las pelirrojas traen mala suerte
Transcripción
las pelirrojas traen mala suerte
ASC Dtnamarca Nmue& Manuel L. Alonso Amiralia Hungria Repüblka Checa Rumania Japón LAS PELIRROJAS TRAEN MALA SUERTE haiia Turqm'a Eslovenia Eslovaqida E d i c i ó n a cargo de: Javier N a v a r r o I l u s t r a c i o n e s: Palle S c h m i d t Véase lista completa de citulos en. el interior de la contracubierta. Esta edición ha sido resumida para hacerla de facil lectura a los estudiantes de espaftol. Los textos, aunque simplificados, conservan el estilo y el espfritu del original. En cuanto al vocabulario, las palabras que no tienen una aha frecuencia en el Lenguaje o c|ue son diffciles de comprendei dentro del contexto en el que se encuentran, se explican por medio de dibujos o por definiciones en forraa de nocas a pie de pagina, escritas en espaiïol sencillo. EASY READERS puedc emplearse siempre en centros docentes, en el autoestudio o por el simple placer de leer. existen también en aleman, inglés francés, italiano y ruso. ER; EDICIÓN S1MPL1FICADA P A R A USO ESCOLAR Y A U T O E S T U D I O Esta edición, cuyo vocabulario se ha elegido entte las palabras espanolas mas usadas (segün C E N T R A L A ORDFÖRRADET I SPANS K A N de Gotosch, Pontoppidan-Sjövall y el V O C A B U L A R I O B A S I C O de A t i a s , PaUates, A l e g t e ) , ha sido resumida y simplificada pata satisfacet las necesidades de los estudiantes de espaflol c o n unos conocimientos un poco avanzados del idioma. E l vocabulatio ha sido seleccionado también de los libros de t e x t o escolates " L i n e a " , " E n c u e n t r o s " y " P u e n t e " , compatad o c o n " C a m i n o " y " U n n i v e l u m b r a l " del Consejo de Eutopa. Editora: UUa Malmmose Diseno de cubietta: M e t t e Plesner Foto: Polfoto/Michael Lykke C o p y t i g h t © M a n u e l Luis A l o n s o Gómez C o p y r i g h t © Easy Reader-edition: A S C H E H O U G / A L I N E A 2003 I S B N Dinamarca 978-87-23-90357-0 www.easyreader.dk Easy Readers Impreso en Dinamarca por Sangill Grafisk P r o d u k t i o n , H o l m e - O l s t r u p BIOGRAFIA M a n u e l Luis A l o n s o nació en 1948, en Zaragoza (Espana). Comenzó a trabajar c o n quince afios. Trabajó en una librerfa, como critic o de teatro y cine, para diferentes revistas... Fue en 1979 cuando decidió que querfa ser solo escritor. Fue la decisión correcta. H a escrito unos ciento c i n cuenta cuentos para adultos y unos cuarenta libros de aventutas, humor, etc. Sobte todo es conocido como autot de novelas para jóvenes. Numerosos premios de literatura j u v e n i l lo c o n f i r m a n . A M a n u e l Luis A l o n s o le gusta viajar y ha v i v i d o en casi todas las regiones espanolas: j u n t o al mar, en una isla, en pueblos pequenos y en grandes ciudades. S i n duda, una de sus mejores novelas es Las pelirrojas traen mala suerte. Se publicó en 1995. Recibió el premi o l i t e rario Jaé n 1995 y tiene ya mas de diez ediciones en espanol. 1 - M i n o m b r e n o i m p o r t a . L o ü n i c o que i m p o r t a es que soy u n h o m b r e l i b r e . Se echaron a reir, p e r o y o h a b l a b a m u y e n serio. -^Cuantos afios tienes? - p r e g u n tó e l lider-. ^Catorce? iQuince? -Parezco j o v e n , p e r o t e n g o mas afios - r e s p o n d i . -Pareces u n n i n o . N o queremos n i f i o s a q u i . Ya t e n e mos bastantes p r o b l e m as c o n la p o l i c i a . Era v e r d a d . V i v i r e n u n a f a b r i c a a b a n d o n a d a c o n gente de m i edad - b u e n o , algo mayores- me parecia u n a b u e n a idea, p e r o n o q u e r i a e n c o n t r a r m e c o n la p o l i c i a . D u d é unos instantes y f i n a l m e n t e m e decidf: - M e escondo si v i e n e n . Y e n t r e t a n t o p u e d o ayudar. -Por supuesto que puedes ayudar - d i j o u n a de las c h i cas-. ^Crees que u n okupa esta de vacaciones? Y a q u i n o h a y t r a b a j o de tios y trabaj o de tias. Todos somos iguales. C o m p r e n d f que eso significab a que p o d i a q u e d a r m e . Sonrei. -Todos somos iguales - d i j e . - V e n , te v o y a ensenar esto, h o m b r e l i b r e - d i j o el lider. Los demas continuaron hablando, o c h o o diez c h i c o s y u n par de chicas e n t r e los dieciséis y los v e i n t e o v e i n tidós afios, los unos c o n pelos largos y vaqueros rotos, echarse a + infinitivo, comenzar a hacer algo lider, m o d o de escribir en espanol la palabra inglesa "leader" esconderse, ir a u n lugar en el que otras personas n o pueden verte okapa, j o v e n que v i v e e n una casa que n o es suya, sin pagar d i n e r o sonreir, refr u n poco sin abrir la boca continuar + gerundia, seguir + gerundio, 5 hacer algo d u r a n t e mas t i e m p o otros c o n el aspecto n o r m a l de la genre de m i b a r r i o . - M e l l a m a n C h i c o . Y n o me he drogado nunca. Pero estabamos lejos de m i b a r r i o . Sentados e n el suelq, c o m o i n d i o s , los dernas f u m a - Yo lievaba tres dias d u r m i e n d o e n las calles y m e ale5 graba de haber e n c o n t r a d o u n a n u e v a casa. 'Era u n a m e d i j o los nombres de algunos. Ellos h a c i a n u n gesto fabric a abandonada, e n o r m e , c o n u n pequefio despacho. c o n la cabeza o la m a n o , s i n d a r m e mas i m p o r t a n c i a . 5 H a b r a basura de todas clases p o r el suelo. U n a cuarta Para m i , s i n embargo, aquel m o m e n t o era m u y especial. parte de la fabrica estaba ya l i m p i a y vi. sacos de dormir y Ellos e r a n m i n u e v a f a m i l i a . M e s e n t é j u n t o a u n a c h i - comida. ca pelirroja. -Yo m e l l a m o C h e m a - d i j o e l lider- ^Quién re h a w h a b l a d o de nosotros? ^ C ó m o nos has e n c o n t r a d o ? -/Lo dices de broma? Sois famosos, hasta se escribe - A h , eso. Ese p e r i o d i s t a n o escribió mas que t o n t e r i as. ^Has sido o k u p a a l g u n a vez? Supongo L i e v a b a u n a gorra y ropa de trabajo azul. - T b m a - d i j o , y m e d i o su c i g a r r i l l o - . M e l l a m o H e l e na, c o n hache. to -Es u n n o m b r e m u y . . . A ü n n o sabia h a b l a r c o n u n c i g a r r i l l o e n la boca y sobre vosotros e n e l p e r i ó d i c o . 15 b a n y se r e i a n . Ya n o m e p a r e c i a n t a n terribles. C h e m a que n o . L l e v a - mis ojos e m p e z a r o n a llorar. M e sentia c o m p l e t a m e n t e ridiculo. mos a q u i tres semanas, y p o r a h o r a n o h e m o s t e n i d o - T a m p o c o es para l l o r a r - d i j o H e l e n a y sonrió . p r o b l e m a s , pero eso n o s i g n i f i c a nada. A l p r i n c i p i o D e b i a tener unos c u a t r o afios mas que y o . "Es la c h i - v i n i e r o n los maderas, y nos d i j e r o n que n o q u e r i a n d r o - ca mas guapa que h e v i s t o e n m i v i d a " , pensé. gas p o r a q u i . S i quieres quedarte , ya sabes: a q u i n a d i e se droga, ^de acuerdo, h o m b r e libre? llevar + gerundio, hacer algo d u r a n t e u n t i e m p o gesto, m o v i m i e n t o c o n la m a n o o la cara para expresar u n saludo o u n despacho, h a b i t a c i ó n para trabajar o estudiar, n o r m a l m e n t e c o n mesa, sentimiento libros, etc. pelirroja, persona c o n pelo de c o l or rojo hasta, incluso hache, la letra " h " ; aquf Elena quiere decir que su n o m b r e n o r m a l m e n - suponer, creer algo sin estar c o m p l e t a m e n t e seguro te se escribe Elena en espanol modem, p o l i c i a (lenguaje de los j ó v e n e s ) ridiculo, 6 algo o alguien que es m o t i v o de risa 7 15 A l o m e j o r es asi c o m o se madura 2 siempre. E l sol salió c u a n d o estaba e n la parte a l t a de la c i u M i s padres n o e r a n peores que otros. E r a n personas d a d , e n e l Albayzfn, c o n sus casas blancas y c o n e l r u i - n o r m a l e s . Nuestras discusiones n u n c a e r a n p o r m o t i v o s d o de agua de sus j a r d i n e s . M e lavé e n u n a f u e n t e . Des- i m p o r t a n t e s . L a ültima vez p o r las notas. Para m i padre de u n mirador mis c u a t r o suspensos f u e r o n c o m o el f i n d e l m u n d o , y m i la Alhambra m a d r e se e c h o a llorar. Para m i t o d o l o que m i padre p o r p r i m e r a vez. T e n i a que i r m e , pero q u e r i a v o l v e r u n decfa era c o m o u n a c o m e d i a . C r e i a que, e n el f o n d o , n o dia a aque l m i s m o lugar. t e n i a nada que ver c o n m i g o , que tal vez h a b f a u n p r o b l e m a e n t r e ellos e i n t e n t a b a n o l v i d a r l o de ese m o d o . Esa m i s m a n o c h e , m i e n t r a s mis padres d o r m i a n , m e l e v a n t é s i n r u i d o , m e v e s t i y preparé la mochila. Me fui e n s i l e n c i o , y e n l a mesa de la c o c i n a dej é u n a n o t a . p o d i a ver la c i u d a d ; f r e n t e a m i estaban y Siërra Nevada. Fue c o m o ver m i c i u d a d R e c u e r d o que, p o r l o meno s u n a vez e n aquellos tres dias que estuve solo, v o l v i u n a vez a m i b a r r i o . Estuve w m i r a n d o m u c h o t i e m p o la v e n t a n a detras de la c u a l estaban m i s padres, s i n d u d a preocupados. N o sé l o que pensaba e n aque l i n s t a n t e , t a l vez q u e r i a v o l v e r . T e n i a algo de d i n e r o , pero n o queri a usarlo. E l h a m bre n o m e preocupaba demasiado. Peor era e l p r o b l e m a de e n c o n t r a r u n lugar para d o r m i r . L o i n t e n t a b a e n la calle, e n el b a n c o de a l g i i n j a r d i n , pero n u n c a conseguia d o r m i r m u c h o t i e m p o . E n t o n c e s l e i e n u n periódico sobre la ocupación de la v i e j a fabric a y c o m p r e n d f que a q u e l l o era l o que necesitaba. Después de d u d ar m u c h o , f u i a la fabric a y d i j e : - M i n o m b r e n o i m p o r t a . L o u n i c o que i m p o r t a es que soy u n h o m b r e l i b r e . Esa p r i m e r a n o c h e estuve c a m i n a n d o p o r Al amanecer Granada. estaba m u y cansado y mis piernas se m o v f - a n solas, pero sentia d e n t r o de m i algo n u e v o y descon o c i d o . C o m p r e n d i a que, c o n este acto de rebeldia estupida, estaba buscando algo que para m i era esencial. maclurar, hacerse mayor, empezar a ser a d u l t o Albayzfn, barrio a n t i g u o de Granada donde v i v f a n los arabes mirador, lugar desde el que se puede m i r a r una c i u d a d , el mar, etc. suspenso, n o aprobado; e n Espana la n o t a m a x i m a es 10 y el suspenso Alhambra, es menos de 5 muy conocido tal vez, quizas, a l o m e j o r Siërra Nevada, Graiiada, ocupación, c i u d a d de A n d a l u c f a , en el sur de Espana al amanecer, cuando sale el sol por la manana 8 lugar d o n d e v i v f a n los reyes arabes de G r a n a d a; m o n u m e n t o montafias cerca de G r a n a d a entrar en la fabrica los "okupas" (ver pag. 5) para v i v i r en ella 9 is 10 11 3 V e i a que mis c o m p a n e r o s eran , a su m a n e r a , gente responsable. E l t r a b a j o de l i m p i e z a de la f a b r i c a iba mas - j N e c e s i t a m o s pelasl -gritó u n o de mis c o m p a n e r o s okupas-. S i n pelas n o se puede hacer nada. Era, por lo menos, la q u i n t a asamblea e n los dos dfas que yo l i e v a b a e n la fabrica . Q u e r i a m o s e n c o n t r a r u n p r o y e c t o para ensefiarlo a los v e c i n o s y a la p o l i c i a . - j L o que necesitamos son mas tfas! - j O mas tfos! - d i j o r a p i d a m e n t e u n a de las chicas, a u n q u e h a b f a c u a t r o c h i c o s p o r cada c h i c a . C o m o siempre, C h e m a i n t e n t a b a p o n e r o r d e n , p e r o su f i l o s o f i a anarquista n o ayudaba m u c h o . - S o l o debe h a b l a r q u i e n t i e n e algo que decir. -Podemos hacer u n g r u p o de t e a t r o - d i j o a l g u i e n . deprisa que c o n trabajadores pagados ( l o c u a l era sorprendente pues n a d i e se l e v a n t a b a antes de las dos de la t a r d e ) . Y mis c o m p a n e r o s t e n i a n u n a c u a l i d a d que m e gustaba m u c h o : v i v f a n su v i d a y n o se metian en m i vida. Yo, s i n embargo, cometi u n error aque l m i s m o d i a , después de la asamblea. Estabamos l i m p i a n d o y yo t e n i a que e n c o n t r a r u n a pala que n o estaba e n su s i t i o . Busqué por todas partes s i n e n c o n t r a r l a y f i n a l m e n t e miré e n el despacho. A veces los objetos estaban e n los lugares mas raros. C h e m a y H e l e n a estaban a l l i . Se estaban besando. - O ensefiar cosas a los n i f t o s d e l b a r r i o . -^Qué t i p o de cosas? -Müsica, dibujo, no importa. -Si v i e n e la p o l i c i a , p r o p o n g o e n v i a r a C h i c o . - B u e n a idea. T ü , C h i c o , les dices que estamos s i n cigarrillos. Yo t e n i a la impresión de estar e n m e d i o de una clase s i n profesor. M e preguntaba si mis companeros c r e i a n de v e r d a d que p o d i a m o s seguir asf m u c h o t i e m p o . Esperabamos la v i s i t a de la p o l i c i a de u n m o m e n t o a o t r o . N o todos se q u e d a b a n a pasar la n o c h e : algunos se i b a n a su casa, c o n sus viejos. Los que l o h a c i a n n o e r a n criticados . A la m a i ï a n a siguiente l l e g a b a n c o n c o m i d a . Por las n o c h e s se bebfa y f u m a b a m u c h o , y estaba m a l Fue e l l a la que m e v i o . T e n i a los ojos abiertos. N o hizo nada. N o se separó de C h e m a . S u p o n g o q u e ; para u n a c h i c a , los chicos mas j ó v e n e s que e l l a n o e x i s t e n . M i e n t r a s d u d a b a e n t r e salir o p r e g u n t a r p o r la pala, C h e m a se volvió hacia m i . - i Q u é quieres, C h i c o ? -Estoy buscando u n a pala. -^Tienes tü u n a pala? - p r e g u n t ó a H e l e n a - f N o ? Yo t a m p o c o t e n g o u n a pala, C h i c o . Te l o d i g o si v e o alguna. v i s t o acostarse antes d e l amanecer. sorprendente, que sorpren.de, que es causa de sorpresa meterse, preguntar, querer saber pelas, pesetas (lenguaje de los j ó v e n e s ) asamblea, e n c u e n t r o , juntarse para hablar sobre u n tema viejos, padres (lenguaje de los j ó v e n e s ) 12 cometer, hacer volverse, m o v e r la cabeza para m i r a r hacia atras, m i r a r lo que pasa decras de u n o 13 M e h a b l a b a c o n i r o n f a , pero n o estaba enfadado. C h e m a n o se enfadaba n u n c a p o r n a d a . Los d e j é solos, a u n q u e n o p u d e dejar de pensar e n e l l o . M i error fue h a b l a r l e a H e l e n a mas tarde, m i e n t r a s 5 trabajabamos juntos: -,Tres la c h i c a de C h e m a ? E l l a lievaba, c o m o siempre, su gorra y ropa de trabaj o . Sus manos y su cara n o estaban demasiado l i m p i a s . Yo n o p o d i a i m a g i n a r m e l a c o n u n v e s t i d o y los ojos pintodos. M e miró f r i a m e n t e . V i que sus ojos c a m b i a b a n de c o l o r e n ese m i s m o i n s t a n t e : e r a n de u n verde p e l i g r o suelo de la fabrica, sonaba c o n e l l a . Pero p o r las so. rnana- nas n u n c a conseguia recordar mis suenos. -Yo n o soy de n a d i e . Fue c o m o h a b e r m e m e t i d o hielo d e n t r o de la camisa. 15 4 -Perdona -dije. C o m p r e n d i que, a d i f e r e n c i a de C h e m a , e l l a si p o d i a Dos cosas, u n a b u e n a y u n a m a l a , m e pasaron casi a l enfadarse. A q u e l d i a n o v o l v i a h a b l a r c o n ella n i c o n m i s m o t i e m p o . M u c h a s veces, e n la v i d a , las cosas bue- n a d i e . Pero n o p o d i a dejar de m i r a r l a . T e n i a u n c u e r p o p e q u e f i o . Sus hombros e r a n perfec- La buena fue que H e l e n a se a c e r c ó mas a m i . E m p e - de era d i f i c i l lavarse las m a n o s , e l la conseguia t e n e r e l zó c o n una frase s i n i m p o r t a n c i a ("^Qué pasa? N u n c a pelo siempre l i m p i o . T o d o e n e l l a m e gustaba. dices n a d a " ) . Pero m i b u e n a suerte n o t e r m i n ó a h i . con H a c i a f a l t a c o m p r a r algunas cosas, y se nos eligió a otros, la c o n o c i cada vez m e j o r . S u p e que leia m u c h o , nosotros dos para h a c e r l o . Era e l t i p o de t r a b a j o que que le gustaba n las personas idealistas, que amaba las u n a c h i c a hace m e j o r que u n c h i c o ; p e ro e l l a n o era de plantas y los animales, y que l o mas i m p o r t a n t e para la c i u d a d y n o la c o n o c i a t a n b i e n c o m o y o . Yo la observaba y, p o r m e d i o de conversaciones 25 nas y malas pasan a l m i s m o t i e m p o . tos y sus pies e r a n pequenos y b o n i t o s . E n u n lugar d o n - 5 IO Salimos de la fabric a y comenzamos a andar, c o n t e n - e l l a era su l i b e r t a d . S é que, p o r la n o c h e , e n m i saco de d o r m i r sobre e l tos de hacer algo d i s t i n t o . Era m u y t e m p r a n o y e m p e c é a cantar. H e l e n a c o n o c i a las mismas canciones que y o , y mucha s mas. N o cantaba c o m o los angeles. C a n t a b a enfadado, m a l , ^y qué? ^ A q u i é n le i m p o r t a b a eso? ' colérico pintado, c o n c o l or hielo, el agua cuando esta a menos de 0 ° C 14 | sofvxr, pensar en algo mientras se duerme 15 (5 H e l e n a sabia escuchar y e n aquel largo c a m i n o , c o n t r a l o habitual e n m i , e m p e c é a c o n t a r l e de m i v i d a . E l l a t a m b i é n m e h a b l ó de su f a m i l i a . Era u n a g r a n f a m i l i a y v i v f a n e n u n a casa e n o r m e , c o n q u i n c e d o r m i t o r i o s y 5 seis cuartos de b a n o . - i Q u é hacemos? - V a m o n o s - d i j o - . L o s p o d e m os e n c o n t r a r mas tarde e n a l g u n a parte, la c i u d a d n o es t a n g r a n d e . Echo a andar s i n esperarme. Y o solo dudé u n m o m e n t o . M i r é p o r t i l t i m a vez m i casa de unos pocos 5 Después de hacer nuestras compras, e l s o l estaba dfas. D i j e : m u y a l t o , y eso e n G r a n a d a , e n j u n i o , s i g n i f i c a u n c a l o r - N o es justo. N o es j u s t o . t e r r i b l e . Buscamos la sombra de casas y arboles, y des- A l c a n c é a H e l e n a y nos alejamos j u n t o s . pués de u n r a t o n o s paramos e n u n m i r a d o r , c o m o l a p r i m e r a m a n a n a de m i l i b e r t a d . Recuerdo, para siempre, las callejuelas, e l r u i d o d e l 5 agua e n algün j a r d f n , las paredes blancas, los gatos s i l e n - (5 ciosos que nos m i r a b a n . Sentados e n u n b a n c o , f u m a - N o h a n pasado m u c h o s afios desde aquellos dias. Y o mos y m i r a m o s las casas blancas. T e n f a ganas de hacer a h o r a t e n g o e l d o b l e de edad, e l d o b l e de e x p e r i e n c i a /o algo para n o o l v i d a r n u n c a ese d i a : besar a H e l e n a o que e n t o n c e s y v e o , c o m o es n a t u r a l , las cosas de o t r o pasar la mano por l a pared blanca . Pero sabia q u e l o m o d o , p e r o i n t e n t o c o n t a r l a s c o m o las veia entonces . m e j o r era q u e d a r m e e n m i s i t i o , n o decir nada. G u a r d o aque l d i a e n m i memoria. Puedo verno s a H e l e - Pero... l o b u e n o y lo m a l o , c o m o tantas veces, v i e n e n ojos cerrados): c a m i n a m o s s i n parar bajo e l sol d e l 15 p o l i c i a estaba allf. Dejamo s caer las bolsas y nos m i r a - m e d i o d f a , c o n nuestras bolsas. mos. Estabamos e n la parte mas a l t a de una larga calle. H e l e n a p e r t e n e c ia a esa clase de personas que, e n los D i f i c i l m e n t e p o d f a n vernos. D o s o tres de nuestros m o m e n t o s diffciles , sabe ayudar. Era u n a persona e n c o m p a n e r os d i s c u t f a n c o n los policfas. Y o queri a correr q u i e n p o d i a confiar. Para los problemas que a m i t a n t o h a c i a ellos. 25 n a y a m i m i s m o ( c o m o m e j o r se v e n las cosas: c o n los j u n t o s . D e v u e l t a a l a fabrica, v i m o s desde lejos que la m e p r e o c u p a b a n e n c o n t r ó r a p i d a m e n t e u n a solución. - N o p o d e m o s hacer nada, C h i c o . F u i m o s a u n bar d e l A l b a y z f n . C o n o c i a a l d u e f i o d e l bar M e v o l v i h a c i a ella. E r a mayor, t e n i a mas e x p e r i e n - y le d i o las bolsas a c a m b i o de u n a c o m i d a c a l i e n t e y c i a de l a v i d a que y o . c a m a para esa n o c h e . S u m i r a d a y l a d e l d u e n o d e l bar se e n c o n t r a r o n m i e n t r a s e l h o m b r e nos p o n f a l a c o m i - habitual, n o r m a l , acostumbrado sombra, lugar e n que n o hace sol callejuela, calle pequeiïa justo, correcto, c o m o debe ser pared, una h a b i t a c i ó n tiene cuatro paredes alejarse, irse lejos de u n lugar pasar la mano por, hacer u n m o v i m i e n t o c o n la m a n o sin separarla del memoria, objeto confiar, tener la seguridad de que alguien te ayuda 16 recuerdo 2 Las p e l i r r o j a s t r a e n m a l a s u e r r e 17 da e n la mesa. M e d i c u e n t a de que e n t r e ellos pasaba -Pero... solo has h a b l a d o de u n a h a b i t a c i ó n . algo que n o p o d i a entender. M e m i r ó s i n saber c u a l era e l p r o b l e m a . E n t o n c e s l o - i P o r qué n o m e dices d ó n d e esta Juan? e n t e n d i ó y se e c h o a refr. E l d e l bar n o q u e r i a o i r preguntas. 5 -Ya te h e d i c h o otras veces que n o sé d ó n d e esta. - Q u é t o n t o eres, C h i c o . L l e v a m o s varios dias d u r m i e n d o e n la m i s m a h a b i t a c i ó n . -,;Sabes a l menos si esta e n Granada? -Tienes razón... - N o , n o esta e n G r a n a d a . C o m o b u e n granadino, él p r o n u n c i a b a " G r a n a " . - A d e m a s , u n a h a b i t a c i ó n es mas barata que dos. ^Y tü, a d ó n d e vas a ir? - T ü eres a m i g o de su padre. C o n o c e s b i e n la c i u d a d w -Estoy a c o s t u m b r a d o a d o r m i r e n la calle - d i j e . y los pueblos de la costa - d i j o H e l e n a - . Estoy segura de - S i l o prefieres asi. que v i n i e r o n a q u i para p e d i r t e ayuda. -Les d i j e que n o q u i e r o saber nada. Yo n o q u i e r o mas problemas. i U n a parte de m i , siempre c o n m i e d o a las situaciones nuevas, se quedó t r a n q u i l a . Ya estaba. Ya n o p o d i a seguir c o n H e l e n a . "Felicidades, C h i c o , si querias v o l v e r a - T e n g o la impresión - d i j o H e l e n a - de que hay algo que n o me dices. ^Sabes p o r qué se esconde? ^Te l o c o n - estar solo, lo has conseguido" . Pero la o t r a parte de m i fue la que h a b l ó : to? i. - D e acuerdo. M e q u e d o , gracias. E l h o m b r e m o v i ó la cabeza. - T a m p o c o q u i e r o saberlo, ya te l o h e d i c h o . S o l o sé que la p o l i c f a puede estar detras de él. -/Te h a b l ó de mi? Esa tarde a n d u v i m o s p o r la c i u d a d e n busca de los c o m p a f i e r o s de la f a b r i c a , p e ro C h e m a y los o t r o s n o estaban p o r n i n g u n a p a r t e . T a l vez ya n o estaban e n Granada. - N i u n a palabra. 2 Por la n o c h e , m i e n t r a s c o m i a m o s u n bocata, le c o n - - S i a l g u i e n p r e g u n t a p o r él, ^me vas a avisar? té que q u e r i a ser escritor. -Claro. -Tienes que escribir para las mujeres - m e h a b l a b a e n E l d u e n o d e l bar se m a r c h ó . C o m p r e n d i que lo m e j o r 25 era n o h a b l a r después c o n H e l e n a sobre esta conversación. serio, c o m o a u n a d u l t o - . Las mujeres necesitamos -^Qué vas a hacer? ^Quieres d o r m i r a q u i esta n o c h e ? Entonce s m i m a n o e n c o n t r ó e n e l bolsillo d e l p a n t a l o n m i pequefio secreto: unos cuantos billetes. M i e n t r a s Yo n o esperaba u n a p r e g u n t a asi. los demas se gastaban hasta su ültim a peseta para la -^Aqut? quedarse, estar, sentirse -Claro. granadino, las palabras que e n la v i d a real n o nos d i c e n a d i e . M u c h a s veces leemos para e n c o n t r a r e n los l i b r o s esas palabras. -preguntó H e l e n a . 30 5 bocata, b o c a d i l l o (lenguaje de los j ó v e n e s ) de G r a n a d a; los andaluces n o p r o n u n c i a n el f i n a l de muchas bolsillo, ver ilustración en pagina 20 palabras peseta, moneda/dineto de Espana hasta el aiïo 2001 18 2* 19 2 c o m o instantes de f e l i c i d a d perfecta. M e d i c u e n t a de que H e l e n a c o n o c i a mas l i b r o s que y o y el t i e m p o se nos paso s i n darnos c u e n t a . C o m p r a m o s tres l i b r o s c o n el d i n e r o que nos quedaba. Después paseamos p o r la c i u d a d y nos e n c o n t r a m o s c o n u n a c o n o c i d a de H e l e n a , que le d i o u n a m o c h i l a y u n p o c o de ropa. C u a n d o la v i c o n u n v e s t i d o de flores pequefias irie s e n t i feliz. N o era e x a c t a m e n t e m i c h i c a , pero eso n o i m p o r t a b a . Estaba c o n m i g o , y eso bastaba. c o m p r a c o m ü n , yo guardaba t o d a v i a unos b i ü e t e s. M e Esa n o c h e v o l v i m o s mas t e m p r a n o que la anterior s e n ti egofsta. Q u i s e t i r a r los billetes, pero, n u n c a se nuestra pequefia h a b i t a c i ó n . Los dos necesitabamos sabe, a l o m e j o r nos s e r v i a n mas adelante. S i hay u n a u n a b u e n a d u c h a y lavar nuestra ropa interior. l e c c i ó n que u n j o v e n aprende p r o n t o , gracias a los a d u l - de pequefias cosas, e n las que n o r m a l m e n t e n o se p i e n - noche, e n u n a pequefia h a b i t a c i ó n Este t i p o sa, se c o n v i e r t e n e n algo m u y i m p o r t a n t e c u a n d o se tos, es que el d i n e r o es i m p o r t a n t e . Esa a con dos v i v e e n la calle. camas, se quitó la ropa de espaldas a mi. R e c u e r d o su E l l a tardó m u c h o . Yo n e c e s i t é meno s t i e m p o d e l que pelo que caia sobre los h o m b r o s ; a l apartar la ropa de la ella suponia, p o r q u e , c u a n d o salf d e l b a f i o , pareci ó estar cama, pude ver por u n m o m e n t o formas y lineas. L u e g o s o r p r e n d i d a . Tardé unos segundos e n c o m p r e n d e r que /o la luz de la luna y su respiración regular, cercana. e l p a n t a l o n y los billetes que t e n i a e n las mano s m e pertenecian. M e m i r ó c o n u n a miracla que n o c o n o c i a e n e l l a . N o le pregunt é q u é estaba h a c i e n d o -era o b v i o - y ella n o 6 m e d i o n i n g u n a e x p l i c a c i ó n . A l d o r m i r esa Por la m a i ï a n a H e l e n a m e d i j o que su a m i g o e l d e l bar ( y o t e n i a dudas de si r e a l m e n t e era u n a m i g o ) nos dejaba pasar u n a n o c h e mas e n la h a b i t a c i ó n . Después noche, pensé que algo era d i f e r e n t e e n t r e nosotros. D o r m i a a t i n c u a n d o H e l e n a m e despertó. V i que ya estaba c o m p l e t a m e n t e vestida. f u i m o s hasta u n a v i e j a l i b r e r i a d o n d e t e n i a n libros m u y - V i s t e t e , C h i c o , tenemo s que irnos . baratos. R e c u e r d o algunos m o m e n t o s de esa Era m u y t e m p r a n o y apenas e n t r a b a luz por la v e n t a - manana n a . H e l e n a m e indicó c o n u n gesto la v e n t a n a . M i r é y v i de espaldas a, sin mirar; la otra persona ve la espalda (parte de atras del cuerpo) apartar, poner a u n lado, q u i t a r anterior, luna, satélite del planeta Tierra ropa interior, respiración, indicar, senalar; la otra persona mira entonces hacia el o b j e t o i n d i c a d o tornar aire por la boca o la nariz 20 la noche antes ropa debajo de los pantalones o la camisa 21 que u n c o c h e de la p o l i c i a estaba parado f r e n t e a la p u e r t a d e l bar. T e n i a m u c h a s preguntas: ^por qué h a n v e n i d o ? , ^es a m i ' a q u i e n buscan?, i c ó m o h a n sabido que estaba aqui? 5 Pero n o h a b i a t i e m p o . M e v e s t i a toda prisa. -Sfgueme. S a l i m o s de nuestra h a b i t a c i ó n s i n hacer r u i d o y nos paramos. N o se o i a nada. Empezamos a bajar la escalera. Para salir a la calle solo c o n o c i a m o s bajar a l bar y atravesarlo, un camino: p e r o s i n d u d a los p o l i c i a s esta- b a n e n e l bar c o n e l d u e n o . A ü n t e n i a m o s u n a p o s i b i l i d a d . E l bar t e n i a f o r m a de ele y los policias - a h o r a podiamos oirlos- estaban h a b l a n d o c o n e l d u e n o cerca de la p u e r t a , desde d o n d e n o p o d f a n vernos . A t r a v e s a m o s el bar por el fondo, por la parte que se usaba c o m o c o m e d o r , y nos m e t i m o s e n la c o c i n a . L a cruzamos y llegamos a u n p u e r t a . U n segundo mas tarde estabamos e n la calle. C o r r i m o s pegados a las casas s i n parar. -Tenemos que alejarnos l o mas posible - d i j o H e l e n a . Bajamos por u n a eslrecha calle. Era r e l a t i v a m e n t e larga, y t a n recta c o m o p u e d e n ser las callejuelas d e l A l b a y z i n . V i que, abajo, a l f i n a l de la calle, h a b i a u n a obra. E n ese m o m e n t o a p a r e c i ó u n a furgoneta 25 a nuestra N o s v o l v i m o s los dos a la vez, sorprendidos. Era u n a v i e j a f u r g o n e t a V o l k s w a g e n . Vino a por nosotros y nosotros nos pegamos a la pared. Frenó y dio marcha atras. N o h a b i a la m e n o r d u d a : v e n i a de n u e v o a p o r nosotros. 5 - j C u i d a d o ! -gritó H e l e n a . espalda. M e pegué a u n lado de la calle y ella a l o t r o . V i v e n i r a toda prisa, muy rapido atravesar, cruzar, andar desde u n lado hasta el o t r o lado ele, la letta "L" fondo, parte mas alejada, parte f i n a l la f u r g o n e t a p o r la calle estrecha. N o habi a t i e m p o para correr: n i n g u n a p u e r t a o v e n t a n a d o n d e esconderme. C e r r é los ojos y s e n t i la f u r g o n e t a a pocos c e n t i m e tros; pegado a, sin sepatación, j u n t o a estrecho, muy poco a n c h o venir a por alguien, buscar a alguien, i n t e n t a t llegar a a l g u i e n obra, casa que esta s i n t e r m i n a r frenar, furgoneta, dar marcha atras, v o l v e r hacia atras, c o n d u c i r hacia atras; la,furgoneta automóvil mas grande que u n coche y mas pequeno que u n pararse sube asf la calle camion 22 23 n o t é moverse el aire c a l i e n t e c o m o la respiración de u n -/Quién era? [Lo sabes? animal. N o -respondió. Por segunda vez, la f u r g o n e t a f r e n ó y d i o m a r c h a 5 M e m i r a b a a los ojos, p e r o eso n o s i g n i f i c a b a nada. atras. L e grité algo a l c o n d u c t o r , n o sé qué . M i e n t r a s la H a y m u c h a gente que m i r a a los ojos c u a n d o miente. f u r g o n e t a subia la calle m a r c h a atras, v i a H e l e n a e n ella estaba m i n t i e n d o . Y - C h i c o - d i j o f i n a l m e n t e - , n o he p e d i d o t u c o m p a n i a . u n a p u e r t a , asustada y pdlida. T e n i a que elegir: seguir a su lad o s i n hacer preguntas - j C o r r e ! -grité. N u e s t r o s pies apenas t o c a b a n el suelo m i e n t r a s c o r r i amos hacia abajo. Por tercera vez la f u r g o n e t a v i n o o p e r d e r l a . Y perderla era l o ü n i c o que n o m e sentia capaz de hacer p o r e l l a . h a c i a nosotros. E n t o n c e s v i la e s t r u c t u r a m e t a l i c a de la o b r a . M e s u b i y ayudé a H e l e n a , que l i e v a b a la m o c h i l a . S u b i m o s 7 r a p i d a m e n t e . A p e n a s estabamos a la a l t u r a d e l p r i m e r piso de la casa, c u a n d o la f u r g o n e t a se estrelló c o n t r a la /5 e s t r u c t u r a m e t a l i c a . T o d o vibró . S a l i m o s de G r a n a d a . U n c o c h e nos llev ó a Órjiva y lue- go seguimos a n d a n d o . Estabamos ya lejos d e l u l t i m o H e l e n a seguia a m i lado. O f e l m o t o r de la f u r g o n e t a p u e b l o y n o se v e i a n i u n c o c h e p o r la carretera. De y la v i salir c o n d i f i c u l t a d e s . Después la f u r g o n e t a desa- pronto nos d i m o s c u e n t a de que ya n o é r a m o s dos, s i n o pareció . tres. U n a cabra c a m i n a b a detras de nosotros. Esperamos unos segundos, incapaces de reaccionar. -Se h a i d o . C r e o que p o d e m o s bajar. Bajamos c o n c u i d a d o . A l p o n e r los pies e n el suelo, a p a r e c i e r o n tres o c u a t r o personas. - U n a furgoneta que n o p o d i a frenar -explicó H e l e n a - , pero estamos b i e n . 25 Y, para m i sorpresa, nos f u i m o s de a l l i s i n dar mas explicaciones. -/Por qué has d i c h o eso? N o h a sido n i n g u n a c c i d e n te. V e n t a a p o r nosotros, t u lo has v i s t o igual que yo . M e m i r ó s i n responder. C o m p r e n d f que h a b i a algo 30 que n o m e decia. mentir, n o decir la verdad asustado, c o n m i e d o Órjiva, pdlido, de color blanco d o n d e comienza a haber montaflas estreüarse, de pronto, cuando algo pasa muy rapido y sorprende llegar a u n lugar a m u c b a v e l o c i d ad 24 pueblo a p r o x i m a d a m e n t e a 50 kilómetros al sur de G r a n a d a, 25 -/De d ó n d e h a salido esa cabra? Era b l a n c a y pequefia. L a carretera subia mas y mas, y ella segufa c o n nosotros. S i nosotros nos parabamos, ella se paraba. S i m e acercaba a ella, se alejaba. 5 -Yo creo que la cabra se h a e n a m o r a d o de t i - d i j o Helena. - G r a c i o s o . M u y gracioso. L a cabra se q u e d ó c o n nosotros t o d o e l d i a . Ya p o r la tarde e n el c i e l o a p a r e c i e r o n nubes negras. L a m o c h i l a era pesada y m e d o l i a n los pies. L l e v a b a m o s t o d o el d i a -Para e l c o c h e . andando. B u e n o , la v e r d a d es que n o d i j o s o l a m e n t e "para el -/Vas b i e n , C h i c o ? - p r e g u n t a b a H e l e n a de vez e n al h o m b r e . H e l e n a , s i n esperar, abria ya su p u e r t a . E l h o m b r e -Voy bien -mentfa yo. (5 c o c h e " . D i j o "para e l c o c h e " y o t r a palabra mas, u n a palabra que h i z o palidecer c u a n d o - /Te c o j o la m o c h i l a ? C a d a vez que oia a nuestras espaldas u n m o t o r , p e n - f r e n ó y yo b a j é t a m b i é n a t o d a prisa. Después se fue y saba e n la f u r g o n e t a . Empezó a l l o v e r , y p o r f i n u n nos gritó u n par de insultos, c o c h e se paró a n u e s t r o lado. E l c o n d u c t o r , u n h o m b r e fuertes c o m o H e l e n a . pero n o los c o n o c i a t a n C a m i n a m o s unos m i n u t o s e n s i l e n c i o , bajo la l l u v i a . de unos c u a r e n t a afios, nos i n v i t ó a subir. D i j e adiós a la cabra y me s e n t é atras. H e l e n a , a u n - Ya era de n o c h e . D e p r o n t o H e l e n a c o g i ó m i mano y seiïaló a lo lejos. Se v e f a n las luces de u n p u e b l o . que n o queria , t u v o que sentarse j u n t o a l c o n d u c t o r . A n t e s de pasar c i n c o m i n u t o s , c o m p r e n d i que t e n f a mos nuevos problemas. E l c o n d u c t o r n o dejaba de hablar a H e l e n a , de sonrefr a H e l e n a , de m i r a r a H e l e - 8 n a . l n t e n t a b a ser s i m p a t i c o , pero su sonrisa era t a n t a l 25 sa c o m o u n bi Hete de n o v e c i e n t a s pesetas. Para demos- Era d i f i c i l andar. C o n la l l u v i a y la n o c h e n o era trar lo m a c h o que era, c o n d u c t a c o m o u n l o c o p o r la posible ver d ó n d e p o n i a m o s los pies. H a c i a mas f r i o de carretera estrecha, y se v o l v i a t o d o el t i e m p o hacia lo h a b i t u a l e n j u n i o . - j A s f n o p o d e m o s llegar a l p u e b l o ! H e l e n a e n vez de m i r a r a la carretera. - C o n d u c e c o n las dos manos - d i j o ella de p r o n t o . 30 E l c o n d u c t o r se rió y puso las mano s e n el volante. Pero n o las d e j ó allf m u c h o t i e m p o . Pude o i r c l a r a m e n t e la voz de H e l e n a , aunque n o g r i taba. N o s m e t i m o s debajo de u n p u e n t e . H e l e n a d i j o que e n aquellos pueblos n o h a b i a hoteles y que a esa h o r a palidecer, estar p a l i d o (ver pag. 2 4 ) , de c o l or blanco insuho, palabra o r d i n a r i a y vulgar fuerte, aquf significa mala, vulgar 26 27 t a m p o c o era f a c i l e n c o n t r a r u n a casa d o n d e d o r m i r . Eso m e recordó a l d u e n o d e l bar. -/Crees que el d e l bar l l a m ó a la policia? -jEso n o ! - d i j e . Estabamos pegados c o n t r a la pared d e l p u e n t e . - N o l o sé. T a l vez. -Es u n a necesidad, C h i c o . Te aseguro que a m i t a m bién... - / A q u i é n crees que buscaban? -pregunté aunque crefa c o n o c e r la respuesta. - j L o s l i b r o s n o ! j P r e f i e r o pasar f r i o ! -Los v o l v e m o s a c o m p r a r , te lo p r o m e t o . -/Qué quieres decir? M i r é c ó m o ardian - / T u estas huyendo de la policia? N o r e s p o n d i ó. Estaba temblando. las primeras paginas e n e l fuego. L u e g o el l i b r o e n t e r o , y los otros. B u s c ó e n la m o c h i - Los ojos de H e l e n a e r a n e n ese i n s t a n t e de u n verde la y e n c o n t r ó u n jersey. M e l o o f r e c i ó , d i s c u t i m o s sobre c o l o r de m a r c o m o el jersey que l i e v a b a puesto. Fuera, q u i é n se l o p o n f a y a l f i n a l se l o puso e l l a . a u n m e t r o , segufa l l o v i e n d o . M e daba i g u a l . -Te olvidas de u n a cosa, C h i c o . N o nos ha perseguido la p o l i c i a , sino u n loco c o n u n a f u r g o n e t a . 15 Buscamos o t r a vez d e n t r o de la m o c h i l a . H e l e n a sacó los libros y m e los e n s e n ó m u y c o n t e n t a . D e p r o n t o h i z o u n a p r e g u n t a que n o m e esperaba: - / A t i n o te gustan las chicas de t u edad? - / N o sabes q u i é n era? -Algunas. Parecia que iba a responder, pero c a m b i ó de idea y se -/Cuales? qued ó e n s i l e n c i o . Después d i j o : -Las q u e parecen mayores. - L a c h i c a que me d i o la m o c h i l a m e d i j o d ó n d e p o d i a Se rió. e n c o n t r a r a u n a m i g o que v i v e e n estos pueblos. Mafva- - I n c l u s o las de t u edad son demasiado mayores para na buscamos su casa, pero a h o r a tenemos que hacer u n t i , C h i c o . N o te vas a e n a m o r a r de u n a c h i c a m a y o r que fuego. tü, /verdad? Por c i e r t o , n o puedes - N o sé c ó m o . T o d o esta m o j a d o . llamarte C h i c o . N a d i e se Uama C h i c o . /Por qué n o me dices t u nombre ? - P r o m é t e m e que n o vas a r e f r t e. -Prometido. - M e l l a m o Buenaventura. fuego - j B u e n a v e n t u r a ! jPero si es f a n t a s t i c o ! -/Lo dices e n serio? Se qued ó e n s i l e n c i o unos m i n u t o s . Su p e l o segufa mojado. huir, correr, salir de u n lugar de m o d o que otras personas n o pueden encontrarte - N o sé, creo que es m e j o r si n o vienes c o n m i g o . arder, ser parte del fuego temblar, moverse el cuerpo s i n c o n t r o l , a causa del miedo o del f r i o perscguir, buscar a a l g u i e n , ir detras de alguien 28 este n o m b r e , poco h a b i t u a l en Espana, significa "buena suerte" 29 -/Por qué? - C r e o que ya sé lo que pasa. L e estan -Puede ser peligroso. V o l v i m o s a l bar, e n e l que h a b i a dos c l i e n t e s n u e v o s . Para c a m b i a r de c o n v e r s a c i ó n , d i j e : 5 protegiendo. E r a n dos h o m b r e s altos, n o r t e a m e r i c a n o s . -Se esta b i e n , /verdad? H e m o s h e c h o u n b u e n fuego. U n o se l l a m a b a " P i r a " , es decir, Peter p r o n u n c i a d o - S o l o m e f a l t a u n a cosa para v i v i r u n m o m e n t o per- e n a m e r i c a n o . Pira n o c o n o c i a mas que tres o c u a t r o palabras de espaiïol. Sabia d e c i r : " u n vaso de l e c h e " y f e c t e -respondió . -/La cabra? - d i j e e n b r o m a . M e miró c o n u n a sonrisa t r i s t e . algün i n s u l t o . Decfa: - N o , u n a persona. - U n vaso de leche. A q u e l l o m e dolió. Pero estaba a p r e n d i e n d o a n o Y el v i e j o d e l bar le daba v i n o . h a c e r preguntas y preferia n o d e c i r n a d a . -Es tarde - d i j o H e l e n a - . A v e r si p o d e m o s d o r m i r y H e l e n a les pregunt ó si c o n o c i a n a su a m i g o . E l que n o era " P i r a " estaba b e b i d o . Preguntab a "/qué pasa?". Su " w h a t ' s t h e m a t t e r " sonaba mas o menos a: manana continuamos. -Guachemara? 9 " P i r a " y el que n o era " P i r a " se p u s i e r o n a d i s c u t i r e n 15 voz a l t a . Los dos q u e r f a n h a b l a r c o n H e l e n a . E l d u e n o N o s l e v a n t a m o s c o n f r i o y h a m b r e . Yo c o g i la m o c h i 15 d e l bar, para n o tener problemas, d i j o : la, que era ya parte de m i , c o m o u n a camara de fotos - L a u l t i m a casa d e l p u e b l o . A l l f v i v e H é c t o r . para u n j a p o n é s . H a b l a m o s p o c o hasta llegar a l p u e b l o . N o s f u i m o s y dejamos a los y a n q u i s c o n su discusión. Por suerte e n c o n t r a m o s u n bar e n seguida. -/Conoce a H é c t o r ? - p r e g u n t ó H e l e n a a l d u e n o d e l A t r a v e s a m o s e l p u e b l o y n o tardamos e n e n c o n t r a r la casa, pequefia, p i n t a d a de b l a n c o y v i e j a . H é c t o r saludó a H e l e n a m u y c o n t e n t e . Se abrazaron, bar. M e pareci ó que e l v i e j o d u d a b a . A l f i n respondió se besaron, r i e r o n , se v o l v i e r o n a abrazar. - H é c t o r , te presente a C h i c o , u n b u e n colega. negativamente. - U n c h i c o de m i edad, que n o es de a q u i . L l e v a p o c o t i e m p o e n e l p u e b l o . P e l o largo, m o r e n o . . . N o s d i m o s la m a n o . H é c t o r t e n i a la m i r a d a d i r e c t a de u n nifvo, a u n q u e - N o conozco a n a d i e asi. parecia algo m a y o r que H e l e n a . L i e v a b a e l pelo largo -Es e x t r a f i o - d i j o H e l e n a m i e n t r a s se v o l v f a hacia m i . hasta mas abajo de los h o m b r o s . N o s llev ó a una h a b i - E l café era fuerte y estaba m u y c a l i e n t e . C o m i m o s t a c i ó n c o n u n par de mesas, u n sofa v i e j o y libros. t a m b i é n unos buenos b o c a d i l l o s. Después saliinos y v o l - -/Os i m p o r t a ? - p r e g u n té y c o g i u n o de los libros. S a l i v i m o s a p r e g u n t a r a u n par de ancianos que estaban al j a r d i n para dejarles h a b l a r solos. M u c h a s veces lós sentados e n u n a plaza pequefia. D e n u e v o u n a respues- proteger, dar protección a alguien de m o d o que puede v i v i r sin peligro ta n e g a t i v a . colega, corupanero, amigo (lenguaje de los j ó v e n e s ) 30 31 libros m e h a n a y u d a d o. A q u é l l a fue u n a de esas veces. - È r a m os d e l m i s m o b a r r i o , e n M a d r i d . U n b a r r i o A l llegar a la segunda p a g i n a, ya n o pensaba mas e n p o b r e . Pero n o i m p o r t a : de todas formas, H e l e n a es u n a Helena y Héctor. princesa. / N o estas de acuerdo? Pasé u n a h o r a l e y e n d o . Después H é c t o r propuso tornar u n té. H e l e n a se o f r e c i ó para p r e p a r a r l o . H é c t o r E n ese i n s t a n t e a p a r e c i ó e l l a c o n e l té. M a s tarde, m i e n t r a s H é c t o r d o r m i a ( e n aquella casa los h o r a r i o s e r a n m u y raros), H e l e n a y yo m i r a b a m o s la a c o m p a f i ó a la c o c i n a y v o l v i ó . u n a v i e j a t e l e v i s i ó n e n b l a n c o y negro . -Yo t a m b i é n h e sido o k u p a u n par de veces. H e l e n a me preguntó por Héctor. -/Y esta casa? -Esta la pagamos, pero es que es m u y barata. M i g u e l A n g e l , el c h i c o que v i v e c o n m i g o , t e n i a u n p o c o de d i n e r o , y de vez e n c u a n d o vamos a G r a n a d a y v e n d e mos artesania. /Helena te h a h a b l a d o de Juan? - p r e g u n - -Parece u n t i o m u y legal -respondf-. Ya sabes lo que q u i e r o decir. - S i , tienes razón. H a c e m u c h o t i e m p o que lo conozco, desde que éramos n i f i o s . -/Y p o r q u é e n el p u e b l o n o nos q u e r i a n d e c i r d ó n d e t ó de golpe. encontrarlo? - N o . /Por qué? - H é c t o r se esta e s c o n d i e n d o . -Por nada, o l v i d a l o . Se qued ó e n s i l e n c i o unos instantes, pero luego pare- -/Y qué h a h e c h o ? Perdona , p e r d o n a , o l v i d a l o . N o es asunto m i o . c i ó c a m b i a r de idea: -Si la quieres u n p o c o , d i l e que J u a n n o es b u e n o -Te l o v o y a decir, n o hay n i n g u n p r o b l e m a . Es u n insumiso. para e l l a . D e b e o l v i d a r l o . - N o m e va a hacer caso. -/En serio? -Tienes razón - s o n r i ó - . H e l e n a n o i n t e n t a n u n c a - S i , n o q u i e r e hacer la mili. c a m b i a r t e . Pero t a m p o c o es posible c a m b i a r l a a e l l a . -/Eso es todo? /Y p o r eso t i e n e que esconderse c o m o T i e n e sus defectos -siguió-. C r e o que e l d i n e r o le i n t e - u n criminal? resa mas de l o que d i c e . Pero es que l o necesita. /Crees - A s i es. que u n a c h i c a c o m o ella debe d o r m i r e n e l suelo de u n a -Yo n o pienso h a c e r l a - d i j e , a u n q u e acababa de d e c i d i r l o e n aque l m i s m o i n s t a n t e . fabric a abandonada? L e h a b l é de la casa de H e l e n a , e n o r m e y hermosa. H é c t o r sonreia m i e n t r a s m e escuchaba. S o n r i ó y m e paso la m a n o p o r e l pelo , c o m o a veces se le hace a u n nifïo. Era la p r i m e r a vez que hacia u n T i e n e sus defectos - r e p i t i ó - . A veces t i e n e m u c h a fantasia. /Entiendes l o que q u i e r o decir? -/Conoces la casa? / N o es t a n grande? legal, correcto, buen a m i g o (lenguaje de los j ó v e n e s ) asunto, u n asunto m f o es algo que me i m p o r t a de golpe, de p r o n t o , s i n esperarlo insumiso, persona que n o quiere hacer el servicio m i l i t a t hermosa, b o n i t a mili, servicio m i l i t a r : a c t u a l m e n t e n o existe en Espana 32 3 Lns p e l i r r o j a s c r a e n m a l a suercc 33 gesto asi. Se m e paró el corazón. j U n a caricia de H e l e na! 5 e n tener alguna o p o r t u n i d a d . S u risa m e sobresaltó. Se re ia a l t o y ensefiaba sus - D e j a de m i r a r m e asi, b o b o . d i e n t e s m u y blancos. Yo n o m e sentia gracioso, s i n o Era e l m o m e n t o . T e n i a que i n t e n t a r l o . C o n palabras, mas b i e n estüpido. claro. - B u e n o , /qué pasa? /De qué te ries? -Es que eres m u y guapa. C u a n d o te v i p o r p r i m e r a vez, p e n s é : es la c h i c a mas guapa que he v i s t o e n m i vida. - P e r d o n a , t u p r e g u n t a m e h a h e c h o gracia. N o , Juan n o . . . L a v e r d a d es que Juan es m i n o v i o . -/Tu n o v i o ? - j E h ! /Qué es eso? / U n a d e c l a r a c i ó n de amor? - d i j o /o e n b r o m a . - S i , v a m os a casarnos. S o n r i ó , p e r o era u n a sonrisa t r i s t e . -Te lo d i g o c o m o a m i g o - m e n t t - . A d e m a s , a h o r a que -Es decir, si consigo e n c o n t r a r l o . has e n c o n t r a d o a H é c t o r . . . - T e r m i n a . /Qué quieres decir? 10 - B u e n o , nada, sólo.que... que tü y él... e n f i n , s u p o n go que a h o r a volvéis a estar j u n t o s . Estuv o e n s i l e n c i o u n b u e n r a t o . H é c t o r es m i a m i g o - d i j o f i n a l m e n t e m u y seria-. Solamente a m i g o . Y, c o m o v e o que n o te has dado c u e n t a , te d i g o algo mas. Es "gay". -/De verdad? -l a boca se me abrió varios c e n t i m e t r e s . Por supuesto que l o decia de v e r d a d . Estaba pensando a t o d a prisa e n lo que esto s i g n i f i caba. c a m i n a r e n busca de u n s i t i o d o n d e pasar la n o c h e . Yo n o e n t e n d i a por qué haciamo s a q u e l l o , sobre t o d o p o r - 15 que H é c t o r y su c o m p a i ï e r o nos o f r e c i a n su casa. Pero e n e l f o n d o m e daba igual: c o n H e l e n a iba hasta e l f i n d e l m u n d o . E n c o n t r a m o s bajo unos arboles u n lugar adecuado, cerca de u n r i o . D u r a n t e la n o c h e v o l v i ó a - T ü has v e n i d o a q u i para p r e g u n t a r p o r un tal Juan. 25 N o s f u i m o s esa misrna n o c h e , c u a n d o v o l v i ó el c o m p a n e r o de H é c t o r . Salimos a la carretera y empezamos a Dices que H é c t o r es t u a m i g o , pero l o que te interesa a h o r a es saber d ó n d e esta ese Juan. hacer f r i o . M e desperté. T e m b l a b a . E l l a se despertó t a m b i é n y, s i n decir nada, m e abrazó. Por la m a n a n a me l e v a n t é antes que e l l a y f u i a -Eso es. /Por qué? /Héctor te h a d i c h o algo de él? l a v a r m e a l r i o . C u a n d o v o l v i , ella estaba ya despierta. - N o - m e n t i - . Y Juan... /Juan t a m b i é n . . . es "gay"? M e sonrió. S i e l l a contestaba que si, yo p o d i a empezar a pensar -/Qué tal? V o y a b a n a r m e a l r i o . /Vienes? N o t e n i a n i n g u n a s ganas de pröbar o t r a vez el agua caricia, pasar la m a n o c o n amor por una parte del cuerpo de o t r a persona u n tal, asi q u i e n habia expresa c l a r a m e n t e que n o se conoce a esa persona sobresaltar, 34 sorprender, dar una gran sorpresa 35 36 37 t a n fria, d e l Mulhacén, -/Hablas e n serio? /Estas seguro? pero la a c o m p a n é . E n el r i o , para D e p r o n t o , H e l e n a parecia preocupada, i n c l u s o asus- m i sorpresa, H e l e n a se quitó t o d a la ropa y c a m i n ó des- tada. N o conseguia e n t e n d e r qué era l o que le daba nuda h a c i a el agua. N o p o d i a apartar mis ojos de ella. Sus piernas e r an 5 mas fuertes de l o que pensaba. A q u e l defecto m e tó. H a c i a t i e m p o que estaba esperando e n c o n t r a r e n -/Qué pasa? - p r e g u n t ó, s i n enfadarse, a l sorprender - G o r d a y fea - r e s p o n d i - . Tienes el p e l o de c o l o r pano- que nos h a v i s - seria. - H a y algo que n o te h e c o n t a d o , C h i c o , y creo que debes saberlo. cha. S o n r i ó y m o v i ó e l p e l o . E l pelo era l o que mas m e N o s vestimos y comenzamos a andar por la carretera, de v u e l t a a G r a n a d a . N o s f u i m o s s i n desayunar, m i gustaba de e l l a . Se m e t i ó e n seguida e n el agua y y o m e s e n t é a m i r a r - c o m i d a f a v o r i t a , pero n o d i j e nada. - / N o vienes? para ellos. Y para t i t a m b i é n es m e j o r separarte de m i a l D i j e que n o c o n la cabeza, pero e n seguida e m p e c é a llegar a l p r i m e r p u e b l o . Pero n o ahora, p o r favor. T e n g o - N o v o l v e m o s a casa de H é c t o r p o r q u e es peligroso la. q u i t a r m e t a m b i é n la r o p a . A l p o n e r los pies e n e l agua, e l l a empezó a miedo. E n ella, esas palabras e r a n insólitas. salpicarme. E l agua estaba t a n f r i a , que me quedé s i n respiración. N a d é y m e a l e j é de H e l e n a . D e p r o n t o , a l l i estaba. T e n i a que pasar. U n h o m b r e nos m i r a b a desde e l o t r o lado d e l r i o . Para ser e x a c t o , a q u i e n m i r a b a era a H e l e - Caminabamos deprisa. Su p e l o seguia m o j a d o . - H a y u n h o m b r e que puede estar siguiéndome -dijo s i n m i r a r m e - . N o sé si es el que c o n d u c i a la f u r g o n e t a . V o l v i la cabeza, pero la carretera estaba v a c i a . -/Es t u n o v i o ? E l que te sigue, /es Juan? na. 25 A l g u n campesino -/Por q u é iba a l g u i e n a hacer eso? m i m i r a d a - . /Estoy gorda? /5 - S o l o era u n mirón. to. - O t a l vez a l g u i e n que v i e n e detras de nosotros - d i j o ella alguna i m p e r f e c c i ó n. w miedo. encan- - H a y u n t i o que nos m i r a . - N o , n o . Ya te d i j e que n o sé d ó n d e esta Juan. -/Dónde? -/Pues q u i é n es? S e n a l é h a c i a el lugar, p e ro ya n o estaba. -/Para qué quieres saberlo? S o l o p u e d o d e c i r t e q u e es peligroso y que n o v a a parar hasta e n c o n t r a r m e . Mulhacén, m o n t a n a de Siërra N e v a d a de 3.478 metros; en Espana solo es mas a l t o el Teide, en las islas canarias desnuda, sin ropa mirón, encantar, guscar m u c h o campesino, persona que trabaja en e l c a m po persona que m i r a a desconocidos panocha, r o j o insóÜto, n o acostumbrado, n o usual salpicar, m o j a r a otra persona c o n agua seguir, perseguir, buscar a alguien 38 39 -/Por qué te sigue? - N o mas preguntas, C h i c o . S i quieres ayudarme, ayüd a m e, pero deja de hacer preguntas. V o l v e m o s a G r a nada. acomparïarla y t e n i a d i n e r o suficiente para unos dfas. sobrevivir E n t o d o e l d i a n o v i m o s a nuestros antiguos c o m p a neros okupas, n i t a m p o c o al c h i c o que p o d i a decir a -/Por qué? Ese h o m b r e puede estar a l l i , t a l vez te H e l e n a d ó n d e estaba Juan. Por la n o c h e , a l v o l v e r al 5 h o s t a l , v i m o s que las cosas de la m o c h i l a estaban desor- espera. - E l c o m p a f i e r o de H é c t o r m e h a b l ó de a l g u i e n que denadas. h a v i s t o a J u a n e n G r a n a d a . T e n g o que h a b l a r c o n esa -/Crees que h a n sido los duenos? persona. Era u n a pareja bastante siniestra. T e n i a el presentimiento de que n o era b u e n a idea v o l - ver a la c i u d a d . Pero, si a l g u i e n n o t i e n e n a d a b u e n o c o n cueüo E l , g o r d o y pesado, de t o r o . E l l a m u y delgada y c o n u n a m i r a d a w poco simpatica. que decir, es m e j o r callar. 11 A l v o l v e r a G r a n a d a , empezamos a buscar pensiones baratas. H e l e n a n o queri a ensefïar su c a r n e t de i d e n t i dad y y o n o t e n i a . N o sé cuantas horas e s t u v i m o s busc a n d o . Escribf una carta a mis padres y H e l e n a a c o m p a f i ó a Correos. me D i j o que c o n o c i a u n hostal cerca de a l l i y que, si n o h a b i a o t r a s o l u c i ó n , ensefiaba su carnet. - S i - d i j o H e l e n a - . Y ademas a l g u i e n h a v e n i d o m i e n tras nosotros n o estabamos y se h a acostado aqui. Vamonos. -/Ahora? E l h o s t a l era u n p e q u e f i o l a b e r i n t o , v i e j o y l i m p i o . Estabamos t a n cansados que d o r m i m o s doce horas. H e l e n a se sentia mas segura e n la c i u d a d , pero yo n o . E n G r a n a d a me p o d f a n e n c o n t r a r y me p o d i a n o b l i g a r a v o l v e r a casa. S i n H e l e n a , v o l v e r a casa n o era u n p r o b l e m a , pero H e l e n a m e necesitaba. Yo p o d i a a l menos I 5 - N o , v a m o s a esperar a la n o c h e . Y a p a r t i r de a h o r a d o r m i m o s u n a sola n o c h e e n cada s i t i o . V o l v i a a ser la c h i c a d e c i d i d a y fuerte que yo c o n o cia. Esperamos hasta m u y tarde. S a l i m o s a l pasill o y empezamos a m o v e r n o s h a c i a la p u e r t a . Detras de u n a esquina estaban los dos, de p i e , el presentimiento, tener u n p r e s e n t i m i e n t o es creer saber algo Correos, lugar para echar cartas y paquetes sobrevivir, hostal, h o t e l n o r m a l m e n t e batato sin/estro, que da m i e d o 40 v i v i r c o n difïcukad 41 h o m b r e t o r o y la m u j e r de m i r a d a maligna. D e p r o n t o o i a m i espalda u n a respiración. M i r é a I [elena. Estaba p a l i d a . El h o m b r e se puso d e l a n t e de nosotros, c o m o u n a p a r e d . S i n m i r a r m e , s u j e t ó a H e l e n a por el p e l o . - / D e j an la h a b i t a c i ó n ? 5 Estabamos e n u n a c a l l e j u e l a c o r t a que t e r m i n a b a e n -Si' -respondió H e l e n a - . Ya h e m o s pagado antes. la plaza, solos los tres e n la n o c h e . H e l e n a gritó. E l -Las personas n o r m a l e s n o se v a n asf, de n o c h e . h o m b r e la golpeó H a b l a b a e l h o m b r e . L a m u j e r solo m i r a b a y m e pare- m i e d o n o m e dejaba m o v e r m e . cfa mas peligrosa que él. w c o n u n a v i o l e n c i a t e r r i b l e . A m i el El h o m b r e era m u c h o mas fuerte que H e l e n a . L e v i - Q u i e r o salir - d i j o H e l e n a a l h o m b r e . la cara d u r a n t e u n i n s t a n t e . L o que mas m e asustó fue Él m i r ó a su m u j e r ; le p r e g u n t ó c o n la m i r a d a . L a v e r que era u n a persona n o r m a l , c o m o las demas. Era mujer dijo: j o v e n , guapo, b i e n v e s t i d o . N a d a tenia - N o s o t r o s n o queremos tener n a d a que ver. Es u n p r o b l e m a e n t r e la p o l i c i a y ellos. /5 m e n t e se apartó de nuestro c a m i n o . H e l e n a salió s i n d e c i r nada mas. Yo la segufa, c u a n d o la m u j e r sujetó mi brazo. sentido. C o r r i h a c i a la plaza c u a n d o pude reaccionar. E n busgolpeaba a H e l e n a , se refa. Se reia. -jChico! is L a voz de H e l e n a m e alcanzó e n la esquina. Me necesitaba. Yo t e m b l a b a . S i aque l h o m b r e q u e r i a matar - N o q u i e r o v o l v e r a veros - d i j o . a H e l e n a , antes t e n i a que m a t a r m e a m i . V o l v i h a c i a M e solté y seguf a H e l e n a . U n m i n u t o mas tarde, e n ellos. la calle, reiamos felices y libres. H e l e n a propuso esperar El h o m b r e m e miró r a p i d a m e n t e . S e g u r a m e n t e p e n - al amanecer e ir e n t o n c e s a la e s t a c i ó n a d o r m i r unas só que y o solo era u n n i i ï o . H e l e n a t e n i a la ropa desga- horas. Era u n a idea e x c e l e n t e y le d i j e que estaba de rrada, t e n i a sangre p o r la cara. L a s o l t ó y v i n o h a c i a m i . acuerdo. Yo n o era capaz de hablar, de golpearle. C o n una m a n o A t r a v e s a m o s calles que yo c o n o c i a b i e n , pero a esa h o r a m e p a r e c i e r o n d i s t i n t a s , mas pequefias. Estabamos Uegando a la plaza de Bib-Rambla, m e s u j e t ó la camisa y c o n la o t r a empezó a g o l p e a r m e . Sus punos c a y e r o n sobre m i cabeza. d o n d e queriamos sen- H e l e n a i n t e n t ó escapar. E l h o m b r e fue tras ella y la tarnos. P e n s é e n las palabras de la mujer. /Por qué sabia sujetó de n u e v o . Yo lo veia t o d o desde e l suelo, desde que t e n i a m o s problemas c o n la policia? golpear, dar golpes, dar c o n la m a n o o c o n o t r o objeto tener sentido, tenet u n a explicación maligiw, que desea algo m a l o a los otros matar, q u i t a r la vida, dejar sin vida a otra persona sujetar, coger f u e r t e m e n te desgarrado, soltarse, quedar libre, escapar puno, forma de la m a n o cuando esta cerrada plaza de Bib-rambla, escapar, huir, c o t r e t plaza en el c e n t r o de G r a n a d a , j u n t o a la catedral 42 /o ca de ayuda o para h u i r , n o lo sé. E l h o m b r e , m i e n t r a s E l h o m b r e n e c e s i t ó u n p o c o de t i e m p o , p e r o f i n a l - 25 M e v o l v i y v i a u n h o m b r e delgado. roto 43 o t r o m u r t d o . T e n i a sangre e n la boca. E l h o m b r e sacó una navajo, y la puso e n e l c u e l l o de m i amiga. P e n s é que la mataba a l l i m i s m o . L a o b l i g o a volverse de espaldas - H e l e n a -le d i j e e n voz baja-, t e n g o que i r m e . Pero c o n t r a u n c o c h e y a bajarse el p a n t a l o n . E l l a p r o n u n - n o te v o y a dejar sola. V o y a estar cerca de t i . D e ver- ciaba insultos e n t r e Horos. La cabeza me daba vueltas. -jEh! dad. 5 S o n r i ó u n p o c o . Su cara estaba m u y m a l . V a a nece- Entonces of las voces. sitar t i e m p o para v o l v e r a ser la c h i c a mas guapa de /Qué haces? j D é j a l a ! Los v i c o m o e n u n suefio, tres chicos que c o r r i a n h a c i a nosotros. E l h o m b r e dudó u n m o m e n t o , guardó todas, pensé. Yo t a m p o c o estaba m u y b i e n , p e r o a l meno s p o d i a andar. Salf y me a l e j é lo mas deprisa posible. su n a v a j a y d e s a p a r e c ió s i n darse prisa. Llegué j u n t o a H e l e n a . E l l a m e m i r ó s i n saber q u i é n era. L e pasé u n brazo por los h o m b r o s . T e m b l a b a . M e d o l f a t o d o el c u e r p o . /Debfa v o l v e r a m i casa? Después de m u c h o pensarlo, d e c i d i esperar tres dias. A n t e s t e n i a que h a c e r l o posible p o r ayudar a H e l e n a . -Se h a i d o . T r a n q u i l a , se h a i d o . Los desconocidos p r e g u n t a r o n si H e l e n a se e n c o n 15 chicos desaparecieron. C o m p r e n d i que yo t e n i a que hacer l o m i s m o . E n las siguientes horas b a j ó la t e m p e r a t u r a . C u a n d o traba b i e n . E r a n de la edad de e l l a , m u c h a c h o s de p e l o llegó la m a n a n a , era incapaz de dar u n paso mas. M e largo y ropa sucia. E n m i v i d a m e he alegrado t a n t o de s e n t é e n u n b a n c o y, s i n q u e r e r l o , m e qued é d o r m i d o . Despert é c o n e l sol m u y a l t o . D e s a y u n é y f u i a la recep- v e r a a l g u i e n c o m o a ellos a q u e l l a n o c h e . H e l e n a miró sus manos, llenas de sangre. Luego empezó a l l o r a r e n s i l e n c i o . Yo m e sentfa c o m p l e t a m e n t e i n f e l i z , c o n ganas de morir en aquel mismo instante. c i ó n d e l h o t e l . A l l i m e d i j e r o n e n qué h o s p i t a l p o d i a encontrar a Helena. E n su h a b i t a c i ó n habf a dos camas. H e l e n a estaba e n la cama mas cercana a la p u e r t a . Le pregunté c ó m o estaba. R e s p o n d i ó que n o d e m a siado m a l y d i j o que se alegraba de v e r m e . 12 T o d o era b l a n c o e n la h a b i t a c i ó n , desde las puertas a la ropa de c a m a . " E l c o l o r que m e j o r sienta a las p e l i - N o s l l e v a r o n a u n h o t e l de la plaza, y desde a l l i teleH e l e n a solo m e h a b l ó u n a vez. 25 rrojas", pensé, " h a t e n i d o suerte". Era u n p e n s a m i e n t o estüpido. f o n e a r o n a la p o l i c i a . -Tengo que c o n t a r t e t o d o - d i j o e l l a - . N o querf a -Gracias, C h i c o - d i j o , c o g i ó mis mano s y las besó . h a b l a r t e de m i p r o b l e m a , p o r q u e . . . e n f i n , pensé que n o L a p u s i e r o n e n u n sofa. A n t e s de llegar la p o l i c i a , los era a s u n t o t u y o . Pero a h o r a es d i s t i n t o . paso, m o v i m i e n t o al andar navaja, c u c h i l l o dar vueltas (la cabeza), n o poder pensar n i ver claramente 44 sentar, si u n vestido sienca b i e n , esa persona parece mas guapa 45 H i z o u n a pausa. Después siguió. - N o tienes que c o n t a r m e n a d a si n o quieres. -Si, deseo h a c e r l o . T o d o empezó hace a p r o x i m a d a - - U n a s horas mas tarde , Juan y y o t u v i m o s que h a b l a r m e n t e u n mes, e n M a d r i d . A l o m e j o r recuerdas u n c o n la p o l i c i a . N o s l l e v a r o n a u n a h a b i t a c i ó n d o n d e atraco a u n b a n c o e n el que m u r i ó u n o de los c l i e n t e s . h a b f a dos inspectores que nos h i c i e r o n algunas p r e g u n - Los atracadores c o n s i g u i e r o n h u i r . Yo estaba a l l i . Era tas. Estaba a punto de hablarles de la c i c a t r i z , c u a n d o la ese v i . Cruzaba la m a n o de u n p o l i c f a . E n u n p r i m e r m o m e n t o . Estaba c o n m i n o v i o , Juan, te h e h a b l a d o de m o m e n t o n o e n t e n d f nada, p e r o a l meno s n o m e puse una de los c l i e n t e s que h a b i a e n e l b a n c o en él. C u a n d o e n t r a r o n los atracadores, t u v i m o s que t u m - n e r v i o s a . N o h a b f a la m e n o r d u d a : era e l m i s m o h o m - barnos e n e l suelo. É r a m o s o c h o o n u e v e personas, y bre , el atracador d e l b a n c o . I n c l u s o reconoci su voz. u n o de los c l i e n t e s era u n m i l i t a r retirade* y t e n i a u n a M i r é a Juan y le indiqué la cicatriz c o n u n gesto. Fue u n p i s t o l a . S a c ó su p i s t o l a , p e r o los atracadores f u e r o n mas error. E l p o l i c i a adivinó rapidos y le volaron que acababa de E r a n dos. M e fijé espe- Nuestras miradas se e n c o n t r a r o n . N u n c a v o y a o l v i d a r c i a l m e n t e e n el que m a t ó a l m i l i t a r r e t i r a d o p o r q u e esa m i r a d a , c o m o t a m p o c o v o y a o l v i d a r la f o r m a e n estaba a u n m e t r o de m i ; m e d i c u e n t a de que t e n i a u n a que murió aquel h o m b r e e n e l b a n c o , a m i lado. cicatriz la cabeza. e n la m a n o , e n d i a g o n a l . Desde el suelo p o d i a ver sus m a n o s c o m o a h o r a v e o las tuyas. ;o reconocerle. H e l e n a d e j ó de c o n t a r p o r q u e se o i a n voces j u n t o a la p u e r t a . C u a n d o se a l e j a r o n , siguió c o n t a n d o : -Juan y y o d e c i d i m o s que l o m e j o r era h u i r d e l p o l i cia. N o solo era u n atracador, s i n o t a m b i é n u n h o m b r e capaz de matar. Yo n o d i j e nada a m i f a m i l i a , pero Juan si h a b l ó c o n la suya; su padre le o b l i g o a separarse de m i 20 p o r u n t i e m p o . Yo supe que Juan estaba a q u i , e n G r a - cicatriz nada, pero n o he p o d i d o e n c o n t r a r l e . N o pued o e n t e n der por q u é él n o h a i n t e n t a d o ponerse e n c o n t a c t o conmigo. L a h i s t o r i a de Juan era l o que menos m e interesaba; m e j o r d i c h o , si él la o l v i d a b a , m e j o r para m i . -/Crees que e l h o m b r e de la f u r g o n e t a era e l policfa? -Estoy casi segura. atraco, e n t r a t en una tienda o banco para conseguir el d i n e r o c o n v i o lencia atracador, persona que atraca estar a punto de, querer hacer algo o pasar algo d e n t t o de u n instante tumbarse, ponerse en el suelo o en una cama reconocer, retirado, que ya n o ttabaja porque es demasiado v i e j o que u n o h a visto o ha oi'do antes volar la cabeza, matar adivinar, darse cuenta de algo 46 darse cuenta de quién es una persona; darse cuenta de algo 47 25 -/Y c ó m o p u d o e n c o n t r a r t e t a n p r o n t o , y anoche o t r a vez? - H e pensado Albayzfn solo m u c h o e n eso. Recuerda querfamos pasar, en que e n el principio, una n o c h e . Fue el d e l bar q u i e n m e i n v i t ó a pasar u n d i a mas. S u p o n g o que Uamó a la p o l i c i a de a q u i , y ellos a v i saron a M a d r i d . Ese inspector t u v o s u f i c i e n t e t i e m p o para v e n i r a G r a n a d a y conseguir u n a f u r g o n e t a . io de tanto s afios, siento n o h a b e r l o d i c h o . D e c i r l o segu- -/Quieres decir que t o d a la p o l i c f a esta a su favor? r a m e n t e n o sirve para c a m b i a r las cosas, pero u n o se - N o . Es mas s i m p l e que eso. O f i c i a l m e n t e él se siente mejor. ocu- pa de la i n v e s t i g a c i ón sobre el atraco, y Juan y yo h e m o s - T e n g o que s a l i r d e a q u i , C h i c o . /Quieres ayudarme? desaparecido. P i é n s a l o : nosotros dos estabamos e n e l E n t o n c e s se abrió la p u e r t a . atraco d e l b a n c o , y de p r o n t o desaparecemos. Probab l e m e n t e h a a p r o v e c h a d o nuestra desaparició n y a h o r a 13 toda la p o l i c f a de Esparia t i e n e nuestra f o t o . T o d o esto son suposiciones, n a t u r a l m e n t e , pero estoy segura de n o equivocarme. E n t r ó la o t r a m u j e r que estaba e n la h a b i t a c i ó n , - A s i que a n o c h e p r o b a b l e m e n t e estaba d e l a n t e d e l h o s t a l y nos esperaba. a c o m p a n a d a p o r su marido. H e l e n a h a b l ó u n p o c o c o n e l l a . C o m p r e n d f que ya - M a l a suerte - d i j o H e l e n a - . S i e m p r e he t e n i d o m a l a suerte. e r a n amigas. Era u n a c h i c a n o m u c h o m a y o r que H e l e na, gitana. Era e l m o m e n t o . E n t o n c e s o n u n c a . L e cogf la m a n o -/Estas decidida? - p r e g u n t ó . y se la besé. M e s o n r i ó . N o i m p o r t a b a n los golpes e n su -Estoy lista -respondi ó H e l e n a . cara: estaba guapfsima. M e e n c o n t r é c o n sus ojos fijos -Se l o he c o n t a d o a m i h o m b r e , y esta de acuerdo. 25 e n los mfos. Su cara se a c e r c ó despacio y nuestros labios se e n c o n t r a r o n . E l g i t a n o d i j o que si m u y serio. -Pero tenemo s que darnos prisa. L a h o r a de las v i s i - "Te q u i e r o " , pensé. tas esta a p u n t o de t e r m i n a r . L o pensé, pero n o l o d i j e . N o lo d i j e , y ahora, después Yo n o e n t e n d i a u n a palabra, p e r o eso era l o h a b i t u a l con Helena. I n t e n t ó c a m i n a r . D i o unos pasos hasta la v e n t a n a . L a anoche, la noche antes ocuparse de, aquf, ser él q u i e n investiga el atraco, ser su responsabilidad suposición, suponer algo, no saberlo c o n seguridad fijo, que n o se mueve marido, h o m b r e casado gitana, ver ilusttación en pagina 50 48 4 Las pelirrojas traen mala suerte 49 m u c h a c h a sacó d e l a r m a r i o u n a falda negra y u n a blusa t a l M a x , sabe d ó n d e esta J u a n - m i e n t r a s hablaba, se blanca . Se las d i o . p i n t a b a los labios y los ojos-. A y e r n o p u d e e n c o n t r a r a M a x ; a l o m e j o r h o y esta a l l i . C u é n t a l e que eres a m i g o m f o . S i a l f i n a l n o puedes e n c o n t r a r a Juan, v e t e esta n o c h e a la b u h a r d i l l a que te h e d i c h o . M e d i o u n r a p i d o beso e n la cara y salió c o n e l g i t a no. - A v e r l o que h a c é i s , /eh? -sonrió la g i t a n a . gitana -Tened m u c h o cuidado -dije yo. Era i m p o s i b l e reconocer a H e l e n a . Después de unos m i n u t o s sali de la h a b i t a c i ó n . E n e l pasillo t o d o estaba n o r m a l . B a j é hasta la planta baja: t a m b i é n a l l i t o d o estaba n o r m a l . Después s a l i a la calle y m e s e n t é e n u n b a n co a pensar. E r a n pensamientos negros. A h o r a y o era u n mensajero - P o n t e esto; n o vas a i r t e c o n t u ropa. que t e n i a c o m o m i s i ó n j u n t a r de n u e v o a 15 " m i " c h i c a c o n su c h i c o . N o t e n i a n i n g u n a gracia. Después m e d i r i g f a la plaza de B i b - R a m b l a e n busca H e l e n a c o g i ó la r o p a y fue a l b a n o . - A h o r a la coges (deci a " c o h e " ) d e l brazo y salis de d e l l l a m a d o M a x . La plaza estaba l l e n a de vendedores a q u i los dos c o m o u n a pareja que h a v e n i d o de v i s i t a de artesania; - e x p l i c ó la g i t a n a a su m a r i d o . r e g u l a r m e n t e bajaban al moro, c o n o c i d o s c o n e l n o m b r e de h i p p i e s , o melenudos, -Vale. -Y m u c h o c u i d a d o : ese h o m b r e puede estar p o r a q u i . -fY yo? -pregunté a H e l e n a c u a n d o salió d e l b a f i o . - T ü puedes h a c e r m e u n f a v o r m u y g r a n d e , C h i c o . I n t e n t a e n c o n t r a r a Juan. /Recuerdas a la c h i c a que m e o que peludos. A l p r e g u n t a r p o r M a x , m e d i j e r o n que acababa de v o l v e r d e l m o r o . M a x , e l c h i c o c o n el p e l o mas largo de t o d a la plaza, tardó u n r a t o e n c o m p r e n d e r que l o que y o q u e r i a n o e r a n drogas. Es e n la plaza de -Juan estaba e n u n a casa e n la costa, p e r o acaba de h a y u n bar e n u n a esquina y u n a casa m u y v o l v e r a G r a n a d a . L o h e v i s t o a m e d i o d i a . L o puedes d i o la m o c h i l a ? V o y a ir a su buhardilla. la Trinidad; e n t r e ellos h a b i a m u c h o s camellos vieja al lado. -Pero, /cómo v o y a e n c o n t r a r a Juan? - U n o de los " h i p p i e s " de la plaza de B i b - R a m b l a , u n encontrar en... planta baja, parte de una casa igual de alta que la calle. mensajero, buhardilla, habitaciones en l o mas a l t o de una casa plaza de la Trinidad, plaza e n el c e n t r o de G r a n a d a, cerca de la plaza de persona que lleva una n o t i c i a a otra persona camello, persona que vende drogas (lenguaje de los j ó v e n e s ) bajar al moro, ir a Marruecos para comprar hachfs (lenguaje de jóvenes) melenudo, peludo, j o v e n c o n el pelo largo Bib-Rambla 50 51 M e d i j o e l n o m b r e de u n bar, a l l i m i s m o , a l lad o de la plaza, u n bar que solo abria p o r la n o c h e . Solo tenia que esperar u n a o dos horas. Por desgracia t o d o era demasiado f a c i l : H e l e n a p o d i a t e r m i n a r de n u e v o c o n su c h i c o y yo d e f i n i t i v a m e n t e fuera de su v i d a . 14 Pasé p o r la m i s m a calle que la n o c h e a n t e r i o r . Fue una s e n s a c i ó n e x t r a n a . H e l e n a n o h a b l a b a n u n c a de -/Para qué buscas a Juan? sus cosas, pero y o supuse que c o n o c i a e l m o t i v o d e l -Eso solo se lo d i g o a él. i n t e n t o de violación d e l p o l i c f a . Después de u n c r i m e n s i n móvil hay siempre u n a i n v e s t i g a c i ó n . " S i u n a c h i c a H a b f a pelos blancos e n su barba. N o tenfa meno s de aparece m u e r t a s i n m o t i v o , lo p r i m e r o que se busca es t r e i n t a afios, t a l vez t r e i n t a y c i n c o . Es decir, para 5 el m ó v i l . Si aparece v i o l a d a y m u e r t a , s i m p l e m e n t e se a l g u i e n de m i edad, u n v i e j o . E l n o v i o de H e l e n a era u n busca a u n v i o l a d o r " , mas o meno s debfa de ser lo que v i e j o . Eso v o l v f a a H e l e n a t o d a v f a mas F u i a l bar. Estaba l l e n o de gente que h a b l a b a e n voz demasiado a l t a . H a c i a m u c h o calor y era d i f i c i l andar e n t r e la gente . A l o t r o lad o de la barra habf a dos c h i Por f i n , después de varios i n t e n t o s , conseguf p r e g u n - c o n m i g o . M i h o t e l esta m u y cerca. ) 0 "La casa d o n d e esta H e l e n a t a m b i é n " , estuve a p u n impresión de que e n alguna parte alguna cosa n o era i m p r e s i o n a n t e . N o s sentamos e n el sofa de u n salon -/Conoces a Juan, de M a d r i d ? unos segundos en contestar. Miró hacia -/Helena esta e n Granada? h o m b r e c o n barba y camisa negra que bebfa solo. R e s p o n d f que sf. - P r e g ü n t a l e a él. -/Dónde? E l h o m b r e m e l l a m ó c o n u n gesto y nos apartamos a - E n casa de u n a a m i g a . 2 N o parecfa tener demasiadas ganas de v e r i a . D e f i n i - u n lado. obligar c o n v i o l e n c i a a una m u j e r a u n acto sexual móvil, m o t i v o , causa de u n c r i m e n 52 is vacfo. a l g u i e n q u e estaba m u y cerca de m f . M e v o l v i y v i a u n violación, ven c o m o debfa ser. Le seguf e n s i l e n c i o hasta u n h o t e l tar a u n a : 25 - H e l e n a . . . /Te e n v f a ella? /Esta bien? Espera, t o de decir, pero algo m e h i z o callar. T e n f a la e x t r a n a cas. I n t e n t é llegar hasta ellas. Tardó inalcanzable. - T e n g o n o t i c i a s de H e l e n a - d i j e . pensaba e l p o l i c i a . 15 -Yo soy Juan . inalcanzabk, que n o se puede alcanzar, lejana 53 o Solo los profesores usaban m i verdadero n o m b r e . E l l a , "la Peggy", t e n i a m a l caracter y sus clases e r a n m u y aburridas. Era u n a profesora que m e suspendia siempre. - j B u e n a v e n t u r a ! /Qué haces aqui? N o sé qué absurda respuesta le d i . N o m e escuchaba. H a b l a b a a toda v e l o c i d a d . M e d i j o que mis padres n o p a r a b a n de buscarme, que m e d i a c i u d a d estaba buscandome. -/Dónde has estado todos estos dias? M i r a b a a l h o t e l , m i r a b a a Juan y m e m i r a b a a m i . N o sé qué p e n s a m i e n t os depravados pasaron por su cabeza. - T ü te vienes c o n m i g o a h o r a m i s m o . -No. -Ya lo creo que si. C o g e m o s u n t a x i y te l l e v o a t u casa. 15 - N o -repeti. -Te d i g o que cogemos u n . . . t i v a m e n t e algo iba m a l . A l m e n o s para H e l e n a . -/Esta bien? - N o . H a estado e n e l h o s p i t a l . Se h a escapado y esta asustada. -/Ese p o l i c i a esta e n G r a n a d a ? L e c o n t é r a p i d a m e n t e sobre la f u r g o n e t a y sobre e l i n t e n t o de v i o l a c i ó n . M e e s c u c h ó c o n la m a x i m a a t e n c i ó n . A n t e s de t e r m i n a r , se puso e n p i e : -Vamos, llévame c o n ella. w M e c o g i ó y m e s a c ó d e l h o t e l . E n la p u e r t a , m i r ó h a c i a los dos lados para asegurarse de que n o n o s segufa n . Las calles estaban llenas de personas que d i s f r u t a b a n d e l b u e n t i e m p o antes de ir a cenar. U n a m u j e r se paró d e l a n t e d e l h o t e l . D i o dos pasos h a c i a m i . E n u n primer m o m e n t o , n o la reconoci. -j Buenaventura! 54 J u a n m e apartó c o n u n gesto y se puso d e l a n t e de e l la. L a miró. N o l e v a n t ó e l brazo n i la voz. Solo dijo: - A p a r t a o te m a t o . " L a Peggy" d i o u n paso atras, su boca se abrió s i n c o n t r o l unos c e n t i m e t r o s . I n t e n t ó hablar, pero n o le s a l i a n las palabras. C u a n d o p o r f i n gritó, nosotros ya estabamos lejos. M i e n t r a s nos m e t i a m o s e n u n a c a l l e j u e l a vacia, miré a J u a n c o n a d m i r a c i ó n . Los m a d r i l e n o s t i e n e n f a m a de ser duros, c o m o t o d o h a b i t a n t e de u n a g r a n c i u d a d , y acababa de ver u n a d e m o s t r a c i ó n . E x p l i q u é a t o d a p r i sa que era u n a profesora y que sentia u n e n c u e n t r o asi. Juan m o v i ó la cabeza s i n hacer c o m e n t a r i o s . L a m a y o r depravado, a q u i significa que la profesora piensa que son homosexuales levantar, subir el brazo, p o n e r l o a l t o duro, c o n caracter fuerte y f r i o 55 p a r t e d e l t i e m p o t e n i a e l aspecto de u n a persona a la que n a d a i m p o r t a b a demasiado. Desde luego, n o parec i a especialmente asustado, a u n q u e u n p o l i c i a psicópa- porque se cree l o p r i m e r o que le d i c e n " . - L l a m a -repitió el h o m b r e . Llamé. A b r i ó la amiga de H e l e n a . L i e v a b a u n v e s t i d o v i o l e t a . ta estaba detras de él. Pocos m i n u t o s mas tarde llegamos a la casa. S u b i m o s l a escalera y nos paramos d e l a n t e de la p u e r t a de la Detras de ella, sentadas e n el suelo, h a b i a c i n c o o seis personas que h a b l a b a n . -Pasad. buhardilla. J u a n l i e v a b a u n a cazadora. L a abrió y buscó algo que N o h i z o preguntas. E l h o m b r e que m e a c o m p a f i a b a apenas se n o t a b a e n su camisa negra. M a s que v e r l o , escondia su p i s t o l a . H e l e n a n o estaba a l l i , y n o h a b i a m o t i v o para g r i t a r : a d i v i n é l o que era. Y e n ese " j C u i d a d o , lleva una pistola!". E n t r a m o s y nos acercamos a l g r u p o . R e c o n o c i a u n o de -Vamos, llama. i n s t a n t e , de golpe, supe c l a r a m e n t e dos cosas. P r i m e r a : y o era u n inütil. Segunda: él n o era Juan. los c h i c o s , u n t a l Juanjo, u n o k u p a de la fabrica . H a b f a t a m b i é n dos barbudos, t a l vez estudiantes, y dos chicas. - E l c h i c o es a m i g o de H e l e n a . Te U a m a n C h i c o , /verdad? 15 -Yo soy H o r a c i o - d i j o e l h o m b r e . - B u e n n o m b r e para u n profesor - d i j o u n o de los bar- Yo n o p o d i a apartar mis ojos de la p i s t o l a , n i p o d i a pensar c l a r a m e n t e . [Cómo p o d i a creer que aquel h o m - budos-. /Eres profesor? - A l g o asi. br e era Juan? A J u a n l o escondia su padre, y estaba cla- H o r a c i o m i r a b a a las chicas y algo e n esa m i r a d a m e ro que u n h o m b r e c o m o aquél n o necesitaba p r o t e c c i ó n d e j ó a d i v i n a r el m o t i v o : n o c o n o c i a a H e l e n a , y estaba de su padre. E n t o n c e s pensé e n los dos atracadores d e l i n t e n t a n d o saber c u a l de ellas era. b a n c o . E l p o l i c i a era u n o . Y el o t r o . . . O t a l vez n o . T a l vez... pero era u n a p o s i b i l i d a d e n la que preferia n o p e n sar... t a l vez H e l e n a m e m e n t i a . T o d a esa h i s t o r t a d e l atracador que e n realidad era u n p o l i c i a . . . /No era mas f a c i l suponer que la v e r d a d era otra? "Por e j e m p l o , p e n sé, u n a pareja atraca u n b a n c o . É l se l l e v a e l d i n e r o y deja a la c h i c a . L a c h i c a le busca y la p o l i c i a les busca a ambos. Y entonces aparece u n pringado - H o r a c i o el d e l "carpe diem" - d i j o e l m i s m o b a r b u d o . -Eso es. Ya sabéis: la v i d a es c o r t a y debemos d i s f r u tar e l m o m e n t o presente. Los demas s o n r i e r o n . Se s e n t i a n felices de e n c o n t r a r u n colega de mas edad que pensaba c o m o ellos. N o s sentamos e n e l suelo y H o r a c i o d i j o que le gustaba la b u h a r d i l l a . que la ayuda barbudo, h o m b r e c o n barfca (ver pag. 5 3 ) inütil, persona que n o sirve para nada carpe diem, palabras latinas que s i g n i f i c an "disfruta e l dfa"; las escribió pringado, inütil, t o n t o (lenguaje de los j ó v e n e s ) el a u t o t l a t i n o H o r a c i o (65-8 antes de C r i s t o ) 56 57 -Los gerüos siempre h a n v i v i d o e n b u h a r d i l l a s - d i j o a l g u i e n - . Haydn vivi ó e n u n a , y Balzac también. m i cabeza c o n u n a sola m a n o y la retorcia. M e v i e n el suelo. L a c h i c a de v i o l e t a v o l v i ó a gritar. H o r a c i o se C r e o que era la p r i m e r a vez e n m i v i d a que oia esos abrió la cazadora y e n s e ö ó la p i s t o l a . n o m b r e s . Los otros p a r e c i a n e n c a n t a d os c o n H o r a c i o . C o m e n z a r o n a hablar. Yo pregunté a J u a n j o e n voz baja por Helena. -Yo t a m b i é n q u i e r o saber d ó n d e esta - d i j o H o r a c i o , sonriente. A l parecer, H o r a c i o p o d i a o i r t o d o . D u r a n t e unos segundos, nadi e h a b l ó . Detras de nosotros, fue la c h i c a c o n e l v e s t i d o v i o l e t a q u i e n h a b l ó . - N o sabemos d ó n d e esta H e l e n a . Era e v i d e n t e que m e n t i a . H o r a c i o se puso e n pie s i n m o v i m i e n t o s rapidos. Su espalda q u e d ó c o n t r a la p a r e d . A s i n a d i e p o d i a sorp r e n d e r l e p o r detras. "Es u n p r o f e s i o n a l " , pensé s i n tentamen- saber q u é q u e r i a d e c i r m e a m l m i s m o e x a c t a m e n t e . Se -Soy p o l i c i a -sonrió H o r a c i o - . N a d i e es perfecte. a c e r c ó a u n a p u e r t a , s i n duda la p u e r t a d e l d o r m i t o r i o H e l e n a n o p o d i a escapar. E n la h a b i t a c i ó n solo h a b i a de la b u h a r d i l l a . Las otras puertas e r a n d e l bafïo y de la una v e n t a n a m u y pequefia. H o r a c i o se volvió c o c i n a . H o r a c i o n o se e q u i v o c a b a : si H e l e n a estaba e n ella. la casa, t e n i a que estar a l o t r o lad o de a q u e l l a p u e r t a . E n t o n c e s la abrió de g o l p e . Pude ver a H e l e n a e n pie j u n t o a u n a a n t i g u a c a m a 25 p a r e c i ó m u y p a l i d a . -Juan m e d i j o que eras m u y guapa. Es v e r d a d . H e l e n a l o leyó e n pocos segundos y le miró s o r p r e n d i da. -Esta b i e n - d i j o - . Es u n a m i g o . E n t o n c e s pasaron tres cosas a l m i s m o t i e m p o . L a c h i - -Te l l e v o c o n él - d i j o H o r a c i o . ca del v e s t i d o v i o l e t a gritó. H e l e n a i n t e n t ó cerrar la -/Ahora? puerta de golpe m i e n t r a s él p o n i a u n pie d e l a n t e de la - A h o r a m i s m o , si quieres. puerta. Y y o m e l e v a n t é y f u i h a c i a H o r a c i o . Solo tuvo que l e v a n t a r su m a n o . T u v e la impresión de que cogia Haydn, hacia S a c ó u n p a p e l de u n b o l s i l l o y se l o d i o a H e l e n a . m e t a l i c a . L i e v a b a de n u e v o su ropa de t r a b a j o y me 30 - T u n o eres profesor - d i j o , e n m i o p i n i ó n te, el m i s m o b a r b u d o de antes. c o m p o s i t o r de müsica, de A u s t r i a ( 1 7 3 2 - 1 8 0 9 ) Balzac, escritor francés ( 1 7 9 9 - 1 8 5 0 ) A l parecer, parece c o m o si, uno tiene la impresión de que 58 Por u n a vez, yo n o era e l ü n i c o que n o c o m p r e n d i a n a d a . Los otros e s c u c h a b a n en perfecte s i l e n c i o . - T e n g o que i r m e - e x p l i c ó H e l e n a a sus amigos-. V o y a estar b i e n . -/Vienes? - m e pregunt ó H o r a c i o . 59 B u e n o , y o p o d i a d e c i r tres cosas sobre él, una que n o m e gustaba y dos que si. P r i m e r a : era u n p o l i c i a . Segunda: m e ayudó c o n la Peggy. Y tercera: m e estaba i n v i t a n d o e n serio a acompanarles. Por supuesto d i j e que si. A l salir a la c a l l e , H o r a c i o paró u n t a x i . H e l e n a e n t r ó la p r i m e r a . C u a n d o e l l a n o p o d i a o i r n o s , m e d i j o e n voz baja: - D e v e r d a d m e gusta, pero es p e l i r r o j a . Ya sabes l o que se d i c e . -Las pelirroja s t r a e n m a l a suerte. de Juan. T i e n e amigos e n todas partes. H i z o u n a pausa. L u e g o d i j o : 16 - T o d o e l m u n d o hace l o que él q u i e r e , hasta su h i j o . H e l e n a n o h a b l a b a , solo m i r a b a h a c i a afuera. Yo m e sentia molido. L e pregunté a H e l e n a p o r e l p a p e l . -Es d e l padre de Juan. D i c e que h a contratado a Hora- cio. h a b i a u n h o m b r e de c i e r t a edad. Se puso e n pie a l ver nos y H e l e n a y él se s a l u d a r o n . -/Dónde esta Juan? - p r e g u n tó e n seguida H e l e n a . - E n este m o m e n t o , e n e l a v i ó n . S i e m p r e quiso c o n o - M e v o l v i h a c i a él. cer Venezuela o B r a s i l , y éste era e l m o m e n t o adecua- -/Contratado? E n t o n c e s n o eres p o l i c f a . do. Sonrió. -No L l e gamos a l h o t e l de H o r a c i o . E n e l salon, a l f o n d o , - N o lo creo. exactamente. -Pues es v e r d a d . -/Y eso qué significa? - E l padre de Juan h a b l ó c o n u n a m i g o suyo, u n juezE l juez c r e y ó que n o p o d i a hacer n a d a s i n pruebas con- t r a u n p o l i c i a . Por eso le h a b l ó de m i . -/Eso es posible? -pregunté a H e l e n a . - T o d o es posible c u a n d o se es t a n r i c o c o m o e l padre H e l e n a m o v i ó la cabeza de u n lad o a o t r o , t r i s t e . -Ya sabes la m a l a n o t i c i a - d i j o H o r a c i o - . A h o r a v a m o s a h a b l a r de cosas positivas . H e l e n a lo miró sin verle. - H o r a c i o h a estado ocupandose de la seguridad de J u a n - d i j o e l padre-. A h o r a puede ocuparse de la t u y a. H e l e n a se s e n t ó e n u n sofa. molido, m u y cansado contrauxr, pagar a una persona por u n trabajo que la persona t i e ne que hacer - H e l e n a - d i j o H o r a c i o - , C h i c o me h a c o n t a d o que e s t u v i e r o n a p u n t o de m a t a r t e . Sabes que v a n a i n t e n - prueba, algo que demuestra algo c l a r a m e n t e; por e j e m p l o aqui quién t a r l o o t r a vez. N o puedes seguir e s c o n d i é n d o t e t o d a la mató a una persona vida. 60 61 - O l v f d a t e d e l o t r o - d i j o H o r a c i o c o n u n a sonrisa. "Y n a d i e puede pagarle u n v i a j e a S u d a m é r i c a " , p e n - -Es v e r d a d - d i j o el padre de Juan- . Ese ya n o es n i n - sé y o . " S i e m p r e el d i n e r o " . - H e l e n a , la b u e n a suerte h a empezado. Yo f u i q u i e n t u v o la idea de alejar a Juan..., y debo decir que él r a p i - gün p r o b l e m a . T e n e m o s que ocuparno s solo d e l que te h a perseguido. A h o r a sabemos que esta detras de t i . d a m e n t e estuvo de acuerdo. M i e n t r a s él h a b l a b a c o n su -/Y yo? -pregunté. padre y m i e n t r a s yo esperaba e n e l bar que él m e i n d i - -Has estado c o n e l l a hasta a h o r a y t o d o t i e n e que c ó , apareci ó C h i c o y él m e h a l l e v a d o hasta t i . /No lo seguir i g u a l . A s i n u e s t r o h o m b r e n o v a a desconfiar. -Ya h e d i c h o c u a l es m i respuesta - d i j o H e l e n a - . N o . ves? A h o r a tenemo s suerte. P r o p o n g o aprovecha r el - V e i n t i c u a t r o horas -propuso H o r a c i o - . S i d e n t r o de m o m e n t o y tornar la i n i c i a t i v a . w • -/Y q u é quiere decir t o d o eso? v e i n t i c u a t r o horas exactas n o h e c o g i d o a ese p o l i c f a , - U n a trampa. P r o p o n g o preparar u n a t r a m p a para ese puedes i r t e . - A Venezuel a o Brasi l - c o m p l e t ó e l padre de Juan. policia. - D e acuerdo - d i j o H e l e n a de p r o n t o - . Pero c o n u n a c o n d i c i ó n . S i consegufs coger a l p o l i c f a , t a m b i é n q u i e ro ir a S u d a m é r i c a . - D e acuerdo - d i j o e l padre de Juan y le o f r e c i ó la mano. "/Y yo qué?", estuve a p u n t o de p r e g u n t a r; " H e l e n a se v a c o n su n o v i o , /y q u é gano yo?" E n ese m i s m o m o m e n t o H e l e n a p r e g u n t ó . -/Y qué pasa c o n C h i c o ? /Vamos a p o n e r l e e n p e l i g r o por nada? -Tien e razón - d i j o H o r a c i o , m i e n t r a s e l padre de Juan H e l e n a n o n e c e s i t ó pensar m u c h o para dar su res- m e m i r a b a y se daba c u e n t a de que y o existfa. -Yo l o ü n i c o que q u i e r o es estar c o n H e l e n a - d i j e . puesta. L a m i r a d a de H o r a c i o se e n c o n t r ó c o n la m f a . Supe - U n a t r a m p a c o n m i g o c o m o cebo, /verdad? N o , gra- que m e c o m p r e n d f a . E n c o n t r é e n sus ojos a q u e l l o que cias. -Te aseguro que H o r a c i o sabe h a c e r las cosas b i e n - mas necesitaba e n esa c o n c r e t a etapa de m i v i d a : respeto. d i j o e l padre de Juan. - H e d i c h o que n o q u i e r o saber n a d a . H a y u n p o l i c i a - V e i n t i c u a t r o horas - d i j o H e l e n a - . E x a c t a m e n t e has- l o c o detras de m i , t a l vez dos... desconfiar, | cebo, algo que hace ir a la persona o a n i m a l hacia la trampa 62 n o confiar, creer que hay una t t a m p a etapa, fase, anos 63 H o r a c i o - . E n r e a l i d a d , el d u e n o n o t i e n e n i n g u n m o t i - ta m a f i a n a a m e d i a n o c h e . - A h o r a tenéis que c o n t a r m e t o d o l o que h a pasado e n estos dfas -pidió H o r a c i o - . M e esperaba u n a n o c h e larga. Pero n o m e i m p o r t a ba: H e l e n a y yo seguiamos j u n t o s y eso era l o ü n i c o importante. v o para pensar que n o confias e n él. V o l v e d y p r e g u n tadle si sabe algo de Juan. D e c i d l e que vais a esconde- ros e n la fabrica . E l p o l i c i a v a a v e n i r e n t o n c e s a buscaros. Sabiamos, por Juanjo, que la fabrica segufa vacfa. Era u n a nave m u y grande, quiza n o v e n t a o c i e n metros de largo y unos v e i n t e o t r e i n t a de a n c h o . T e n f a u n a sola puerta, u n porton m e t a l i c o que estaba siempre a b i e r t o . 17 J u n t o a l p o r t o n habfa u n altillo, C o m o lugar para u n c r i m e n , la v i e j a fabric a abando nada era e l lugar perfecto. Yo n o p o d i a dejar de pensarl o d u r a n t e aque l d i a i n t e r m i n a b l e . /o Estabamos o t r a vez e n la fabric a y c o m p l e t a b a m o s a l g u na clase de circulo en cierto modo magico. Alli u n s i m p l e c u a r t o vacfo c o n u n a v e n t a n a . Debajo, u n despacho c o n u n a vieja mesa. N o s o t r o s estabamos e n e l rincón mas alejado d e l p o r t o n , e n la zona mas l i m p i a . N o s sentamos e n e l suel o y empezamos a esperar. T e n f a m o s u n silbato y un "spray". empezó t o d o y a l l i t e n i a que t e r m i n a r . - S i llega hasta t i , usa las dos cosas - e r a n las palabras de H o r a c i o - . Yo v o y a estar siempre s u f i c i e n t e m e n t e cerca para ofr el s i l b a t o . E l "spray" puede bastar para dejarle ciego d u r a n t e unos m i n u t o s . D e u n m o d o u o t r o , conseguimos llegar al m e d i o d f a s i n m o v e r n o s de aque l r i n c ó n . H e l e n a f u m a b a e n s i l e n - H a y que actuar de m o d o n o r m a l , n i u n gesto d i f e r e n t e -nos d i j o H o r a c i o - . Él n o t i e n e que t e n e r m o t i v o s 15 para desconfiar. nave, habitación muy grande, n o r m a l m e n t e en fabricas porton, puerta m u y grande altillo, h a b i t a c i ó n sepatada en la parte mas alta de una casa P o r eso elegimos la f a b r i c a . /Adónde p o d f a m o s v o l v e r si no? -Vais a v o l v e r a l bar d e l A l b a y z i n -nos d i j o t a m b i é n 64 rincón, c u a n d o dos paredes se j u n t a n forman una esquina, hacia afuera, o u n rincón hacia a d e n t r o ciego, que n o puede ver 5 Las p e l i r r o j a s t r a e n m a l a s u e r t e 65 c i o y contestaba mis palabras c o n monosilabos. Seguia m e n t e se p o n i a e n p i e y daba unos pasos, siempre lejos c o n su v i e j a r o p a de t r a b a j o y la gorra, c o m o e l d i a e n del p o r t o n . C u a n d o me miraba, intentaba sonreirme. que la c o n o c f . L a m i r a b a c o n la impresión de que m e E n algün m o m e n t o p a l i d e c i a s i n m o t i v o . Yo, p o r m i faltaba aire. " S u p o n g o que esto es l o que l l a m a n a m o r " , parte, estaba demasiado asustado. pensaba. A las c u a t r o de la tarde yo n o p o d i a seguir s i n i r al E l l a f u m a b a c o n la m i r a d a p e r d i d a en e l p o r t o n p o r el que e n t r a b a la luz d e l sol. D e p r o n t o se v o l v i ó h a c i a c u a r t o de b a n o . Después de h a b l a r c o n H e l e n a , d e c i d i mos que l o m e j o r era h a c e r l o s i n salir de la n a v e . m i y m e sonri ó y sus ojos se v o l v i e r o n mas claros. - C h i c o , tienes que saber que m e alegro de h a b e r t e Una conocido. -Estoy segura de que n o v a a v e n i r . Esta mos esperan- Sus palabras f u e r o n ésas u otras parecidas, p e r o n o e r a n las palabras l o i m p o r t a n t e , s i n o su voz, su m i r a d a . u n p r i n c i p i o sabia que y o estaba e n a m o r a d o de e l l a . estar escondida c o m o u n a n i m a l . Su deseo de rebelarse aumentaba -/Qué vas a hacer después de esto? /Vas a v o l v e r a -Bueno, Helena... - C r e o que si. das cuenta? U n mes e n B r a s i l, y después, /qué? /Seguir -Es l o mejor. escondi éndorne ? Parecfa a p u n t o de llorar. m e n t e p r e o c u p a d o o asustado, h a b l a r es m u y d i f i c i l . -Te a c o m p a n o , d i j e . C u a n d o h a b l a b a m o s, era para n o pensar e n que nos F u i m o s , por p r i m e r a vez e n o c h o horas, hasta e l p o r - la vida. R e c o r d é u n a frase: "Es mas ton, y a l l i nos paramos. S o l o h a b f a tres o c u a t r o pasos f a c i l m o r i r p o r la m u j e r amada que v i v i r c o n e l l a " . E n hasta el lugar d o n d e estaba el b a n o . N o v i m o s a n a d i e aquellos m o m e n t o s era u n a v e r d a d . H a c i a las dos de la tarde , y o m e m o r i a de h a m b r e , de n i o f m o s nada. Yo sujetaba el s i l b a t o e n m i m a n o derecha. m o d o que m e c o m ï dos b o c a d i l l o s y bebf m u c h a agua. H e l e n a n o probó nada. Esperé u n par de m i n u t o s . M a l o s pensamientos pasab a n por m i cabeza "/Y si H o r a c i o se h a ido? /Y si e l p o l i - -/No crees que es m e j o r si llevas tü e l silbato? - p r e - cfa y él se p o n e n de acuerdo?". g u n tó H e l e n a , que cada vez estaba mas n e r v i o s a . 30 15 - N o , C h i c o , ya esta b i e n . N o p u e d o v i v i r asi, /no te A p r e n d f algo esa m a n a n a : c u a n d o se esta t e r r i b l e - 25 c o n cada palabra. Yo n o sabia q u é hacer para t r a n q u i l i z a r l a . casa? estabamos jugando S a l i ó H e l e n a y v o l v i m o s a la n a v e . M e l o d i o y e l l a se qued ó c o n e l "spray". C o n t i n u a monosilabo, Pasaron horas i n t e r m i n a b l e m e n t e lentas. palabra muy corca, c o n una sola sflaba, c o m o "sf", " y o " , " v e n " , etc. awnentar, jugarse la vida, poder m o r i r lento, despacio 66 /o do t o d o el d i a para n a d a . V o y a ir a l b a n o . M e n i e g o a E n sus ojos l e i que c o n o c i a m i secreto. Q u i z a ya desde ;5 h o r a mas tarde fue. e l l a q u i e n t u v o e l m i s m o problema. 5' ser mas grande 67 - N o v a a v e n i r -decfamos-. A h o r a ya es seguro. Se h a dado c u e n t a de que esto es u n a t r a m p a . Estamos per- cicatriz e n d i a g o n a l . C o n la o t r a m a n o m e p o n f a unas esposas. diendo el tiempo. Las siete, las o c h o , las n u e v e . Ya casi n o t e n f a m o s agua. N o s q u e d a b a n tres c i g a r r i l l o s . N o s sentfamos sucios, cansados y u n p o c o r i d f c u l o s . Era u n o de los dfas mas largos d e l aiïo, e n j u n i o . H a s ta después de las n u e v e y m e d i a n o empezó a anochecer. -Dos horas y m e d i a y nos v a m o s de a q u i - d i j o H e l e n a - . D i j e hasta m e d i a n o c h e y n o v o y a esperar u n segundo mas. G r i t é . E l h o m b r e m e l i e v a b a h a c i a la p u e r t a d e l desp a c h o para d e j a r m e a l l i . N o lievaba n i n g u n a p i s t o l a n i n a v a j a . Q u e r f a tener las dos mano s libres, p r i m e r o para ocuparse de m f , después para i r a buscar a H e l e n a . N o querfa m a t a r n o s e n seguida; antes querf a d i v e r t i r s e . Yo estaba l l e n o de p a n i c o . N o p o d f a pensar n i s e n t i r o t r a cosa que h o r r o r . Y s i n embargo mis müsculos f u n - interruptor de la luz c i o n a r o n solos. D e u n g o l p e conseguf escapar y c o r r f h a c i a e l a l t i l l o p o r las escaleras. É l m e segufa m u y cerca y p o d f a senti r su respiración detras de m f . S a q u é el s i l b a t o . M i s mano s t e m b l a b a n y d e j é caer e l s i l b a t o Seguiamos e n e l r i n c ó n d e l p r i n c i p i o . M e l e v a n t é y f u i h a c i a e l p o r t o n , d o n d e estaba e l interruptor 15 de la luz- antes de h a b e r l o usado; y o m i s m o caf t a m b i é n a l f i n a l de la escalera. T o d a v i a n o sabiamos si, después de la v i s i t a de la p o l i - Puse los brazos e n m i cabeza y m e preparé para e l g o l - cia, h a b i a luz e l é c t r i c a . " N o va a v e n i r " , m e r e p e t i . E l pe f i n a l , que n o llegaba. I m a g i n é que d i r i g f a su p i s t o l a a i n t e r r u p t o r estaba j u n t o a la p u e r t a . L o b a j é y, para m i m i cabeza y p o r p r i m e r a vez imaginé e n t o d o su h o r r o r sorpresa, la luz segufa f u n c i o n a n d o . Desde el r i n c ó n d e l la escena d e l c r i m e n e n e l banco. f o n d o H e l e n a m e h i z o u n gesto y l e v a n t ó e l brazo c o n M e v o l v f . N a d a . E l p o l i c f a preferia n o perder mas el pulgar h a c i a a r r i b a . " T o d o va b i e n " , pensé, y e n ese t i e m p o c o n m i g o . M e puse e n pi e y miré p o r el c r i s t a l i n s t a n t e a l g u i e n s u j e t ó m i m a n o que segufa e n el i n t e - desde e l que se v e i a t o d a la f a b r i c a . Ya estaba casi j u n - r r u p t o r : u n a m a n o que m e p a r e c i ó e n o r m e , c o n u n a to a Helena. H e l e n a c o r r f a , s i n acordarse d e l spray. R o m p f el cris- anochecer, cuando empleza la noche pulgar, dedo gordo de la m a n o t a l y grité. -j H e l e n a! 68 69 N o se paró. S e g u r a m e n t e n o m e o i a . Y yo n o p o d i a hacer nada por e l l a . Pude o i r la voz de H o r a c i o , e x t r a n a m e n t e fria y t r a n - D e p r o n t o v i que H e l e n a se v o l v i a . Esperó e n p i e , las piernas separadas, e l p e l o c a y e n d o sobre sus h o m b r o s c o m o u n a llamarada, el cuello. magnifica y hermosa. G r i t ó ella t a m b i é n , y d u r a n t e u n segundo el p o l i c i a n o se m o v i ó , quila. - L e debes la v i d a . H e l e n a se a c e r c ó despacio y él la abrazó c o n el brazo 5 izquierdo, s i n dejar de m i r a r a l h o m b r e . fascinado p o r a q u e l la r e a c c i ó n . E n ese m i s m o i n s t a n t e u n a sombra atravesó la n a v e y fue h a c i a él. 18 E l p o l i c i a se v o l v i ó h a c i a el n u e v o p e l i g r o ; apenas r e c o n o c i a H o r a c i o , c o n ropas negras; l i e v a b a u n a pala. E l p o l i c f a sacó su p i s t o l a , pero n o t u v o t i e m p o para D e n u e v o estaba solo, pero t o d o era d i f e r e n t e . E n esa usarla. H o r a c i o le golpeó e n el c u e l l o y el p o l i c i a c a y ó ültima n o c h e de l i b e r t a d , h a b i a algo que t e n i a que de rodillas. hacer: v o l v e r u n a vez mas a m i m i r a d o r p r e f e r i d o . Y asi H o r a c i o l e v a n t ó los brazos m u y altos sobre su cabeza para dar u n u l t i m o golpe. l o h i c e . Subf las callejuelas d e l A l b a y z i n y atravesé p l a zas blancas a la luz de la l u n a . Las cosas e r an c o m o debf- -jNo! a n de ser: H o r a c i o se o c u p ó de entregar a l p o l i c i a y n o rodilla era d i f i c i l a d i v i n a r t a m b i é n sus s e n t i m i e n t o s hacia H e l e n a . E n los ojos de ella t a m b i é n se veia brülar algo c u a n d o le m i r a b a a él. D e b f a de ser m e d i a n o c h e . Llegu é a l m i r a d o r , el mas a l t o de la c i u d a d . M e s e n t é . F r e n t e a m f estaba la A l h a m b r a . Paso u n m i n u t o e n p e r f e c t o s i l e n c i o . P e n s é e n m i s padres: t a l vez d o r m i a n , o t a l vez m i m a d r e estaA pocos pasos, c o n los pufios cerrados d e l a n t e de la ba m i r a n d o la calle y esperaba m i Uegada. boca, H e l e n a g r i t a b a . Yo l o v e i a t o d o desde la v e n t a n a R e c o r d é que bajo la camisa l i e v a b a u n p e q u e n o teso- r o t a , s i n d a r m e c u e n t a de que, u n efecto d e l p a n i c o , ro. M i s dedos l o buscaron. Era la v i e j a g o r ra que usaba estaba U o r a n d o . H o r a c i o c o g i ó la p i s t o l a y la puso e n la Helena a menudo. cabeza d e l p o l i c i a . Era h o r a de v o l v e r . M e puse e n pie y miré por ültima - T ü decides -se dirigió a H e l e n a . vez la A l h a m b r a . M i e n t r a s c a m i n a b a -y esa vez era d i f e - - N o -repitió H e l e n a - . N o , por favor. rente porque c a m i n a b a de v u e l t a a casa- pensé e n los E l p o l i c i a , de r o d i l l a s , se sujetaba c o n las dos mano s brillar, que tiene luz, dar luz | llamarada, fuego tesoro, algo m u y i m p o r t a n t e , n o r m a l m e n t e c o n o r o , d i a m a n t e s . . . 72 73 TAREAS azulejos que se v e n e n la A l h a m b r a . C o n su g e o m e t r f a n o es posible saber c u a l es su c e n t r o exacto, pues e n vez de u n ü n i c o c e n t r o hay m u c h o s , y cada u n o de ellos es Contenido e l c e n t r o de t o d o . Supe que los dias de m i a v e n t u r a e r a n e l c e n t r o de aquella etapa de m i v i d a . Después e n m i v i d a p o d i a 1 . Describe c ó m o es la v i d a de los "okupas" e n la fabric a a b a n d o n a d a . haber otros centros, dfas intensos... y a l o m e j o r t a m b i é n otras H e i e n a s . Pero a e l l a la v o y a Uevar siempre d o n d e se l l e v a lo mas i m p o r t a n t e : e n la m e m o r i a . 2. H e l e n a le h a b i a a C h i c o de su f a m i l i a y de su casa. /Qué le cuenta? /Cual es la verdad? 3 . M a s tarde el p o l i c f a e n c u e n l ra a H e l e n a e n G r a n a d a . /Cómo p u d o saber d ó n de estaba Helena? (si n o l o sabes, busca la respuesta e n el c a p f t u l o 12) 4- H e l e n a y C h i c o h u y e n de G r a n a d a y v i s i t a n a H é c t o r . /Por qué esta H é c t o r escondido e n u n p e qu e no pueblo? 5. /Por qué H e l e n a d cci.de v o l v e r Granada? 6. E n G r a n a d a e l p o l i c f a v u e l v e a e n c o n t r a r a H e l e n a . /Por qué i n t e n t a v i o l a r l a en. vez de m a t a r l a directamente? 7. Describe c ó m o es la fabrica e n la que H e l e n a y C h i c o esperan a l p o l i c f a . 8. /Qué crees que H e l e n a hace a l final? /Se va a L a t i n o a m é r i c a c o n Juan? /Se e n a m o r a de H o r a c i o ? /Vuelve c o n C h i c o ? Razona ( = e x p l i c a ) t u respuesta. 74 75 9. E n t r e las palabras a c o n t i n u a c i ó n , /cuales son adecuadas para H e l e n a , cuales para C h i c o y cuales para H o r a c i o ? I n t e n t a e n c o n t r a r mas palabras para cada personaje. escritor mentir pelirroja guapa barba seguro libertad fuerte jove n enamorado idealista duro miedo Madrid Con las palabras seleccionadas, describe a Helena, Chico y Horacio. 10. C h i c o n o es u n h é r o e . Busca ejemplo s que l o demuestran. 1 1 . /Cómo es Juan? /Crees que es u n b u e n n o v i o y se preocupa por Helena ? Razona t u respuesta. 12. Busca c i n c o palabras de "argot j u v e n i l " (lenguaje que e m p l e a n los j ó v e n e s ) . Escribe t a m b i é n l o que s i g n i f i c a n e n espafïol n o r m a l . 13. E l a u t o r d e l l i b r o es M a n u e l L . A l o n s o . /Qué sabes de él? 14- E l n a r r a d o r (personaje que c u e n t a la h i s t o r i a ) es o t r o . /Quién es el narrador? (lee el c o m i e n z o d e l capitulo 5). 76 L. ISBN EASY READERS se publica en A series: m D ISBN 9762G01277 "IA: 78OQ01"?- 719. ,