o su h o r r o r
sorpresa, la luz segufa f u n c i o n a n d o . Desde el r i n c ó n d e l
la escena d e l c r i m e n e n e l banco.
f o n d o H e l e n a m e h i z o u n gesto y l e v a n t ó e l brazo c o n
M e v o l v f . N a d a . E l p o l i c f a preferia n o perder mas
el pulgar h a c i a a r r i b a . " T o d o va b i e n " , pensé, y e n ese
t i e m p o c o n m i g o . M e puse e n pi e y miré p o r el c r i s t a l
i n s t a n t e a l g u i e n s u j e t ó m i m a n o que segufa e n el i n t e -
desde e l que se v e i a t o d a la f a b r i c a . Ya estaba casi j u n -
r r u p t o r : u n a m a n o que m e p a r e c i ó e n o r m e , c o n u n a
to a Helena.
H e l e n a c o r r f a , s i n acordarse d e l spray. R o m p f el cris-
anochecer, cuando empleza la noche
pulgar, dedo gordo de la m a n o
t a l y grité.
-j H e l e n a!
68
69
N o se paró. S e g u r a m e n t e n o m e o i a . Y yo n o p o d i a
hacer nada por e l l a .
Pude o i r la voz de H o r a c i o , e x t r a n a m e n t e fria y t r a n -
D e p r o n t o v i que H e l e n a se v o l v i a . Esperó e n p i e , las
piernas separadas, e l p e l o c a y e n d o sobre sus h o m b r o s
c o m o u n a llamarada,
el cuello.
magnifica y hermosa. G r i t ó ella
t a m b i é n , y d u r a n t e u n segundo el p o l i c i a n o se m o v i ó ,
quila.
- L e debes la v i d a .
H e l e n a se a c e r c ó despacio y él la abrazó c o n el brazo 5
izquierdo, s i n dejar de m i r a r a l h o m b r e .
fascinado p o r a q u e l la r e a c c i ó n . E n ese m i s m o i n s t a n t e
u n a sombra atravesó la n a v e y fue h a c i a él.
18
E l p o l i c i a se v o l v i ó h a c i a el n u e v o p e l i g r o ; apenas
r e c o n o c i a H o r a c i o , c o n ropas negras; l i e v a b a u n a pala.
E l p o l i c f a sacó su p i s t o l a , pero n o t u v o t i e m p o para
D e n u e v o estaba solo, pero t o d o era d i f e r e n t e . E n esa
usarla. H o r a c i o le golpeó e n el c u e l l o y el p o l i c i a c a y ó
ültima n o c h e de l i b e r t a d , h a b i a algo que t e n i a que
de rodillas.
hacer: v o l v e r u n a vez mas a m i m i r a d o r p r e f e r i d o . Y asi
H o r a c i o l e v a n t ó los brazos m u y altos sobre su
cabeza para dar u n u l t i m o golpe.
l o h i c e . Subf las callejuelas d e l A l b a y z i n y atravesé p l a zas blancas a la luz de la l u n a . Las cosas e r an c o m o debf-
-jNo!
a n de ser: H o r a c i o se o c u p ó de entregar a l p o l i c i a y n o
rodilla
era d i f i c i l a d i v i n a r t a m b i é n sus s e n t i m i e n t o s
hacia
H e l e n a . E n los ojos de ella t a m b i é n se veia brülar
algo
c u a n d o le m i r a b a a él.
D e b f a de ser m e d i a n o c h e . Llegu é a l m i r a d o r , el mas
a l t o de la c i u d a d . M e s e n t é . F r e n t e a m f estaba la
A l h a m b r a . Paso u n m i n u t o e n p e r f e c t o s i l e n c i o . P e n s é
e n m i s padres: t a l vez d o r m i a n , o t a l vez m i m a d r e estaA pocos pasos, c o n los pufios cerrados d e l a n t e de la
ba m i r a n d o la calle y esperaba m i Uegada.
boca, H e l e n a g r i t a b a . Yo l o v e i a t o d o desde la v e n t a n a
R e c o r d é que bajo la camisa l i e v a b a u n p e q u e n o teso-
r o t a , s i n d a r m e c u e n t a de que, u n efecto d e l p a n i c o ,
ro. M i s dedos l o buscaron. Era la v i e j a g o r ra que usaba
estaba U o r a n d o . H o r a c i o c o g i ó la p i s t o l a y la puso e n la
Helena a menudo.
cabeza d e l p o l i c i a .
Era h o r a de v o l v e r . M e puse e n pie y miré por ültima
- T ü decides -se dirigió a H e l e n a .
vez la A l h a m b r a . M i e n t r a s c a m i n a b a -y esa vez era d i f e -
- N o -repitió H e l e n a - . N o , por favor.
rente porque c a m i n a b a de v u e l t a a casa- pensé e n los
E l p o l i c i a , de r o d i l l a s , se sujetaba c o n las dos mano s
brillar, que tiene luz, dar luz
|
llamarada, fuego
tesoro, algo m u y i m p o r t a n t e , n o r m a l m e n t e c o n o r o , d i a m a n t e s . . .
72
73
TAREAS
azulejos que se v e n e n la A l h a m b r a . C o n su g e o m e t r f a
n o es posible saber c u a l es su c e n t r o exacto, pues e n vez
de u n ü n i c o c e n t r o hay m u c h o s , y cada u n o de ellos es
Contenido
e l c e n t r o de t o d o .
Supe que los dias de m i a v e n t u r a e r a n e l c e n t r o de
aquella etapa de m i v i d a . Después e n m i v i d a p o d i a
1 . Describe c ó m o es la v i d a de los "okupas" e n la
fabric a a b a n d o n a d a .
haber otros centros, dfas intensos... y a l o m e j o r t a m b i é n otras H e i e n a s . Pero a e l l a la v o y a Uevar siempre
d o n d e se l l e v a lo mas i m p o r t a n t e : e n la m e m o r i a .
2. H e l e n a le h a b i a a C h i c o de su f a m i l i a y de su casa.
/Qué le cuenta? /Cual es la verdad?
3 . M a s tarde el p o l i c f a e n c u e n l ra a H e l e n a e n G r a n a d a .
/Cómo p u d o saber d ó n de estaba Helena? (si n o l o
sabes, busca la respuesta e n el c a p f t u l o 12)
4- H e l e n a y C h i c o h u y e n de G r a n a d a y v i s i t a n a
H é c t o r . /Por qué esta H é c t o r escondido e n u n
p e qu e no pueblo?
5. /Por qué H e l e n a d cci.de v o l v e r
Granada?
6. E n G r a n a d a e l p o l i c f a v u e l v e a e n c o n t r a r a H e l e n a .
/Por qué i n t e n t a v i o l a r l a en. vez de m a t a r l a
directamente?
7. Describe c ó m o es la fabrica e n la que H e l e n a y
C h i c o esperan a l p o l i c f a .
8. /Qué crees que H e l e n a hace a l final? /Se va a
L a t i n o a m é r i c a c o n Juan? /Se e n a m o r a de H o r a c i o ?
/Vuelve c o n C h i c o ? Razona ( = e x p l i c a ) t u respuesta.
74
75
9. E n t r e las palabras a c o n t i n u a c i ó n , /cuales son
adecuadas para H e l e n a , cuales para C h i c o y cuales
para H o r a c i o ? I n t e n t a e n c o n t r a r mas palabras para
cada personaje.
escritor
mentir
pelirroja
guapa
barba
seguro
libertad
fuerte
jove n
enamorado
idealista
duro
miedo
Madrid
Con
las palabras seleccionadas, describe
a Helena,
Chico y Horacio.
10. C h i c o n o es u n h é r o e . Busca ejemplo s que l o
demuestran.
1 1 . /Cómo es Juan? /Crees que es u n b u e n n o v i o y se
preocupa por Helena ? Razona t u respuesta.
12. Busca c i n c o palabras de "argot j u v e n i l " (lenguaje
que e m p l e a n los j ó v e n e s ) . Escribe t a m b i é n l o que
s i g n i f i c a n e n espafïol n o r m a l .
13. E l a u t o r d e l l i b r o es M a n u e l L . A l o n s o . /Qué sabes
de él?
14-
E l n a r r a d o r (personaje que c u e n t a la h i s t o r i a ) es
o t r o . /Quién es el narrador? (lee el c o m i e n z o d e l
capitulo 5).
76
L.
ISBN
EASY READERS
se publica en
A
series:
m
D
ISBN 9762G01277
"IA:
78OQ01"?- 719.
,

Documentos relacionados