Caderno de Apoio à Prática Pedagógica: Poemas e Quadrinhas

Transcripción

Caderno de Apoio à Prática Pedagógica: Poemas e Quadrinhas
APOIO
À PRÁTICA
PEDAGÓGICA
POEMAS E QUADRINHAS
ED. INFANTIL/ CICLOS DE APRENDIZAGEM I e II / EJA
Prefeito da Cidade de Salvador
JOÃO HENRIQUE DE BARRADAS CARNEIRO
Secretário Municipal da Educação e Cultura
NEY CAMPELLO
Coordenadora de Ensino E Apoio Pedagógico
ANA SUELI PINHO
Equipe Técnica da Edição Original (1996)
Coordenação da Elaboração dos Cadernos
Kadja Cristina Grimaldi Guedes
Consultoria
Maria Esther Pacheco Soub
Sistematização
Antônia Maria de Souza Ribeiro
Maria de Lourdes Nova Barboza
Elizabete Regina da Silva Monteiro
Edição Atualizada (2007)
Alana Márcia de Oliveira Santos
Coordenação da reedição dos Cadernos
Maria de Lourdes Nova Barboza
A reedição deste caderno atende aos objetivos da SMEC em dar
suporte didático/pedagógico às atividades de sala de aula.
Esta publicação destina-se exclusivamente para uso pedagógico nas escolas
Municipais de Salvador, sendo vedada a sua comercialização. A reprodução total
ou parcial deverá ser autorizada pela Secretaria Municipal da Educação e Cultura
de APRESENTAO
Salvador.
APRESENTAÇÃO
É com muita satisfação que a Coordenadoria de Ensino e Apoio Pedagógico - CENAP –
apresenta aos professores do Sistema Municipal de Ensino, a reedição dos Cadernos de
Apoio à Prática Pedagógica.
Nascidos em 1996, de um trabalho de vanguarda que conectava a teoria à prática da sala
de aula das escolas municipais, tais cadernos procuravam ser – e certamente ainda são –
um instrumento estratégico da nossa luta diária para aumentar os índices de
desempenho acadêmico dos alunos da Rede Municipal de Ensino de Salvador.
Os Cadernos de Apoio à Prática Pedagógica apresentam vários blocos de sugestões com
diferentes gêneros textuais e algumas atividades voltadas para aquisição da base
alfabética e ortográfica dos alunos, subsidiando os professores no seu saber-fazer
pedagógico.
Acreditamos que quanto mais investirmos na formação continuada, na prática reflexiva,
na pesquisa de soluções originais, mais será possível uma progressiva redefinição do
nosso ofício de professor, no sentido de uma maior profissionalização.
Atualizamos e publicamos esses cadernos, apostando no potencial criativo dos
professores, tendo em vista o bem comum de todas as crianças, jovens e adultos que
freqüentam as escolas municipais de Salvador.
Sucesso professor, é o que lhe desejamos!
Ana Sueli Pinho
Coordenadora da CENAP
POEMA
A poesia é considerada a semente de toda a literatura, ou seja, tudo indica que a
literatura começou em forma de poesia; portanto é o gênero mais antigo de que se tem
notícia. Os antigos gregos viveram uma cultura oral que desconhecia a escrita, por isso
todo conhecimento era transmitido pela voz. Eles então desenvolveram técnicas
rigorosas de uso da voz de modo a garantir que os ouvintes entenderiam, memorizariam
e transmitiriam tudo aquilo que era falado. O modo mais eficaz para tornar isto possível
era aquele em que a palavra fosse usada com um certo ritmo e a frase tivesse um limite,
uma unidade métrica, o que significa dizer que fosse uma frase curta. Essa forma de
expressão deu origem ao que conhecemos hoje como poesia.
O poeta daquela época não tem nada a ver com o conceito de poeta que temos hoje,
antigamente esta figura tinha uma função social e política da qual nunca se separava:
cabia-lhe garantir a circulação do conhecimento, das idéias, da cultura produzida em sua
civilização. Hoje o poeta é um escritor que produz um tipo muito especial de literatura e
não está a seu cargo a divulgação pessoal do que escreve.
POESIA E POEMA / VERSO E PROSA
É comum o uso das palavras poesia e poema como sinônimos, porém nem toda
composição versificada contém poesia. Além disso, a poesia não precisa
necessariamente do verso para se manifestar; podemos encontrá-la na prosa, e até
mesmo em outras manifestações artísticas como a pintura, a música, a dança etc. Isso
porque a poesia é transmitida para o leitor através da subjetividade implícita em uma
forma de expressão.
As definições de Antônio Soares Amora para poesia e poema, verso e prosa são:
Poesia é o estado emotivo e lírico do poeta, no momento da criação do poema; o estado
lírico reviverá na alma do leitor se este lograr transformar o poema em poesia.
Poema é a fixação material da poesia; é a decantação formal do estado lírico. São as
palavras, os versos e as estrofes que se dizem e que se escrevem e assim fixam e
transmitem o estado lírico do poeta. É o encontro da poesia com o leitor.
Verso é, a grosso modo, cada uma das linhas fragmentadas, organizadas em estrofes,
que compõem um poema.
Prosa é um discurso contínuo, não fragmentado, organizado em períodos e parágrafos.
CARACTERÍSTICAS DE UM POEMA
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Rima – recurso que consiste em usar palavras que terminam de forma parecida,
quase sempre no final dos versos;
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Aliterações - recurso que consiste na repetição de sons de consoantes iguais ou
semelhantes em várias palavras, dando um efeito de eco no texto;
Assonâncias - recurso que consiste na repetição de sons de vogais iguais ou
semelhantes em várias palavras, dando um efeito de eco no texto;
Métrica – número de sílabas de cada linha ou verso e que obedece a algumas
regras;
Acentuação Tônica - Intervalos entre sílabas fortes e fracas.
Nada é gratuito no texto: se o poeta usa rima ou não, se faz versos curtos ou longos, se
coloca um refrão, se usa aliteração, tudo é para provocar um efeito de sentido. É como
arrumar ou enfeitar uma casa: um vaso aqui, um detalhe lá, um quadro na parede – tudo
para produzir efeito.
Na poesia, a organização das palavras cria um novo significado.
COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS NECESSÁRIAS À DICÇÃO DE
UM POEMA:
Competências técnicas
Escolha e domínio da postura – posicionamento do corpo, do rosto e do olhar;
Domínio da voz: projeção, pose, adaptação;
Domínio da respiração e dos grupos respiratórios.
Competências de interpretação
Escolha do ritmo: determinação dos grupos respiratórios, local e duração das
pausas, velocidade de elocução;
Escolha da entonação diferenciada em: lingüística – obrigatória por ser induzida
pelas estruturas e pelos sinais de pontuação; afetiva – que se apóia nas escolhas
pessoais do que se diz o poema e que de traduzir suas intenções;
Escolha eventual do gestual como completo da voz para reforçar a interpretação;
Apropriação pessoal: a criança transmite, durante a dicção, sua própria
representação do poema.
CONSIDERAÇÕES PEDAGÓGICAS
Ao levantar o conhecimento prévio dos alunos, um critério lógico a ser explorado é o
conteúdo básico sobre o qual se concentrará o processo de ensino e de aprendizagem.
Se por exemplo, nos propomos a trabalhar com poemas, terá sentido fazer
questionamentos aos alunos como: Alguém conhece alguma pessoa que escreva
poemas? Que nome você daria a uma mulher que escreve poemas? E um homem? Se eu
espalhar vários textos no chão, alguém saberia mostrar qual é um poema? Qual a razão
de escolher este como um poema? etc.
Desta forma, o professor poderá evitar o acúmulo de informações desnecessárias ao
objetivo da intervenção bem como assegurar a coerência entre esta ação e as
intervenções seguintes.
OBJETIVOS
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Identificar a estrutura de um texto poético: título, versos, estrofes etc,
garantindo-lhe uma competência lingüística e literária;
Conhecer e apreciar a linguagem poética, estabelecendo um vínculo prazeroso
com a leitura de poemas;
Reconhecer aspectos da diagramação do texto poético.
Reconhecer autores do gênero e suas obras e ampliar o repertório lingüístico;
Discutir as questões lexicais apresentadas nos textos;
Identificar as diferenças entre um texto escrito em verso e em prosa;
Reconhecer o caráter polissêmico do texto poético;
Produzir textos poéticos.
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
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Levantamento dos conhecimentos prévios dos alunos sobre o tema;
Explanação sobre a diferença entre poema e poesia;
Discussão sobre as características de um poema, comparando com outras
tipologias já conhecidas pelos alunos;
Promoção de leitura de textos poéticos, discutindo a forma como são
apresentados: distribuição gráfica, diagramação, ressaltando que nem todos
possuem o mesmo número de estrofes ou versos, havendo textos sem separação
de estrofes etc;
Manutenção da roda de leitura como atividade permanente, incentivando aos
alunos a lerem poemas e exercitarem a arte de declamar;
Promoção de jogos: quebra-cabeça em tirinhas com as estrofes; encontrar o
maior número de rimas; substituir as palavras que rimam por outras com a
mesma sonoridade; identificar a maior quantidade de poemas em meio a várias
tipologias diferentes dentro de um limite de tempo (explicar para os colegas a
razão da escolha) etc, com o objetivo de promover a apropriação das
características deste tipo de texto por parte dos alunos;
Promoção de saraus e concursos de poesia;
Construção com os alunos, um livro contendo os seus poemas prediletos e/ou de
sua própria autoria.
Utilização do laboratório de informática para visita a sites que abordam a
tipologia (ver referências).
QUADRINHAS
Quadra é uma estrofe de quatro versos, também chamada de quarteto.
A quadra tem sentido completo e é muito freqüente no folclore popular. A quadra é
folclórica porque, inventada por alguém anônimo, vai passando de boca em boca. Por
isso se diz que elas fazem parte da tradição oral do povo.
As rimas das quadras são simples assim como as palavras que compõem o seu texto.
Também são chamadas de poesia ingênua.
O primeiro contato que a criança tem com a poesia ocorre ainda no berço através das
canções de ninar e prossegue com as cantigas-de-roda, os brinquedos recitados e
cantados e as quadrinhas ou trovas populares. Os jogos de palavras, as onomatopéias, as
repetições e as rimas contidas nestas quadras agradam muito as crianças.
O trabalho com esse tipo de texto favorece a utilização de múltiplas estratégias de
leitura e contempla a reflexão sobre a escrita convencional, garantidas pelo domínio oral
que têm as crianças.
Segundo o Novo Dicionário Brasileiro Melhoramentos, as quadras são também
conhecidas como trovas – composição lírica, ligeira e de caráter mais ou menos popular;
cantiga; canção.
Para o grande poeta Fernando Pessoa, a quadra é o vaso de flores que o povo põe na
janela de sua alma.
OBJETIVOS
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Apropriar-se do sistema alfabético da escrita;
Reconhecer as características da quadra, comparando-a com outras tipologias
textuais conhecidas;
Ampliar o vocabulário;
Produzir quadrinhas.
ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
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Levantamento os conhecimentos prévios dos alunos sobre o tema;
Discussão das características de uma quadrinha, comparando com outras
tipologias já conhecidas pelos alunos;
Promoção de leitura de quadrinhas, discutindo a forma como são apresentados e
o porquê da nomenclatura quadra;
Manutenção da roda de leitura como atividade permanente, incentivando os
alunos a lerem e criarem quadrinhas;
Promoção de jogos: quebra-cabeça em tirinhas com as estrofes; encontrar o
maior número de rimas; substituir as palavras que rimam por outras com a
mesma sonoridade; identificar a maior quantidade de quadrinhas em meio a
•
várias tipologias diferentes dentro de um limite de tempo (explicar para os
colegas a razão da escolha) etc, com o objetivo de promover a apropriação das
características deste tipo de texto por parte dos alunos;
Utilização do laboratório de informática para visitar sites que abordam a
tipologia (ver referências).
AVALIAÇÃO
A avaliação é um ato diagnóstico contínuo que serve de subsídio para uma tomada de
decisão na perspectiva da construção da trajetória do desenvolvimento do educando e
apoio ao educador na práxis pedagógica. Nessa perspectiva, a avaliação funciona como
instrumento que possibilita ao professor ressignificar a prática docente a partir dos
resultados alcançados com os alunos,ou seja, o resultado é sempre o início do
planejamento de intervenções posteriores.
Sugerimos a utilização do instrumento avaliativo apresentado a seguir, para
acompanhamento do desempenho dos seus alunos e replanejamento de suas ações.
Avaliação – Produção Textual
Modalidades: Poemas e Quadrinhas
Características
do gênero
Desenvolvimento
e adequação ao
tema
TÓPICOS DE REVISÃO
• O texto produzido corresponde ao tema proposto?
• Foi produzido o suficiente para o desenvolvimento das idéias?
• O texto apresenta clareza?
• O texto apresenta coesão?
• O texto caracteriza-se como um texto poético quanto a linguagem?
• Apresenta estrutura de texto quanto a linguagem?
• O texto apresenta estrutura de diagramação/ silhueta de texto
poético e ou quadrinha?
• Apresenta estrofes?
• Apresenta título?
• O texto esta escrito em verso?
• Tem rima?
• Apresenta espaço em branco entre as estrofes?
Sim
Estrutura
estética
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O texto foi escrito respeitando as linhas?
A letra empregada é legível?
O texto é legível, ainda que com borrões e rasuras?
O texto apresenta margem dos dois lados da página?
Estrutura
Lingüística
De uma forma geral o aluno:
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Escreve convencionalmente as palavras?
Acentua adequadamente as palavras?
Emprega a pontuação que facilita a leitura e compreensão do texto?
Usa letras maiúsculas e minúsculas adequadamente?
Emprega o vocabulário de maneira adequada?
Apresenta concordância nominal?
Apresenta concordância verbal?
POEMAS
Manuel Bandeira
PORQUINHO-DA-ÍNDIA
Quando eu tinha seis anos
Ganhei um porquinho-da-índia
Que dor de coração me dava
Porque o bichinho só queria estar debaixo do fogão!
Levava ele pra sala
Pra os lugares mais bonitos mais limpinhos
Ele não se importava:
Queria estar debaixo do fogão
Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas...
- O meu porquinho-da-índia foi a minha primeira namorada.
O BICHO
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.
O ANEL DE VIDRO
Aquele pequenino anel que tu me deste,
- Ai de mim – era vidro e logo se quebrou...
Assim também o eterno amor que prometeste,
- Eterno! Era bem pouco e cedo se acabou.
Frágil penhor que foi do amor que me tiveste
Símbolo da afeição que o tempo aniquilou,
Aquele pequenino anel que tu me deste,
- Ai de mim – era o vidro e logo se quebrou...
Não me turbou, porém, o despeito que investe
Gritando maldições contra aquilo que amou.
De ti conservo na alma a saudade celeste...
Como também guardei o pó que me ficou
Daquele pequenino anel que tu me deste...
PARDALZINHO
O pardalzinho nasceu
livre. Quebraram-lhe a asa.
Sacha lhe deu uma casa,
Água, comida e carinhos.
Foram cuidados vãos:
a casa era uma prisão,
o pardalzinho morreu.
O corpo, Sacha enterrou
no jardim; a alma, essa voou
para o céu dos passarinhos!
TEREZA
(Estrela da vida inteira)
A primeira vez que vi Tereza
Achei que ela tinha pernas estúpidas.
Achei também que a cara parecia uma perna
Quando vi Tereza de novo
Achei que os olhos eram muito mais velhos que o resto do corpo
( Os olhos nasceram e ficaram dez anos esperando que o resto do corpo renascesse)
Da terceira vez não vi mais nada
Os céus se misturaram com a terra
E o espírito de Deus voltou a se mover sobre a face das águas
Vinícius de Moraes
A PORTA
Eu sou feita de madeira
Madeira, matéria morta
Mas não há coisa no mundo
Mais viva do que uma porta.
Eu abro devagarinho
Pra passar o menininho
Eu abro bem com cuidado
Pra passar o namorado
Eu abro bem prazenteira
Pra passar a cozinheira
Eu abro de sopetão
Pra passar o capitão.
Só não abro pra essa gente
Que diz (a mim bem me importa...)
Que se uma pessoa é burra
É burra como uma porta.
Eu sou muito inteligente!
Eu fecho a frente da casa
Fecho a frente do quartel
Fecho tudo neste mundo
Só vivo aberta no céu.
O ELEFANTINHO
Onde vais, elefantinho
Correndo pelo caminho
Assim tão desconsolado?
Andas perdido bichinho
Espetaste o pé no bichinho
Que sentes, pobre coitado?
A estou com um medo danado
Encontrei um passarinho!
A CASA
Era uma casa
Muito engraçada
Não tinha teto
Não tinha nada
Ninguém podia
Entrar nela não
Porque na casa
Não tinha chão
Ninguém podia
Dormir na rede
Porque na casa
Não tinha parede
Ninguém podia
Fazer pipi
Porque penico
Não tinha ali
Mas era feita
Com muito esmero
Na rua dos Bobos
Número zero.
AS BORBOLETAS
Brancas
Azuis
Amarelas
E pretas
Brincam
Na luz
As belas
Borboletas
Borboletas brancas
São alegres e francas
Borboletas azuis
Gostam muito de luz.
As amarelinhas
São tão bonitinhas!
E as pretas, então...
Oh, que escuridão!
O PATO
Lá vem o pato
Pata aqui, pata acolá
Lá vem o pato
Para vê o que é que há.
O pato pateta
Pintou o caneco
Surrou a galinha
Bateu no marreco
Pulou do poleiro
No pé do cavalo
Levou um coice
Criou um galo
Comeu um pedaço
De jenipapo
Ficou engasgado
Com dor no papo
Caiu no poço
Quebrou a tigela
Tantas fez o moço
Que foi ´pra panela.
O RELÒGIO
Passa tempo, tic-tac
Tic-tac passa hora
Chega logo, tic-tac
Tic-tac, e vai embora
Passa tempo
Bem depressa
Não atrasa
Não demora
Que já estou
Muito cansado
Já pedi
Toda a alegria
De fazer
Meu tic-tac
Dia e noite
Noite e dia
Tic-tac
Dia e noite
Noite e dia
Tic-tac
Tic-tac
Tic-tac
Carlos Drummond de Andrade
CIDADEZINHA QUALQUER
Casas entre bananeiras
Mulheres entre laranjeiras
Pomar amor cantar.
Um homem vai devagar
Um cachorro vai devagar
Devagar as janelas olham
Eta vida besta meu deus.
ENLEIO
Que é que vou dizer a você?
Não estudei ainda o código de amor
Inventar, não posso.
Falar não sei.
Balbuciar, não ouso.
Fico de olhos baixos
Espiando, no chão, a formiga.
Você sentada na cadeira de palhinha.
Se ao menos você ficasse aí nessa posição
Perfeitamente imóvel, com está,
Uns quinze anos(só isso)
Então eu diria:
Eu te amo.
Por enquanto sou apenas o menino
Diante da mulher que não percebe nada.
Será que você não entende, será que você é burra?
NO MEIO DO CAMINHO
No meio do caminho tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
Tinha uma pedra
No meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
Na vida de minhas retinas tão fatigadas,
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
Tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra.
A CARTA
Há muito tempo, sim, não te escrevo.
Ficaram velhas todas as notícias.
Eu mesmo envelheci. Olha, em relevo,
Estes sinais em mim, não das carícias
(tão leves) que fazias no meu rosto:
São golpes, são espinhos, são lembranças
Da vida a teu caminho, que ao sol posto
Perde a sabedoria das crianças.
A falta que me faz não é tanto
À hora de dormir quando dizias
“ Deus te abençoe”, e a noite abria em sonho.
É quando, ao despertar, revejo a um canto
A noite acumulada de meus dias,
E sinto que estou vivo, e que não sonho.
QUADRILHA
João amava Tereza que amava Raimundo
Que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
Que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Tereza para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili com J. Pinto Fernandes
Que não tinha entrado na História.
Cecília Meireles
ENCHENTE
Chama o Alexandre!
Chama!
Olha a chuva que chega!
É a enchente.
Olha o chão que foge com a chuva...
Olha a chuva que encharca a gente.
Põe a chave na fechadura.
Fecha a porta por causa da chuva,
Olha a rua como se enche!
Enquanto chove, bota a chaleira
no fogo: olha a chama!Olha a
chispa!
Olha achuva nos feixes de lenha!
Vamos tomar chá, pois a chuva
é tanta que nem de galocha
se pode andar na rua cheia!
Chama o Alexandre!
Chama!
TANTA TINTA
Ah! Menina tonta,
Toda suja de tinta
mal o sol desponta!
(Sentou-se na ponta,
Muito desatenta...
E agora se espanta:
Quem é que a ponta pinta
com tanta tinta?...)
A ponta aponta
e se desponta.
A tontinha tenta
limpar a tinta,
ponto por ponto
e pinta por pinta...
Ah! A menina tonta!
Não viu a tinta da ponte!
OU ISTO OU AQUILO
Ou se tem chuva e não se tem sol,
ou se tem sol e não se tem chuva!
Ou se calça a luva e não se põe o anel,
Ou se põe o anel e não de calça a luva!
Quem sobe nos ares não fica no chão,
quem fica no chão não sobe nos ares,
É uma grande pena que não se possa
Estar ao mesmo tempo nos dois lugares!
Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,
Ou compro o doce e gasto o dinheiro.
Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo...
E vivo escolhendo o dia inteiro!
Não sei se brinco, não sei se estudo
Se saio correndo ou se fico tranqüilo
Mas não consegui entender ainda
Qual é melhor?: se é isto ou aquilo.
A AVÓ DO MENINO
A avó
Vive só.
Na casa da avó
O galo liró
Faz “cocorocó!”
A avó bata pão-de-ló
E anda um vento-to-tó
Na cortina de filó.
A avó
Vive só.
Mas se o neto menino
Mas se o neto Ricardo
Mas se o neto travesso
Vai à casa da vovó
Os dois jogam dominó.
CANÇÃO DOS TAMANQUINHOS
Troc...troc...troc...troc...
Ligeirinhos,ligeirinhos
Troc...troc...troc...troc...
Vão cantando os tamanquinhos.
Madrugada, troc...troc...
Pelas pedras dos caminhos
Vão batendo, troc...troc...
Vão cantando os tamanquinhos.
Chove!Troc...troc...troc...
No silêncio dos caminhos
Alagados, troc...troc..
Vão cantando os tamanquinhos.
E até mesmo, troc...troc...
Os que têm sedas e arminhos
Sonham, troc...troc...
Com seu par de tamanquinhos.
Mario Quintana
O POEMA
Um poema como um gole d’água bebido no escuro.
Como um pobre animal palpitando ferido.
Como pequenina moeda de prata perdida para sempre
na floresta noturna.
Um poema sem outra angústia que a sua misteriosa
condição de poema.
Triste.
Solitário
Único.
Ferido de mortal beleza.
CIDADEZINHA CHEIA DE GRAÇA
Cidadezinha cheia de graça...
Tão pequena que até causa dó!
Com seus burricos a pastar na praça...
Sua igrejinha de uma torre só...
Nuvens que venham, nuvens e asas,
Não param nunca nem um segundo...
E fica a torre, sobre as velhas casas,
Fica cismando como é vasto o mundo!...
Eu que de longe venho perdido,
Sem pouso fixo (a triste sina!)
Ah, quem me dera ter lá nascido!
Lá toda a vida poder morar!
Cidadezinha...Tão pequenina
Que toda cabe num só olhar...
O PATO TIRA RETRATO
O pato ganhou sapato,
Foi logo tirar retrato.
O macaco retratista
Era mesmo um grande artista.
Disse ao pato: “não se mexa
Pra depois não ter queixa”.
E o pato, duro e sem graça
Como se fosse de massa!
“Olhe pra cá direitinho:
Vai sair um passarinho”.
O passarinho saiu,
Bicho assim nunca se viu.
Com três penas no topete
E no rabo apenas sete.
POEMA TRANSITÓRIO
Eu que nasci na Era da Fumaça: - trenzinho
Vagaroso com vagarosas
paradas
em cada estaçãozinha pobre
para comprar
pastéis
pés-de-moleque
sonhos
- principalmente sonhos!
Porque as moças da cidade vinham olhar p trem passar
Elas suspirando maravilhosas viagens
E a gente com um desejo súbito de ficar ali morando
sempre...Nisto,
o apito da locomotiva
e o trem afastando
e o trem arquejando
é preciso partir
é preciso chegar
é preciso partir é preciso chegar...Ah, como essa vida é urgente!
...no entanto
Eu gostava era mesmo de partir...
E até hoje quando acaso embarco
Para alguma parte
Acomodo-me no meu lugar
Fecho os meus olhos e sonho:
viajar,viajar
mas para parte alguma..
viajar indefinidamente...
como uma nave espacial perdida entre as estrelas.
Gonçalves Dias
NÃO ME DEIXES!
Debruçada nas águas dum regato
A flor dizia em vão
À corrente, onde bela se admirava:
“Ai, não me deixes, não!
Comigo fica ou leva-me contigo
Dos mares à amplidão;
Límpido ou turvo, te amarei constante;
Mas não me deixes, não!”
E a corrente passava; novas águas
Após as outras vão;
E a flor sempre a dizer curva na fonte:
“Ai, não me deixes, não!”
E das águas que fogem incessantes
À eterna sucessão
Dizia sempre a flor, e sempre embalde:
“Ai, não me deixes, não!”
Por fim desfalecida e a cor murchada,
Quase a lamber o chão,
Buscava inda a corrente por dizer-lhe
Que não a deixasse não.
A corrente impiedosa a flor enleia,
Leva-a do teu torrão;
A afundar-se dizia a pobrezinha:
“Ai, não me deixes, não!”
LEITO DE FOLHAS VERDES
Pó que tardas, Jatir, que tanto a custo
À voz do meu amor moves teus passos?
Da noite a viração, movendo as folhas,
Já nos cimos do bosque rumoreja.
Eu sob a copa da mangueira altiva
Nosso leito gentil cobri zelosa
Com mimoso tapiz de folhas brandas,
Onde o frouxo luar brinca entre flores.
Do tamarindo a flor abriu-se, há pouco,
Já solta o bogari o mais doce aroma!
Como prece de amor, come estas preces,
No silêncio da noite o bosque exala.
Brilha o luar no céu, brilham estrelas,
Correm perfumes no correr da brisa,
A cujo influxo mágico respira-se
Um quebranto de amor, melhor que a vida!
A flor que desabrocha ao romper d’alva
Um só giro do sol, não mais, vegeta:
Eu sou aquela flor que espero ainda
Doce raio de sol que me dê vida.
Sejam vales ou montes, lago ou terra,
Onde quer que tu vás, ou dia ou noite,
Vai seguindo após ti meu pensamento;
Outro amor nunca tive: és meu, sou tua!
Meus olhos outros nunca viram,
Não sentiram meus lábios outros lábios,
Nem outras mãos, Jatir, que não as tuas
A arazóia na cinta me apertaram.
Do tamarindo a flor jaz entreaberta,
Já solta o bogari mais doce aroma;
Também meu coração, como estas flores,
Melhor perfume ao pé da noite exala!
Não me escutas, Jatir! Nem tanto acodes
À voz do meu amor, que em vão te chama!
Tupã! Lá rompe o sol! Do leito inútil
A brisa da manhã sacuda as folhas!
CANÇÃO DO EXÍLIO
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá;
As aves que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá.
Minha terra tem palmeiras,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar – sozinho – à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o sabiá.
QUADRINHAS
Quando passas pela rua
Sem reparar em quem passa,
A alegria é toda tua
É minha toda desgraça
Aqui tens meu coração,
Mete a mão, tira-o com jeito;
Lá verás que amor tão grande
Em palácio tão estreito.
Tenho vontade de ver-te,
Mas não sei como acertar;
Passeias onde não ando,
Andas sem eu te encontrar
Um dia, à beira de um lago
Por acaso fui parar;
Vi no fundo a tua imagem.
Quis me deitar e afogar.
Tens um livro que não lês,
Tens uma flor que não desfolhas
Tens um coração aos pés
E para ele não olhas.
Costumei tanto os meus olhos
A namorarem os teus,
Que de tanto confundi-los,
Nem já sei quais são os meus.
Quem me dera a liberdade
Que a réstia do luar tem,
Entrava pela janela,
Ia falar do meu bem.
Quatrocentos guardanapos,
Seis vinténs em cada ponta.
Você diz que sabe tanto,
Venha somar essa conta!
Companheiro me ajude
Que eu não posso cantar só.
Eu sozinho canto bem,
Com você canto melhor.
Amar e saber amar
São pontinhos delicados.
Os que amam são sem conta,
Os que sabem são contados.
Minha gente, venham ver
Coisa que nunca se viu:
O tição brigou com a brasa
E a panelinha caiu.
Eu chupei uma laranja,
As sementes deitei fora.
Da casca fiz um barquinho:
- Meu amor, vamos embora
Eu não tenho pai nem mãe
Nem nessa terra parentes.
Sou filho das águas claras,
Eu vou fazer um relógio
De um galhinho de poejo
Para contar os minutos
neto da águas correntes.
Do tempo que não te vejo.
Coração de pedra dura
Como pedra de amolar.
O ferro do Fogo abranda,
Tu não queres abrandar.
O castelo pegou fogo,
São Francisco deu sinal.
Acode, acode, acode
a bandeira nacional
Não tenho medo do homem,
nem do ronco que ele tem.
O besouro também ronca.
Vai se ver, não é ninguém.
Um, dois, três,
Quatro, cinco, seis,
sete, oito, nove,
para doze faltam três.
Eu queria ter agora
Um cavalinho de vento
Para dar um galopinho
Na estrada do pensamento.
Mamãezinha neste dia,
Vamos todos abraçá-la,
Desejando-lhe saúde,
Muita paz e alegria.
Se a tarde cair triste
Com ar de que vai chover,
Não te esqueça de meus olhos
Que choram por não te ver.
A Matriz deu meia-noite,
O Rosário bateu duas.
Já está chegando a hora
Do meu bem sair à rua.
Tenho fome, tenho sede,
Mas não é de pão nem vinho;
Tenho fome de um abraço,
Tenho sede de um beijinho.
Mamãe é uma rosa
Que papai escolheu
Eu, sou o botão
que a roseira deu.
Roseira, dá-me uma rosa;
Craveiro, dá-me um botão;
Menina, dá-me um abraço,
Que te dou meu coração
Escuta tapete de ouro
Conta um segredo pra mim
Que tamanho é o tesouro
que te faz brilhar assim
CANÇÃO DE INVERNO
Menina, casa comigo,
Que eu sou bom trabalhador;
Com chuva não vou na roça,
Com sol eu também não vou.
Pinhão quentinho!
Quentinho pinhão!
E tu bem juntinho
Do meu coração...
Mario Quintana
Ciranda, cirandinha,
Vamos todos cirandar,
Vamos dar a meia-volta,
Volta e meia vamos dar
Na palma da minha mão
Trago uma consoante
Com ela escrevo mamãe
A quem amo bastante.
Mocinha de blusa branca
Com lenço da mesma cor
Mocinha diga a seu pai
Que eu quero seu amor.
“Todo o mundo se admira
Da macaca fazer renda.
Eu já vi uma perua
Ser caixeira duma venda”.
Eu sou pequenininha
Do tamanho de um botão
Carrego papai no bolso
Entre os dias da semana
Olhada à minha maneira
De todos o mais bacana
E mamãe no coração.
sem dúvida é a quarta-feira.
Lua de prata
Presa em cetim
Brilhas tão linda
longe de mim...
Vou mandar um recadinho
À menina mais bonita
À que tem trança comprida
Amarrada com uma fita.
Namora padre, namora
Namora que é coisa boa
Namora, padre namora
Jesus Cristo te perdoa
Sete mais sete são quatorze
Três vezes sete, vinte e um
Tenho sete namorados
Não me caso com nenhum.
Joguei o limão pra cima
Caiu na Sacristia
Bateu na careca do padre
Isto mesmo que eu queria.
Minha mãe tem sua cama
Eu tenho meu cortinado
Minha mãe tem seu marido
Eu tenho meu namorado
Sou bonito, sou valente,
Pego cobra pelo meio
Tua boca é muito grande
Nunca vi bicho mais feio
Eu não vou em sua casa
Pra você não ir na minha
Você tem a boca grande
Vai comer minha galinha
Você me chamou de feio
Sou feio, mas sou dengoso
Também o tempero é feio
Mas faz o prato mais gostoso.
Cravo branco, cravo branco
Cravo de toda nação
Quando o cravo muda de cor
Quanto mais quem tem paixão.
Alecrim verde, cheiroso
Na janela de meu bem
Ainda bem não me casei
Já me dão os parabéns
O cravo quando nasce
Toma conta do jardim
Eu também vivo querendo
Quem tome conta de mim.
Nunca vi o limoeiro
Dar limão bem na raiz
Nunca vi rapaz solteiro
ter palavra no que diz.
Ninguém viu o que viu
Debaixo de um limoeiro
Vi uma moça bonita
Pondo rosa no cabelo.
Cravo branco na janela
É sinal de casamento
Menina guarda teu cravo
Que ainda não chegou teu tempo.
O limão não é fruta doce
No meio tem azedume
Eu também sou meio azeda
Quando me aperta o ciúme.
Quem quiser que alecrim cheire
Alecrim verde, cheiroso
Ele seco cheira mais
Mulher que se fia em homem
Morre seca dando ais.
Atirei limão verde
De cima de uma cascata
Deu no ouro, deu na prata
Caiu no colo da mulata.
Quem me dera ser um cravo
Pra ficar no seu cabelo
Ninguém viu o que eu vi hoje
Debaixo do pé de alecrim
Gravando meu nome no peito
Como carimbo no selo.
Duas pombinhas arrulhando
Viva o Senhor do Bonfim.
Quando vim da minha terra
Muita gente lá chorou
Só uma velha, muito velha
Muita praga me rogou.
Eu de cá e tu de lá
No meio tem a lagoa
De dia não tenho tempo
De noite não tem canoa.
Nesta falta de dinheiro
Muita gente passa mal
Para luxar não compra açúcar
Come comida sem sal.
Como vem aquela nuvem
Com vontade de chover
Como vem o meu benzinho
Como vontade de me ver.
Morena, minha morena,
Carocinho de dendê
Se eu fosse rapaz solteiro
Me casava com você
Ó rosa, rosa morena
Que morena rosa eu sou
Ó rosa, rosa morena
Tu que és o meu amor.
Índio do mato é xavante
Milho socado é xerém
E a gente chama xará
Quem o mesmo nome tem.
Da tua casa pra minha
há de ser salto de cobra
Tenho fé em Deus do céu
De tua mãe ser minha sogra.
Mandei buscar na farmácia
Remédio pra tua ausência
Me mandaram água de flor
E biscoito paciência.
Lá no céu tem mil estrelas
Reluzindo de riqueza
Quem quiser casar comigo
Não repare a pobreza.
Do pinheiro nasce a pinha
Da pinha nasce o pinhão
Da mulher nasce a firmeza
Do homem a ingratidão.
.
Eu tenho um vestidinho
Todo cheio de babado
Toda vez que visto ele
Arranjo logo um namorado.
A maré que enche e vaza
Deixa a praia descoberta
Um amor vence outro
Nunca vi coisa tão certa
Mamãe mandou dizer
Pra eu levar um abacaxi
Eu então levei meu primo
Que estava hospedado aqui
.
REFERÊNCIAS
BARRETO, Vera .Confabulando, São Paulo : Vereda,1996.
BRASIL. Revista Ciências Hoje para Criança, nº 27 (contracapa), 2002.
BRASIL. Revista Nova Escola, nº 68, Rio de Janeiro, 1986.
COELHO, Nelly Novaes. Literatura Infantil :teoria, análise, didática , 5ª edição,São
Paulo: Ática, 1991.
JOLIBERT, Josette. Formando Crianças Leitoras..Porto Alegre: Artes Médicas,
1996.
JOLIBERT, Josette. Formando Crianças Produtoras de Textos. Porto Alegre: Artes
Médicas , 1996.
PIAGET, Jean. Linguagem e Pensamento da Criança. São Paulo: Martins Fontes,
1986.
PORTILHO, Eponina .Vamos Ler e Escrever Bem. Rio de Janeiro: Conquista, 1998.
RIO, Maria José Del. Psicopedagoia da Língua Oral: um enfoque comunicativo, Porto
Alegre: Artes Médicas, 1996.
TEBEROSKY, Ana e CARDOSO, Beatriz. Reflexões sobre o Ensino da Leitura e da
Escrita, São Paulo:Trajetória Cultural/ UNICAMP, 1989.
SITES CONSULTADOS:
jangadabrasil.com.br/outubro/cn21000d.htm
www.qdivertido.com.br/verconto.php?codigo=1

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