A mis compañeros metalúrgicos.

Transcripción

A mis compañeros metalúrgicos.
haces n i aprender un oficio, n i bajar á las e n t r a ñ a s de
la tierra, A l b u s s e n t í a s e poderoso para pensar, y, r e uniendo á los j ó v e n e s ael barrio, s a b í a decirles cosas
maravillosas.
U n a larde, A l b u s y B a r b a - A z u l se encontraron y
hablaron largo rato. A l d í a siguiente, d e s p u é s de despedirse de l a a n c i a n a mujer que le daba hospitalidad,
se m a r c h ó A l b u s h a c i a el castillo. S u protectora le
a c o m p a ñ ó llorando hasta el pie del monte; allí le s u p l i có que no l a dejara abandonada y le r e c o r d ó los n o m bres de todos los que h a b í a n ido a l m s l i l l o , de los cuales
ni uno s i q u i e r a h a b í a vuelto. A l b u s le c o n t e s t ó que él
iba á buscarlos, y s u b i ó l a r á p i d a pendiente sin volver
la cabeza.
B a r b a - A z u l le a c o g i ó como hijo, le vistió con ropas
suntuosas, y, durante q u i n c e d í a s , le c o l m ó de favores
y presentes. Cuidado, respetado y servido, A l bus g o z a b a
de todo lo que h a b i a s o ñ a d o en sus largas horas de
r o m á n t i c o aletargamient >. Pero no le dejaban n u n c a
solo, le h a b í a n dado un viejo preceptor, cuyos consejos
fingía escuchar mientras pensaba en su n u e v a vida.
A l cabo de dos semanas, B a r b a - A z u l le l l a m ó á su
despacho, y d e s p u é s de demostrarle nuevamente el
c a r i ñ o que le profesaba, le h a b l ó de esta m a n e r a : V é o me obligado á abandonar el castill > por espacio de dos
días, y quiero que durante este tiempo seas t ú el c o m a n dante; si a s í lo haces, q u e d a r é sumamente agradecido.
Habiendo aceptado A l b u s , B a r b a - A z u l le confió las
llaves y le hizo visitar el castillo; d e s p u é s de autorizarle
para disponer de todo, a ñ a d i ó : N o obstante, te prohibo
terminantemente, so pena de i n c u r r i r en los terribles
castigos de m í inflexible ¡ra, el que abras l a puerta que
e s t á en el fondo de l a g a l e r í a grande.
D e s p u é s de l a m a r c h a de B a r b a - A z u l , A l b u s se retiró
á su h a b i t a c i ó n , y allí m e d i t ó largo rato. Pensaba, n a turalmente, en la puerta de l a g a l e r í a , y se c o n v e n c i ó
m u y pronto de que no s e r í a feliz mientras no t u v i e r a
libertad completa de usar las llaves !o las que t e n í a en su
poder N o se le o c u r r i ó d i r i g i r u n a s ú p l i c a á su s e ñ o r
al regresar de su viaje, para obtener l a libertad deseada; tal pensamiento le h u b i e r a avergonzado, porque
A l b u s era un hombre. A s í , pues, l e v a n t ó s e y , sin l a menor v a c i l a c i ó n , a t r a v e s ó las salas desiertas y corredores
abandonados, y l l e g ó animoso á l a puerta p r o h i b i d a .
A n t e e l l a d e t ú v o s e un momento indeciso; d e s p u é s l a
a b r i ó bruscamente. Entonces vio que daba acceso á
otra g a l e r í a m á s vasta que l a que acababa de atravesar,
y á cada lado, contra los muros, pudo ver los c a d á v e r e s
de los pajes que le h a b í a n precedido. Esta vista no le
a m i l a n ó , y s i n que su paso se debilitara p a s ó á t r a v é s
de l a cohorte sangrienta, llegando hasta el fondo de l a
g a l e r í a . Y a allí, viendo que no t e n í a salida, preso de
s ú b i t o furor, g o l p e ó l a m u r a l l a locamente. A los golpes,
con g r a n sorpresa s u y a , l a m u r a l l a se a b r i ó . A l b u s
f r a n q u e ó l a brecha y se h a l l ó en medio de u n m a r a v i lloso j a r d í n .
Allí, dos guerreros guardias le acogieron con e n t u siasmo, le saludaron con respeto y uno de ellos le dijo:
nTú eres el vencedor. E l p r i m e r o que quiso entrar en
la v í a donde t ú has pasado, c a y ó muerto en el u m b r a l ;
los otros han retrocedido a l ver los cuerpos de los m á r . tires que les h a b í a n precedido, porque si el s e ñ o r colm a b a de presentes á los cobardes que le h a b í a n obedecido y aceptaban l a e x i s t e n c i a fácil, mataba á los que
h a b í a n violado sus ó r d e n e s . Pero t ú , t ú has llegado
hasta el fin; has menospreciado l a muerte que c r e í a s
inminente; te has conquistado l a libertad, eres digno de
ser libre. H a s sido el p r i m e r o er. comprender que no
basta c o n desobedecer, sino que es preciso romper las
ominosas cadenas del s e r v i l i s m o y l a obediencia y
m a r c h a r h a c i a adelante sin volver l a cara a t r á s ni de
tenerse por nada, A h o r a eres libre. ¿Dónde quieres que
te c o n d u z c a m o s ? »
A í b u s q u e d ó un momento como mudo sin saber q u é
contestar, y d e s p u é s dijo con grave acento: « L l e v a d m e
h a c i a los que sufren; y o s a b r é mostrarles e l c a m i n o de
la l i b e r t a d . » A p e n a s habia proferido estas palabras
cuando el soberbio castillo se d e s p l o m ó con h o r r i b l e
e s t r é p i t o . E l j a r d í n se i l u m i n ó de u n a claridad m á s
dulce y tibia, y por las faldas del monte, A l b u s vio subir a l ejército de sus hermanos c u y a s cadenas h a b í a n
c a í d o rotas a l m i s m o tiempo que el castillo se desplom a b a , y que se d i r i g í a n h a c i a el j a r d í n á disfrutar del
sol esplendoroso que a c a b a b a de aparecer.
BERNARDO
LAZARE
A mis compañeros metalúrgicos.
Somos unos esclavos:
Somos esclavos porque trabajamos s i n tregua n i descanso desde el amanecer el día, manejando el m a r t i l l o ,
el macho ó l a l i m a , por e l m e z q u i n o sueldo que nuestros explotadores quieren darnos, construyendo toda
clase de herramienta y m a q u i n a r i a con que se labra l a
tierra, para hacer producir el oro, el trigo y l a fruta
con que l a h u m a n i d a d se a l i m e n t a Somoy ignorantes
porque desde p e q u e ñ i t o s nos tuvimos que i r al trabajo;
nuestros padres, m á s ignorantes que nosotros y faltos
de dinero a ú n , no pudieron darnos l a e d u c a c i ó n necesaria, y de a h í la razón que muchos no sepamos leer n i
escribir. Nos aconsejaban, en c a m b i o , i r á l a iglesia los
domingos y o í m o s del padre cura que dijo: Dios es
nuestro padre, siempre h a b r á pobres y ricos, tuertos y
cojos, y otras miles t o n t e r í a s , las cuales c r e í m o s de buena fe. Y en este estado de ignorancia tan grande, v a n
pasando les meses, los a ñ o s y los siglos s i n pensar en
c a m b i a r por otra, esa v i d a negra y cruel que arrastramos. Somos pobres: pobres, porque el trigo y el c á ñ a mo, l a flor y l a m i e l que con t a n t í s m a s fatigas recolecta el pobre de l a tierra, no las disfruta, d e p o s i t á n d o las, en c a m b i o , en l a mesa del rico h o l g a z á n . Somos
pobres, y j u n t o al pobre se cría l a vaca y el cerdo, l a
g a l l i n a y el pavo, y d e s p u é s de tantos esfuerzos y f a t i gas, esa leche, e. a carne y esos huevos, los disfruta otra
gente que no trabaja en nada ú t i l , y para v i v i r se v a l e n
de viles m a ñ a s ; no p o d r é i s negarlo. Ncsotros lo p r o d u cimos para darle de comer al que no trabaja, y si no
visitar l a casa del rico, y pronto os c o n v e n c e r é i s viendo
la bolsa y l a despensa repietas. A d e m á s , somos torpes
y desconfiados; desconfiados, por l a s e n c i l ' a r a z ó n de
que cuanta gente se a r r i m ó á nuestro lado hablando de
r e p ú b l i c a , de socialismo, de libertad y de fraternidad,
n i n g u n o os dio nada; todo fué m e n t i r a y e n g a ñ o , porque tras los ofrecimientos sólo encontrasteis m á s robo
y e n g a ñ o , m á s castigo y e x p l o t a c i ó n que antes, si cabeGente astuta y egoísta, avara como h o l g a z á n que le
duele doblar l a espina para trabajar y dedica l a v i d a
entre los trabajadores ignorantes, p r e d i c á n d o l e s r e p ú b l i c a y m i l clases de gobiernos má-", al i g u a l que u n
sacamuelas grita con l a fuerza de sus pulmones á l a
vista de u n p ú b ' i c o , proclamando los beneficios de su
m e r c a n c í a , con l a cual saca dinero y vive. T o d o fué
m e n t i r a y e n g a ñ o , y en eso consiste nuestra descon:

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